sábado, 1 de agosto de 2009

Noticias: Peter Sauber quer salvar a situação

O fundador da Sauber quer resolver a situação criada pela saída anunciada da BMW, a acontecer no final deste ano. E a ideia dele é fazer algo semelhante ao que foi feito na Brawn GP. E para isso, está a trabalhar com o director da BMW, Mario Thiessen, actual director da marca bávara, para salvar a formação de Formula 1.


"Vou fazer tudo o que for humanamente possível. Não posso fazer milagres e não quero ser o director da equipa no muro das boxes outra vez", afirmou Peter Sauber ao site alemão Auto Bild.


"Disse àquelas pessoas que irei falar com todos os meus contactos mas deixei claro que não posso prometer nada. Sou consultor da BMW, mas só eles é que podem decidir como continuar [com a equipa]", afirmou, lembrando que a decisão final continua presa nas mãos dos responsáveis da BMW.


"A melhor solução seria uma do tipo Ross Brawn-Honda. São precisos pelo menos dez anos para construir uma equipa capaz de produzir um carro de F1 para os níveis exigidos e se deixarmos esta formação desmembrar-se, a Suíça poderá nunca mais ter outra oportunidade como esta", concluiu.

Noticias: Assinado o Novo Pacto da Concórdia

Para fechar esta semana louca na Formula 1, a FIA anuncia hoje no seu site oficial que já foi assinado o novo Pacto da Condórdia. FOTA e FIA assinaram para os próximos quatro anos um pacto que regula os aspectos desportivos e comerciais da categoria máxima do automobilismo. O acordo será válido até ao dia 31 de Dezembro de 2012.


Ainda não são públicos os detalhes do acordo, mas a edição desta semana do autosport português colocava alguns itens desse acordo, nomeadamente na parte comercial, com as equipas a chegarem a um acordo total com a CVC Capital Partners, a equipa que gere os aspectos comerciais da Formula 1, gerida por Bernie Ecclestone. Também a FOTA terá mais intervenção na elaboração do calendário, e isso pode implicar que em 2010 a Formula 1 volte à América do Norte, mais especificamente o GP do Canadá.


Também se fala na redução de custos das equipas, desde uma forte limitação nos materiais que poderão ser usadios nos monolugares, até que cada equipa só pode testar durante 15 dias antes do inicio da temporada, e que os novos monolugares só terão os seus ensaios em pista a partir de 1 de Fevereiro de 2010, com excepção das novas equipas e dos novos pilotos, no caso deles, terão quatro dias disponiveis.


Veremos depois, quando os detalhes forem públicos, se isso tem fundamento ou não. E também... como será que este novo Pacto afectará as eleições de Novembro para a presidência da FIA?

GP Memória - Alemanha 1999

Uma semana depois de Zeltweg, o Mundial de Pilotos encontrava-se ao rubro, com Eddie Irvine e Mika Hakkinen separados por dois pontos, tendo o irlandês aproveitado bem a confusão entre os dois pilotos da McLaren na pista austriaca. Agora, em Hockenheim, sem o seu herói Michael Schumacher, ainda em convalescença devido ao acidente de Silverstone, duas semanas antes, os alemães passariam por torcer ou pelos outros tedescos na grelha, como o seu irmão Ralf Schumacher ou Heinz-Harald Frentzen, ou então eram leais ao "Barão Vermelho" e torcer pela Ferrari.

Sem alterações nos inscritos, na qualificação assistiu-se à luta entre Ferrari e McLaren, com uma honrosa intromissão da Jordan de Frentzen, que naquela temporada tinha um excelente carro nas suas mãos. Hakkinen levou a melhor, mas por muito pouco, na luta pela "pole-position". Na segunda fila, o McLaren de David Coulthard tinha a seu lado o Ferrari de Mika Salo, que tinha batido o seu comapnheiro Eddie Irvine. Em sexto na grelha estava o Stewart-Ford de Rubens Barrichello. Na quarta fila estavam o Prost-Peugeot de Olivier Panis e o segundo Jordan-Honda de Damon Hill, enquanto que a fechar o "top ten" ficavam o segundo Prost de Jarno Trulli e o Benetton-Supertec de Giancarlo Fisichella.

A pole-position do piloto finlandês era marcante para a McLaren: era a centésima da marca em toda a sua história desde 1968, 26 anos e meio depois de Peter Revson, no já distante GP do Canadá de 1972.

