sábado, 30 de setembro de 2023

A(s) image(ns) do dia





Foi uma tarde de canícula - mais parecia ser 30 de julho que 30 de setembro - mas a companhia foi agradável e os amigos que encontras ajudaram a amainar um pouco. Assistir ao Leiria Sobre Rodas é uma espécie de "benção" - e a tarde que passei com o dono do "Quatro Rodas e Um Volante", foi bem melhor - deu para amainar o calor de ananases que se fazia sentir.

De resto, deu para ver coisas agradáveis. Há um pouco de tudo, os carros aceleram bem na pista desenhada no parque de estacionamento do estádio, os clássicos são fixes e há sempre alguém disposto a mostrar os produtos. Exemplo? Um Mercedes preparado pela Brabus e todo feito de fibra de carbono. Sim, todas as placas de fibra da carbono! Peguei na mão e tal. 

Conversei agradavelmente com um rapaz da Tesla, onde, apesar de gostar do carro, disse não ser fã do senhor Elon Musk (pudera!). Disse que estou à espera de duas coisas: o Cybertruck e o Roadster. Que espero vê-los ainda nesta década...  

Gostei de conversar com o Kris Meeke. Desejei-lhe sorte para o rali Vidreiro - é daqui a duas semanas - e disse a mesma coisa ao Ricardo Teodósio, mas lembrei-me que ele está ali em substituição do Craig Breen. E passaram quase seis meses desde o seu acidente fatal. Não sei se, caso estivesse vivo, estaria ali - está a decorrer o rali do Chile neste final de semana - mas ao pensar sobre as razões porque está ali, não deixas de pensar nisso. 

E claro, desejei boa sorte ao Teodósio no Vidreiro. Se der, espero dar um pulo ao Parque da Cerca. 

Em suma, apesar da canícula, foi uma tarde de sábado bem fixe. Amanhã há mais. 

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

A(s) image(ns) do dia





No final de 1978, o piloto mais cobiçado do pelotão era alguém que só tinha três corridas no seu palmarés. E vocês podem saber o resto da história, mas não o que está entre ela. Afinal de contas, falamos de dois dos mais importantes proprietários de então. 

Então, vamos lá falar de Nelson Piquet, nesses dias de há 45 anos. 

Como toda a gente sabe, o brasileiro estreou-se pela Ensign no GP da Alemanha, no final de julho. Ele era um piloto a ter em conta na Formula 3, onde lutou contra Chico Serra e Derek Warwick para o título, quer o britânico, quer o europeu. As suas performances foram as suficientes para abrir um lugar na Formula 1. Depois do "one-off" em Hockenheim, um britânico, Bob Sparshott, antigo engenheiro da Lotus - trabalhou com gente como Jim Clark, Graham Hill e Jochen Rindt - deu um lugar a ele a partir do GP da Áustria, com um McLaren M23, um chassis já na sua sexta temporada.

Piquet, apesar da máquina desfasada - Brett Lunger, o seu companheiro de equipa, andava num M26, com um ano de idade - mas a sua capacidade de mexer no carro impressionou muita gente. E depois do GP de Itália, onde de último na grelha acabou na nona posição, passou a haver um leilão para a sua presença nas equipas maiores. 

Aliás, Sharpshot disse, quase profeticamente, que se continuasse assim, seria campeão em três anos.

Com a aproximação do GP dos Estados Unidos, Colin Chapman queria que Piquet fosse o substituto de Ronnie Peterson nas corridas finais. Já Emerson Fittipaldi também queria ter umas conversas no sentido de o convencer a correr para a sua equipa, apelando ao seu espírito patriótico, de uma certa forma. Mas no final, foi Bernie Ecclestone que lhe abriu as portas.

Contudo, no meio desse leilão, existiu um problema: a inscrição para a corrida! De facto, ele chegou a aparecer na lista provisória do GP americano, alargando-a para 28 entradas, mas Piquet acabou por não aparecer. A sua estreia na Brabham acabou por acontecer apenas na corrida seguinte, no GP do Canadá. E assim, quem ficou com o lugar na Lotus foi Jean-Pierre Jarier, que ficou com o número 55, porque Chapman queria "retirar" o numero 6, o de Peterson, para o resto da temporada. E no Canadá, Piquet apareceria com o número 66, para em 1979, correr... com o número 6, pela Brabham.

E a partir daqui, claro, é história.      

Formula E: Di Grassi junta-se a Muller na ABT Cupra


O brasileiro Lucas di Grassi não ficou muito tempo sem emprego, pois nesta sexta-feira, a Abt Cupra anunciou que ele iria correr na equipa ao lado de Nico Muller. Di Grassi, um dos originais - está aqui desde a primeira corrida do campeonato, em 2014 - irá andar mais uma temporada numa equipa que foi a última classificada do campeonato.

Mesmo assim, o piloto brasileiro está satisfeito por estar a competir por mais uma temporada a deseja ajuar a melhorar as performances da equipa na temporada de 2024.

É ótimo estar de volta à Fórmula E com a ABT Cupra”, começou por comentar Di Grassi. “Para além de ter conquistado dois títulos com a ABT, também tenho excelentes recordações de toda as pessoas que lá trabalham de forma apaixonada. Estou muito contente por estar de volta dois anos depois e ansioso por trabalhar com eles. Vamos dar o nosso melhor para os resultados que a equipa merece”, concluiu. 

Estamos muito satisfeitos por Lucas di Grassi se juntar a nós para a Fórmula E. Provou ser um dos melhores pilotos do campeonato nos últimos dez anos e o seu desempenho será fundamental para melhorar o rendimento da equipa em 2024.", começou por afirmar Xavi Serra, responsável pela Cupra Racing. "A sua experiência, conhecimentos técnicos e a paixão pela Fórmula E foram determinantes para o escolhermos. Com o Lucas, temos o piloto perfeito para o futuro.

Di Grassi irá experimentar o carro durante os testes oficiais da Formula E, em Valência, entre os dias 23 e 27 de outubro, para se prepararem para a nova temporada, que terá início na Cidade do México a 13 de janeiro de 2024.

