sábado, 14 de janeiro de 2023

Formula E: Jake Dennis é o primeiro triunfador do ano


O britânico Jake Dennis triunfou neste sábado na Cidade do México, a primeira corrida do campeonato de Formula E. O piloto da Andretti levou a melhor sobre o Porsche de Pascal Wehrlein, com Lucas di Grassi a ficar com o lugar mais baixo do pódio.

António Félix da Costa, que nesta temporada corre ao serviço da Porsche, partiu de nono da grelha e acabou na sétima posição, ainda na luta pelo pódio até aos últimos metros. 

A competição elétrica estreia no Autódromo Hermanos Rodriguez uma nova geração de bólidos, o Gen3, que tem dois motores e o consequente aumento de potência para 450 cavalos, e uma diminuição do peso em 60 quilos, de 840 para 760 quilos. Para além disso, as corridas deixaram de ser corridas pelo tempo e passaram a ser por voltas: ali, eram 36 ao redor no circuito na cidade do México. E com Lucas di Grassi a partir da pole, com o seu Mahindra, depois de ter batido o McLaren de Jake Dennis, ele era o favorito à vitória.


Na partida, Di Grassi manteve o comando, com Jake Dennis a ser segundo, passando Jake Hughes. Tudo normal, sem incidentes nas primeiras curvas, mas no final da primeira volta, o Abt de Robin Frijns ficou parado na berma, obrigando a entrada do Safety Car. Na repetição, descobriu-se que tinha batido num dos Nissans, acabando fora da pista. E para piorar as coisas, no final da corrida, anunciou-se que tinha fraturado o pulso direito.

A corrida retomou na sexta volta, com Di Grassi a manter o comando, mas também durou pouco tempo, porque entre as curvas 1 e 2, o carro de Sam Bird ficou parado por razões mecânicas. Nova entrada do Safety Car, e a corrida só recomeçou na 10º passagem pela meta, com tudo na mesma entre os da frente.

Os primeiros a irem ao Attack Mode foram Nick Cassidy e Stoffel Vandoorne, ambos fora dos pontos, e a seguir, Jean-Eric Vergne, para tentarem subir posições. Contudo, na volta 12, Di Grassi perdeu o comando para Jake Dennis, com Jake Hughes em cima dele, para ficar com o lugar do brasileiro. No final da volta 14, Jake Dennis e Félix da Costa foram ao Attack Mode, também para ganhar lugares, numa altura em que o português era o oitavo. 

Di Grassi passou pelo Attack Mode, e quase perdeu o segundo posto para Jake Hughes. Contudo, aguentou os ataques do piloto britânico, graças à sua experiência. Mas na bolta 18, o Maserati de Edoardo Mortara estava contra a barreira, na curva 1, e o Safety Car entrava na pista pela terceira ocasião. 

A bandeira verde regressou na volta 20, e Jake Dennis pulou meio segundo sobre Lucas di Grassi, com este a ser pressionado por Jake Hughes e parte do pelotão. Wehrlein e Lotterer foram ao Attack Mode na volta 25, tentando sair do quarto e quinto posto onde estavam, e quase a seguir, Di Grassi ia ao Modo de Ataque... onde ia quase perdendo o segundo posto para Wehrlein! No final da volta, Jake Dennis ia para o Attack Mode pela segunda ocasião e mantinha o comando. 

No final da volta 29, Wehrlein conseguiu passar di Grassi e era segundo, e o piloto da Porsche foi atrás de Dennis para alcançar o comando. Este afastava-se, ao ponto de ter cinco segundos quando se chegou à bolta 36. Nessa altura, descobriu-se que a organização acrescentaria mais cinco, indo até à volta 41. Ali, Di Grassi aguentava Jake Hughes e Andre Lotterer para manter o terceiro posto, enquanto Remé Rast era o quinto piloto que não chegava ao fim.

No final, Di Grassi aguentou o resto do pelotão e ficou com o terceiro lugar, na frente de André Lotterer, Jake Hughes, Sebastien Buemi e António Félix da Costa. Mitch Evans, Nick Cassidy e Stoffel Vandoorne fecharam os pontos. 

A Formula E segue dentro de duas semanas para paragens na Arábia Saudita, para uma jornada dupla em Ad Diyriah. 