No dia da corrida, 90 mil espectadores ouviram algums minutos antes da corrida uma mensagem de Michael Schumacher, mostrando estar a caminho da recuperação, e esperando voltar o mais depressa possivel para dentro de um carro, talvez ainda nas últimas corridas dessa temporada.

Na partida, Hakkinen ficou na frente, mas Frentzen e Coulthard foram mais lentos e foram ultrapassados por Salo, que passou para a segunda posição. Irvine ficou em sexto, mas a sua sorte estava prestes a mudar quando Barrichello, que andava à sua frente, desistiu com problemas hidraulicos na volta seis. Dez voltas mais tarde, Coulthard corta a chicane para tentar ultrapassar Olivier Panis, e os comissários decretam um "stop & go" de dez segundos. Assim, Irvine sobe à terceira posição e lá fica até à altura dos primeiros reabastecimentos. quando foi a sua vez, sai na frente de Frentzen e toma a liderança.

A sorte para Irvine iria continuar quando Hakkinen perde demasiado tempo no seu reabastecimento na volta 24 devido a uma avaria no seu depósito. Quando o finlandês volta à pista, cai para a quarta posição, deixando na liderança outro finlandês, outro Mika. Salo. Aos 31 anos, estava pela primeira vez na sua carreira à frente de um Grande Prémio. começa a elaborar uma recuperação, mas na volta seguinte, á entrada do Estádio, o pneu traseiro diteito de Hakkinen explode, despistando-se a alta velocidade contra a barreira de pneus.

Sem Hakkinen a incomodar, e com os Ferrari na frente, a boxe ordena que Salo ceda o comando a Irvine, para assim capitalizar da melhor maneira possivel o resultado. O finlandês cede e assim a Ferrari alcança a dobradinha, com Salo a subir ao pódio pela primeira vez na sua carreira Frentzen fechava o pódio, enquanto que o Williams de Ralf Schumacher, o McLaren de David Coulthard e o Prost de Olivier Panis ocupavam os restantes lugares pontuáveis.

No final, reconhecido pelo gesto, Irvine ofereceu o troféu de vencedor a Salo. apesar de agora liderar o campeonato com oito pontos de avanço sobre Hakkinen, reconhecia que isto se deveu à sorte: "Não ganhamos a corrida à McLaren. Eles deram um tiro no pé", diria depois na conferência de imprensa.

Fontes:


Santos, Francisco - Formula 1 1999/2000, Ed. Talento, Lisboa, 1999


sexta-feira, 31 de julho de 2009

O regresso dos campeões - 2. Mario Andretti

O segundo capítulo da história da Formula 1 acerca do regresso dos campeões mundiais à competição após algum tempo de retirada aborda um dos mais ecléticos pilotos de sempre: o italo-americano Mario Andretti.

Correndo desde o inicio dos anos 60, e estreando-se na competição em 1968, correu na Lotus, Ferrari, Parnelli, e Alfa Romeo. No final de 1981, Andretti tinha 41 anos e aparentemente, as portas da formula 1 estavam fechadas para ele. Sendo assim decidiu voltar para a CART, onde ainda era um forte candidato aos lugares da frente, a par de Rick Mears ou Al Unser Jr., entre outros.

Contudo, a meio de 1982, a Formula 1 chama de novo Andretti para servir de substituto de pilotos ora acidentados, ora desistentes. Em Long Beach, Frank Williams chama-o para o lugar de Carlos Reutmann, que tinha decidido retirar-se de vez da Formula 1. Andretti teve pouco tempo para se adaptar ao carro, pois não gostava dos carros com efeito-solo (ironia: foi ele o primeiro campeão com esse conceito, em 1978) e não foi muito longe. 14º na grelha, bateu na volta 19.

Poucos meses mais tarde, Andretti estava de volta à Formula 1, desta vez para acorrer a um apelo do coração: Enzo Ferrari tinha-o chamado para substituir o acidentado Didier Pironi nas duas últimas corridas do ano, em Monza e em Las Vegas. Sendo ele um italiano de nascimento, logo, grande fã da Ferrari, não poderia recusar um pedido de ajuda. E ainda por cima, era estimado em Itália, e esta seria uma excelente oportunidade de encerrar a carreira como sempre quis: em alta.

