sábado, 24 de agosto de 2013

WRC 2013 - Rali da Alemanha (Dia 3)

O terceiro dia do Rali da Alemanha mostrou que o duelo pela liderança continuou ao rubro entre três pilotos, e que a imprevisibilidade iria ser o fator marcante neste rali. E foi o que aconteceu: Jari-Matti Latvala despistou-se, privando a Volkswagen de uma vitória em casa (que ironia!) e colocou dois "virgens" - Thierry Neuville e Dani Sordo - na luta pela vitória. E alguns pilotos em posições fora do vulgar...

O dia começou com tempo incerto, com chuva a mostrar-se de forma intermitente. Com três pilotos separados por menos de 15 segundos, o duelo iria ser interessante para todos os afficionados pelos ralis, agora que Sebastien Ogier estava fora de prova devido a despiste, no dia anterior. Apesar de voltar em prova para o "Rally2", o máximo que poderia fazer era ganhar tempo e conseguir pontos para a Power Stage. 

Assim sendo, Latvala começou a ganhar as primeiras classificativas da manhã, mas Ogier venceu na primeira passagem por Stein & Wein e na primeira passagem por Panzerplatte, apesar dos duelos ao segundo com Latvala. Pelo meio, Sordo vencia uma classificativa, e Latvala acusava a pressão ao dar um pequeno toque, ainda na Panzerplatte. Mesmo assim, no final da manhã, o piloto finlandês mantinha uma vantagem de 14,8 segundos sobre Thierry Neuville e 23,8 segundos sobre Dani Sordo. No quarto lugar, e muito distante - mais de um minuto - estava Mikko Hirvonen, enquanto que o qatari Nasser Al-Attiyah tinha problemas com o seu Ford e acabava por desistir em plena Panzerplatte.


No inicio da tarde, o golpe de teatro: na segunda passagem pela classificativa de Stein & Wein, Latvala bateu de novo e apesar de ter voltado à estrada, os estragos pareciam ser demasiado grandes para ele poder prosseguir, fazendo com que a liderança caísse nas mãos de Neuville. Contudo, o finlandês conseguiu repará-los e voltar a pista no sétimo posto.

Porém, a liderança de Neuville seria de pouca dura. Primeiro, um pião que danificou a frente e traseira do seu Ford, e depois, a perda de rendimento do seu motor, fez com que ficasse vulnerável ao ataque do Citroen de Dani Sordo e no final da 13ª especial, o espanhol ascendeu  à liderança... por 0,8 segundos.

Mas as coisas no Rali da Alemanha tiveram de esperar um pouco. Antes de fazerem a segunda passagem  por Panzerplatte, o rali teve de ser interrompido e a passagem teve de ser cancelada, devido a um acidente fatal com um carro histórico. E nesta altura, atrás destes dois pilotos, as coisas eram algo surpreendentes: Mikko Hirvonen era um solido terceiro classificado, na frente do checo Martin Prokop... e do Citroen de Robert Kubica, que lutava pela liderança do WRC2 com o galês Elfyn Evans. Em contraste, Mads Ostberg teve uma avaria e "desapareceu de cena", caindo para o nono posto, atrás ainda de Latvala e do neozelandês Haydon Paddon. O "regressado" Evgueny Novikov encerra o "top ten".

O rali da Alemanha termina amanhã.

Formula 1 2013 - Ronda 11, Belgica (Qualificação)

Spa-Francochamps está localizado na floresta das Ardenas, no leste da Belgica. O seu microclima ajuda muito a que o tempo ande frequentemente a mudar, entre o agradável e a chuva intensa, que pode acontecer numa questão de minutos, baralhando as contas de toda a gente, quer às estratégias dos pilotos, quer aos planos das equipas. E claro, os grandes beneficiários são os espectadores, que graças a essa imprevisibilidade, ficam mais tempo sentados nos sofás e nas cadeiras de casa, observando tudo pela televisão. 

Sabia-se de antemão que o fim de semana belga iria ser instável, pelo menos na qualificação. E o dia amanheceu com isso: céu nublado e chuva na pista. A pista estava húmida, o que levou os pilotos a colocarem intermédios, ou a serem cautelosos com os pneus "slicks", tentando arriscar o mais que podiam. E esse risco compensou para alguns, com outros prejudicados. Giedo van der Garde e os Marussia de Max Chilton e Jules Bianchi foram os mais bem sucedidos, ao colocar os seus carros na Q2 pela primeira vez nesta temporada. Mas amis surpreendente era ver o holandês no terceiro posto da tabela de tempos! Apenas atrás do Ferrari de Fernando Alonso e do Mercedes de Lewis Hamilton!

Em claro contraste, o Sauber de Esteban Gutierrez, os Williams de Pastor Maldonado e Valtteri Bottas, bem como os Toro Rosso de Jean-Eric Vergne e Daniel Ricciardo ficaram com os seus lugares, eliminados demasiado cedo desta qualificação. Era Spa-Francochamps a fazer das suas...

A Q2 deu alguma "normalidade" ao assunto. A pista começou a secar um pouco mais e os melhores marcaram os seus tempos. Kimi Raikkonen fora o melhor nesta parte da sessão, na frente de Fernando Alonso e Nico Rosberg, mas os que ficaram de fora eram os que todos esperavam: os Marussia e o Caterham de Van der Garde, o McLaren de Sergio Perez e o Sauber de Nico Hulkenberg, que ficou com a "fava" de ficar com o 11º posto da grelha de partida. Adrian Sutil também se ficou pela Q2, em claro contraste com a passagem do seu companheiro Paul di Resta para a Q3.   