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

A imagem do dia


A Formula E começa este final de semana no Autódromo Hermanos Rodriguez, na Cidade do México, para aquela que é a nona temporada da competição elétrica, e a primeira com os Gen3, que são os carros mais avançados e mais potentes que a competição jamais teve. 

Fabricado novamente pela Spark Racing Technologies, pela primeira vez, estes carros terão dois motores, que juntos terão cerca de 600 kW, e acoplados ao eixo dianteiro. Toda essa concentração no eixo dianteiro é tal que não existem travões no eixo traseiro! O carro é 60 quilos mais leve, apesar do aumento da potência - e por causa disso, a velocidade máxima está ficada nos 320 km/hora - parte da fibra de carbono será reciclada, com alguns dos chassis do Gen2.

Em termos de corridas ao longo do final de semana, as equipas são obrigadas a colocar um "rookie" em pelo menos duas sessões de treinos livres ao longo da temporada, haverá um número de voltas fixadas, em vez dos 45 minutos de duração da corrida, acabaram-se os Fanboost, e apesar de haver o Attack Mode, a organização irá testar, em algumas corridas selecionadas, um "Attack Charge", ou seja, um reabastecimento rápido de energia, que irá durar até 30 segundos, que poderia substituir o Attack Mode. Ainda não se sabe quando começará, pois isso não acontecerá no fim de semana mexicano. 

E para além disso, haverá uma nova marca de pneus. Depois de oito temporadas de Michelin, a Hankook será a nova fornecedora de pneumáticos que servirão para todas as superfícies. 

A nova temporada irá assistir à chegada de duas marcas incontornáveis no automobilismo, a McLaren, que correrá no lugar da Mercedes, e a Maserati, que está no lugar da monegasca Venturi. 

Em termos de pilotos, existiram muitas mudanças. Alguns pilotos rumaram para outras paragens - a mais relevante foi Nyck de Vries, que foi para a Formula 1, ao serviço da Alpha Tauri - mas outros, como Stofel Vandoorne e Jean-Eric Vergne, foram para a Penske, que se associou com a DS, abandonando a Techeetah - esta não compete em 2023. Outros como Sebastien Buemi e Andre Lotterer também trocaram de equipa, o suíço foi para a Envision, o alemão para a Andretti. Quem empreendeu o caminho de regresso foi René Rast, que depois da Audi, foi para a McLaren, correndo ao lado do britânico Jake Hughes

E quem também empreende o caminho de regresso é a alemã Abt, que depois de ter sido absorbida pela Audi, está de volta, com uma parceria com a espanhola Cupra.  

O próprio António Félix da Costa, agora piloto da Porsche, ao lado de Pascal Wehrlein, afirma que tudo o que aprendeu até agora, não servirá de muito para esta corrida e as seguintes: 

Será um fim-de-semana imprevisível. É quase um recomeço do zero, com muitos pilotos que alteraram de equipas e também com o novo carro GEN 3 da Fórmula E. Obviamente tivemos um teste em Valência, mas não se pode tirar grandes conclusões, pelo que ninguém sabe muito bem o que esperar para este fim-de-semana. Do meu lado espero que a minha estreia com a Porsche corra bem e tudo farei para representar da melhor maneira esta grande marca.", afirmou.

Os favoritos? Não direi que existam 24 favoritos, que são o mesmo número de carros que alinham na grelha, mas com os testes em Valência a não mostrar um favorito óbvio, a incerteza será, se calhar, a maior certeza, principalmente nesta primeira corrida. Um pouco como o calendário, que terá 16 corridas até ao final de julho, nos cinco continentes, e onde passará por lugares com excelentes cenários, como a Cidade do Cabo, ou lugares míticos no automobilismo, como o Mónaco. 

É ir vendo, e claro, que ganhe o melhor.  

Formula 1: Williams tem novo diretor desportivo


A Williams anunciou esta sexta-feira que James Vowles será o seu chefe de equipa já para a época que se avizinha. O engenheiro de 43 anos era o responsável da estratégia da Mercedes e irá substituir Jost Capito, que saiu no final da temporada passada. 

