sábado, 25 de junho de 2016

TCR Portugal: Rafael Lobato foi o melhor na primeira corrida de Vila Real

Francisco Lobato foi o primeiro vencedor da jornada dupla de Vila Real, a contar para o Campeonato Nacional de Velocidade, feito este ano com os regulamentos do TCR. O piloto da Speedy Motorsport conseguiu levar a melhor sobre Francisco Mora, noutro Seat, para alcançar o lugar mais alto do pódio.

Com Lobato a partir da pole-position, ele andou o tempo todo a resistir aos ataques de Mora ao longo dos 25 minutos que durou a corrida, mas ele conseguiu resistir aos seus ataques. 

Atrás, Manuel Gião tinha uma corrida tranquila no seu Volkswagen Golf, a caminho do terceiro posto final, na frente de José Rodrigues, outro dos pilotos que corre sozinho, a bordo do seu Honda Civic. Ambos conseguiram superar Nuno Batista, que tinha perdido ritmo nas voltas finais. António Cabral, no seu Seat, foi o sexto.

No final, Lobato era um piloto feliz com o resultado: "Fiz um bom arranque, tanto eu como o Francisco (Mora) conseguimos distanciar-nos do resto do pelotão e basicamente foi uma corrida a dois na frente da prova. Na primeira chicane, falhei a travagem por causa dos travões frios… o carro não parou e preferi passar por fora do que estragar a corrida toda, mas penso que não foi isso decidiu a corrida, porque saímos todos juntos novamente", começou por dizer. 

"A partir daí tentei dar o meu máximo, ir ganhando margem para o Francisco. Estava-lhe a ganhar tempo em todas as voltas e fui abrindo a distância. Apercebi-me que no ‘cotovelo ele falhou a travagem, perdeu algum tempo e isso permitiu-me a seguir durante duas ou três voltas gerir ligeiramente os pneus, por causa do calor o piso está bastante abrasivo e isso desgasta muito os pneus. No fim apercebi-me que ele voltou ao ritmo inicial, bastante forte, mas já estava longe e eu também estava a controlar a distância e deu para ganhar em casa”, continuou.

Feliz, Lobato dedicou a vitória aos seus pais: “Muito, muito feliz por esta vitória muito saborosa, pois foi alcançada com muita luta e concentração, pois o Francisco Mora não me deu um segundo de descanso. Valorizou muito esta magnífica vitória que dedico aos meus pais, incansáveis no apoio, aos meus patrocinadores que apostam num jovem piloto e à equipa que me deu um carro perfeito. Amanhã será a vez do César e acredito que sairemos daqui com o pleno de vitórias, mais fortes e próximo dos primeiros lugares do campeonato.

Amanhã é a segunda corrida do fim de semana em Vila Real

CNR: Fontes venceu o Rali Vidreiro

José Pedro Fontes venceu o Rali Vidreiro, que decorreu esta sexta e sábado nas estradas à volta da Marinha Grande e Leiria, conseguindo bater o Skoda de Pedro Meireles e o Ford de João Barros. O piloto da Sports & You venceu pela terceira vez nesta temporada e consolida o comando no campeonato, no segundo rali feito em asfalto. Miguel Campos, seu grande adversário no nacional de ralis, foi apenas o quarto classificado, na frente do Citroen de Carlos Martins.

Depois das três classificativas de ontem à tarde/noite, o dia de sábado tinha pela frente seis especiais de classificação, com duas passagens pelas classificativas de Caranguejeira, Espite e São Pedro. 

Na primeira passagem por Caranguejeira, Pedro Meireles partiu para o ataque e ganhou a especial, deixando José Pedro Fontes a 1,4 segundos de distância. Miguel Campos foi o terceiro, a 2,7 segundos, enquanto que João Barros sofreu um pião e perdeu 17,4 segundos. Com este resultado, Barros caiu para o quarto lugar, em troca com Meireles.

Moralizado, este voltou a atacar na primeira passagem por Espite, batendo Fontes por 1,2 segundos, e reduzindo a distância para o líder para os 9,6 segundos, subindo para o segundo lugar, em troca com Miguel Campos. Este, como tinha acontecido a João Barros, sofreu também um pião e perdeu 15,8 segundos, caindo para o terceiro posto e tem agora Barros atrás de si, a apenas dois segundos.

Na parte da tarde, José Pedro Fontes partiu para o ataque. Na segunda passagem pela Caranguejeira, o piloto da Citroen foi o mais veloz, ficando a 1,2 segundos de João Barros e 1,3 segundos sobre Pedro Meireles. Assim, a diferença entre Fontes e Meireles passava para 14,6 segundos, e parecia que o resultado estava decidido, apesar de ainda faltar mais duas classificativas. Atrás, Miguel Campos perdia fulgor, fazendo apenas o quinto tempo e vendo-se cada vez mais instalado no quarto lugar da geral, pois Carlos Martins estava a 31 segundos dele.

A parte final estava reservada às duas passagens pela classificativa de São Pedro. Na primeira passagem, Pedro Meireles foi o vencedor, mas apenas tinha conseguido tirar dois décimos de segundo a Fontes, enquanto que João Barros era o terceiro, e garantia por esta altura o lugar mais baixo do pódio, pois já tinha uma distância de 9,3 segundos.

Na segunda, Fontes consolidou a sua vantagem, e beneficiou com os furos de Miguel Campos e João Barros, que perderam, respectivamente, 23,1 segundos e 45,6 segundos. Com isso, Barros perdeu o terceiro posto para Campos, enquanto que este ficou com o quarto lugar, a um minuto e treze segundos, mais seis do que Carlos Martins, o quinto classificado.

Carlos Vieira, noutro Citroen, foi o sexto, a mais de dois minutos e sete segundos, com Miguel Barbosa a ser o sétimo, numa prova sem grandes problemas, e ainda numa curva de aprendizagem na sua primeira época de ralis. Elias Barros, no seu Ford, foi o oitavo, na frente de Joaquim Alves e Manuel Castro, este último num Skoda Fabia S2000. 

O grande beneficiado do Brexit automobilistico

Para quem não sabe muito de finanças, ou como eram as coisas antes do referendo da passada quinta-feira, direi que o Reino Unido tinha todos os benefícios da União Europeia, sem se aplicar muito. Aliás, sempre foi esse seu objetivo: não passar mais do que uma aliança de comércio livre, com a soberania intocada e um controlo de fronteiras. No país onde nasceu a economia moderna, graças a Adam Smith, tinham a libra e não estavam no espaço Schengen, que permitia que todos circulem sem mostrar passaportes ou peçam autorização de residência para trabalhar ou montar o seu próprio negócio.