E foi nessa parte final da qualificação que as coisas começaram a alterar-se. Começou com um pouco mais de chuva para molhar a pista e para aumentar a imprevisibilidade do resultado. Logo, os pilotos, que começaram a abordar esta parte da qualificação com secos, mudaram para intermédios, mas o primeiro a fazer foi a Force India, que colocou Paul di Resta na pista para marcar tempo. Ele teve a pole-position por muito tempo, e o "timing" foi de tão bom, que durante muito tempo, os seus adversários marcavam tempos dois segundos mais lentos do que ele.

Parecia que as coisas iriam ficar por ali, mas o circuito belga e as Ardenas são um lugar imprevisivel, com um tempo imprevisivel. Este secou mais um pouco, o suficiente para fazer funcionar os intermédios, e algumas equipas decidiram tomar a decisão de recolher os seus carros... na pior altura possivel. Paul di Resta, confiante que o primeiro lugar seria seu, e a Ferrari, porque achavam que não iriam conseguir nada dali.

E bastaram dois minutos para mudar tudo: primeiro Rosberg, depois os Red Bull de Mark Webber e Sebastian Vettel, e por fim, o Mercedes de Hamilton, todos aproveitaram a oportunidade concedida para melhorar os seus tempos, E a melhoria foi da ordem do segundo e meio, com Hamilton a ser o "poleman"... pela quarta vez consecutiva. E pela terceira vez consecutiva, também, terá Sebastian Vettel a seu lado na grelha, com a segunda fila a ser outra parelha Red Bull/Mercedes. Paul di Resta era o quinto, mas a quinta fila da grelha era das Ferrari.

Mas apesar do resultado previsível, num tempo imprevisível, falta domingo, o dia da corrida. E como se espera também um tempo imprevisível para amanhã, há o potencial de que tudo pode acontecer...

Youtube Mortorsport Crash: A colisão de Sainz e Harvey na GP3

A GP3 é uma das muitas corridas de suporte que existe no fim de semana de cada Grande Prémio, e normalmente, é palco de muitos acidentes. Esta tarde, não foi excepção, quando o espanhol Carlos Sainz Jr. e o britânico Jack Harvey se desentenderam no final da reta Kemmel, mais concretamente na zona de Les Combes, onde o ART do piloto britânico acabou por bater várias vezes nos rails, ficando até sem o eixo traseiro!

Ambos os pilotos ficaram bem, mais eis o aparato do acidente...

Youtube Rally Crash: o acidente de Jari-Matti Latvala

O rali da Alemanha está a ser atípico. Com Sebastien Ogier de fora devido a um despiste, parecia que o caminho estava aberto para o seu companheiro, Jari-Matti Latvala, que aguentava os ataques do Ford de Thierry Neuville e o Citroen de Dani Sordo. Mas na segunda passagem pela especial Stein & Wein, Latvala perdeu o controlo do seu carro, deixando-o no meio das árvores. 

Eis o video do acidente.

Última Hora: Acidente no Rali da Alemanha mata duas pessoas

O Rali da Alemanha está a ser marcado esta tarde por um acidente trágico: na classificativa de Panzerplatte, um acidente envolvendo espectadores e um Triumph TR7, que fazia parte do Deutschland Rally histórico, causou a morte dos ocupantes desse automóvel.

Ainda não há muitos pormenores, mas aparentemente, o acidente ocorreu devido a um despiste após um dos saltos. O carro perdeu o controle e embateu contra um grupo de árvores. Os socorros foram imediatamente acionados, mas vieram tarde para os salvar. 

Sabe-se que neste momento está a chover muito nessa zona. Por causa disso, a organização decidiu cancelar a segunda passagem pela  mesma classificativa por parte dos carros do WRC, que estava prevista para esta tarde.

Haverá atualizações assim que for possível.

ATUALIZAÇÃO: O Triumph TR7 era guiado pela dupla holandesa Ron de Vos e Marcel Benning, e o acidente aconteceu após o famoso salto. E segundo a Autosport portuguesa, já se coloca a hipótese de antecipar o final do rali.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Youtbe Rally: O segundo dia do Rali da Alemanha

Eis o video oficial do segundo dia do Rali da Alemanha, onde se pode ver o acidente de Sebastien Ogier, que causou a sua desistência, e claro, a passagem para o comando de Jari-Matti Latvala. E também as performances de Thierry Neuville, Dani Sordo e Mikko Hirvonen.

WRC 2013 - Rali da Alemanha (Dia 2)

Não vai ser na Alemanha que Sebastien Ogier será campeão do mundo. O piloto francês bateu esta manhã numa vinha, e isso afetou a parte dianteira esquerda do seu Polo R WRC, mais a suspensão, que o fez perder na altura mais dois minutos e meio para Jari-Matti Latvala. Contudo, os estragos foram mais graves e na quarta especial, a de Moselland 1, o francês ficou parado a meio do troço, sem poder continuar.

Assim sendo, o finlandês Jari-Matti Latvala era cada vez mais líder, mas tinha agora a concorrência de Thierry Neuville, que com o seu Ford Fiesta, tentava não deixar fugir a liderança. No final da manhã, a diferença entre os dois pilotos era de 2,4 segundos, com o belga a conseguir diminuir a diferença, após ter vencido na terceira e quarta especial. A 15 segundos de Latvala estava Dani Sordo, que tentava não perder o contacto com os dois outros pilotos com o seu Citroen, dado que esta é a sua superfície de eleição.