Andretti correu em Monza, e depois das dificuldades iniciais nos treinos, aproveitou o facto de ter um bom chassis e um motor potente, ideal para as longas rectas do mitico circuito italiano, conseguiu o inesperado: faz 1.28,473 e consegue a pole-position, batendo Nelson Piquet e o seu companheiro Patrick Tambay. O italo-americano tinha então 42 anos e as bancadas deliraram com este feito, um oásis num ano dilacerante para a Scuderia.

A corrida não foi aquilo que se previra, pois René Arnoux (que iria ser piloto... Ferrari em 1983) vencera ambos os carros do Cavalino, com Tambay (que estava debilitado com uma hérnia discal) à frente de Andretti. Mas consaeguira subir ao pódio. Ainda correu em Las Vegas, onde partiu da sétima posição, mas um problema na suspensão na volta 27 acabou a sua corrida.

Após este auxílio à Scuderia, não mais voltou à Formula 1 de modo competitivo. Pelo contrário, a sua carreira na CART foi longa, durando até 1994. Venceu um campeonato em 1984 e discutiu vitórias com o seu filho Michael. hoje em dia vibra com os feitos do seu jovem neto, Marco Andretti, na IRL. E quem sabe, poderá lhe incutir a ideia da Formula 1...

A sua carreira neste regresso à Formula 1: Três Grandes Prémios, em uma temporada (1982), uma pole-position, quatro pontos.

Noticias: Massa tem alta na segunda-feira, Schumacher testa

A cada dia que passa, temos boas noticias sobre Felipe Massa. Eesta manhã, em Budapeste, o seu médico pessoal, Dino Altmann, anunciou à imprensa que o piloto brasileiro, acidentado faz amanhã oito dias, terá alta na próxima segunda-feira e irá continuar a sua convalescença em São Paulo.

O Felipe continua a melhorar, está bem e já decidiu voltar para casa [no Brasil] na segunda-feira para prosseguir a sua recuperação”, começou por declarar. Altmann acrescentou que Massa será “transferido, provavelmente, para São Paulo a bordo de um avião particular”. "Acho que esta decisão diz tudo o que vocês precisam saber [sobre o estado de saúde do piloto]. Ele quer voltar às pistas o mais cedo possível”, concluiu.

Esse optimismo geral pode ser visto no bom humor do piloto. Depois de ter mandando um SMS ao Michael Schumacher a dizer-lhe que o seu regresso vai ser muito curto, disse a Rubens Barrichello, cuja mola que causou o acidente proveio do seu carro, a seguinte frase: "Porra, tinhas logo que me acertar na cabeça?". Esse bom humor contagiou a familia, pois a sua mulher Rafaela, grávida de cinco meses, teve a seguinte tirada, a antever o futuro próximo: "Eu com contracções e ele a correr em Abu Dhabi.".

Enquanto que o brasileiro trabalha com vista a sua recuperação, o seu substituto, Michael Schumacher, já pediu uma nova SuperLicença e para além trabalhar no simulador, foi também testar com um modelo F2007 na pista de Mugello, contornando a proibição com os modelos deste ano, com vista a sua adaptação ao ritmo competitivo. Contudo, a Ferrari já pediu à FIA para que abra uma excepção na proíbição dos testes com os modelos actuais, para que o heptacampeão alemão possa adaptar-se ao carro.

"Há uma proibição nos testes na Fórmula 1, por isso contectei com algumas pessoas da F1 Clienti para saber se me poderiam emprestar um carro. Ainda que estes carros não sejam actuais ou do ano passado, simplesmente gosto de pilotar o mais possível, por isso esta é uma boa opção", começou por escrever Schumacher no seu site. "As próximas semanas serão de total preparação", acrescentou.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O regresso dos campeões - 1. Niki Lauda

Aproveitando a onda causada pelo regresso da Formula 1 de Michael Schumacher, que irá acontecer no próximo dia 23 de Agosto, em Valência, decidi que seria oportuno lembrar os vários regressos de campeões do mundo no passado. O primeiro desses regressos é provavelmente o mais famoso deles todos: o austriaco Niki Lauda, que depois de abandonar as pistas no final de 1979 e fundar a sua companhia aérea, ficou tentado num novo regresso à competição.