Youtube Racing Video: O pior circuito de sempre?

Há perguntas que não tem resposta: quem foi o melhor... ou o pior piloto da história do automobilismo, o melhor circuito e o melhor carro da história. Depende do tempo, da geração, do seu domínio, da sua beleza, aqui entra tudo um pouco.

E nestas coisas, até poderia entrar um outra pergunta: qual foi o pior circuito de sempre - e não falo só de Formula 1. É o pior circuito da história do automobilismo. Existiram muitos circuitos de estrada, aborrecidos, com obstáculos, com asfalto a derreter, linhas de comboio... coisas assim.  

Mas para o Josh Revell, ele considera que uma pista urbana no centro da capital chinesa, desenhada por Hermann Tilke, é - para ele - a pior pista de sempre usada para uma prova automobilística. E no seu wideo, ele explica porquê.

Quanto a mim? Concordo que seja muito mau, mas sempre me lembro de Phoenix, de Dallas com o asfalto a derreter, ou Las Vegas, em 1981...

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

A imagem do dia



A Formula 1 ia para Watkins Glen, em 1978, em jeito de rescaldo. Não só por causa do título mundial, decidido a favor de Mário Andretti, mas também por causa do acidente da primeira volta do GP italiano, que causou a morte do sueco Ronnie Peterson, companheiro de Andretti na Lotus e o segundo classificado no campeonato. 

Os pilotos, na sua busca por segurança, procuravam também um culpado pelo que aconteceu, e alguns acharam que esse seria Riccardo Patrese, piloto da novata Arrows, criada naquele ano depois de uma cisão na Shadow. A marca, feita pelas iniciais dos seus proprietários - Alan Rees, Franco Ambrosio, Tony Southgate, David Wass e Jackie Oliver, com mais um "R" para completar o nome - tinha conseguido alguns bons resultados, nomeadamente o segundo lugar no GP da Suécia, nas mãos do próprio piloto italiano.  

Contudo, nesses tempos, tinha a sua própria polémica, quando o FA1, chassis desenhado por Southgate, foi contestado pela Shadow, que o achou muito parecido com o DS9 - tinha de ser, foram projetados pela mesma pessoa! - e achou que tinha direito a ela, afirmando que era uma cópia. O caso foi a tribunal, em Londres... e a Shadow ganhou, sendo obrigados a fazer um carro diferente... mas não muito. 

Em Itália, Patrese largou entre o Ferrari de Carlos Reutemann e o Copersucar de Emerson Fittipaldi, e na largada, ficou ao lado de James Hunt. O britânico assustou-se e ele tocou no Lotus de Peterson, que também o ultrapassava. Contudo, no final, o britânico da McLaren afirmou que Patrese o tocou, e durante muito tempo passou essa ideia. E foi com isso que Hunt influenciou outros pilotos para que penalizassem Patrese, impedindo-o de alinhar no GP americano, em Watkins Glen.

O grupo, que tinha gente como Emerson Fittipaldi, Niki Lauda, Mário Andretti e outros, ameaçou boicotar a corrida se aceitassem a inscrição de Patrese, e estes, de uma certa forma, obedeceram à sua pressão. O italiano tentou arranjar uma ordem do tribunal para levantar essa proibição, mas sem sucesso.  Ele voltaria para o GP do Canadá, e acabou na quarta posição, sem excessos ou perigos, mostrando que podia ser rápido.  

Mas Patrese nunca perdoou Hunt, especialmente porque ao longo dos anos seguintes, quando foi comentador da BBC, sempre o responsabilizou pelo acidente fatal. Só muito mais tarde, quando Hunt morreu - e curiosamente, na última temporada de Patrese na Formula 1... - é que a justiça passou a ser mais suave para o italiano, sendo reposta a verdade. E claro, durante muito tempo, as pessoas acreditaram nele. E em relação ao que fizeram a ele, há uma expressão inglesa para aquilo que os pilotos fizeram: "kangaroo court", ou seja, julgamento pelas suas próprias mãos. E isso quase sempre não é justiça, é o seu contrário.       

Então, e o calendário? A Índia pode saltar fora


Quem está a par do calendário da Formula E para 2024 tem o conhecimento de algumas estreias e... alguns buracos na competição. E recentemente, existem algumas noticias sobre esse assunto. Algumas são boas, outras... nem tanto.

A primeira tem a ver com a corrida da Índia. Apesar do sucesso do ePrix de Hyderabad, a entidade que a organizou dissolveu-se no final de agosto, logo, as hipóteses de a organizar de novo podem ser nulas. A notória e complicada estrutura administrativa indiana gosta mais de complicar que facilitar, e tudo indica que a corrida se tornou num "one-off", sem perspetivas de regresso num tempo próximo. 

Em contraste, a corrida da Cidade do Cabo tem tudo alinhado para o seu regresso num tempo próximo, e tudo indica que haverá um ePrix em Espanha, nomeadamente na cidade de Málaga, falando-se de abril ou final de maio, que é onde a vaga existe. 

Isto pode ser um enorme golpe, quer para a Mahindra, que é a equipa indiana da competição, que sempre puxou por uma prova no subcontinente, e ainda por cima, quando em 2024 a competição terá um piloto indiano, Jehan Daruvala.

Apesar de tudo, Alberto Longo, cofundador e diretor do campeonato, continua a esperar ter uma ronda indiana quando aparecer o calendário definitivo, a 19 de outubro. 

A Fórmula E e o governo de Telangana criaram história juntos no início deste ano com a primeira corrida do campeonato mundial de automobilismo realizada na cidade.", começou por afirmar. "O espetacular E-Prix de Hyderabad foi apreciado ao vivo por milhões de fãs em todo o mundo e impulsionou a economia local de Hyderabad em quase 84 milhões de dólares.", continuou. 

"A Fórmula E e o governo de Telangana estão em discussões ativas sobre um possível retorno a Hyderabad em 2024 com uma corrida no sábado, 10 de fevereiro. A confirmação de nossos planos será anunciada após a reunião do Conselho Mundial de Automobilismo da FIA em 19 de outubro, quando o calendário da 10ª temporada for atualizado.”  