Não muito atrás estava Mikko Hirvonen. No final da manhã, a diferença estava em 28 segundos para os lideres, e parecia estar contente com a sua performance, dado que esta não é a sua superficie. A sua diferença era de quase um minuto para Mads Ostberg, que ocupava o sexto lugar.

Pela tarde, o duelo entre Latvala e Neuville continuou, mas quando os pilotos passaram pela segunda vez por Mittelmosel, o belga da Ford sofreu um toque numa das suas jantes numa pedra, que o danificou e o colocou com problemas de subviragem. Não perdeu muito tempo, é certo, mas isso fez com que o finlandês ganhasse a primeira classificativa deste rali. Sordo continuava na terceira posição, espreitando os dois primeiros, enquanto que Hirvonen mantinha o quarto posto.

No final do dia, os líderes estão separados por 7.3 segundos, com Dani Sordo, em Citröen, a manter-se no terceiro posto, a longínquos 26 segundos do comando. Mikko Hirvonen terminou o dia no quarto posto, já a distantes 21,3 segundos do seu companheiro de equipa. O norueguês Mads Ostberg acabou o dia no quinto posto, mas a quase um minuto e meio de Hirvonen.

Atrás, a mais de quatro minutos, está o checo Martin Prokop, no seu Ford Fiesta, seguido do qatari Nasser al-Attiyah e o melhor dos WRC2, que continua a ser o polaco Robert Kubica. O galês Elfyn Evans e o alemão Sepp Wiegand, num Skoda Fabia S2000, fecham o "top ten".

O rali da Alemanha prossegue no sábado.

Youtube Rally Crash: O acidente de Evgueny Novikov no Rali da Alemanha


O russo Evgueny Novikov pode estar mais amadurecido na maneira como corre no Mundial de ralis, mas a sua rapidez por vezes ainda o leva a se despistar, como aconteceu na classificativa de abertura do Rali da Alemanha, quando embateu contra uma árvore.

Apesar de tudo, o piloto da Ford regressou à prova no "Rally2" e está neste momento na 16ª posição da geral.

Youtube Formula 1 Crash: O acidente de Giedo Van der Garde em Spa-Francochamps

As coisas andaram interessantes nesta sexta-feira em Spa-Francochamps, com o tempo a alternar entre a chuva e o tempo seco. E um dos momentos do dia foi o despiste do holandês Giedo Van der Garde na Staevelot, agora conhecido como "Curva Paul Frére", uma sequência de curvas rápidas à esquerda. 

Apesar dos estragos no seu Caterham, ele saiu dali sem ferimentos. E pelo que ouvi, ainda teve tempo para tirar uma foto com um fã! Alguém confirma isso?

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

WRC 2013 - Rali da Alemanha (Dia 1)

O primeiro dia do Rali da Alemanha, a nona prova do Mundial, mas a primeira prova em asfalto, está a mostrar que os Volkswagen parecem ser os melhores e Sebastien Ogier parece demonstrar que não só quer vencer este rali, como o de resolver o título mundial a seu favor neste final de semana. 

O dia de hoje foi marcado pelas duas primeiras classificativas, Blankenheim e Sauertal. O piloto da Volkswagen foi o melhor nas duas primeiras classificativas, onde conseguiu abrir uma diferença de 5,7 segundos sobre o seu companheiro de equipa, Jari-Matti Latvala. Thierry Neuville foi o terceiro melhor no seu Ford Fiesta, a 12,7 segundos do piloto francês, enquanto que Dani Sordo é o melhor dos Citroen, a 20,5 segundos do líder. Mikko Hirvonen foi quinto, mas o seu tempo foi prejudicado na primeira classificativa, quando danificou uma das suas jantes.

O grande assunto deste primeiro dia de rali foi Evgueny Novikov, que saiu de estrada na primeira classificativa. Os estragos não foram muito grandes, mas foram suficientemente impeditivos para que voltasse à estrada para o resto deste dia, decidindo voltar amanhã. A diferença para o sexto posto, ocupado por um Mads Ostberg que não está muito à vontade nas classificativas de asfalto, é de 4,9 segundos.

Por fim, Robert Kubica. O polaco é agora o melhor na classe WRC2, com o seu Citroen DS3, estando no nono posto da classificação geral, a 59,8 segundos do lider, e não muito longe do WRC de Martin Prokop.

O rali da Alemanha prossegue amanhã.

Youtube Chopper: Sacar água da piscina "Like a Boss"

Todos os verões é a mesma coisa por aqui: fogos florestais. Matas que pegam fogo "de combustão espontânea" (na realidade, é fogo posto), e a mobilização de todos os meios disponíveis: bombeiros, aviões, helicópteros... tudo serve para apagar fogos. E tudo que tenha água serve para auxiliar esses meios. Barragens, rios e... piscinas. Foi o que aconteceu há uns dias: um helicóptero decidiu usar uma piscina para apagar um fogo que deflagrava ali perto.

Até aqui tudo bem, só que este video foi parar ao Jalopnik, o que achei espantoso. E o mais interessante no caso deles é que eles acham que isto tudo é sacar água... "like a boss"

Um coisa é certa: o piloto é muito habilidoso.

Noticias: A IndyCar quer expandir-se

A IndyCar anda desde há algum tempo em fase de renovação. Cinco anos depois da fusão - foi mais uma compra... - com a CART, a categoria está aos poucos a organizar-se. Aos poucos, alarga o seu calendário internamente, com rondas duplas em alguns traçados citadinos, mas falta ainda a expansão para fora dos Estados Unidos, prometida há muito, mas não foi mais além do que uma corrida em São Paulo e as rondas de Toronto e Edmonton, esta última, entretanto, foi descontinuada em 2013.