Em meados de 1981, Lauda precisava de dinheiro para manter a sua companhia aérea. Ao mesmo tempo, o novo dono da McLaren, Ron Dennis, convidara o austriaco para um teste com o novo carro, o MP4/1 com chassis de fibra de carbono no circuito de Donington Park. O teste tinha sido bem sucedido quer para ele, quer para a equipa. Pouco depois, sabendo da sua situação, Ron Dennis o tentou com um contrato bem gordo para regressar à competição, ao lado de John Watson: um milhão de dólares por temporada.

Sem muito por onde escolher, e vendo que a sua vontade de correr tinha regressado, e vendo que a sua companhia aérea precisava de dinheiro, aceitou. Mas quis esse mesmo dinheiro... por quatro corridas. E havia outro bom motivo para regressar: o carro que testara era competitivo.


O regresso aconteceu no GP da Africa do Sul de 1982. Jornalistas e fotógrafos estavam em Kyalami para assistir ao regresso do austriaco, na quinta equipa da sua carreira depois de March, BRM, Ferrari e Brabham. Mas essa corrida foi referida por outras razões. E Lauda... estava bem no centro dela! Ao descobrir que os pilotos que tinham assinado os contratos para obterem as Super-Licenças, não poderiam trocar de equipa antes do contrato terminar, estando sujeitas às determinações das equipas, Lauda alertou o então presidente da GPDA, o francês Didier Pironi, e este decidiu que os pilotos deveriam fazer greve.


Enquanto Lauda reunia os pilotos no hotel e os juntava num só sitio para passarem a noite juntos (e evitar deserções), Pironi negociava com Jean-Marie Balestre, presidente da FISA, e Bernie Ecclestone, o presidente da FOCA a abolição dessa clausula. Ao final da noite de sexta-feira, os intentos foram conseguidos. Na corrida de regresso, Lauda não fez feio e foi quarto classificado.

A assinatura do contrato tinha causado dúvidas por parte do principal patrocinador da McLaren, a Marlboro, pois desconhecia se Lauda ainda era capaz de ganhar, após tanto tempo fora das pistas. O austriaco calou os criticos ao vencer com autoridade em Long Beach, depois de se ter qualificado na segunda posição, à frente de um jovem Andrea de Cesaris. Quaisquer dúvidas que pudessem existir, estas foram esclarecidas na pista citadina dos arredores de Los Angeles.


Lauda venceria mais uma vez, em Brands Hatch, e alcançaria mais um pódio, em Dijon, para terminar a temporada de 1982 na quinta posição, com 30 pontos. No ano seguinte, de novo com John Watson a seu lado, sofria pel facto do carro ainda ser um dos que tinha motores Cosworth, perante um pelotão cada vez crescente de motores Turbo. Mesmo assim, conseguiu dois pódios, em Jacarepaguá e em Long Beach. Mas ao todo conseguiu apenas 12 pontos e classificou-se na décima posição.

Em Zandvoort, Lauda e Watson tinham finalmente o prometido motor Turbo, com base Porsche, mas financiado pela TAG, do árabe Mansour Ojjeh. O desenvolvimento do carro durante o Inverno de 1983-84, bem como a chegada de Alain Prost à equipa, fez com que a McLaren se tornasse num competidor sério para o título. E a temporada de 1984 foi, de uma certa maneira, uma luta a dois entre ele e o jovem francês.

Nesse ano, Lauda voltou às vitórias em Kyalami, e repete o feito em Dijon, Brands Hatch, Zeltweg (nunca tinha ganho na sua Austria natal até então) e Monza. A disputa pelo título foi resolvida no Autódromo do Estoril, palco do GP de Portugal, regressado após 24 anos de ausência. Lauda fez uma corrida de trás para a frente, e quando Mansell teve problemas de travões e despistou-se, Lauda instaliu-se na segunda posição e não mais saiu dali. Isso daria um avanço de 0.5 pontos sobre o seu companheiro Prost, e aos 35 anos, conquistava o seu terceiro título mundial.

Com o numero 1 na carenagem, Lauda partiu para a quarta temporada atrás do volante. Mas nesse ano, o seu companheiro finalmente tinha as condições para alcançar o título mundial, enquanto que o austriaco coleccionava desistências. Somente ponutou por três vezes e venceu em Zandvoort, na última vez que foi organizado o GP da Holanda. No final do ano, anunciou a sua retirada. Mais rico em termos de palmarés (e de conta bancária), este seu segundo regresso tinha sido bastante lucrativo, e servira de exemplo para o futuro:



O palmarés nesse regresso: 62 Grandes Prémios, em quatro temporadas (1982-85), oito vitórias, 15 pódios, oito voltas mais rápidas, 128 pontos. Campeão do Mundo de Formula 1 em 1984.