E isso tudo tinha os seus benefícios: a libra estava forte, o que permitia ter altos salários e os ingleses podiam viajar sem grandes problemas para os seus destinos de férias favoritos, como o sul de Espanha, o sul de Portugal, o sul de França, a Grécia ou o Chipre, e trocando libras por euros, poderiam gastar mais e melhor. Isto era assim... até ontem. No momento em que se soube do "brexit", a libra perdeu imenso valor, caindo para níveis de 1985. E ainda poderemos não ter visto tudo, pois na segunda-feira (e nos dias seguintes) a moeda inglesa poderá cair ainda mais.

Claro, há benefícios. Com a libra bem barata, exportar para outros países vai sair mais barato, os custos do emprego serão bem mais baratos, mas os ingleses não sairão tanto para passar férias em outros países. Em vez de apanhar sol em Portimão, Ibiza ou Paphos, vão apanhar sol em Blackpool ou Brighton, e haverá menos aviões da EasyJet ou Ryanair a cruzar nos céus da Europa, causando despedimentos no setor e perda de encomendas.

Mas há uma pessoa que ri alegremente a caminho do banco: Bernie Ecclestone. Nas 24 horas que se seguiram ao "Brexit", o anão tenebroso ganhou cerca de 180 milhões de dólares com a desvalorização da moeda. É que antes, a diferença libra-dólar era de cerca de 1.5, agora caiu para 1.32, e isso beneficiará os pagamentos em dólares, especialmente aqueles provenientes dos promotores que pagam a Bernie para ter a Formula 1. E pelos números das finanças da Formula 1, que no final de 2014 resultaram em cerca de 1,8 mil milhões de dólares, parece estar muito feliz com a desvalorização da libra. 

Quem também vai ganhar imenso vão ser as equipas, principalmente as que tem sede na Grã-Bretanha. Pagas em dólares pela FOM, mas com os salários em libras para os seus funcionários, poderão ver os seus orçamentos um pouco mais folgados com esta desvalorização, pelo menos por agora.

Contudo, apesar das boas noticias para Ecclestone e os seus apaniguados, poderão ser dos poucos beneficiados com este resultado. Joe Saward comentava hoje no seu blog o seguinte

(...) Em parte, estou certo, o voto [no Brexit] foi também por causa da tendência em muitos países de rejeitar as classes políticas de hoje, nomeadamente nos EUA, onde em breve poderá eleger uma estrela de "reality show" [Donald Trump], sem experiência política e algumas ideias verdadeiramente assustadoras. A mensagem é que os políticos estão fora de sintonia com o homem comum e, portanto, as pessoas voltaram-se para soluções mais extremas. Os britânicos pró-Brexit parecem ter aglomerados todos esses sentimentos e ao votar, contra todos os conselhos, para sair da Europa, tinham a atitude que "vamos resolver o problema depois, como sempre fizemos".

Esse é o pano de fundo para Brexit, então o que isso significa para a Europa e, mais especificamente, para a indústria do desporto motorizado? A resposta simples é que não se faz qualquer ideia. O país saltou do avião e está apenas começando a perceber que a "Union Jack" por si mesma não pode deter a queda. É um fato interessante que uma das maiores pesquisas do Google no Reino Unido desde a votação ocorreu foi "O que é a UE?" Recriminações já começaram, com um político conservador acusando Boris Johnson de sacrificar um milhão de postos de trabalho a fim de obter as suas ambições politicas. Esperemos que isso seja um exagero" (...)

"A indústria automóvel do Reino Unido constrói cerca de 1,59 milhões de carros por ano e dá emprego a cerca de 800 mil pessoas. É a maior indústria na Grã-Bretanha. O "Brexit" representa uma enorme ameaça para o investimento estrangeiro no Reino Unido. Empresas como a Toyota, Nissan, Honda e Tata escolheram o Reino Unido, mas com o país a sair da UE, isto poderá criar dificuldades para essas empresas o que poderá levá-los a sair. Mesmo antes da decisão Brexit, Grã-Bretanha não era necessariamente a primeira escolha para a Jaguar Land Rover, que decidiu abrir uma nova fábrica na Eslováquia. Claro, o mesmo conceito é verdadeiro em França, onde o sistema torna indesejável para as empresas de automóveis a nível mundial a ter fábricas até mesmo a Renault e Peugeot, que são francesas, têm vindo a abrir novas fábricas em lugares como a Roménia, Marrocos, Irão e China.

A maioria das empresas de automóveis no Reino Unido, disseram antes da votação que preferem o voto para manter a Grã-Bretanha dentro da UE. Eles vão agora analisar suas estratégias e operações, agora que as decisões foram tomadas. É a mesma coisa vai ser feita no setor financeiro e nos serviços em geral. As empresas podem sair dali se acharem que a Grã-Bretanha não dá aquilo que eles querem" (...)

Em suma, Saward acha que nesta "salto no escuro", os britânicos verão a sua economia entrar numa espiral de desinvestimento, fuga e recessão nos próximos dois anos. Poucos escaparão, e mesmo o setor automóvel poderão ver se vale a pena ter fábricas num Reino Unido que poderá desintegrar-se rapidamente, caso, por exemplo, a Escócia conseguir um referendo em 2018. Em suma, os britânicos começam a ter a consciência das consequências de uma votação contrária ao "establishment" e como no cartoon, não vai ser a bandeira que os vai salvar. 

Mesmo que os anti-Europa gritem que isto é o principio do fim, a lógica parece dizer que, a acontecer algum fim, será a do Reino Unido. Os tempos do Império acabaram - só tem algumas rochas espalhadas pelo mundo - o petróleo está em águas escocesas, e o comércio não gosta de qualquer tipo de obstáculo, mesmo que a libra, um dia, valha tanto quanto o real brasileiro ou o rand sul-africano. Em suma, queriam ver o circo pegar fogo, mas agora estão no meio da multidão, a tenda está prestes a cair e não planearam a fuga dali.

Mas isto tudo está no inicio. Mesmo Bernie Ecclestone poderá não esfregar as mãos de contente por muito tempo...

Rumor do dia: Calendário da Formula E foi chumbado pela FIA?

A uma semana da ronda final da Formula E, em Londres, surgiu esta sexta-feira a noticia de que o calendário da próxima temporada poderá ter sido chumbado pela FIA. Segundo conta a Autosport britânica, a razão indicada tem a ver com um pedido de clarificação do calendário que terá onze corridas, incluindo duas jornadas duplas em Montreal e Nova Iorque, em junho de 2017.