Agora, Derrick Walker, o novo presidente da IndyCar, deseja expandir a categoria para além dos Estados Unidos a partir de 2015. Falando à Autosport britânica, ele refere que existem a hipótese de um "campeonato de inverno", com o objetivo de arrecadar mais receitas. "Temos equipas que desde o fim de setembro ou outubro até ao início da época em março não têm muito que fazer; só existem testes. As nossas equipas precisam de mais lucros e uma componente internacional à sua temporada iria ajudar muito a sua posição financeira", comentou.

Do lado das equipas, J.F. Thormann, vice-presidente da Andretti Autosport, saudou a ideia, realçando que "o nosso campeonato doméstico termina muito cedo mas nós empregamos os trabalhadores durante todo o ano, por isso seria um bom uso dos recursos humanos".

No auge da CART, no final da década de 90 do século passado, o calendário chegou a expandir-se para sitios como Surfers Paradise, na Austrália; Rockingham, na Grã-Bretanha; Lausitz, na Alemanha, no Rio de Janeiro e nas cidades mexicanas de Monterrey e Cidade do México, para além de Vancouver, no Canadá. Na sua última temporada, em 2008, a CART chegou a correr em Assen, na Holanda, e em Zolder, na Belgica. 

Memórias de uma cadela

Haverá sempre dias tristes nas nossas vidas, especialmente aqueles quando perdemos pessoas queridas. Mas são estranhos os dias em que a perda é um animal de estimação. Na sexta-feira passada morreu aqui em casa a minha cadela mais velha, aos 18 anos de idade. Chamava-se Rissa e era uma caniche de porte médio que fez as delicias do casal de meia idade, que são os meus pais, eu e o meu irmão.

Mas aqui eu prefiro falar das memórias que tenho dela. Desses dezoito anos de convívio que tivemos o privilégio de a ter. Quem insistiu em termos um animal de estimação foi o meu irmão, porque eu sempre fui relutante em ter um cão ou gato, porque achava que vivendo num prédio, não haveria condições para criar um animal. Mas aproveitando a altura em que iria embora para a universidade, arranjou-se um animal, gastando-se cerca de 150 euros de uma loja de animais. Foi a primeira - e última vez - que se comprou um animal de estimação em casa.

Com as semanas, afeiçoamos ao animal, até eu mesmo venci a minha relutância em relação aos animais. Achava que o pessoal em casa iria ter dificuldades em levar uma cadela como ela a passear à rua, duas vezes por dia, de limpar os dejectos que iria deixar espalhadas pela casa, desde a urina pelos tapetes até às "minas" que iria largar algures em casa, sem deixar aviso prévio. Com o tempo, a minha mãe ensinou-a a fazer nos jornais que decidimos espalhar pela casa, para aprender a fazer por lá.

No inicio de 1998, fiquei gravemente doente. Fiquei oito semanas no hospital, recuperando de uma peritonite, provocada por uma apendicite mal curada. E nesse tempo, passei duas semanas nos cuidados intensivos, com doses massivas de antibióticos para me tentarem salvar a minha vida. No meio destas coisas todas, um dia, a minha mãe me contou que ela estava a dormir na minha cama, esperando pelo meu regresso. Tinha notado a minha ausência prolongada e decidira passar as noites por lá, esperando pelo meu regresso, que naquele momento era ainda incerto.

Nesses tempos ainda prósperos, onde ainda ela era vivaça e ativa, tinha uma característica irritante: ladrava à hora das refeições. Apesar de lhe darmos comida de cão, ela queria sempre a nossa comida, o que deitava por terra o mito de que nunca poderíamos dar restos aos cães. A conclusão que chegamos é que para eles, desde que seja comestível e cheire a comida, aproveitam tudo.

Com o tempo, as coisas mudam. Em 2002, ela teve companhia de uma rafeira de origem terrier, e três anos depois, uma Beagle arraçada, providenciada pelos nossos vizinhos. No meio disso tudo, mudamos de casa, crescemos, envelhecemos... e ela também. E com isso, as maleitas. Depois de duas operações para retirarmos caroços nas maminhas, em 2006 tiramos-lhe o útero, que tinha inchado anormalmente depois de uma infeção (pelo menos foi o que me disseram, pois estava fora na altura). E a partir de 2010, ela ficou progressivamente cega e surda, mas andava.

Contudo, o episódio mais extraordinário aconteceu no ano passado. Um sábado de dezembro, perto das oito da manhã, o meu pai deixou a porta do quarto aberta, pensando que ela não se iria levantar. Por esta altura, era uma cadela magra, relativamente cega e surda, mas ainda conseguia andar sem grandes problemas. Apercebendo da nossa ausência, ela andou até ao cimo das escadas... e deu um passo em frente. A queda foi de dois andares e a minha mãe a encontrou estatelada, no chão da cave, com sangue a sair dos ouvidos e da boca. Ela estava convencida que tinha morrido, mas na realidade... tinha sobrevivido. E sem grandes danos. Fiquei pasmado - aliás, ficamos todos pasmados - porque não pensávamos que uma cadela de 17 anos pudesse sobreviver. 

A recuperação foi lenta, mas ela acabou por se erguer. Com ajuda, mas conseguiu. Mas com o tempo, a velhice instalou-se e tinha de usar fraldas, pois já lhe faltava a força para poder fazer as suas necessidades. E inevitavelmente, sabíamos que a cada dia que passava, o seu fim era próximo. Há mês e meio que não se punha de pé, para terem um exemplo, e a sua magreza tinha alcançado proporções extremas.