Formula E: DS Penske renova com Vergne e Vandoorne


A DS Penske anunciou nesta quinta-feira na sua conta do Twitter que renovou o contrato por mais uma temporada para o francês Jean-Eric Vergne e o belga Stoffel Vandoorne. Ambos os pilotos, com campeonatos conquistados, tem como objetivo melhorar as suas performances. O piloto francês foi em 2023 quinto classificado, com 107 pontos marcados, enquanto Vandoorne não foi além do 11º posto, com 56.

O objetivo da equipa é o de regressar ao mais alto nível de competição em 2024, embora como se reparou, não pode ter muito motivos de queixa de 2023.

Para Vergne, campeão em 2018 e 2019, o piloto francês espera que a temporada de 2024 seja melhor que aquilo que foi, ou seja, recuperar ao topo da competição.  

"Estou muito contente por continuar a minha aventura com a DS Penske, com o mesmo companheiro de equipa, e com o nosso carro da Geração 3. Ao encerrar um capítulo, temos agora de nos concentrar no que está para vir. Adoro as corridas e, acima de tudo, adoro vencer: é uma sensação muito especial que quero voltar a repetir com a equipa. Tenho uma verdadeira relação de confiança com os engenheiros e com os mecânicos: a sua dedicação e trabalho árduo são verdadeiramente inspiradores.", começou por afirmar. 

"Quero recompensar a confiança que o Jay Penske e o resto da equipa depositaram em mim. No início de uma época tudo volta à estaca zero. Formamos uma dupla sólida, eu e o Stoffel. Fizemos duas boas corridas e estamos a trabalhar arduamente para voltar ao topo. Só temos de tentar fazer melhor e não vamos parar até o conseguirmos. A minha concentração e determinação absolutas estão no máximo e a minha motivação é maior do que nunca, pretendendo trazer para casa mais alguns títulos com esta equipa fantástica.", concluiu.

Já Vandoorne, o campeão de 2022, alinha no mesmo sentido. 

"Estou muito satisfeito por continuar a viagem que iniciámos há um ano com esta equipa. A consistência e a estabilidade serão as bases dos nossos sucessos futuros. O JEV e eu somos uma das melhores duplas da atualidade. Demos alguns passos significativos na última época e juntos estamos a ficar mais fortes. A consistência do desempenho é o nosso objetivo para a próxima época. O objetivo final é ganhar o campeonato. Estou entusiasmado por ajudar a continuar a construir essa dinâmica e a conquistar muitos troféus com a equipa.", afirmou.

Contudo, existe um problema: quer Vergne, quer Vandoorne, são pilotos da Peugeot no Mundial de Endurance, e estão preocupados com as possíveis colisões de ambas as competições no campeonato, especialmente nas três primeiras corridas do ano, antes das 24 Horas de Le Mans. O Prólogo, no Qatar, acontecerá na jornada de 24 de fevereiro, do qual ainda não há data - não será Hyderabad, na Índia -  enquanto a jornada dupla de Berlim acontece no mesmo fim de semana que as Seis Horas de Spa-Francochamps, e isso ainda não esta totalmente resolvido, embora eles não sejam os únicos que corram em ambas as categorias.  

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Formula E: Daruvala é piloto da Maserati


O indiano Jehan Daruvala será piloto da Maserati na próxima temporada, ao lado do alemão Max Gunther. O anuncio foi feito nesta quarta-feira, dias depois de Edorado Mortara ter saído, rumo à Mahindra. Um dos pilotos que chegou a ser considerado para o lugar foi o brasileiro Felipe Drugovich, mas a preferência foi para o Daruvala, que vem da Formula 2.

Sempre tive vontade de entrar na pista como piloto de corrida. Você não quer ficar à margem, você quer estar no carro e [estar] realmente ao volante”, disse o jovem de 24 anos à Autosport britânica.

A Fórmula E é muito diferente do que fiz no passado em todas as outras fórmulas juniores, então havia muito para aprender. Então, na verdade, ficar afastado por uma temporada [como piloto reserva] foi muito bom. Aprendi bastante nos bastidores."

"Acho que todos pensaram que, por ser reserva da Mahindra, iria para lá, mas sempre fui um piloto que quis o melhor para mim. Os meus gestores querem o melhor para mim e tivemos esta oportunidade da Maserati. Foi excelente para mim, eles são uma marca enorme. Há muita herança e mal posso esperar para representar o Tridente.”, concluiu.

Competindo desde 2015 em monolugares, Daruvala foi terceiro classificado na Formula 3 em 2019, antes de passar quatro temporadas na Formula 2, tendo ganho quatro corridas, conseguido 18 pódios e quatro voltas mais rápidas, conseguindo dois sétimos lugares na geral em 2021 e 2022.  

Já Gunther, de 26 anos, correrá pela Maserati depois de uma temporada onde acabou na sétima posição com uma vitória e três pódios. 

Estou muito orgulhoso da maneira como viramos nossa primeira temporada no meio e com as conquistas no segundo tempo”, começou por afirmar Gunther. “Temos sido consistentemente muito fortes, competitivos e cada vez melhores. Sinto que com este ritmo que temos com o carro, do lado técnico mas também como equipa, como grupo de pessoas, penso que temos uma grande base para muito mais.”, concluiu.

A nova temporada da Formula E começará a meio de janeiro na Cidade do México. 

Youtube Formula 1 Vídeos: As onboards de Suzuka

A corrida japonesa até foi bem mais agitada que muitos pensavam que iria ser - cinco abandonos. 

Mas claro, o fim de semana foi muito mais que isso, com as sessões de treinos livres e a qualificação. E aqui está o vídeo com algumas das comunicações "onboard" mais interessantes de Suzuka.

Formula E: Nyck de Vries e Edoardo Mortara correrão na Mahindra


O neerlandês Nyck de Vries regressa à Formula E, correndo pela Mahindra na próxima temporada. O neerlandês, que este ano teve uma passagem curta pela Fórmula 1 na Alpha Tauri, onde foi substituído por Daniel Ricciardo, regressa agora, ao serviço da equipa indiana, depois de esta ter rescindido com Lucas di Grassi. A seu lado terá o suíço Edoardo Mortara, que estava na Maserati na temporada passada.