Apesar de tudo, a FIA considera que a devolução do calendário aos promotores da Formula E não é uma rejeição: "O calendário não foi rejeitado e uma lista provisória de corridas será emitida dentro em breve", disse um porta-voz da FIA, após a reunião do Conselho Mundial, em Turim.

"O calendário está a ser finalizado e precisa de um pouco mais de clareza. Vai haver mais algum tempo adicional para definir o calendário real e isso deve ser comunicado dentro em breve", concluiu.

Segundo conta o jornal, o grande problema no calendário, que quer começar a 9 de outubro, em Hong Kong, é um intervalo muito grande entre as corridas de Marrakesh, a 12 de novembro, e de Buenos Aires, a 18 de fevereiro. Depois, haveria corridas muitos chegadas em termos de tempo - Paris e Mónaco aconteceriam no espaço de uma semana, a 13 e 20 de maio - e para além disso, a Formula E quer fazer uma prova original entre piloto e fã virtual, a 8 de janeiro, em Las Vegas.

Tudo isto vai voltar para trás, para que possa ser afinado e entregue a tempo de ser aprovado, provavelmente no mês que vêm.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

CNR: Fontes lidera o Rali Vidreiro

José Pedro Fontes lidera o rali Vidreiro, completas estão as três primeiras classificativas desta prova a contar para o Nacional de Ralis. Contudo, o rali foi atribulado devido ao acidente de Diogo Salvi, na segunda passagem pela classificativa do Farol, sem consequências para o piloto e o seu navegador, Paulo Babo. Por causa disso, o rali ficou interrompido por algum tempo.

O rali começou com José Pedro Fontes a entrar ao ataque, vencendo na primeira passagem pelo Farol, com uma vantagem de 1,1 segundos sobre o Skoda de Miguel Campos e 3,9 segundos sobre Ford de João Barros. Os seis primeiros eram carros R5, com o sétimo a ser o Porsche de Adruzilo Lopes. Mas o piloto de Famalicão não foi longe, pois o rompimento de uma bomba de água na ligação causou a sua desistência.

Na segunda passagem pela classificativa do Farol, Fontes continuou a alargar a sua liderança, desta vez com 3,3 segundos de vantagem sobre João Barros, e 3,9 segundos sobre Miguel Campos. Contudo, o despiste de Salvi fez com que esta tenha sido interrompida, para que pudessem colocar os socorros para assistir aos pilotos do Skoda Fabia R5.

Caída a noite, máquinas e pilotos estavam no centro da Marinha Grande para a classificativa que iria acontecer por ali. João Barros levou a melhor sobre Pedro Meireles, por 1,2 segundos, com Miguel Campos a ser o terceiro, a 1,4 segundos. Elias Barros e Carlos Martins ficaram logo a seguir, com José Pedro Fontes a ser apenas sétimo, mas a manter a liderança.

No final das classificativas de hoje, o piloto da Citroen mantinha a liderança com uma vantagem de 3,9 segundos sobre Campos, com Barros a ser terceiro, a 4,7 segundos.

Amanhã, o Rali Vidreiro continua com a realização das duplas passagens por Caranguejeira, Espite e São Pedro.

A imagem do dia

Hoje é o dia de anos de Juan Manuel Fangio, talvez um dos melhores pilotos de todos os tempos. E aqui, ele comemora a vitória numa das corridas mais difíceis da história da Formula 1, o GP da Argentina de 1955. "El Chueco" resistiu a temperaturas de 70 graus Celsius dentro do cockpit do seu Mercedes, pensando que tinha uma banheira cheia de gelo.

Foi por estas e outras coisas que ele foi considerado como um dos mais geniais do seu tempo. E nunca puxou dos seus limites, porque sabia que era mais veloz do que os outros, sem se arriscar. A consistência era o seu forte. 

"Brexit" automobilistico

Como é sabido, os britânicos votaram ontem em referendo a sua saída da União Europeia. 52 por cento votaram pela sua saída, enquanto que 48 por cento votaram para a permanência. Foram cerca de 1,2 milhões de votos de diferença, com os mais jovens, as cidades como Londres e Liverpool a votarem pela permanência, acompanhados por regiões como a Escócia e a Irlanda do Norte. Do lado da saída, o campo, as pequenas cidades operárias e os mais velhos votaram massivamente nesse sentido.

As consequências imediatas foram fortes: a libra desvalorizou-se para níveis de 1985 (!) e o primeiro-ministro David Cameron demitiu-se. A Escócia já exigiu um novo referendo, e há pessoas na Irlanda do Norte a pensar também no mesmo, não no sentido da independência, mas sim na unificação com a Irlanda.

A economia vai ficar afetada, e há receios de que eles entrarão numa recessão de cerca de um por cento a partir do próximo ano. A fuga de capitais e de empresas poderá ser uma realidade e Londres, como praça financeira, poderá ressentir-se disso.

Mas o que uma decisão politica como esta afeta a Formula 1 e o automobilismo em geral? Tudo. A Grã-Bretanha é uma potência automobilística, e 80 por cento das equipas tem como sede o centro do país, que é adequadamente chamado de "Motorsport Valley". Na Formula 1, tirando a Ferrari, Sauber, Toro Rosso e (parcialmente) a Renault e a Haas, as equipas estão todas concentradas nesse local, enquanto que na Endurance, tirando as equipas que tem chassis Ligier, na LMP2, estão quase todas em paragens britânicas.

O que vai acontecer com a Formula 1 depois do "Brexit"? Bom, com a libra a desvalorizar, os custos de transporte irão inevitavelmente aumentar. E não agora, mas mais tarde, os camiões terão de parar mais vezes nas fronteiras, aumentando a burocracia, para além disso os funcionários poderão ter de pedir um visto de trabalho para permanecer por ali. Apesar de serem funcionários especializados, podem não ter problemas em arranjá-lo - os estrangeiros - mas outros poderão ter problemas.

Outro grande problema serão os orçamentos. Se dependerem totalmente da libra, a conversão para o euro ou o dólar, a partir de agora, foi perdida. Dias antes do referendo, a proporção para o dólar era de 1,5 (uma libre valia 1,50 dólares) com a diferença para o euro de 1,2. Agora, essa vantagem poderá ser perdida, pois se a desvalorização poderá favorecer as empresas exportadoras, para montar um orçamento vai ser mais custoso.