Agora, passou para a história da nossa família. A nossa sorte é que o meu pai fartou-se de tirar fotografias dela ao longo da sua existência, algumas delas com todas elas juntas. O nosso canil doméstico. Essas fotos são a prova de que um dia a tivemos e que sempre foi amada e bem cuidada, e que teve uma vida longa e próspera sob a nossa alçada. E do qual já temos saudades dela.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana traz... um Kimi Raikkonen sorridente. E uma pergunta: "Kimi regressa à Ferrari?" Tudo têm a ver com as especulações sobre onde é que o piloto finlandês iria correr em 2014, e também sobre a noticia vinda da boca de Eddie Jordan, que ele regressaria à marca de Maranello.

Em baixo, mostra-se o McLaren MP4-12C de GT que venceu uma das corridas do fim de semana eslovaco, guiado por Álvaro Parente e Sebastien Löeb. "Segunda Vitória do Ano", é o título escolhido.

De lado, temos um "ABC dos Formulas", com uma chamada sobre "Rush", o filme realizado por Ron Howard e que contará a temporada de 1976 e o duelo entre Niki Lauda e James Hunt. "Lauda e Hunt em Luta de Titãs" é o título escolhido.

E em cima, uma referência à história da revista, com 36 anos de vida, falando da republicação do "numero 0", feito em 1977.

WRC: Trinta pilotos alinham no Rali da Austrália

A paragem mais distante do campeonato, o Rali da Austrália vem a seguir ao Rali da Alemanha e será disputado entre 13 e 15 de setembro. Hoje, a organização divulgou a sua lista de inscritos é é pequena: 30 carros estão inscritos para participar no rali, dos quais dez são WRC. Para além dos pilotos habituais - excepto a troca de Dani Sordo pelo inglês Kris Meeke - há um Mini JCW WRC inscrito, para o local Nathan Quinn.

Outro dos pilotos inscritos para seguir com interesse é o neozelandês Haydon Paddon, que irá correr com o Skoda Fabia S2000.

O presidente da comissão organizadora, Ben Rainsford, mostrou-se satisfeito com a lista final de inscritos, apesar de só ficar à frente do México em número de pilotos: “É um grande voto de confiança dos participantes relativamente ao que esperam que lhes demos daqui a poucas semanas. Podemos assegurar-lhes que irá ser um desafio muito exigente, mas ao mesmo tempo agradável, para os melhores pilotos de rali do mundo”, afirmou.

WRC: Mikkelsen não vai correr na Alemanha

O terceiro piloto da Volkswagen, o norueguês Andreas Mikkelsen, vai estar de fora do Rali da Alemanha por causa de uma lesão sofrida pelo seu navegador, o finlandês Mikko Markkula, no Rali da Finlândia. Markkula sofreu uma lesão na sétima vértebra, causada pelos muitos saltos que aquele rali têm. Pensava-se que ele teria tempo para se recuperar, mas afinal, tal não aconteceu. 

Assim sendo, a marca alemã alinhará apenas com Sebastien Ogier e com Jari-Matti Latvala.

Mikkelsen, de 24 anos, corre este ano pela Volkswagen, mais concretamente no terceiro carro da marca, tendo conseguido até agora como melhor resultado um quarto posto no Rali da Grécia. Neste momento é o 11º no campeonato WRC, com 26 pontos.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Youtube Automobile Video: O carro mais seguro do mundo


Normalmente, não escrevo muito sobre automóveis. Mas como sou leitor assíduo do Jalopnik, costumo seguir a saga da Tesla, a marca automóvel fundada pelo bilionário Elon Musk, que depois dos soluços iniciais, parece estar de vento em popa, já que o seu modelo S está a ter vendas crescentes e a empresa está a chegar aos lucros.

Aos poucos, o carro está a vencer os céticos. Quer em termos de performance, quer agora em termos de segurança. E hoje, o site americano faz a seguinte noticia: o modelo S da Tesla é provavelmente o carro mais seguro de sempre. É que não só passou os vários "crash tests" com nota máxima, como chega ao ponto de quebrar algumas das máquinas presentes.

É óbvio que este carro têm algumas vantagens mais do que óbvias: o facto de não ter um motor poderá trazer vantagens numa colisão frontal, por exemplo. Mas nos restantes testes, a coisa pia mais fino, porque passa pelas mesmas operações que os seus modelos com motor de combustão. E essa resistência à prova de tanques quase faz com que a entidade faça uma de duas coisas. Ou dá "seis estrelas" ao carro, ou aperta ainda mais os testes de segurança no futuro. 

Eis o video com os vários testes que passou. Um pouco longo, mas vale a pena ver.  

O destino de Kimi Raikkonen

Depois de Steve Robertson ter dito que Kimi Raikkonen esteve a negociar com a Red Bull, mas que as conversações não chegaram a lado algum, agora há um novo dado que aponta onde é que o piloto finlandês estará em 2014: o regresso à Ferrari. Eddie Jordan, o ex-construtor que agora é comentador da BBC, afirmou ontem que a Scuderia já contratou o piloto finlandês de 33 anos, e que vai fazer o anuncio no fim de semana do GP de Itália, em Monza.

A credibilidade desta noticia é grande, dado que Jordan já tinha feito o mesmo no ano passado, quando foi o primeiro a anunciar a ida de Lewis Hamilton para a Mercedes, depois de ter estado durante seis temporadas na McLaren. Raikkonen, que foi campeão do mundo pela Scuderia em 2007, esteve na marca italiana de 2007 a 2009, saindo para dar lugar a Fernando Alonso.