É muito emocionante juntar-me a um fabricante automóvel tão importante como a Mahindra e representá-los na Fórmula E”, afirmou de Vries. “Estou particularmente entusiasmado com os planos futuros para a equipa. A base já é forte e a equipa tem todos os argumentos para ser bem sucedida. Acredito que, no futuro, seremos capazes de extrair ainda mais potencial do projeto e da organização e fazer parte desse processo foi muito apelativo para mim”, concluiu.

Já Mortara, que competira na época passada pela Maserati MSG Racing, somando apenas sete pontos, afirmou estar muito entusiasmado com a chegada à Mahindra.

Estou extremamente entusiasmado por me juntar à Mahindra Racing”, disse o piloto. “É uma equipa que tenho vindo a analisar há vários anos e que está na Fórmula E desde o início do Campeonato, pelo que tem muita experiência. O que também pude sentir das pessoas aqui é que partilhamos os mesmos valores. Temos um grande projeto pela frente, mas consigo ver muita determinação e motivação em todos os elementos da equipa, e isso é muito importante”, concluiu.

A Formula E arrancará em janeiro, na Cidade do México, não sem antes acontecer a sessão de testes coletivos, que será no final de outubro no circuito Ricardo Tormo, em Valência. 

terça-feira, 26 de setembro de 2023

A(s) image(ns) do dia






O GP de Portugal de 1993 por ter sido o palco de muita coisa. Pela primeira vez, um piloto português corria ali - Pedro Lamy, infelizmente, a corrida não acabou bem... - Michael Schumacher ganhou, numa vitória "consentida" por um Alain Prost, que ali, conseguia por fim o seu quarto título mundial e iria anunciar a sua retirada - tinha-o feito antes, na sexta-feira - e as asneiras de Gerherd Berger, cujo carro decidiu ter vida própria à saída das boxes e quase acabou muito mal, porque falhou por milímetros o Footwork-Arrows de Derek Warwick.

Mas desse fim de semana no Estoril, que faz agora 30 anos, decidi falar de um regresso: o dia em que Mika Hakkinen reentrou na competição. Em 1993, o piloto finlandês era uma promessa. Tinha chegado à Formula 1 em 1991, pela Lotus, e conseguira alguns bons resultados, embora sem chegar ao pódio: 11 pontos na temporada de 1992. Foi o suficiente para a McLaren o contratar, em principio, ao lado de Michael Andretti

Contudo, Ayrton Senna não se decidia entre ficar e sair da equipa - e da Formula 1, chegando a namorar a CART - e Mika ficou relegado para a função de terceiro piloto, pegando no carro para sessões de testes e desenvolvimento. Chegou a pegar no carro com motor Lamborghini - que detestou - e o facto de conseguir ser um elemento de equipa, aliado aos maus resultados de um Michael Andretti que nunca se adaptou à equipa e à vida da Formula 1, o fez pensar que iria ter uma chance, mais tarde ou mais cedo.

Apesar do pódio de Andretti em Monza, poucos dias depois, ele é dispensado da equipa, dando a chance que o finlandês queria para se mostrar. Com os Williams aparentemente inalcançáveis, pelo menos em termos de qualificação, o duelo era interno. Se batesse Ayrton Senna, ficaria bem impressionado na equipa. E assim foi quando no sábado, conseguiu 1.12,443, contra os 1.12,491 do brasileiro, deixando-o espantado. Quando lhe perguntou como conseguira - Mika era 4 km/hora mais rápido na curva 1 - respondeu que tinha "bigger balls", e que Senna precisava de os ter ainda maiores para o bater.  

Mas como ele era finlandês, toda a gente sabe que tinha "sisu". Que é o "bigger balls", na língua dele.  

No dia da corrida, teve um pouco de tudo. Damon Hill, o poleman, não conseguiu sair do seu lugar e foi obrigado a largar do fundo da grelha, ganhando um lugar, mas na partida, apesar de ter batido Prost, o primeiro lugar na primeira curva pertencia ao Ferrari de Jean Alesi, que partia de quinto para ficar com o comando da prova. Senna conseguiu passá-lo no final da primeira volta, mas ao longo da corrida, o duelo que teve para conseguir um lugar no pódio foi com o francês da Ferrari. Foi uma corrida de velocidade entre os dois, e ambos foram às boxes na mesma volta, saindo ao mesmo tempo. O finlandês tentou ser sempre melhor que o francês, mas a potência do motor Ferrari colocava-os de igual para igual, e o duelo agitou as bancadas. 

Pelo meio, o motor de Senna rebentou, e Prost ia-se embora do pelotão, graças a uma melhor estratégia no jogo de pneus. 

Mika parecia que ia para um pódio - que seria bem merecido, mas na volta 33, um excesso na parabólica colocou-o na berma na meta, arrancou a sua asa e a corrida acabou por ali.  Foi pena, mas anos depois, ele contou que a sua chegada o fez despertar o brasileiro, que acabou por arranjar vontade para vencer, catapultando para o final de temporada que acabou por ter.   

Formula E: Di Grassi sai da Mahindra


O brasileiro Lucas di Grassi sai da Mahindra e procura por lugar para correr na próxima temporada. O piloto brasileiro de 39 anos rescindiu o contrato com a montadora indiana depois de uma temporada sem grandes resultados. A fraca competitividade da equipa motivaram a saída prematura do piloto.

Frederic Bertrand, diretor da equipa Mahindra, começou por afirmar no seu comunicado oficial: “Em nome de todos na Mahindra Racing, gostaria de estender os meus sinceros agradecimentos ao Lucas pela sua contribuição para a equipa ao longo do último ano."

O Lucas desempenhou um papel valioso e integral desde que se juntou a nós, antes da era Gen3, mas ambas as partes sentem agora que é o momento certo para procurar outras opções para o futuro. Ele continuará sempre a fazer parte da família Mahindra Racing e parte com nada mais do que os nossos melhores desejos para os seus futuros empreendimentos.”, concluiu.