O presidente da Dorilton Capital, proprietária da Williams, Matthew Savage, afirmou: “Temos o prazer de dar as boas-vindas a James à Williams Racing. É um dos talentos mais respeitados da Fórmula 1 e vai aumentar o nosso desempenho. Tem sido uma parte fundamental de alguns dos feitos mais impressionantes do desporto ao longo dos últimos 15 anos. Ao continuarmos a nossa incansável busca de resultados, acreditamos que a nomeação de James reforça a nossa dedicação em assegurar uma liderança enérgica, experiente e forte à medida que avançamos para a próxima fase de transformação da Williams Racing”.

Vowles, que assumirá o comando da equipa a partir do dia 20 de fevereiro, tem à sua frente um desafio enorme. As performances da equipa de Grove na temporada passada não foram de encontro às expectativas da equipa e pior do que isso, o monolugar construído segundo as alterações ao regulamento técnico, apresentou níveis de desempenho fracos, tendo a estrutura que alterar a sua filosofia para 2023.

Contudo, ele, que estava na Mercedes desde 2009, quando a equipa era a Brawn GP, considera que “a equipa tem um potencial tremendo. A equipa é um ícone do nosso desporto, que eu respeito muito, e estou muito ansioso pelo desafio”, afirmou.

O FW45 será apresentado a 6 de fevereiro. 

Youtube Motoring Vídeo: As previsões mal sucedidas do Josh Revell

Ano Novo, vida nova, e é sempre uma excelente ocasião para verificar videos antigos, onde as pessoas fizeram previsões ousadas sobre quem iria triunfar em 2022. E eu lembro que o Josh Revell estava convencido que o campeão iria ser o Charles Lelcerc. Claro, agora poderemos afirmar que falhou redondamente, mas a certa altura... era isso que poderia acontecer!

Claro, este vídeo serve de revisão as previsões que saíram de lado, e vale a pena ver.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

A imagem do dia


No fim de semana, a Formula E regressa à atividade, com os carros da nova geração, a Gen3. A competição assiste a entrada de dois nomes míticos, a McLaren e a Maserati, ambos se aventurando na competição elétrica. A marca de Woking fica com a Mercedes, enquanto a italiana, que tem um tridente como símbolo, fica no lugar da monegasca Venturi. 

Hoje, falo da Maserati, que depois de mais de uma década de ausência, com o projeto MC12, regressa ao automobilismo, sendo o ponta de lança do grupo Stellantis, lançando modelos eletricos. Mas quem conhece a história, sabe que no final de novembro, falei do GP da Venezuela de 1957, corrida onde os carros do tridente destruíram-se a tal ponto que a equipa teve que declarar falência, não mais correndo na Formula 1, por exemplo. Contudo, nesta ocasião, falo de um capítulo pouco conhecido: quando, em meados dos anos 60, forneceu motores V12 de 3 litros.

E tinha como base os mesmos motores que eram usados nos modelos 250F.

Em 1966, os regulamentos da Formula 1 mudaram para incluir os motores de 3 litros, o dobro dos existentes. Ao mesmo tempo, a Coventry-Climax decidiu que não iria fabricar motores para a nova regulamentação, deixando aflitas muitas equipas privadas. Uma delas, a Cooper. 

A Cooper desse ano não era a dominadora de 1959 e 1960, com John Cooper ao leme. Este tinha vendido a equipa em 1964 para o Chipstead Group. Eles eram os importadores da Maserati para o Reino Unido, e o motor era baseado no de 2.5 litros que tinha sido feito para os 250F, em 1956. Contudo, esse era um de dois motores que a marca tinha feito para a Formula 1, mas a maior parte dos carros usava o seis em linha, bem mais eficaz.

Com o deslocamento aumentado para os 3 litros, o motor fazia uma potência declarada de 325 cavalos, um pouco superior ao Repco V8 que equipava os Brabham - que fazia 310 cavalos - e estreou-se no GP do Mónaco de 1966, nos carros do austríaco Jochen Rindt, do americano Richie Ginther, do sueco Jo Bonnier e do francês Guy Ligier. Nenhum deles ficou classificado, e os primeiros resultados de relevo aconteceram na corrida seguinte, na Bélgica, quando Rindt conseguiu um segundo lugar. 

Mas foi a chegada de John Surtees, vindo da Ferrari, é que deu um grande impulso. Três pódios e a vitória no GP do México, a última corrida do ano, deram à Cooper o terceiro lugar no campeonato de Construtores, acompanhados pelos pódios de Rindt na Alemanha - terceiro - e nos Estados Unidos, onde foi segundo, na frente de Surtees.