A movimentação pode ser considerada estranha, dado que Raikkonen saiu da Ferrari antes de tempo (o contrato original durava até ao final de 2010, e quando saiu para fazer ralis, a Ferrari pagou-lhe parte do salário nesse ano) e recentemente, o finlandês disse sobre o tempo na Scuderia como "um dos piores da sua carreira", e ainda por cima, a Lotus ainda conta com ele para o futuro próximo. Mas na realidade, a coisa é radicalmente outra: é o finlandês que quer voltar à Scuderia, só que o grande obstáculo será Luca di Montezemolo, que não quer gastar muito numa dupla Raikkonen/Alonso. Daí ainda apostarem continuamente no "funcionário do mês", Felipe Massa.

Mas ainda há uma hipótese bem mais interessante: uma troca entre Raikkonen... e Alonso. Ferrari com Lotus. E quem suporta essa ideia são dois jornalistas bem consagrados: Peter Windsor e Joe Saward. O primeiro colocou isso no seu Twitter, e o segundo desenvolveu a sua ideia no seu blog, justificando com o desejo da Renault de voltar a envolver-se na Formula 1, dado que está insatisfeito com o facto da Red Bull preferir anunciar os seus motores como "Infiniti", do que com a marca de Viry-Chatillon. E a ideia de regresso à equipa de Enstone sempre esteve em cima da mesa, quando a equipa vendeu a sua parte para a Genii Capital. Eric Boullier (que ainda é funcionário da Renault!) quer manter Raikkonen para 2014, pois este faz parte da estratégia para fazer da marca uma das melhores do pelotão, mas a falta de dinheiro poderá perigar esses planos. Existem negociações com a Infinity Group, e fala-se desde há algum tempo que estão concluidas, faltando apenas o "preto no branco". Mas isso depende de um nome sonante, e Raikkonen é o nome em questão. Contudo, a possivel reentrada da Renault poderia fazer com que as coisas se modifiquem, e arranjar outro nome sonante não seria mau de todo. 

Alternativas? Felipe Massa ou... o venezuelano Pastor Maldonado.

Em suma, tudo se passa à volta de uma questão: onde estará Kimi em 2014. De volta à Ferrari ou a ficar na Lotus? Para ser honesto, a conclusão que chego é que o finlandês ainda não decidiu nada. Mas neste período de "silly season", as coisas andam muito voláteis...

Youtube Motorsport Video: Curvelo, o próximo autódromo brasileiro?


No mesmo dia em que se anunciou que o Autódromo de Brasilia seria renovado para receber o Mundial de Moto GP em 2014, num regresso da categoria ao Brasil, soube que poderá surgir um novo autódromo na localidade mineira de Curvelo, com cerca de 75 mil habitantes e situada a 170 quilómetros da capital do estado, Belo Horizonte.

Segundo a Agência Minas, o complexo, que ocupará uma área de três milhões de metros quadrados, terá uma área para motocross, uma pista para motociclismo e várias infraestruturas, como dois hotéis, um condomínio residencial, um centro comercial e diversas indústrias voltadas às atividades desportivas. O acordo foi assinado no inicio deste mês pelo governo estadual e a entidade que vai erguer esse complexo, o Brasil Motor Esporte Clube (BEMC)

“Estamos formando uma sociedade de propósito específico (SPE) que abrigará os investidores que são empresas privadas, pessoas físicas e jurídicas e atletas. Na primeira fase serão construídas as pistas e um condomínio residencial”, explicou Flávio Bergmann, o presidente da BEMC. “Queremos também atrair para o entorno empresas interessadas em investir em Minas em diversos setores, que vão de equipamentos de segurança para motociclistas a cervejaria e tubos e conexões”, completou. 

Eles prevêm que tudo esteja pronto em meados de 2015. Verermos. Eis o video.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Noticias: Andretti procura atrair Montoya para regresso à IndyCar

Dispensado da Chip Ganassi desde a passada semana, Juan Pablo Montoya pode não ficar muito tempo desempregado. Isto porque esta segunda-feira, Michael Andretti confirmou que falou com o piloto colombiano de 37 anos no sentido de regressar à IndyCar, após doze anos de ausência.

Eu conversei com Juan sobre a Indy e disse a ele: ‘Vamos achar uma maneira de fechar algo’. Eu competi contra ele e acho que ele é um dos melhores pilotos contra quem corri. Depende apenas de patrocínio. Então estamos procurando e, se houver a possibilidade, queremos fazer algo com ele”, declarou Andretti à Associated Press.

O filho de Mário Andretti, atualmente com 51 anos, vê com bons olhos o regresso de Montoya à categoria onde foi campeão em 1999, ainda pela CART. “Ele poderia trazer o que trouxe da última vez: parecia que, quando ele corria, metade do circuito estava cheia de bandeiras de apoio a ele. Quando foi para a NASCAR, teve um efeito imenso”, destacou. “Ele traz uma grande legião de fãs, tem uma grande personalidade e pode ser bom também para a IndyCar porque ele, definitivamente, tem aquela atitude de ‘eu não ligo nenhuma’”, completou o ex-piloto norte-americano.

Contudo, Michael Andretti admite que tal mudança iria depender da entrada de um novo patrocinador para a equipa: “Vai depender da GoDaddy [ndr: patrocinador que está no carro do canadiano James Hintchcliffe] querer continuar ou não. Eles amam Hinch, nós amamos Hinch, mas a GoDaddy precisa decidir se o retorno do investimento está lá ou não. Então estamos apenas esperando e Hinch tem autorização para conversar com outras marcas. Ele não disse que quer sair, mas é justo que ele possa ver o que está lá fora, pois não queremos que ele fique sem volante”, disse.