Numa publicação nas redes sociais, di Grassi disse: “Quero expressar a minha gratidão a todos os membros da nossa equipa pela experiência que partilhámos durante o que se revelou ser um ano difícil. Esta decisão acaba por nos beneficiar a ambos, uma vez que as nossas perspetivas e visões divergiram. Desejo à equipa e à empresa um futuro brilhante.

Di Grassi teve a sua pior temporada em 2023, onde apesar de uma pole-position e um terceiro lugar no México, a prova de abertura, conseguiu pontuas mais duas vezes, acabando a temporada na 15ª posição, com 32 pontos.   

Não existem muitas vagas para a próxima temporada. Provavelmente poderia tentar a sua sorte na Maserati - lugar onde esteve em 2022, quando era Venturi - ou até na DS Penske, mas esses lugares já tem as vagas praticamente decididas, o que significa que as chances são escassas.  

WEC: Jota Sport ambiciona um campeão


A Jota Sport, que corre no Mundial de Endurance com um Porsche 963 na classe Hypercar, mais um LMP2, irá ter o seu segundo carro em 2024 e deseja ter um nome forte para o novo alinhamento. E para isso, tem falado com gente como Kimi Raikkonen e Sebastian Vettel

No caso do piloto alemão, a revista alemã Auto Motor und Sport fala que o quatro vezes campeão do mundo estará a explorar a possibilidade de participar na categoria Hypercar do Mundial de Resistência com um Porsche 963 da Jota Sport. E para isso, pretende organizar uma sessão de testes com o seu Oreca da categoria LMP2, para ele poder experimentar a sensação de conduzir um carro deste tipo. 

Vettel respondeu à mesma publicação que “ainda nada está assinado ou decidido, mas tenho o assunto em mente. Ainda tenho tempo para decidir.” Ou seja, a ideia é possível. 

Mas a Jota não pensa só nele: outros dois nomes estão em cima da mesa. Um deles é o polaco Robert Kubica, e o segundo nome é Kimi Raikkonen, que já foi companheiro de equipa de Vettel na Ferrari entre 2015 e 2018. Raikkonen é apontado pela revista alemã Motorsport Aktuell. Ele que já experimentou em 2011 um Peugeot 908 HDi no Motorland Aragon. 

Contudo, a revista revela que há mais um nome na lista para além de Kimi. E esse segundo nome é Jenson Button, campeão do mundo em 2009. Nesse caso, quem reforça a ideia é o site the-race.com. 

Ali, é o próprio piloto de 42 anos que afirma que gostaria de ter um programa a tempo inteiro nas corridas de resistência. Aliás, este ano, o ex-campeão do mundo de Fórmula 1 correu nas 24 Horas de Le Mans com o carro da NASCAR inscrito na Garagem 56, fez três provas da NASCAR Cup Series e irá guiar o Porsche 963 GTP privado da JDC-Miller MotorSports na última prova da temporada do IMSA SportsCar Championship, em Road Atlanta, na corrida de 10 Horas da Petit Le Mans.

Uma coisa é certa: a Jota tem dois carros e quer um nome de peso para reforçar uma equipa que tem como ponta de lança o português António Félix da Costa, ao lado do britânico Will Stevens e o chinês Ye Yifei.

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

A(s) image(ns) do dia (II)





Há 40 anos, a Formula 1 corria em Brands Hatch. E não era para correr ali, inicialmente. Se tudo corresse como o plano, estariam nas ruas de Nova Iorque, mostrando-se perante Manhattan e o resto da América, numa tentativa de Bernie Ecclestone para seduzir os locais. Que não conseguiu.  

Como o cancelamento foi "tão em cima da hora" e a próxima corrida só aconteceria a meio de outubro, a alternativa foi correr numa segunda corrida em paragens britânicas e dar o nome de "Grande Prémio da Europa", e ainda por cima, numa altura onde existia um duelo a quatro prlo título mundial entre o Brabham de Nelson Piquet, o Renault de Alain Prost, e os Ferrari de René Arnoux e Patrick Tambay

Mas claro, poderiam acontecer algumas coisas. Alguns "outsiders" que poderiam "baralhar e voltar a dar". E um bom exemplo aconteceu nesse fim de semana com a Lotus, quando, inesperadamente, conseguiram uma pole-position com Elio de Angelis ao volante, bem como uma grande corrida de Nigel Mansell, que o colocou no pódio, mostrando uma rara luz de sol em tempos atribulados, na casa de Hethel. 

A história é relativamente conhecida. Meses antes, a 16 de dezembro de 1982, Colin Chapman sofria um ataque cardíaco fatal, numa altura em que se construía o modelo 92, e se fazia a transição para os motores Renault turbo. E ainda por cima, Chapman estava a pensar na sua derradeira ideia, a suspensão ativa. Com tanta coisa em mãos, houve algo que ficou para trás, e a temporada começou a ser um desastre. A meio do ano, Peter Warr, que ficou no lugar de Chapman, decidiu contratar o francês Gerard Ducarouge, recém-despedido da Alfa Romeo por causa das tensões que tinha com Carlo Chiti - e tinha desenhado o 183T - e em poucas semanas, fez o 94T. Um carro simples e sem complicações como a suspensão ativa - só colocariam em 1987.

O carro estreou-se em Silverstone e Mansell conseguiu um meritório quarto lugar, depois de ter partido de 17º. A partir dali, começou a pontuar frequentemente, com dois quintos lugares, um para Mansell na Áustria e outro para De Angelis em Itália. E em Brands, a Lotus colocou Mansell em terceiro, com Riccardo Patrese entre eles. E tinham deixado para trás Nelson Piquet, os Renault e os Ferrari. 

Aliás, os 15 primeiros nessa grelha eram apenas motores Turbo. Keke Rosberg era o melhor dos Cosworth, e com um atraso de... 2,8 segundos. 