Apesar de tudo, as equipas esperam que o impacto seja pequeno. Paddy Lowe, o diretor da Mercedes, contou ao Luiz Fernando Ramos, por alturas do GP do Mónaco, que isto não fará grande diferença: "Fizemos uma análise. Um dos nossos diretores estudou o assunto porque alguns dos nossos funcionários perguntaram como eles deveriam votar. A conclusão foi que não fará muita diferença, seja para a companhia, seja para a Formula 1 em geral, em termos de como conduzimos os nossos negócios", afirmou.

Mesmo que haja otimismo nesses lados, apesar do impacto de uma decisão destas, se a libra continuar a desvalorizar-se em relação ao euro, por exemplo (ou até ao dólar), o poder de compra perderá, é inevitável. E para piorar as coisas, se as pessoas antes poderiam suportar o mau tempo, com o dinheiro que cairia na conta bancária no final do mês, agora, outras paragens, que antes não eram atraentes, podem subitamente se tornar algo mais sedutor. Especialmente no sul da Europa, que eram antes apenas um mero destino de férias... 

quinta-feira, 23 de junho de 2016

A imagem do dia

Michele Mouton comemora hoje o seu 65º aniversário. A melhor mulher-piloto de sempre, agora delegada da FIA para os Ralis, teve uma carreira memorável, especialmente no tempo em que esteve na Audi, ao lado de pilotos como Walter Rohrl ou Stig Blomqvist. As suas quatro vitórias aconteceram no periodo de 1981 e 82, quando a FIA tiha acabado de criar o Grupo B, e o carro era o mais veloz dos ralis.

O grande ano de Mouton é o de 1982, onde a consistência dela o colocou bem perto do título mundial, o que seria inédito na sua carreira. A bordo do Audi Quattro, a piloto, navegada pela italiana Fabrizia Pons, Mouton já tinha mostrado ao que vinha quando venceu em Sanremo, sendo a primeira mulher a vencer um rali do campeonato do mundo.

Mouton começou a correr por incentivo do seu pai, e pelo meio, andou nas 24 horas de Le Mans, conseguindo até um meritório 21º posto na edição de 1975, vencendo na classe dos dois litros, a bordo de um Moynet-Simca. Fazendo participações no Europeu de Ralis e nas etapas francesas do Mundial, até 1980, a Audi contratou-a por causa do seu talento, e demonstrou-o, primeiro, com um quarto lugar no Rali de Portugal, e depois, com a tal vitória.

Em 1982, competiu em todas as provas, excepto no Rali Safari, e deu logo nas vistas quando venceu o Rali de Portugal. Repetiu o feito em junho, no difícil rali da Acrópole, na Grécia, e em setembro, noutro difícil rali, o do Brasil, onde apenas seis carros chegaram ao fim.

Por esta altura, Mouton tinha uma chance única de vencer o Mundial, contra o seu companheiro de equipa, Walter Rohrl. O talentoso piloto alemão queria vencer o campeonato, e não admitia que fosse batido por uma mulher, apesar de reconhecer o seu talento, e o "showdown" entre ambos iria acontecer na Costa do Marfim, outro rali bem duro na África Ocidental.

Na véspera, Mouton soube que o seu pai, o seu maior incentivador na sua carreira, estava a sucumbir a um cancro. No seu estretor, ele pediu que desse o seu melhor, e ela foi, chegando a estar na frente do rali - e virtualmente, campeã do mundo - a mais de um minuto e meio do segundo classificado, Hannu Mikkola. Mas sobretudo, tinha mais de uma hora para o seu rival, Rohrl. E a aguentar temperaturas de 70 graus Celsius ao volante!

No final, o alemão esforçou-se para a apanhar, e os problemas de transmissão no seu carro, culminando com um acidente que a fez capotar, fizeram com que perdesse para Rohrl. Para ele, foi um alivio, porque "teria aceitado perder para Mikkola, mas não para Mouton. E não é por causa do seu talento, mas sim por ser mulher". Mouton ainda conseguiu ser segunda no Rali RAC, ficando com o vice-campeonato, e a Autosport britânica votou nela como sendo a melhor do ano.

Mouton continuou a correr até 1985 pela Audi, mas os acidentes de Henri Toivonen e de Marc Surer, num mês, fizeram abandonar o WRC de vez, dedicando-se à organização do Rali dos Campeões. Agora está na FIA, moldando os ralis do futuro. Feliz Aniversário! 

Endurance em Cartoons - Romain Dumas (Cire Box)

A versatilidade de Romain Dumas é tanta que o "Cire Box" questiona se ele não será um extra-terrestre? É que poucos dias depois de ter estado em Le Mans, está agora em paragens americanas, a correr no Pikes Peak...

Endurance: Toyota explica falha mecânica em Le Mans

Quatro dias depois da Toyota ter tido uma falha catastrófica a poucos minutos do final da corrida, a marca japonesa explicou finalmente a razão pelo facto do carro numero 5, então guiado por Kazuki Nakajima ter tido esse problema, impedindo o triunfo da marca japonesa na clássica de La Sarthe. Segundo eles, foi um conector de ar defeituoso entre o turbocompressor e o intercooler, causando a perda de potência.

"O carro numero 5 sofreu um defeito técnico num conector na linha de ar entre o turbocompressor e intercooler, causando uma perda de controle do turbo. A equipa tentou modificar as configurações de controle para restaurar a potência e este acabou por ser alcançada, permitindo que o carro concluisse a última volta. No entanto, foi conseguida demasiado tarde para completar dentro dos necessários seis minutos", começou por dizer a marca japonesa no seu comunicado oficial.

"Atualmente não está exatamente claro porquê essa falha ocorreu, como temos verificado o processo utilizado para produzir a parte aqui em Colónia. Uma análise mais aprofundada será necessária para determinar a causa [desta avaria]. É claro que a questão não tem qualquer relação com os problemas de motor experiemtados em Spa-Francochamps no início desta temporada. Investigações abrangentes estão em andamento na TMG [Toyota Motor Gmbh, em Colónia] para determinar a causa exata para esta questão com o objectivo de estabelecer medidas para evitar qualquer repetição no futuro", concluiu.

Recorde-se que essa falha catastrófica, que aconteceu a quatro minutos do final das 24 horas de Le Mans, impediu a marca japonesa de alcançar uma inédita vitória na clássica prova de La Sarthe. No seu lugar, foi o Porsche numero 2, guiado por Romain Dumas, Neel Jani e Marc Lieb, os grandes vencedores desta prova, alcançada pela 18ª vez, a segunda consecutiva.

WTCC: Volvo troca de pilotos em Vila Real

A Volvo decidiu trocar de pilotos. A partir do fim de semana de Vila Real, Frederik Ekblom sai de cena para dar lugar a Robert Dahlgren, que vai fazer dois campeonatos, o STCC e WTCC, dando prioridade ao primeiro sempre que haja coincidência em termos de calendário.