A Andretti Autosport têm neste momento quatro carros no campeonato, para Hintchcliffe, Marco Andretti, seu filho, Ryan Hunter-Reay e o venezuelano Ernesto Viso. Quanto a Montoya, esteve duas temporadas na CART, em 1999 e 2000, em substituição de Alessandro Zanardi, que tinha ido para a Formula 1 ao serviço da Williams. Montoya, que então era o piloto de testes da marca de Grove, acabou por ser campeão em 1999, em igualdade pontual com Dário Franchitti, e foi nono classificado em 2000. Pelo meio, fez uma incursão pela IRL, sua concorrente, e competiu nas 500 Milhas de Indianápolis, acabando por vencer. 

Youtube Motorsport Ad: Um anuncio com Robert Kubica

A Lotos é a patrocinadora de Robert Kubica na sua aventura nos ralis, e como seria de esperar, ele teria de ser o seu "garoto-propaganda" para os anuncios da marca de lubrificantes polaca, a maior do país. 

Eis o video. Vi primeiro no Humberto Corradi.

O futuro próximo de Dani Sordo

Aos 30 anos de idade, o espanhol Dani Sordo pode estar numa encruzilhada na sua carreira no WRC. O piloto com melhor palmarés sem ter vencido qualquer corrida no WRC (34 pódios e 128 vitórias em classificativas), poderá ter o seu futuro em risco na Citroen, depois de uma época decepcionante. Aliás, a marca anunciou na semana passada que seria substituído por Kris Meeke no Rali da Austrália, depois do inglês ter tido um bom desempenho no Rali da Finlândia.

Sobre isso, o piloto espanhol afirmou que “a decisão foi tomada em conjunto com a Citroën. Significou que, efetivamente, me posso concentrar mais na preparação dos três ralis de asfalto que ainda faltam disputar. Quero ser rápido na Alemanha, França e Espanha. Sei que posso ganhar e sei quão forte esta equipa pode ser. Tenho tudo o que preciso para essa tarefa”, comentou.

Entretanto, também nesta segunda-feira, surgiram rumores de que poderá estar nos planos da Hyundai. A experiência do piloto espanhol poderá ser um critério a ter em conta para Michel Nandan, o diretor desportivo da marca, que está a desenvolver o modelo i20 para a sua estreia no WRC, em 2014. “É um piloto que conhece bem todos os ralis do campeonato e tem muita experiência. Claro que está na nossa lista, mas há muitos mais nomes. A Hyundai regressa ao WRC na próxima época e precisa de um piloto experiente, de forma a desenvolver o carro em 2014 para lutar pelos triunfos em 2015”, explicou Nandan.

Sordo poderá não ser o unico piloto que Nandan pode estar a pensar. Outros pilotos poderão estar na mira, como o norueguês Mads Ostberg e o belga Thierry Neuville, mas também a marca corana poderá ficar com os seus pilotos de testes, o finlandês Juho Hanninen, o francês Bryan Bouffier e o australiano Chris Atkinson.

Sobre a máquina, o responsável dos sul-coreanos alertou para não se coloque as expectativas demasiado altas, evitando comparações com a Volkswagen, que no ano da sua estreia no WRC, está a dominar o campeonato por completo. “Nós não tivemos quinhentos dias para preparar a estreia, como eles. Fizemos mil quilómetros de testes em terra batida e agora começámos no asfalto”, afirmou.

Noticias: Empresário de Raikkonen admitiu que falou com a Red Bull, mas sem sucesso

Steve Robertson admitiu esta segunda-feira que houve negociações com a Red Bull sobre Kimi Raikkonen, mas que não chegaram a lado algum. Em declarações divulgadas hoje no jornal finlandês "Turun Sanomat", ele falou que o piloto de 33 anos ainda não resolveu se continua na Lotus, se vai para a Ferrari ou até se continua na Formula 1: “As negociações com a Red Bull não foram bem sucedidas e terminaram algum tempo atrás”, revelou.

Contudo, Robertson afirmou que, apesar de Raikkonen ainda não se ter decidido, está confiante que ele continuará na Formula 1 no ano que vêm: "Estamos confiantes que Raikkonen se manterá na formula 1 no ano que vêm", começou por afirmar a Jonathan Noble, da Autosport britânica. "Existem opções - digo isto no plural - e continuarei a falar com com as equipas. Estou esperançado que arranjaremos alguma coisa num futuro não muito distante", concluiu.

Com esta revelação, os rumores sobre onde irá Raikkonen em 2014 poderão não estar encerrados, mas estas declarações fazem com que a vaga da Red Bull seja cada vez mais pertencente ao australiano Daniel Ricciardo, embora a ideia de Fernando Alonso ainda não possa estar cem por cento descartada. 

domingo, 18 de agosto de 2013

A história das escolhas da Red Bull

A possivel escolha de Daniel Ricciardo para ser o substituto de Mark Webber poderá ser estranha para alguns, dado que ter Kimi Raikkonen ou até Fernando Alonso seria melhor do que o piloto australiano de 24 anos de idade. Mas para mim, a escolha de Ricciardo não me surpreende, porque a equipa de Milton Keynes está a seguir uma tendência na sua (ainda) curta história: a de formar os seus pilotos, através do seu programa da Junior Team. E se muitos criticam o programa pelo facto de "queimar" muitas carreiras, em termos de vantagem, permitiu ter-lhes um dos melhores pilotos da atualidade, o alemão Sebastian Vettel.