Na partida, os Lotus foram surpreendidos por Patrese, que decidiu ser a "lebre", enquanto De Angelis perseguia-o. Ambos bateram na volta 11, com consequências: o italiano da Brabham continuou, com danos - ficou fora dos pontos, em sétimo - e o italiano da Lotus desistiu por causa de danos na bomba de combustível. Mansell, entretanto, não estava a dar-se bem com os Pirelli e tinha caído para sétimo, com o comando nas mãos de Piquet.

Entretanto, entre os candidatos, as sortes eram diferentes. Arnoux despistou-se na volta 20 e caiu para o fundo do pelotão, Piquet liderava, mas quando foi às boxes, teve um problema com uma das rodas e perdeu tempo. Com isso, Prost se aproximou, mas não ameaçou. Pior sorte teve Tambay, que era terceiro, mas na parte final começou a ter problemas com os travões e despistou-se, não sem antes ter sido passado por um Mansell que, por fim, tinha melhores pneus e mostrava toda a sua velocidade.

Como em Silverstone, teve compensação, mas melhor: um pódio e volta mais rápida. O primeiro grande fim de semana da equipa depois da morte de Colin Chapman. Parecendo que não, mas era o inicio do último grande ponto alto da Team Lotus.       

A(s) image(ns) do dia





A Renault na Roménia chama-se Dácia. Mas muito antes de ser o carro símbolo da acessibilidade na Europa e no mundo, com o Sandero, Duster, Spring e outros, em meados dos anos 70 montava o 1300, a versão local do Renault 12, e que durou até à primeira década deste século, de diversas maneiras, como pickup, por exemplo. Mas o que muito poucos sabem é que eles montaram alguns exemplares de um outro modelo, o 2000, que não era mais que um Renault 20.

Esses modelos serviam para propósitos mais elitistas... e sinistros. É que, sabem, a Roménia, na década de 80, estava do outro lado da Cortina de Ferro, e esses 2000 serviam para a elite do Partido Comunista e a policia secreta, a Securitate. E um deles, matricula B 101 TOV, pertencia a uma pessoa em particular: Nicolae Ceausescu. O "Conducator". Provavelmente, um dos ditadores mais exuberantes que o outro lado da Cortina de Ferro tinha. 

É um carro que anda bem - velocidade máxima, 175 km/hora - tem 115 cavalos, motor de 2.2 litros, e o seu dono, Ovidiu Magureanu, tem uma história para contar. De como ele se tornou o seu dono. Descobri a história num artigo de 2014, e espero que ele ainda seja o dono do carro.

Quando eu era criança, frequentava a garagem do meu vizinho, foi assim que ganhei a minha paixão por carros. Ele era o motorista pessoal de Nicolae Ceausescu. Primeiro dirigi o Dacia 1300 dos meus pais, depois comprei o meu. Encontrei o carro do Ceausescu na internet, nem conseguia acreditar. Então é claro que comprei”, explicou Magureanu, numa entrevista ao jornal romeno Adevarul.

O carro é azul e está - aparentemente - bem conservado, e o seu interior é bege, com o painel de instrumentos plastificado e negro. Tem transmissão automática, ar condicionado, cruise control, vidros elétricos, jantes de liga leve, e como presumimos que tudo isto seja original, poderemos afirmar que isto, na Roménia, era o equivalente a um disco voador. Ou se preferirem, era o carro de alguém que vivia no seu casulo. 

 E aqui entra a História. 

Quando o carro foi feito, em 1981, a Roménia estava em sarilhos. Com uma divida externa enorme Ceausescu decidiu tomar uma decisão radical: pagá-la a todo o custo. Toda a produção industrial e agrícola foi direcionada para a exportação, e pouco ou nada sobrou para uma população em expansão - cerca de 20 milhões de habitantes nessa década. Para piorar as coisas, Ceausescu estava a remodelar o centro da sua capital, Bucareste, e entre outras coisas, construía o Palácio do Povo - hoje em dia, o segundo maior edifício do mundo em termos de área - e por causa disso, o povo passava misérias. Nada que não se soubesse quem via as imagens dessa Cortina de Ferro, desde a Polónia à União Soviética, mas na Roménia, em certos aspetos, era pior. 

E quando a Cortina de Ferro caíu, em 1989, as coisas na Roménia foram deixadas para o fim. E foram mais violentas. Se em Belim-Leste cantava-se "nós somos o povo" e um equívoco numa conferência de imprensa deu lugar ao derrube do Muro, na Roménia, quando o povo protestou, a policia, o exército e a Securitate responderam a tiro, e da única vez que ele foi à varanda ter com o povo a 21 de dezembro de 1989, este assobiou-o de tal maneira que os seguranças tiveram de o arrastar dali, temendo o pior. E a televisão, que transmitia o comício em direto, teve de interromper sem dar qualquer explicação. Quanto se rebelou, ele ordenou que atirassem a matar.

O resto é conhecido: fugiu de Bucareste e quando o povo entrou dentro das suas instalações e encontravam o luxo em que vivia com a sua mulher, Elena, foi capturado a 25 de dezembro, julgado um tribunal militar, condenado à morte e fuzilado. E essas imagens correram mundo. 

As ideias da Toyota?


O fim de semana do GP japonês agitou-se com a possível ideia de que a Toyota poderá estar a pensar no seu regresso à Formula 1, 13 anos depois de lá ter estado... e ter sido um fracasso completo. Quando a McLaren anunciou que o nipónico Ryo Hirakawa iria ser seu piloto de reserva para 2024, toda a gente ficou surpresa por saber que ele andaria por ali. Recorde-se que ele é piloto da Toyota na Endurance, pilota na Super Formula, e claro, é piloto de fábrica.

Quem também andava pelo paddock neste final de semana era Akio Toyoda, que já foi o diretor da marca, e agora é o seu presidente - e um entusiasta de automobilismo. E quem estava com ele é o vice-presidente da Toyota Gazoo Racing Europe. Um tal de... Kazuki Nakajima, ex-piloto da Williams, por exemplo.

E foi o filho de Satoru Nakajima que respondeu às perguntas sobre um eventual regresso da marca, desmentindo os rumores. "Por enquanto, é claramente não", afirmou.