Noticias: Surtees foi ontem a enterrar, FIA abre inquérito

Passou despercebido no meio das noticias sobre a saída da BMW e o regresso de Michael Schumacher, mas aconteceu. Ontem foi a enterrar Henry Surtees, o filho de John Surtees, morto num acidente de Formula 2 no passado dia 19 de Julho no circuito de Brands Hatch.


O funeral aconteceu na Worth Abbey, no West Sussex, perto da sua escola onde andou até há algumas semanas, quando terminou o ensino secundário. O piloto de 18 anos foi enterrado no cemitério adjacente à igreja.


Entretanto, a FIA, aproveitando quer os acidentes dele e de Felipe Massa, ordenou na passada Segunda-feira a abertura de um inquérito para saber a existência ou não de falhas na segurança em ambos os acidentes. As conclusões preliminares apontam que, no caso do piloto brasileiro, o capacete teve um papel fundamental no facto deste acidente não ter tido maiores consequências.

As reacções ao regresso de Schumacher às pistas

O anuncio, no final da tarde europeu, do regresso de Michael Schumacher às pistas, para substituir o lesionado Felipe Massa, está a causar uma onda de reacções um pouco por toda a parte, principalmente entre outros dois regressados: Niki Lauda e o ciclista Lance Armstrong, sete vezes vencedor da Volta à França e terceiro classificado na edição deste ano. Mas também existem reacções um pouco mais adversas, como a do seu empresário Willi Webber, que afirmou ter desaconselhado tal manobra.


Para Lauda, que regressou à Formula 1 em 1982 após três temporadas de ausência, não terá dúvidas: "O Michael vai ser brilhante". O piloto austriaco é provavelmente o melhor exemplo de um regresso com sucesso, pois venceu um título mundial em 1984.

Além disso, Lauda, que falava ao jornal inglês Daily Mail, vê neste regresso uma forma de espicaçar Kimi Raikonnen. "O mais interessante vai ser vê-lo contra o Kimi Raikkonen no outro Ferrari - quem será o mais rápido? Coloquemos as coisas desta forma: o Kimi tem de se esmerar ou será batido", afirmou.

Outro regressado à competição, o ciclista americano Lance Armstrong, também expressou contentamento no regresso do heptacampeão alemão. "Estou muito contente por vê-lo novamente em corrida", escreveu Armstrong no... seu Twitter, acrescentando que é o "maior de sempre".

Quem está um pouco contra esta onda de felicitações pelo seu regresso foi Willi Webber. O seu empresário explicou ao jornal alemão Der Tagesspiegel as desvantagens de tal regresso: "Eu aconselhei-o a não fazê-lo e expliquei que o problema vai ser a expectativa das pessoas. Se o Schumacher estiver de volta, vão querer vê-lo vencer", afirmou. Apesar de tudo, ele próprio também vê elementos positivos neste regresso às pistas.

"A Ferrari pediu-lhe e ele não podia dizer que não. É bom para toda a gente: para os media, para os adeptos, para a Fórmula 1. Se será bom para nós teremos de ver", concluiu.

A 5ª coluna desta semana: Crónica de uma semana louca na Formula 1

Já está no ar no sitio do costume a 5ª Coluna desta semana, onde disseco da melhor forma possivel a semana louca que se vive na Formula 1, onde vivemos desastres iminentes, com Felipe Massa, regressos inesperados, como Lewis Hamilton e Michael Schumacher, e retiradas antecipadas, como o fim da aventura da BMW na Formula 1.




Este está a ser um ano louco, sem dúvida, onde a Formula 1 está definitivamente de cabeça para baixo, e temos sempre de esperar... o inesperado. Boa leitura!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Formula 1 em Cartoons - O Regresso de Michael Schumacher

O regresso de Michael Schumacher à Formula 1 gerou, como é obvio, imensas reacções. Desde o seu nome ser um "Trending Topic" no Twitter, até a uma avalanche de infirmações sobre o piloto alemão de 40 anos, todos ficaram espantados com o anuncio da Ferrari.