Em 1967, Surtees foi para a Honda e no seu lugar veio o mexicano Pedro Rodriguez, que logo na corrida inicial do campeonato, na África do Sul, conseguiu uma vitória inesperada, a segunda seguida da Cooper na Formula 1, algo que não alcançavam desde os tempos de Jack Brabham, no inicio da década. Contudo, ao longo da temporada de 1967, mesmo com o novo chassis, o T86, todos no pelotão sofreram com a chegada do motor Cosworth V8, financiado pela Ford e usado pela Lotus, bem mais potente - cerca de 400 cavalos - e bem mais eficaz, com menos dois cilindros. Sem conseguir mais resultados de relevo depois da temporada de 1967, a Cooper trocou por um motor BRM V12 em 1968, naquela que viria a ser a sua última temporada na categoria máxima do automobilismo. 

A última ocasião onde um Maserati V12 foi inscrito para uma corrida de Formula 1 aconteceu no GP do Mónaco de 1969, com um Cooper T86 guiado por Vic Elford. Acabou no sétimo lugar à beira dos pontos, mas a seis voltas do Lotus de Graham Hill, o triunfador. 

WRC: Abiteboul é o novo diretor desportivo da Hyundai


Cyril Abiteboul, antigo diretor desportivo da Renault, é o novo dietor da Hyundai WRC. O anuncio foi feito na tarde desta quinta-feira e irá assumir o lugar que era interinamente ocupado por Jean Moncet. Aos 45 anos, e com uma vasta experiência na área, tirou algum tempo de férias, depois de ter saído da Renault, e agora regressa depois deste período de descanso, com vontade de mostrar algo nos desportos motorizados. 

"Na verdade, ainda estava muito forte no meu sangue, o apetite pela emoção dos desportos motorizados. Tínhamos uma ligação mútua com a Hyundai, e eu sabia que eles estavam à procura de um chefe de equipa”, começou por dizer Abiteboul, na apresentação no seu novo cargo na marca. “Não fui particularmente ativo, mas estabeleci contacto e foi um bom ajuste entre o que a Hyundai procurava e o que eu também procurava. Havia uma vontade natural de ir mais longe, e foi apenas há algumas semanas que decidimos que isto iria mesmo acontecer.”, continuou.

Estou a aceitar este desafio como todos os desafios por que passei na minha vida: com muita humildade. Mas também com grande entusiasmo e com paixão pelo que pode ser feito e pelo que precisa de ser feito. Esta equipa não precisa de ser construída, já existe e funciona e é capaz de proporcionar bons resultados.”, concluiu.

Sean Kim, Presidente da Hyundai Motorsport, deu as boas-vindas e desejou-lhe os maiores sucessos: “Tenho o prazer de acolher o Cyril Abiteboul na família Hyundai. A experiência de Cyril na Fórmula 1 vai ajudar-nos a explorar novas oportunidades de crescimento e melhorias enquanto procuramos dar uma luta mais intensa pelos títulos no WRC e ainda apoiar as nossas equipas de Customer Racing.", comentou.

Com o Mundial de ralis a começar no final do mês, e com uma equipa que tem Esapekka Lappi, Dani Sordo, Thierry Neuville e Craig Breen, a ideia é de bater a Toyota nos mundiais de pilotos e Construtores. Contudo, há quem observe a chegada de alguém com experiência na Formula 1 e pense que a marca coreana poderá ter aspirações para a categoria máxima do automobilismo a partir de 2026... 

Noticias: Mercedes anuncia data de apresentação do W14


A Mercedes anunciou hoje que o W14 será apresentado ao mundo no dia 15 de fevereiro, em Silverstone, numa transmissão em direto do site da marca. O carro, ao contrário do que aconteceu no ano passado, não será tão radical, com o conceito do "Sidepod Zero".  

Forjado a partir dos desafios da época 2022 com o W13, que forçou a equipa a enfrentar e superar numerosos desafios, o W14 baseia-se nas lições aprendidas no ano passado”, disse a equipa numa declaração emitida no site oficial. “O progresso possibilitado pelos esforços e determinação de todos em Brackley e Brixworth ajudou a alcançar resultados mais fortes a partir de meados da época, culminando num final de 1-2 no Grande Prémio de São Paulo”, concluiu.