E a ideia foi apenas Hirakawa, que tem agora 29 anos. "Este acordo está realmente focado puramente num piloto, apoiando o sonho de um piloto. No momento, realmente não tem nada a ver com isso. Eu sei, é claro, que vocês pode, pensar sobre isso e há muitos rumores. Mas posso dizer claramente que não e que não há nada a ver com isso. Para o futuro, nunca se sabe.", começou por afirmar ao portal japonês as-web.jp.

"Portanto, a nossa missão é realmente apoiar o Ryo para que ele basicamente se estabeleça na McLaren e também para que encontre o máximo de oportunidades possíveis como terceiro piloto, sessões de simulador, testes ou o que pudermos encontrar. Estamos aqui para apoiar basicamente essa atividade.", continuou. 

E quanto à idade, Nakajima relativiza:  "Às vezes, no automobilismo, a idade não significa tudo. Como podemos ver, Fernando ainda está no topo [e tem 42 anos].", concluiu.

A aventura na Toyota na Formula 1 durou de 2002 a 2009, e não resultou em vitórias. Antes, passou à história como um vasto desperdício de dinheiro - fala-se que custou cerca de 1500 milhões de euros - mas hoje em dia, com a Gazoo Racing Europe, a Toyota está prestes a ser campeã no Mundial de Endurance, mesmo que este ano não tenha triunfado nas 24 horas de Le Mans. Para além disso, está a ganhar no WRC, o Mundial de Ralis, quer nos Construtores, quer nos pilotos, já que o finlandês Kalle Rowanpera está prestes a renovar o seu título. 

Para além disso, a marca também corre na NASCAR nos EUA e no Super GT no Japão, para além de ter carros para as categorias GT3, GT4 e TCR.

Também tem de se pensar que tem de existir certas coisas para que esta marca queria pensar na Formula 1. Primeiro, tem de se apressar - novos regulamentos em 2026 - e segundo, há certas coisas que eles pretendem saber se a FIA e a FOM querem ou não ter, como por exemplo, o hidrogénio. Algo do qual a ACO, o Automobile Club de L'Ouest, que toma conta das 24 horas de Le Mans, está a investir fortemente e a marca já construiu um protótipo com essa motorização, o H2. 

Em suma, se pensam na coisa, deverá estar tudo muito nas suas fases iniciais. Resta saber se o interesse continua.  

domingo, 24 de setembro de 2023

A(s) image(ns) do dia





Nesses tempos, a FIA dava imensa autonomia aos organizadores dos Grandes Prémios. Desde que seguissem os regulamentos, poderiam receber inscrições, organizar os comissários, decidir a hora de partida da corrida, especialmente em termos de boletim meteorológico. E foi por isso que, dois anos antes, em 1971, a corrida canadiana tinha entrado na história como a primeira que não chegou ao fim, quando uma bandeira vermelha interrompe uma corrida a sete voltas do fim, por causa da chuva intensa. 

E neste ano de 1973, também chovia e estava frio. 

Depois de Francois Cevért e Jody Scheckter terem batido na volta 32, a organização pediu a Eppie Witzes que entrasse no Porsche 914 amarelo e se colocasse naquele que seria o líder da corrida. Só que na altura, a pista estava a secar, e o líder deveria ser Jackie Stewart... que na altura, tinha ido às boxes trocar para slicks! Confusos - todos eles - o carro entra na pista quando lhe indicam que o líder era o carro 25, de Hownden Ganley. Ele entrou e uma bandeira amarela foi mostrada, pedindo aos pilotos que andassem a uma determinada velocidade.

Mas tinha sido cometido um erro: o líder era na realidade o francês Jean-Pierre Beltoise, no seu BRM. Ele, o Lotus de Emerson Fittipaldi e o McLaren de Peter Revson estavam na frente, mas a sair das boxes quando o Porsche saiu para a pista. Na realidade, esses pilotos tinham uma volta de atraso.

Quando o carro regressou às boxes, os pilotos começaram a recuperar os lugares aparentemente perdidos e no final, o primeiro a cortar a meta tinha sido, aparentemente, Fittipaldi. E Colin Chapman chegou a comemorar a vitória. Mas desde logo as equipas começaram a contestar o resultado. E após duas horas de cálculos, descobriu-se que Rewson tinha ganho a corrida, com 32 segundos de vantagem sobre Fittipaldi, e não muito longe, o Shadow de Jackie Oliver, no segundo pódio da marca na temporada de estreia. 

Ganley, o inesperado líder, acabou em sexto, a uma volta. Até hoje, está convencido que ele poderá ter sido o vencedor. Numa era analógica, nunca saberemos. E a experiência do Safety Car foi tão "interessante"... que apenas 20 anos depois voltariam a repetir.  

Formula 1 2023 - Ronda 16, Japão (Corrida)


A Formula 1 já tinha fama antes dos americanos tomarem conta do negócio. Pelo menos em certos lugares. Agora que eles chegaram, a Liberty Media não só arranjou novos lugares, na América e no Médio Oriente, como conseguiu atrair ainda mais gente para assistir às corridas, apesar de nesta temporada, Max Verstappen dominar tudo de fio a pavio.  Aliás, hoje parecia que as chances de se aproximar fortemente do título começavam a desenhar-se agora. Nada que não soubéssemos, mas sabia-se que agora eram os momentos decisivos, aquilo que já imaginamos há muito irá acontecer, e a nossa ansiedade aumenta.   

E até teria graça se ali, no Japão, se decidisse tudo. Claro, os espectadores eram imensos: 222 mil ao longo do fim de semana. Mas na realidade, o que se iria decidir era o título de pilotos. Bastawa que a Red Bull conseguisse mais quatro pontos que a Mercedes e o título era deles, renowado depois de o terem ganho em 2022.  

O dia da corrida tinha calor na atmosfera e no asfalto - mais de 40ºC - e por causa disso, alguns até arrancavam com moles para se distanciarem o mais que pudessem antes de trocar para duros, o que significava que as chances de fazerem três paragens eram reais. 