Um que não pderdeu tempo para assinalar o regresso foi Bruno Mantovani. Em três tempos, decidiu fazer um desenho a celebrar o regresso do heptacampeão do mundo. Faz.me lembarar metade "cavaleiro sem Cabeça", metade "Darth Vader"... que soem as trombetas, o alemão está de volta!

Última Hora: Michael Schumacher vai voltar à Formula 1!

No mesmo dia em que Felipe Massa já saiu dos cuidados intensivos, no Hospital Militar de Budapeste, e no mesmo dia em que a BMW anunciou a sua saída da Formula 1, a Scuderia de Maranello fez esta tarde o anuncio oficial de que o alemão Michael Schumacher irá voltar a um cockpit de Formula 1, duas épocas depois de ter retirado da competição.


A Ferrari decidiu, entre vários candidatos, escolher o piloto alemão de 40 anos, heptacampeão do mundo, para substituir o brasileiro Felipe Massa em todos os Grandes Prémios em que o brasileiro estiver ausente, a começar no circuito urbano de Valência.


Eis o curto comunicado da Ferrari, a anunciar o seu regresso: "A Scuderia Ferrari Marlboro pretende colocar Michael Schumacher no carro de Felipe Massa até que o piloto brasileiro seja capaz de correr novamente.


Michael Schumacher disse estar pronto e, ao longo dos próximos dias, realizará um programa específico de treinos. No fim do programa, será confirmada sua participação no campeonato a partir do GP da Europa, no próximo dia 23 de Agosto.", concluiu.

Esta declaração põe fim a uma série de especulações que se fazia sobre possiveis substitutos do pilotos brasileiro, que iam desde os pilotos de testes da Scuderia, como Luca Badoer e Marc Gené, até outros nomes mais estranhos, como Valentino Rossi, Sebastien Bourdais e Fernando Alonso.


Nascido a 3 de Janeiro de 1969, Michael Schumacher correu 249 Grandes Prémios, entre 1991 e 2006, e conseguiu vencer 91 Grandes Prémios, entre 1992 e 2006, recorde na categoria. Marcou 68 pole positions (recorde), 76 voltas mais rápidas (recorde), liderou 141 corridas (recorde), marcou 1291 pontos (recorde) e conquistou sete títulos mundiais, transformando-se assim no maior piloto da história do automobilismo.


E assim... Schumacher is back!

O amargo sabor da vitória

A foto que ilustra este post é interessante: trata-se de Jackie Stewart, o vencedor, com o seu companheiro de equipa Francois Cevért logo atrás, numa dobradinha da equipa de Ken Tyrrell no GP da Holanda de 1973. Ao lado de Stewart está Bernard Cahier, um dos lendários fotógrafos da Formula 1, falecido no ano passado.
Ninguém disfarça o semblante carregado naquela tarde. Algum tempo antes, um jovem e prometedor piloto inglês, Roger Williamson, tinha morrido de forma cruel, dentro do seu carro, devido à falta de socorro e uma série de equivocos, o maior dos quais deve ter sido o facto do piloto que o tentara socorrer, David Purley, ter sido confundido pelos organizadores com o piloto do carro em chamas. A tentativa inutil fora retratada admiradamente pelo holandês Coor Mooij, que venceu o World Press Photo daquele ano, na categoria de Desporto.

Numa altura em que a Morte parece espreitar de novo na Formula 1, recordar aquele que para mim, é a mais cruel delas todas, pois falamos de um caso de pura negligência, faz com que muito evoluimos desde aquela tarde de há 36 anos atrás. Se querem ir mais fundo nesta história, sigam os links que existem sobre os nomes, vale a pena um mergulho na História e ver que estes tempos que vivemos não eram nada daquilo que acontecia no passado...

As reacções à saída da BMW

Com o anuncio oficial da retirada de cena da BMW, apareceram logo a seguir as reacções das duas principais entidades da Formula 1: a FIA e a Associação dos Construtores, a FOTA.

No lado da FIA, lançou um comunicado oficial esta manhã lamentando a saída deste construtor da Formula 1, para depois afirmar que não ficou surpreendida com esta decisão: "A FIA lamenta o anúncio da retirada da BMW da Fórmula 1, mas não está surpreendida com isso.