A dupla será a mesma de 2022, Lewis Hamilton e George Russell, e esperam que fiquem mais perto dos lugares da frente, algo do qual estiveram afastados na temporada passada. 

Com isto, passam a ser sete as equipas que já anunciaram as suas datas de apresentação. 

6 de fevereiro - Williams 
11 de fevereiro - Alpha Tauri (decoração) 
13 de fevereiro - Aston Martin 
14 de fevereiro - Ferrari 
16 de fevereiro - Alpine e Mercedes

Testes de Pré-Temporada: 

23 a 25 de fevereiro, Bahrein.

Youtube Rally Vídeo: Os testes de Kalle Rovanpera para Monte Carlo

Com os dias a serem contados até ao final do mês, altura do rali de Monte Carlo, e com todas as equipas a testarem para a prova, hoje volto a colocar aqui o filme do Toyota GR Yaris Rally1, agora conduzido pelo campeão do mundo Kalle Rovanpera.

O vídeo é filmado pelo canal do Youtube Passats de Canto. 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

A imagem do dia


Se estivesse vivo, Carrol Shelby faria cem anos. Parecendo que não, este criador de frangos foi muito longe em termos de automobilismo, primeiro como piloto, depois como preparador e pela sua ajuda na vitória da Ford nas 24 Horas de Le Mans, ajudou a escrever algumas páginas de glória no automobilismo americano da segunda metade do século XX. 

E para melhorar as coisas, ainda viveu mais 22 anos com o coração de outra pessoa, e 16 com o rim de uma terceira. Para não falar dos seus sete casamentos, seis dos quais acabaram em divórcio. Um homem bem duro, sem dúvidas.

Na foto que ilustra este post, Shelby está no seu momento mais alto como piloto: a vitória nas 24 Horas de Le Mans de 1959, correndo ao lado do britânico Roy Salvadori. Ali, ele corria num Aston Martin DBR1/300. E a estranha fatiota? Uma simples superstição do americano, que um dia foi correr com o seu traje de criador de frangos... e ganhou! 

Contudo, nesse tempo, Shelby também era piloto de Formula 1, uma das facetas menos conhecidas da sua carreira. E os resultados também não ajudaram.

Em 1958, Shelby andava pela Europa, correndo na Endurance com os carros da Aston Martin, liderados por John Wyer. Mas ele era amigo de Masten Gregory e de Harry Schell, dois dos seus compatriotas que corriam nos circuitos europeus, através da equipa Temple Buell, que tinha sido fundado pelos pais de Schell, na década de 30, e França. Com um Maserati 250F, Shelby estreou-se no GP de França de 1958, em Reims, na mesma corrida onde Juan Manuel Fangio corria pela última ocasião na sua carreira, e onde Luigi Musso sofreu o seu acidente mortal. Mas nessa prova, Shelby acabou por correr... pela Scuderia Centro Sud. Acabou por desistir, vitima de um motor rebentado, na nona volta. 

Em Monza, corria pela mesma Scuderia Centro Sud quando desistiu na primeira volta com problemas de direção. Algumas voltas depois, o carro guiado por Masten Gregory parou nas boxes e Shelby tomou conta do volante. A sua corrida foi ótima, acabando no quarto posto, a uma volta do vencedor. Contudo, como correra por outra equipa, nem ele, nem Gregory, ficaram com os pontos.

Em 1959, contratado pela Aston Martin, ajudou no desenvolvimento do modelo DBR4/250, o carro para a Formula 1, com motor à frente. Esperavam que fosse um chassis tão bom quanto os Maserati e os Ferrari, e também queriam aproveitar os feitos da Vanwall, que tinham triunfado entre 1956 e 1958. Estreado em Zandvoort, palco do GP dos Países Baixos, descobriu-se que era muito pesado e o motor à frente tinha-se tornado obsoleto por causa dos Cooper de motor traseiro, que começavam a dominar as pistas. Shelby conseguiu como seu melhor resultado um oitavo lugar em Monsanto, a quatro voltas do vencedor, Stirling Moss

No final do ano, Shelby saiu do projeto da Aston Martin - iria abandonar no ano seguinte, sem resultados de relevo - e algum tempo mais tarde, no final de 1960, os médicos ordenaram que pendurasse o capacete porque o seu coração não aguentava as emoções do automobilismo. Assim sendo, passou para a parte da organização, construção e venda de chassis. O que não sabia era que estava a abrir as melhores páginas da sua carreira, primeiro com os Cobra, depois com os Mustang. E o seu nome entraria na lenda como símbolo de velocidade e performance. 