Dahlgren, que já está em Vila Real, afirma sentir-se “honrado por esta oportunidade fantástica. Estou envolvido neste programa desde a nossa primeira época juntos em 2011, tal como com o desenvolvimento do carro este ano”. O piloto sueco, de 36 anos (nasceu a 1 de dezembro de 1979) fez várias corridas ocasionais no WTCC entre 2007 e 2010 e alinhou na época inteira de 2011 num Volvo C30 movido a bioetanol, onde conseguiu como melhor resultado um quarto lugar numa das corridas na Alemanha.

Para além disso, Dahlgren já venceu o STCC em 2010 - e lidera o campeonato deste ano - e andou a temporada de 2014 nos V8 Supercars australianos, num dos Volvo S60 preparados pela Gerry Rogers Motorsport. 

quarta-feira, 22 de junho de 2016

CNR: Teodósio justifica ausência no Rali Vidreiro

Depois da prestação positiva nos Açores, Ricardo Teodósio e o seu navegador José Teixeira decidiram que irão estar ausentes na Marinha Grande. A razão tem a ver com os limites orçamentais, que fizeram com que tivessem levado para os Açores, mas não para a Marinha Grande. Assim sendo, a dupla disse em comunicado oficial na sua página de Internet que irá abdicar esta prova, para se poder preparar condignamente para a segunda parte do campeonato, com passagem pelo menos no Casinos do Algarve.

Segundo o piloto algarvio “a estratégia passa por testar intensivamente em asfalto - e também em terra - para o nosso andamento se poder traduzir em resultados nas últimas provas deste ano e, desta forma, melhor nos prepararmos para o campeonato do próximo ano onde a ideia é surgir competitivo desde o primeiro quilómetro!”, contou.

Teodósio acrescentou ainda que “as próximas semanas irão ser muito importantes pois iremos ter reuniões com dois novos potenciais patrocinadores, assim como com aqueles a quem muito agradecemos e que têm sido o suporte desta época”. Ele afirma que caso os resultados sejam positivos, não só participarão no Casinos do Algarve, como também no Rali de Mortágua.

CNR: Miguel Barbosa confiante no Rali Vidreiro

O Rali Vidreiro vai ser o segundo rali em asfalto para Miguel Barbosa, que está em processo de aprendizagem no campeonato nacional de ralis. Depois de um sexto lugar no Rali de Castelo Branco, o piloto do Skoda Fabia R5 espera que o Rali Vidreiro seja mais uma etapa na sua evolução nos ralis, no sentido de se aproximar dos mais velozes. 

Temos vindo a evoluir de forma significativa nestas três provas já disputadas e continua a ser esse o nosso propósito para este primeiro ano nesta modalidade. Queremos continuar a fazer quilómetros aos comandos do nosso Skoda Fabia R5 que se tem confirmado como uma excelente aposta e com ele conseguir realizar tempos cada vez mais próximos dos pilotos mais rápidos. Este será apenas o meu segundo rali de asfalto, onde me sinto menos à vontade, mas estou muito motivado para andar rápido e ser eficaz”, começa por dizer.

Para Miguel Ramalho, seu navegador, afirma que “o desafio é idêntico de corrida para corrida. É importante fazer quilómetros sem cometer erros para se poder evoluir. Foi isso que aconteceu nas estreias de Fafe e de Castelo Branco, numa prova muito específica como foi a dos Açores e espero que também aconteça na Marinha Grande

Recorde-se que o Rali Vidreiro - Centro de Portugal irá ter nove especiais, três delas na sexta-feira à noite, primeiro com duas passagens pela classificativa do Farol, antes da especial noturna na Marinha Grande. No sábado, o rali prossegue com as passagens duplas por Caranguejeira e Espite, e também em São Pedro, num total de 114,82 quilómetros de troços cronometrados.

Cinco exemplos de como a Toyota é a construtora mais azarada do mundo

A Toyota é uma das maiores construtoras do mundo e tem uma longa história no automobilismo, em modalidades como a Formula 1, Endurance, IndyCar, Ralis, entre outros, em campeonatos locais e mundiais. A sua entrada foi discreta, mas a sua persistência deu resultados, vencendo mundiais de ralis e de Endurance, para além de vitórias na IndyCar.

Contudo, a construtora japonesa teve imensos azares, especialmente em ocasiões onde esteve prestes a alcançar a vitória. À construtora já aconteceu de tudo: desclassificações por infrações nos regulamentos, má policia corporativa, más decisões em termos de pilotos, engenheiros e projetistas, entre outros. Em contraste, a sua rival Honda, já teve muito mais sucesso em várias categorias como na Formula 1 e a IndyCar. 

Como resultado final, a Toyota, que durante muitos anos foi a marca de automóveis com mais vendas em todo o mundo, acaba por não ter grande palmarés, apesar de já ter investido milhares de milhões de euros nos seus projetos desportivos desde meados dos anos 70, quando constituiu o Toyota Team Europe, na cidade alemã de Colonia.



1 - WRC, 1995



O Mundial de Ralis de 1995 foi o primeiro a usar o sistema de rotação entre ralis, ideia de Max Mosley, e havia um duelo entre Toyota e Subaru, com o seu modelo Impreza. com Ford e Mitsubishi a assistir de forma mais distante. A Toyota tinha o seu modelo Celica, com Didier Auriol e Juha Kankkunen, enquanto que a Subaru tinha Carlos Sainz e Colin McRae, num duelo onde parecia que os pilotos da marca preparada pela Prodrive tinham levado a melhor, pois partilhavam as vitórias - e a luta pelo campeonato - entre si.

Contudo, no Rali da Catalunha, os Toyota foram inspecionados pela FIA, que descobriu irregularidades dentro dos seus carros, e decidiu punir de forma exemplar, suspendendo-os por um ano e desclassificando-os desse campeonato. O anuncio foi uma surpresa para toda a gente e caiu como uma bomba no meio dos ralis, tornando-se num dos maiores escândalos da história do automobilismo.


2 - Rali RAC, 1998


O Rali RAC de 1998 era a última prova do Mundial de Ralis desse ano, e a disputa do título era entre o espanhol Carlos Sainz e o finlandês Tommi Makkinen. O primeiro tinha regressado à Toyota, onde tinha vencido os seus mundiais em 1990 e 1992, enquanto que Makkinen estava na Mitsubishi, que o tinha ajudado a vencer os dois últimos títulos da categoria WRC.