Ficou claro há algum tempo que o desporto automóvel não pode ignorar a crise económica mundial. Não se pode esperar que os fabricantes de automóveis continuem a deitar grandes somas de dinheiro na Fórmula 1, quando a sua sobrevivência depende de despedimentos, encerramentos de fábricas e do apoio dos contribuintes
.", declarou.

O comunicado também serve para defender o seu ponto de vista, aproveitando para dar uma "alfinetada" à FOTA: "Se esses regulamentos não tivessem sido tão fortemente contestados por uma série de directores de equipas, a retirada da BMW e outros anúncios semelhantes no futuro poderiam ser evitados.

No entanto, como resultado de uma campanha da FIA para reduzir os custos, as novas medidas estão em vias de ser acordadas para facilitar a entrada de novas equipas e peermitir a participação das já existentes com orçamentos mais reduzidos.

Não é segredo que estas medidas não vão tão longe como a FIA gostaria, mas um compromisso era necessário no interesse da harmonia no desporto. Esperemos que isso seja suficiente para evitar novas retiradas e fornecer uma base sólida para a Formula 1.",
afirmou.

Do lado da FOTA, a entidade já demonstrou o seu apoio à marca, que é membro da Associação, prometendo apoio para que se mantenha na Formula 1, tal como fez neste Inverno a Nick Fry e a Ross Brawn, quando a Honda se retirou da competição, no passado mês de Dezembro. Simone Perrilo, porta-voz da FOTA, leu em comunicado a posição da associação: "No que diz respeito ao anúncio feito hoje pela BMW, as equipa da FOTA consultaram-se imediatamente entre si e estamos prontos para garantir todo o apoio necessário à equipa baseada na Suíça, cuja adesão à associação é confirmada, para continuar a sua participação no desporto.", declarou.


"É importante mencionar que já teve inicio um trabalho profissional dentro da FOTA, com vista ao aumento da participação dos adeptos e à melhoria do espectáculo da F1. Entre essas iniciativas, uma que poderia ser interessante é a introdução de um terceiro carro na grelha de partida. A FOTA vai ouvir as opiniões de todas as partes relevantes, com o objectivo de trocar ideias e definir propostas para o futuro da Fórmula 1", continuou.


"As equipas da FOTA pretendem agora ter a necessária segurança e estabilidade na Fórmula 1, de maneira a concentrarem-se nas prioridades fundamentais para o futuro.", conclui o comunicado.

No final, quem deve estar com um sorriso de orelha a orelha é Max Mosley... pode ser nazi, mas ele lá tinha a sua razão sobre os construtores! Será que comemorará isto mais logo com uma sessão de BDS&M?

GP Memória - Alemanha 1979

Quinze dias depois da histórica primeira vitória da Williams na Formula 1, o resto do pelotão sabia que a maré tinha mudado em termos de tendência. Depois do dominio da Ligier e da Ferrari na primeira metade da época, a segunda metade iria ser dos carros verdes e brancos, com patrocinio saudita... O australiano Alan Jones e o suiço Clay Regazzoni eram agora vistos com outros olhos, e já eram considerados como candidatos ao título!



No pelotão da Formula 1 havia uma mudança pontual na lista de inscritos. Jean-Pierre Jarier estava na cama do hospital, a contas com uma inflamação hepática, e no seu lugar ia correr o britânico Geoff Lees, que corria então na Formula 2.



Na qualificação, o melhor não foram os Williams, mas os Renault, que aproveitaram bem as longas rectas do circuito alemão para conseguir uma pole-position, por intermédio de Jean-Pierre Jabouille. Alan Jones estava a seu lado na grelha de partida. Na segunda fila estavam Jacques Laffite e Nelson Piquet, no seu Brabham-Alfa Romeo, enquanto que na terceira, o Ferrari de Jody Scheckter e o segundo Williams de Clay Regazzoni estavam lado a lado. Depois vinham o segundo Brabham-Alfa Romeo de Niki Lauda, o Tyrrell de Didier Pironi, o segundo Ferrari de Gilles Villeneuve e o Renault de René Arnoux, para fechar o "top ten".

Geoff Lees conseguiu cumprir, na 16ª posição, enquanto que Emerson Fittipaldi lutava para se qualificar, na 22ª posição. uma vez mais, Arturo Merzário e o Ensign de Patrick Gaillard não conseguiram um lugar na grelha.