A Red Bull está na Formula 1 desde 1995, primeiro como patrocinadora da Sauber e partir de 2004 com equipa prória, quando Dietrich Mateschitz adquiriu a equipa de Formula 1 da Jaguar. Esta tinha como dupla o australiano Mark Webber e o austríaco Christian Klien. Klien era um dos pilotos que a marca tinha ajudado na carreira, depois de ter feito a outros pilotos como Enrique Bernoldi, Patrick Freisacher, Vitantoino Liuzzi e Scott Speed. Em 2005, Webber foi para a Williams (só ingressaria na Red Bull em 2007) e a equipa, com motores Cosworth na altura, decidiu manter Klien e dar uma chance em algumas corridas ao italiano Vitantoino Liuzzi.

O piloto austriaco ficou na Red Bull por mais uma temporada, mas foi embora antes do final da temporada, substituido por outro piloto da "cantera", o holandês Robert Doornbos, que fez as três últimas corridas dessa temporada, sem dar nas vistas.

O regresso de Webber em 2007 (apesar do novo nome, a estrutura era a mesma) fez com que a Red Bull não pensasse mais em ir buscar pilotos da sua fileira, agora que tinha adquirido a Minardi, que a rebatizou de Toro Rosso. E foi ali que a meio desse ano a equipa despediu Scott Speed (depois de um famoso desaguisado com Franz Tost, em Nurburgring) para dar uma chance a um alemão que tinham apoiado nas categorias de acesso - Formula 3, World Series by Renault - e que naquele ano tinha feito uma corrida pela BMW Sauber: Sebastian Vettel.

Ao longo de ano e meio ao serviço da equipa de Faenza, Vettel aprendeu a guiar e a adaptar-se no pelotão da Formula 1 e o seu talento começou a ver-se, especialmente em 2008, quando obteve 35 pontos e um memorável fim de semana em Monza, quando fez a pole-position e venceu categoricamente, debaixo de chuva, na pista italiana. Até hoje, o piloto alemão é o mais bem sucedido de sempre na Toro Rosso e contribuiu decisivamente na reforma de Coulthard, no final dessa temporada. E com a chegada de Vettel à equipa principal, em 2009, coincidindo com a estadia de Adrian Newey como o projetista da marca (na realidade, ele já estava na equipa desde 2006), a marca começou a vencer corridas e campeonatos.

A dupla Vettel-Webber é uma das mais estáveis da Formula 1, tendo até agora estado juntos por cinco temporadas. Nestas 84 corridas que levam juntos, a equipa conseguiu 38 vitórias, 49 pole-positions e 35 voltas mais rápidas, bem como três Mundiais de Construtores e claro, três Mundiais de Pilotos. É certo que a equipa tornou-se agora numa das mais bem sucedidas da atualidade e arrisca-se a construir uma era na Formula 1, pois caminha quase inexoravelmente para um quarto título mundial em ambas as categorias, mas a marca austriaca não deixou de se desviar do seu guião em termos de pilotos, preferindo encontrar talentos para ganhar do que contratar os melhores. 

A escolha de Daniel Ricciardo não é mais do que a continuidade de um projeto, do qual faz parte a Toro Rosso. A equipa secundária serve exatamente para esse propósito, e a colocação de um dos seus pilotos na equipa principal a cada duas temporadas é o seu objetivo. Isto, se demonstrar que tem talento suficiente para tal, pois caso contrário, ou é dispensado sem cerimónias, como Scott Speed ou Jaime Alguersuari, ou acaba como terceiro piloto, como acontece agora com Sebastien Buemi. É que Ricciardo é apenas o segundo piloto que vem da Toro Rosso, depois de Vettel. E isso pode servir de aviso para Jean-Eric Vergne ou quem aí vêm, como por exemplo, António Félix da Costa. Mas claro, os frutos do talento só valerão a pena quando (e se) vazar um lugar na equipa principal. E tão cedo essa politica não será mudada... 

Os novos carros da Super GT japonesa

Aos poucos, começam-se a ver os primeiros sinais da expansão da DTM um pouco por todo o mundo. Há muito tempo se sabia que a partir de 2014, os carros da Super GT japonesa iriam ter o mesmo tipo de regulamentos que tem a competição alemã, e esta sexta-feira, em Suzuka, as três marcas envolvidas, Honda (Honda NSX), Nissan (Nissan GT-R) e Toyota - através da Lexus (Lexus LF-CC) - mostraram os seus novos bólidos. As novas máquinas partilham a mesma monocoque, mas cada um tem o seu projeto próprio e claro, as suas próprias características. 

Masaaki Bandoh, o presidente da GTA, expressou na altura da apresentação o seu apreço para com os três fabricantes que desenvolveram e produziram os novos carros, e destacou os principais objetivos da especificação técnica de 2014: "Esta convergência regulamentar é um método sem precedentes, alcançado entre organizadores de uma série de corridas que tem alcançado grande sucesso na Europa, o DTM e uma série de corridas japonesa, o Super GT, que se reuniram, discutiram e mutuamente forneceram o seu conhecimento e experiência. Os veículos que foram apresentados são o resultado dessa abordagem. Isto vai acelerar a globalização do Japão, EUA e Europa a este nivel", afirmou.

Da mesma forma que estas três marcas poderão competir num futuro próximo na DTM, também as três marcas que competem no campeonato alemão - Audi, BMW e Mercedes - poderão colocar as suas máquinas na Super GT japonesa. Está previsto que a regulamentação seja adoptada nos Estados Unidos até 2017, principalmente na Grand-Am, no sentido de que a competição se expanda em termos mundiais e mais carros entrem na competição.