O rali acabou demasiado cedo para Makkinen, que numa das primeiras classificativas, arrancou uma roda do seu Lancer e encostou à berma, assistindo apenas ao resto do rali, convencido de que Sainz iria vencer o campeonato, bastando apenas que chegasse ao fim do rali e pontuar o suficiente para ser coroado como campeão do mundo.

Contudo, a 300 metros do fim da última especial, o radiador do seu Corolla WRC furou e o motor deixou de funcionar, à vista do mundo inteiro, que captou os gestos desesperados do seu navegador, Luis Moya. Mesmo que o carro tivesse arrancado dali, ele teria de chegar inteiro ao parque fechado para poder ser classificado. Makkinen recebeu a noticia de que tinha sido campeão no hotel, quando se preparava para cumprimentar Sainz como vencedor...   

A carreira do espanhol prosseguiu até 2003, mas nunca mais seria campeão. Já Makkinen, ainda ganhou o título em 1999, com a Mitsubishi, para se retirar em 2002, e agora está a ajudar... a Toyota no seu regresso ao WRC, em 2017.


3 - Le Mans, 1999


Em 1999, a Toyota veio para a Endurance com o modelo GT-One, determinado em alcançar o sucesso na clássica francesa, depois da Mazda ter feito o mesmo sete anos antes. Numa corrida que tinha Mercedes e Audi, a Toyota inscreveu três carros para a prova de La Sarthe, o primeiro para Ralf Kelleners, Alan McNish e Thierry Boutsen, o segundo para a tripla constituída por Martin Brundle, Emmanuel Collard e Vicenzo Sospiri e o terceiro para uma tripla totalmente japonesa, constituída por Ukyo Katayama, Toshio Suzuki e Keiichi Tsuchiya.

A edição de 1999 foi das mais atribuladas dos últimos 15 anos. Os Mercedes retiraram-se voluntariamente depois dos acidentes nos treinos e na corrida, primeiro com Mark Webber, e depois com Peter Dumbreck, e depois tornou-se num duelo entre BMW, Audi e Toyota. Os japoneses, andaram primeiro a par dos Mercedes, e depois com o BMW. Mas os carros japoneses tinham problemas com o desgaste dos pneus: pelas onze e meia, o carro numero 1, então guiado por Martin Brundle, tem um furo a alta velocidade na reta Mulsanne, antes da primeira chicane, e acabou por desistir, devido aos estragos causados pelo furo na transmissão.

Com isso, o carro numero 2 tornou-se no perseguidor aos BMW, mas pelas duas da manhã, Thierry Boutsen sofre um furo a alta velocidade perto do simbolo da Dunlop, acabando com o carro fora de pista e com o simpático piloto belga a ser extraído com lesões nas costas. Aliás, este acidente precipitou o final da sua carreira no automobilismo.

Pela manhã, os BMW estavam na frente, mas o Toyota resistente, o da tripla japonesa, conseguia apanhar o carro alemão a olhos vistos. A uma hora do fim, Ukyo Katayama, outro ex-piloto de Formula 1, tinha menos de um minuto de diferença, e estava a apanhá-los, ao ritmo de quatro segundos por volta. Contudo, na zona das curvas Porsche, sofreu um furo, mas conseguiu controlar o carro o suficiente para o levar para as boxes. No final, ficaram com o segundo lugar, mas tinham perdido a sua grande chance de vitória. 


4 - Formula 1, 2002-09


Em oito temporadas na categoria máxima do automobilismo, e 140 Grandes Prémios, a Toyota ficou com a dúbia reputação de nunca ter ganho qualquer corrida, apesar dos investimentos anuais da ordem dos 500 milhões de euros e da construção de uma enorme sede em Colónia, na Alemanha, a sede da TTE. 

Durante esse tempo, a marca japonesa conseguiu três pole-positions, treze pódios e três voltas mais rápidas, e acolheu pilotos como Mika Salo, Alan McNish, Jarno Trulli, Ralf Schumacher, Cristiano Da Matta, Timo Glock e Kamui Kobayashi, entre outros, mas não alcançou nada, nem se ouviu o hino japonês, como construtora. 

Muitos apontam a cultura corporativista japonesa como uma boa razão para o seu insucesso, mas também os recursos humanos não ajudaram muito, contra equipas com espírito mais "garagista" ou mais experimentado nesta categoria, como a Ferrari, McLaren, Williams ou Red Bull, que demoraram menos tempo para lá chegarem. No final de 2009, e apesar de terem revelado um piloto como Kobayashi, aproveitaram a saída da Honda, no ano anterior, para fazer o mesmo, apostando na Endurance e a partir de 2017, o WRC, com o modelo Yaris.


5 - GP dos Estados Unidos, 2005


Se no parágrafo acima falei sobre a carreira da marca como um tudo, aqui falo de um exemplo de como fatores externos impediram de alcançar a tão desejada vitória para a marca. Como é sabido, a temporada de 2005 foi a melhor de todas para a Toyota, pois alcançou pódios com Jarno Trulli e Ralf Schumacher, no modelo TF105, desenhado por Mike Gascoyne.

No GP dos Estados Unidos, Trulli conseguiu algo que a Toyota também procurava, que era uma pole-position. O feito alcançado pelo piloto italiano, porém, tinha ficado ensombrado pelo acidente de Ralf Schumacher na dia anterior, que tinha embatido fortemente no muro da Curva 13, acabando por ser substituido pelo brasileiro Ricardo Zonta

O inquérito do acidente chegou à conclusão de que o grande culpado tinha sido os pneus, que não eram capazes de resistir às pressões centrifugas daquela curva, que não era nada mais, nada menos do que a Curva 1 do Brickyard. Apesar dos pedidos da Michelin para mandar um novo conjunto de pneus, mais resistente, negado pela FIA, estes não tiveram outro remédio senão de não participar na corrida, com as consequências que todos nós sabemos. 

terça-feira, 21 de junho de 2016

A foto do dia (II)

E tal como a Porsche, a Ford comemora a sua vitória em Le Mans num cartaz feito para a ocasião, desta vez na categoria GTE-Pro, e meio século após a sua primeira vitória. 

CNR: Divulgada a lista de inscritos do Rali Vidreiro

O Clube Automóvel da Marinha Grande divulgou esta terça-feira a lista de inscritos definitiva do Rali Vidreiro, com a confirmação de 60 carros, 40 para o campeonato nacional, e mais vinte para os Clássicos. Desses 40 inscritos, estão dez R5, um S2000, três Porsches 997 GT3 e oito R1, entre outros.