Na partida, Jones leva a melhor sobre Jabouille, Laffite e Scheckter. O francês da Renault andou as seis voltas seguintes a desafiar o piloto da Williams, mas quando estava no ponto de o ultrapassar, faz um pião na zona do estádio e acaba ali a sua corrida. O australiano continuou na liderança, com Lafitte em segundo, mas ameaçado por Regazzoni. O veterano piloto suiço ameaçou ultrapassar o francês da Ligier até à volta 13, altura em que conseguiu ultrapassar.


A partir daí, os lugares já tinham sido definidos até ao quarto posto: Jones, Regazzoni, Laffite e Scheckter, que era quarto no seu Ferrari. No quinto lugar estava Gilles Villeneuve, que era perseguido pelos Brabham de Lauda e Piquet, e pelo McLaren de John Watson. As coisas ficam assim até que a meio da corrida, Villeneuve tem de ir à box para ajustar a asa traseira. Lauda herda a posição, mas à volta 27, o motor Alfa Romeo decide fazer o que mais gosta: explodir!


Piquet herda a posição, e tudo indicava que iria finalmente pontuar nesta corrida, praticamente um ano depois da sua estreia na alta roda. Mas o seu motor Alfa Romeo decide tamém explodir a duas voltas do fim, com a meta à vista. John Watson herda o quinto posto, e corta a meta nessa posição. O Arrows de Jochen Mass acaba na sexta posição, o último lugar pontuável. E no pódio, a Williams comemorava a sua primeira dobradinha da história, com um Jones exultante, finalmente comemorava a sua segunda vitória da carreira, a primeira ao serviço da Williams.


Fontes:


Confirmado: BMW abandona a competição no final de 2009

Poucas horas depois de surgirem os rumores, a administração da BMW confirmou esta manhã, em conferência de imprensa realizada na sua sede, em Munique, que irá abandonar a competição no final desta temporada. De acordo com o Dr. Norbert Reithofer, presidente da administração da BMW, esta decisão surge na sequência do realinhamento da estratégia futura da empresa, da qual a Fórmula 1 não faz parte.


"Só levámos três anos a chegar ao topo, mas infelizmente este ano não ficámos sequer perto dos objectivos. De qualquer forma, os dez anos que passámos na F1 tiveram um grande impacto nos nossos engenheiros de desenvolvimento. Fomos para as corridas também devido ao espírito competitivo que nos move no desenvolvimento dos carros do dia-a-dia.", referiu o Dr. Klaus Draeger, outro membro do conselho de administração da empresa.


O envolvimento da BMW na Formula 1 não é novo. no inicio dos anos 80 esteve envolvido no desenvolvimento dos motores Turbo de 4 cilindros, e esteve na competição entre 1982 e 86, vencendo pela Brabham e Benetton, para além de ter fornecido motores à ATS e à Arrows. Após um hiato de 14 anos, regressaram em força no ano de 2001, primeiro como fornecedora de motores à Williams, e depois ao adquirir, no final de 2005, a suiça Sauber, para correr a sua própria equipa, sob o nome oficial de BMW Sauber, designação que ainda mantêm. Nesta segunda encarnação como construtora, venceu o GP do Canadá de 2008, através de Robert Kubica.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Rumor do Dia: BMW pode abandonar a competição

A BMW pode anunciar dentro de algumas horas, na sua sede em Munique, a sua retirada da Formula 1. A marca alemã pode seguir os passos da Honda em abandonar a alta-roda do automobilismo após apenas quatro temporadas.

Depois do anuncio de perdas operaçionais na ordem dos 152 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, aliado aos maus resultados desportivos, onde depois de terem vencido uma corrida no ano passado e conseguirem competir pelo título de construtores, este ano, com Robert Kubica e Nick Heidfeld, conseguiram somente um pódio e oito pontos no Mundial. Uma conferência de imprensa foi marcada com caractér de urgência para amanhã, às 10 horas locais, e lá estarão todos os executivos de topo, bem como o director desportivo, Mario Thiessen.

Caso o rumor seja amanhã se transformar um facto, pode ser o primeiro sinal do abandono em massa dos construtores na Formula 1, porque para além da BMW, Toyota e Renault podem seguir-lhe os passos em breve, caso os resultados operacionais na casa-mãe também dêm em prejuízo.