WRC: Os testes da Hyundai i20 Rally1 para Monte Carlo

E claro, como nestes últimos dias temos andado a mostrar os testes da Ford e da Toyota, tínhamos de mostrar os da Hyundai assim que aparecessem as filmagens dos i20 Rally1 a serem testados. Neste caso, são os testes de hoje com Esapekka Lappi ao volante.  

Formula 1: Williams anuncia data de apresentação


A Williams anunciou hoje que mostrará o seu FW45 no próximo dia 6 de janeiro em Grove, na sede da marca. Assim sendo, irá ser a primeira equipa que mostrará o seu carro nesta temporada, com  Alexander Albon e Logan Sargeant como pilotos e claro, presentes no evento.

A marca espera várias coisas em 2023. A primeira, é ter um novo chefe de equipa e um novo diretor técnico, depois das saídas de Jost Capito e François-Xavier Demaison no início de Dezembro, e depois, esperar que o novo chassis os fazer sair da décima e última posição do campeonato de Construtores, lugar onde acabaram na temporada passada. 

Assim sendo, eis as datas já anunciadas: 

6 de fevereiro - Williams 

11 de fevereiro - Alpha Tauri (decoração) 

13 de fevereiro - Aston Martin 

14 de fevereiro - Ferrari 

16 de fevereiro - Alpine

Testes de Pré-Temporada: 

23 a 25 de fevereiro, Bahrein.

Noticias: Divulgados os carros do WEC 2023


A FIA e o ACO divulgaram os carros inscritos no Mundial de Endurance de 2023, e a grande novidade na categoria principal é a presença de 13 carros, de sete marcas diferentes: Cadillac, Kolles, Porsche, Toyota, Ferrari, Peugeot e Glickenhaus.

A marca alemã será a que terá mais carros na classe principal, com três: dois inscritos pela Penske, e o terceiro, pela Jota, onde correrá o britânico Will Stevens, o português António Félix da Costa e o chinês Yifei Ye. Na Vanwall, o carro que Colin Kolles construiu e inscreveu para o Mundial, estarão presentes o francês Tom Dillmann, o argentino Esteban Guerrieri e o canadiano Jacques Villeneuve. 

Para além disso, existirão mais carros nas 24 Horas de Le Mans, pelo menos a Glickenhaus já afirmou que um segundo carro será inscrito na corrida francesa. Quem não participa é a Isotta-Fraschini, que não foi autorizada pela ACO a participar nesta temporada. 

Para além destes carros inscritos na classe LMH e LMDh, estão inscritos mais 11 carros na classe LMP2, bem como 14 na classe LMGTE-Am. Nessa última classe, quase metade - seis carros - serão Porsches 911 RSR-19. 

Frederic Lequién, o CEO do Campeonato do Mundo de Resistência da FIA, afirmou estar contente por assistir a uma enorme quantidade de inscritos na categoria principal.

"É verdadeiramente fantástico ver o WEC e as corridas de ‘sportscars’ em geral de vento em popa. Gostaria de aproveitar esta oportunidade para dar as calorosas boas-vindas aos nossos amigos da Cadillac, Ferrari, Porsche e Vanwall que se juntaram à nossa classe Hypercar este ano – é uma enorme honra ter tantos fabricantes mundiais de automóveis a comprometerem-se com o WEC e a depositarem a sua confiança no nosso campeonato. É também muito encorajador ver entradas fortes em LMP2, bem como um campo recorde LMGTE Am também – o WEC está a preparar-se para a sua melhor temporada até à data”.

Pierre Fillon, o Presidente do Automobile Club de l’Ouest, afirma que 2023 será das temporadas mais emocionates da história. 

O Campeonato do Mundo de Resistência da FIA está prestes a embarcar numa das suas épocas mais emocionantes de sempre. Sete fabricantes estão na fila da grelha de 13 Hypercar. A temporada compreende as 24 Horas do Centenário de Le Mans, ansiosamente aguardadas pelos fãs dos desportos motorizados em todo o mundo. Vemo-nos em Sebring a 11 de março para o Prólogo desta fantástica temporada”.