Confirma-se que Ricardo Moura, Ricardo Teodósio e Fernando Peres primam-se pela ausência neste rali, essencialmente em asfalto, enquanto que Adruzilo Lopes e Vitor Pascoal terão a companhia de Luis Lourenço em termos de Porsche.

Recorde-se que o Rali Vidreiro - Centro de Portugal irá ter nove especiais, três delas na sexta-feira à noite, primeiro com duas passagens pela classificativa do Farol, antes da especial noturna na Marinha Grande. No sábado, o rali prossegue com as passagens duplas por Caranguejeira e Espite, e também em São Pedro, num total de 114,82 quilómetros de troços cronometrados. 

A foto do dia

O anuncio da Porsche para comemorar  a sua 18ª vitória nas 24 Horas de Le Mans merece todo o nosso respeito. E é uma excelente manifestação de "fair-play" e respeito pelos adversários.

Traduzido - há quem não perceba mais o francês:


"O valor de uma vitória mede-se pela qualidade dos nossos adversários.

Porsche vence as 24 Horas de Le Mans pela 18ª vez. E à Toyota, o nosso respeito para todo o sempre."

Formula 1 em Cartoons - GP Baku (Cire Box)



As incidências da corrida de Baku, vistas pelo "Cire Box" onde apesar de tudo, ninguém esquece do sucedido à Toyota nas 24 Horas de Le Mans...

E no Top Gear desta semana, temos...


Top Gear S23E04 Aston Martin Vulcan, Tesla... por carabinieri8
O Top Gear desta semana é bem interessante: temos Chris Harris em Abu Dhabi a experimentar o Aston Martin Vulcan, temos uma viagem entre Londres e Veneza entre o comboio e o carro - ou seja, luxo contra velocidade - mais a habilidade de Eddie Jordan com as colheres, e por fim, um Tesla modelo X para experimentar. Desta vez, todos andaram por ali.  

Entretanto, e durante a semana, soube-se que a BBC vai dar mais espaço a Rory Reid e a Chris Harris dentro do Top Gear, em detrimento do Chris Evans, que vai ter cada vez menos destaque. Aos poucos, estão a fazer os devidos ajustes no novo programa, e ver os dois integrantes do Extra Gear por ali até é bom...

Enfim, gozem o programa!

Youtube Motorsport Podcast: A minha participação no 107 por cento


Podcasts é o que não faltam por ai, mas ultimamente tenho andado a ser convidado a participar em alguns. Depois de na semana passada ter sido o convidado do Alta Octanagem, esta domingo foi convidado pelo Bruno, o dono do Podcast 107 por cento, para dizer o que pensei da corrida de Baku, acompanhado pelo rapaz que escreve no blog Velocidade Alta.

A conversa tem cerca de uma hora e vinte, e dissemos das boas sobre a corrida. Cliquem aqui e gozem o momento.

CNR: José Pedro Fontes deseja regressar aos triunfos

Com o Rali Vidreiro a acontecer no final da semana, o atual líder do campeonato, José Pedro Fontes, deseja regressar às vitórias, depois de um rali dos Açores modesto, vendo um dos seus rivais do campeonato, Ricardo Moura, a vencer a prova. O piloto da Sports & You, que pilota um Citroen DS3 R5, espera que neste seu regresso ao continente, consiga bater a concorrência e mantenha intactas as suas aspirações ao título nacional.

No Rali Vidreiro, o objetivo de Fontes é um: “A meta é regressar às vitórias! Não podemos pensar de outra forma e é com esse intuito que estamos a preparar este quarto rali do ano. Vencer e ficar ainda mais à vontade na liderança do campeonato", começou por afirmar. 

"Sabemos o que temos pela frente e é nesse sentido que temos vindo a preparar este regresso do Nacional ao continente e aos pisos de asfalto. Sabemos que temos condições para vencer, mas também estamos conscientes do valor dos nossos rivais, que têm dado uma excelente réplica. Todavia, temos que ter em conta que este é um rali exigente, apesar de curto, e com especiais muito rápidas", continuou. 

"Ainda há muito campeonato pela frente e há que delinear a melhor estratégia no sentido de alcançar esta meta imediata, mas não colocar em risco o objectivo da época. Sabemos que estamos fortes e com a motivação em alta. Esperamos superar mais esta batalha”, concluiu.

O Rali Vidreiro - Centro de Portugal vai ter nove especiais, três delas na sexta-feira à noite, com as duas passagens pela classificativa do Farol, antes da especial noturna na Marinha Grande. No sábado, o rali prossegue com as passagens duplas por Caranguejeira e Espite, e também no Pinhal de Leiria, num total de 114,82 quilómetros de troços cronometrados 

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Endurance em Cartoons - Le Mans 2016 (Pilotoons)

De facto, o automobilismo é cruel, especialmente quando constróis o teu castelo de cartas e no último lance... voa tudo. É aquilo que o Bruno Mantovani queria mostrar neste desenho, com o Kazuki Nakajima a colocar a última carta do baralho.

Formula 1 em Cartoons - Baku (Pilotoons)

O Bruno Mantovani decidiu esta semana homenagear Sergio Perez e o ator mexicano Ruben Aguirre, o Professor Girafles da série "Chavo de Ocho", morto na semana passada com 82 anos. De facto, o professor não poderia avaliar melhor o desenho do seu compatriota da Force India... 

A(s) image(ns) do dia







A história foi recordada ontem pelo Paul-Henri Cahier, e as circunstâncias não foram exatamente iguais, mas andam lá perto. Há precisamente 50 anos, em Le Mans, a Ford batia por fim a Ferrari na sua demanda pela vitoria em La Sarthe. A história - contada magnificamente por A.J Baime no seu livro "Go Like Hell" - mostra as personagens que ajudaram a marca de Detroit bater a marca de Maranello. Personagens como Carrol Shelby, Henry Ford II, Lee Iaccoca, e sobretudo, pilotos como Dan Gurney e Ken Miles.

Contei sobre Miles no inicio deste blog, há nove anos, mas volto a contar: nascido a 1 de novembro de 1918 na Grã-Bretanha, combateu na II Guerra Mundial como comandante de tanques e depois apostou no automobilismo, antes de ir em 1953 para a California. Para além dos seus talentos de piloto, também tinha talentos de engenheiro, o que era conveniente para modificar carros de forma a torná-los mais potentes, fiáveis e vencedores.

No inicio dos anos 60, Miles conheceu Shelby e este o convidou para guiar e trabalhar com os Cobra. A evolução desses carros, especialmente depois de Henry Ford II ter visto Shelby e o contratado, contou muito com a ajuda deste inglês que só bebia chá e falava com a boa de lado. Era ele que pilotava os carros nos testes que faziam em Riverside e noutros circuitos.