Quando as luzes foram desligadas, Piastri desafiou Max ao ponto de Norris ter ficado lado a lado do neerlandês. Até à curva, desafiaram o neerlandês, mas ele se manteve na liderança. Atrás, Sérgio Pérez e Lewis Hamilton tocaram-se, começando uma reação em cadeia, que afetou o Williams de Alex Albon, os Sauber Alfa de Baltteri Bottas e Guanyou Zhou. Isso foi o suficiente para que a organização decidisse por uma entrada do Safety Car. 

Com isso, um dos que ganharam muito na partida foi Fernando Alonso, que agora é sexto, partindo de décimo, e estando na frente dos Mercedes e dos Alpha Tauri. Em contraste, Checo ia para as boxes trocar de nariz, colocando pneus duros e esperando que aguentasse o mais tempo possível, eesprando que subisse o maior número de lugares possível. 

A corrida recomeça na volta 5, com Max a tentar distanciar-se dos McLaren, com Norris na frente de Piastri, seguido dos Ferrari, com Alonso a pressionar o seu compatriota Sainz Jr. Atrás, Hamilton passava Russell, que era pressionado por Lawson, que era nono. E Bottas era último, depois de ser tocado pelo Williams de Sargent, na travagem para o hairpin. O americano foi tocado, mas era o último, porque o finlandês desistiria no final da volta 9. 

Logo a seguir, nova penalização para Checo, por ter infringido algumas regras, e com isso, a sua recuperação parece que será ainda mais complicada. A partir da volta 11, as primeiras paragens para os que tinham calçado os moles, começando pelos Alpha Tauri, que regressavam com médios.  

Na volta 13, Pérez, de tão apressado que estava para passar o Haas de Kevin Magnussen, que danificou novamente o seu nariz e teve de ir às boxes, e por causa disso, os danos na pista lá estavam, suficientes para um Safety Car Virtual, bom para alguns irem às boxes, como o McLaren de Piastri.  Pouco depois, Checo acabou por retirar, a conselho das boxes.

Max ia trocar de pneus na volta 17, logo antes de Hamilton, e na volta seguinte, Norris e Leclerc foram também trocar pneus, com o piloto da McLaren com duros e o da Ferrari, com médios. E na volta 19, Sainz Jr e Gasly também iam às boxes, com o espanhol a ter os mesmos pneus do seu companheiro de equipa, e o francês com duros.  Entre os da frente, apenas Russell ainda não tinha ido às boxes. Alonso, que já tinha ido às boxes mais cedo, estava agora à frente do filho de El Matador. Mas ele passou-o na volta 20, na entrada da Spoon. Pouco depois, passou Gasly para ser sexto. 

Entretanto, enquanto Hamilton passou Alonso na 130R, e mais adiante, passou Esteban Ocon para ser sétimo, Lance Stroll tornava-se na terceira retirada da corrida. Estava a ser uma corrida entretida, excepto na frente, que já sabemos quem lá estava. Por exemplo, George Russell aguentou com os médios até à volta 25, altura em que trocou para duros e discretamente, Sargent era o quarto carro a ser retirado da corrida, três voltas antes do seu companheiro de equipa, Alex Albon, ter o mesmo destino. 


Na frente, por alturas da volta 31, Max já tinha 14 segundos de vantagem sobre Norris, que tinha Piastri não muito longe. E os McLaren queriam saber se o Russell poderia ficar na pista tempo suficiente para os passar ou não. Afinal de contas, a chance de um pódio duplo para os pupilos de Woking era bem possível. 

Na volta 35, Gasly e Hamilton trocavam de pneus pela segunda vez, e nesta altura, apenas os seis primeiros tinham feito uma troca. O primeiro dos "top cinco" a ir às boxes foi Piastri, regressando em quinto e mantendo os duros. A mesma coisa aconteceu a Norris na volta seguinte e a Max e Leclerc, na volta 38. Sainz Jr foi na 39.  Com todos já a fazerem as suas trocas, excepto Russell, Piastri estava agora na traseira do Mercedes, querendo passá-lo para ser terceiro. Conseguiu na volta 42. 

Na parte final da corrida, enquanto Russell lutava inutilmente contra Leclerc para manter o quarto posto - o monegasco passou na volta 45 - o inglês pretendia ir até ao fim com o mesmo jogo de pneus, acabado por ser apanhado por, primeiro, Hamilton, e depois por Sainz Jr. Se a troca entre companheiros foi ordenada para tentar evitar que o espanhol o passe, isso não aconteceu, porque a tal degradação já era grande. Mas se a intenção era que Hamilton ficasse na frente de Sainz Jr, as coisas até deram certo. 


Claro, enquanto isso acontecia, Max guiava calmamente para a meta no primeiro posto, preparando para sair de terras japonesas com... 400 pontos, e graças às asneiras de Checo, arriscando a ganhar na corrida seguinte, no Qatar... e num sábado!

Apesar de tudo, valeu a pena levantar de madrugada ver uma corrida destas.     

Youtube Formula 1 Video: As "asneiras" da Alpha Tauri

A Alpha Tauri anunciou por estes dias que irá ficar com Daniel Ricciardo e Yuki Tsunoda, deixando Liam Lawson para outras ocasiões. O neozelandês - que provavelmente cumpriu em Suzuka a sua última corrida, pois o regresso de Ricciardo está previsto para Losail, no Qatar - até conseguiu boas performances, mas o que aconteceu com Nyck de Vries, no inicio do ano, poderá ter colocado Helmut Marko de pé atrás, suficiente para agora, não querer dar uma chance ao piloto de teste.

Assim sendo, o Josh Revell, que não esconde a sua preferência, decidiu falar um pouco sobre Marko e as suas decisões, que prejudicam a equipa B da Red Bull. E sim, digo isso mesmo, porque mudará de nome em 2024, lembre-se. 

Mais do que um "rant" pró-Lawson, o que ele pede é que o austríaco tenha um pouco mais de coerência nas suas decisões para o futuro, para que ninguém tente adivinhar o que vai na cabeça dele.