A temporada terá sete corridas, começando em Sebring no fim de semana de 11 e 12 de março, passando depois por Portimão, um mês mais tarde, a 16 de abril, antes de seguir para Spa-Framcochamps, a 29 do mesmo mês, antes de, a 10 e 11 de junho, disputarem as 24 Horas de Le Mans. A temporada terminará a 4 de novembro no Bahrein.

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Youtube Rally Testing: Os testes de Ogier para Monte Carlo

Depois da Ford, é a altura da Toyota começar a testar com o Yaris Rally1 para o rali de Monte Carlo. Nesta ocasião, é com Sebastien Ogier ao volante, para testar as novidades metidas no carro para a nova temporada. 

O vídeo foi filmado pelo canal Passats de Canto. 

WEC: Ferrari anuncia os seus pilotos para o Mundial


A Ferrari anunciou esta terça-feira o alinhamento para ambos os 499P, os carros da sua equipa no Mundial de Endurance (WEC) e nas 24 horas de Le Mans. No carro numero 50, estarão como pilotos, o italiano Antonio Fuoco, o dinamarquês Nicklas Nielsen e o espanhol Miguel Molina, todos pilotos do programa GT da Scuderia. No carro numero 51, o britânico James Calado terá a companhia dos italianos Alessandro Pier Guidi e Antonio Giovinazzi, ex-piloto da Alfa Romeo, com dois anos de experiência na Formula 1 e que em 2022, andou na Formula E, ao serviço da Dragon Racing. 

Com a escolha das tripulações completamos a última parte do programa que nos separa da nossa estreia em Sebring”, começou por afirmar Antonello Coletta, diretor-desportivo do programa, após a confirmação das tripulações. “Desde o primeiro teste do 499P, em julho passado, temos trabalhado incansavelmente envolvendo os pilotos da família Ferrari. A decisão sobre os nomes não é apenas funcional para as corridas em que vamos competir, mas também para o crescimento que vai continuar durante o campeonato. Temos muito claro o que lhes podemos pedir em termos de desenvolvimento e consistência, e não apenas de velocidade”, concluiu.

Para Giovinazzi, o nome mais sonante da equipa, o desafio será grande, mas espera estar à altura. 

A estreia do 499P será um momento destinado a entrar na história da Ferrari e será para mim uma grande honra fazer parte deste momento extraordinário”, disse Giovinazzi. “Sabemos que temos uma grande responsabilidade que vamos enfrentar com grande humildade, mas conscientes da nossa força e prontos para este grande desafio”, concluiu.

O grande desafio destes pilotos será a adaptação ao carro e aos desafios que estas corridas de endurance irão trazer, especialmente contra uma concorrência que todos afirmam ser muito grande. 

O carro fará a sua estreia nos 1000 milhas de Sebring, marcados para meados de março e claro, será a prova de abertura do campeonato. 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

WRC: Bertelli de Toyota na Suécia


O italiano Lorenzo Bertelli anunciou que irá participar no rali da Suécia, que acontecerá na segunda semana de fevereiro, ao volante de um Toyota Yaris Rally1. O "gentleman driver" italiano de 34 anos, depois de ter sido sétimo classificado no Rali da Nova Zelândia do ano passado, num Ford Puma Rally1, irá correr com nova montada na segunda prova do ano, depois de Monte Carlo.

"No próximo mês tomarei parte do rali da Suécia num Toyota GR Yaris Rally1", começou por dizer Bertelli, no comunicado oficial. "Estou ansioso por correr na minha prova favorita da temporada", continuou. 

Bertelli correrá no quarto carro da Toyota, que está disponível para as probas onde não participa Sebastien Ogier. Em 2023, a marca alinhará com Kalle Rovanpera, Elfyn Evans e Katsuta Takamoto como pilotos oficiais, a tempo inteiro, enquanto Sebastien Ogier fará uma temporada parcial, alinhando no Rali de Monte Carlo. 

Um dos que estava na disposição de ter um Yaris Rally1 era o britânico Gus Greensmith, mas ele acabou por decidir fazer uma temporada a bordo de um Skoda Fabia Rally2 

Endurance: Toyota acredita em LMH clientes


Com o aparecer da nova temporada e a entrada dos novos concorrentes, embora boa parte deles estejam na classe LMDh, mais baratos de construir, a Toyota, que está na classe LMH, acredita que carros cliente da sua parte é uma possibilidade, embora não estejam a pensar nisso. 