Em 1966, Miles, então com 47 anos, estava a ter a temporada da sua vida. Com Lloyd Ruby, tinha ganho as 24 Horas de Daytona e as 12 Horas de Sebring, duas das mais importantes provas de Endurance na América, e ele foi na armada da Ford para vencer em Le Mans. Iria alinhar ao lado do neozelandês Dennis Hulme, que nessa altura já era piloto da Brabham na Formula 1, enquanto que noutros carros, iriam alinhar pilotos como os compatriotas de Hulme, Bruce McLaren e Chris Amon, que iriam guiar o carro numero 2, pintado de negro e branco, as cores dos "All Blacks".

Quando os Ferrari ficaram fora de combate, naquela edição chuvosa, e a Ford parecia que iria monopolizar o pódio, o diretor comercial da Ford, Leo Beebe, propôs a Henry Ford II que se fizesse uma chegada em formação, para mostrar ao mundo que os americanos tinham dominado. Miles e Hulme eram os primeiros, mas quando recebeu as ordens para que abrandasse "para a fotografia", protestou, deixando que o carro numero 2 atravessasse a meta em primeiro, porque as regras desse tempo contavam a distância percorrida desde o lugar que largaram, em vez de uma grelha de partida convencional.

E por causa disso, Miles e Hulme não ganharam a corrida. E essa injustiça pelo resultado ficou marcada de forma ainda mais cruel a 17 de agosto desse ano, em Riverside, quando Miles testava a versão J do GT40, perdendo o controle do seu carro e batendo num banco de areia, matando-o. Tinha 47 anos.

Youtube Rally Testing: os testes do Toyota Yaris 2017

A Toyota tem andado a testar por estes dias em Espanha, e o Yaris mostra-se numa versão cada vez mais próxima do seu final, com Juho Hanninen como piloto de testes. Eis as imagens do video, tiradas por Jaume Soler.

CNR: Miguel Campos com ambições no Rali Vidreiro

A seis dias do Rali Vidreiro, Miguel Campos quer regressar aos bons resultados com o seu Skoda Fabia R5. Depois das boas prestações nos dois primeiros ralis do ano, e de ter sido o melhor português no Rali de Portugal, Campos deseja voltar a competir pelos lugares cimeiros neste rali da zona Centro, com ambições de vitória.

Estou muito contente por garantir mais uma prova pois não tem sido fácil. Quero agradecer aos meus patrocinadores por apostarem na minha presença em mais uma prova. Apesar de perdermos as pontuações do Rali dos Açores, estamos de volta para lutar pelos três primeiros lugares. Espero que o Skoda, após os próximos testes, fique mais competitivo. Voltamos ao campeonato para lutar pelo melhor lugar se assim nos for possível”, afirmou o piloto do Skoda Fabia R5.

O  Rali Vidreiro vai ter nove especiais de classificação, três deles a acontecer logo na sexta-feira, dia 24, com duas passagens pelo Farol e a super-especial noturna no centro da Marinha Grande. No sábado, dia 25, o Clube Automóvel da Marinha Grande preparou um itinerário com mais seis troços, com duas passagens por Caranguejeira, Espite e no Pinhal de Leiria.

domingo, 19 de junho de 2016

A(s) image(ns) do dia






"Para chegar em primeiro, primeiro tem de chegar". Esta velha máxima automobilística todos a tem nas suas cabeças, porque ao longo dos muitos - ou poucos anos - de automobilismo, muitos viram situações onde parece que saiu de um filme de "série Z" realizado por um Alan Smithee ou um Ed Wood da vida, de tão inacreditável que é.

Mas este domingo, depois de 23 horas e 54 minutos de corrida, numa das melhores e mais competitivas provas desta clássica da Endurance, quando nas redações de todo o mundo se escrevia sobre a vitória da Toyota, a primeira de um carro japonês em 25 anos... viamos o carro guiado por Kazuki Nakajima a abrandar em plena reta das Hunaudriéres, acusando uma quebra de motor... na última volta, cedendo o lugar ao Porsche numero 2. O mundo inteiro esquecia o GP de Baku e via entre o aterrorizado e o espantado o que se passava, e as reações dos japoneses, que viam a vitória tão procurada escapar-lhes entre os dedos.

Foi penoso ver as lágrimas na cara de Hugues de Chauanac, o homem por trás da ORECA, e que ajudou os japoneses na clássica francesa, veterano de mais de trinta edições, que ajudou pessoal como Henri Pescarolo e Jacky Ickx, e foi penoso ver o ar abatido de Kazuki Nakajima, filho de Satoru, a ser amparado pelos comissários, quando via a vitória se escapar nas mãos, quando tinha tudo para alcançar. De facto, foi de partir o coração.

A Porsche acabou por ser vencedora, mas eles, mais do que ninguém, sabiam que aquilo lhes tinha caído ao colo. Da euforia inicial passaram depois para a sobriedade, sabendo que aquela 18ª vitória na historia de La Sarthe os colocava como os mais vencedores naquele local, foi ganha à custa dos azares dos outros. E foram depois às boxes da Toyota, numa manifestação de "fair-play", cumprimentá-los, e consolando por aquilo que era deles, mas não foi.

No final, as três grandes marcas foram ao pódio, cada um ficou com o seu lugar: Porsche em primeiro, Toyota em segundo e Audi em terceiro. Mas toda a gente sabia que aquilo não tinha verdade, e que aquilo foi o resultado de um cruel golpe do destino. Bem tinha razão Stephen Hawking, quando respondendo a uma questão colocada por Albert Einstein, disse que Deus joga mesmo aos dados... 

Mas o mais engraçado é que tudo isto acontece precisamente meio século depois de ter acontecido outra injustiça automobilística, escondida sobre a capa de um triunfo fantástico de uma marca de automóveis. É que no meio dos Ford vencedores em La Sarthe, venceu... o carro errado. O carro numero 2 foi o que cortou a meta em primeiro, quando quem deveria ganhar deveria ter sido o carro numero 1. e isso aconteceu porque eles percorreram uma distância maior. E tudo isto porque Leo Beebe, o homem do marketing da Ford, queria um final... cinematográfico, e Henry Ford II acedeu. E Hollywood quer ver se filma isso.

Sobre essa história, conto melhor noutra altura. Pois hoje contamos sobre a algo que iremos contar aos netos, nos anos que aí vêm, pois não esqueceremos isto tão cedo.