É definitivamente possível.", começou por dizer Pascal Vasselon, o diretor técnico da marca japonesa. "Se me perguntar se é a nossa estratégia neste momento, não. Mas é definitivamente possível. Seria possível ter equipas de clientes na LMH”, continuou.

Em relação a à diferença de custos entre ambas as categorias, Vasselon considera que a diferença entre LMDh e LMH não é assim tão vincada. ”O carro LMDh provou ser um pouco mais caro do que o esperado. E no final não deve ser assim tão diferente. No momento em que se vê a intensidade dos testes [de alguns fabricantes], com certeza que é muito mais do que se esperava”, concluiu.

Para quem não sabe muito bem a diferença entre ambas as classes, a LMH (Le Mans Hypercar) é uma classe onde a marca tem a liberdade de montar o seu chassis e construir o seu motor, logo, com maior imaginação para o desenhar. E o melhor exemplo é o 9X8, da Peugeot. E claro, é mais caro.

Na classe LMDh, há um chassis de base já predefinido - existe uma série de construtores designados pela ACO dos quais as marcas encomendam um chassis, de acordo com as suas especificações - e um sistema híbrido estandardizado. Existe uma limitação para criar soluções originais, mas em compensação, o custo para os fabricantes é menor. Foi isso que escolheram Porsche, Cadillac e Lamborghini, entre outros.

O Mundial de Endurance começa no final de março, em Sebring.

domingo, 8 de janeiro de 2023

Youtube Rally Testing: Os testes do Ford Puma Rally1 para Monte Carlo

O pessoal do Passats de Canto anda a filmar algumas passagens dos carros do WRC, agora que o Rali de Monte Carlo está a cerca de três semanas da sua realização. E desde ontem que estão a decorrer os testes dos Ford Puma Rally1 guiados por Ott Tanak e Pierre-Louis Loubet.  

Noticias: Ben Sulayem apoia iniciativa da Andretti


O anuncio da Andretti, da sua parceria com a Cadillac, no sentido de ajudar na sua entrada na Formula 1, teve os seus defensores e adversários. E um dos que defende a entrada da equipa americana é o presidente da FIA, Mohammed ben Sulayem, que mostrou surpresa pelas reações contra iniciativa de Michael Andretti.

É surpreendente que tenha havido algumas reações adversas às notícias da Cadillac e Andretti Autosport.", começou por comentar nas sua conta pessoal na rede social Twitter. "A FIA aceitou as entradas de organizações mais pequenas e bem sucedidas nos últimos anos. Deveríamos estar a encorajar as possíveis entradas de fabricantes globais como a GM e de equipas de corridas com história como a Andretti e outras. O interesse das equipas nos mercados em crescimento acrescenta diversidade e aumenta a atração pela Fórmula 1”, concluiu.

Desde há algum tempo que existem tensões entre ben Sulayem e as equipas, que estão muito relutantes em aceitar uma 11ª equipa, preferindo ficar com as 10, e pedindo mais de 200 milhões de dólares para poderem entrar, sendo depois devolvidas à ordem de 20 milhões por ano. Resta saber se os atritos serão resolvidos, ou eles se acumularão para uma situação parecida com aquela que aconteceu em 2009. 

Youtube Motoring Vídeo: o Audi RSQ e-tron Dakar

Neste dia, onde a Audi perdeu as suas chances de triunfar no Dakar, depois dos problemas que teve Stephane Peterhansel, Mathias Ekstrom e Carlos Sainz Sr, mostra-se por aqui como funciona o modelo RSQ e-tron, um modelo híbrido de 671 cavalos com um motor convencional de 2 litros, vindo do DTM, mais dois motores elétricos, que dão a potência acima referida e a velocidade - e a agilidade - para passar as dunas do deserto saudita.

Se agora sabemos que não será o vencedor deste rally-raid, então mostremos o que ele é, num tempo onde tudo parecia ser prometedor. A história de um projeto que começou do nada 18 meses antes, para se tornar numa máquina capaz de bater a concorrência. Talvez na próxima edição...

O vídeo é do Top Gear.