sábado, 13 de outubro de 2018

A(s) image(ns) do dia

O primeiro automóvel a chegar em Portugal apareceu há 123 anos em Lisboa, e a sua primeira viagem aconteceu entre a capital e Santiago do Cacém. O carro, um Panhard e Levassoir, guiado pelo conde de Avilez, teve o seu quê de aventura, logo na sua primeira viagem, a tal ponto que atropelou um burro na zona de Azeitão, do qual o dono do automóvel pagou o prejuízo ao dono do burro.

Hoje em dia o "Gasolina" está guardado no Museu do Caramulo, mas hoje, dia 13, é inaugurado no Museu Municipal de Santiago do Cacém, organizado entre o museu e a Câmara Muncipal de Santiago do Cacém. Com seis quadros pintados por Ricardo D'Assis Cordeiro, relata a viagem que o primeiro automóvel fez em terras lusas. 

A exposição vai estar presente até ao dia 29 de março do ano que vêm, e isto é sempre uma grande ocasião para visitar aquela zona.

Youtube Rally Video: Bicicleta versus WRC

Entre uma bicicleta e um carro de WRC, qual deles é o mais veloz? Se for sempre a descer, poderá haver dúvidas. E isso foi tirado a limpo entre o ciclista Andreu Lacondeguy e o piloto da Hyundai, Dani Sordo, nas estradas da Serra da Lousã, em Portugal, nas filmagens feitas pela Red Bull Media e que o WRC.com mostra agora no seu canal do Youtube.




sexta-feira, 12 de outubro de 2018

WRC: Apresentado o calendário de 2019

Foi esta tarde apresentado o calendário do WRC para 2019. E a grande novidade é a inclusão do Rali do Chile, uma novidade absoluta, e... a não inclusão do Rali do Japão, que muitos consideravam como certa. 

O rali chileno acontecerá logo a seguir ao Rali da Argentina, aproveitando a ida da caravana do WRC à América do Sul. Por fim, o rali da Argentina irá ter companhia.

Os ralis da Córsega e da Sardenha, apesar de terem sido criticados devido à sua acessibilidade e a falta de público, irão manter-se no calendário.

Agora este calendário será submetido à reunião do Conselho Mundial da FIA para ser aprovado.

Eis o calendário completo:

Rally de Monte-Carlo – 27 janeiro
Rally da Suécia – 17 fevereiro
Rally do México – 10 março
Rallye de França (Córsega) – 31 março
Rally da Argentina – 28 abril
Rally do Chile – 12 maio
Rally de Portugal – 2 junho
Rally de Itália (Sardenha) – 16 junho
Rally de Finlândia – 4 agosto
Rally da Alemanha* – 25 agosto
Rally da Turquia – 15 setembro
Rally da Grã Bretanha* – 6 outubro
Rally de Espanha (Catalunha) *– 27 outubro
Rally da Austrália* – 17 novembro

Noticias: George Russell na Williams

O britânico Goerge Russell foi hoje anunciado como piloto da Williams na temporada de 2019. O piloto de 20 anos, que está prestes a ganhar a Formula 2, irá estrear-se na Formula 1 ao serviço da equipa de Grove.

O acordo, do qual se anuncia como "multi-anual", é encarado como um alivio para a marca, pois Russel é piloto ligado à Mercedes. Com este acordo, a equipa receberá motores da Mercedes a preço quase simbólico.

É uma enorme honra juntar-me a uma equipa como a Williams e quero agradecer á Claire [Williams] e a todos na Williams por terem fé em e amarem esta decisão. Não quero deixar de agradecer ao Toto [Wolff] e á Mercedes pelo seu fantástico apoio na GP3 e na Formula 2. Estou ansioso por começar a trabalhar e juntar-me à Williams naquilo que, acredito, será uma extraordinária jornada”, comentou.

"Estou deliciada em anunciar que George Russell vai se juntar à Williams para a temporada de 2019. Sempre tentamos promover e desenvolver talento jovem na Williams, e George se encaixa perfeitamente nessa descrição. Ele já é muito respeitado no paddock. É um piloto cuja carreira temos acompanhado há algum tempo", começou por dizer a filha de Frank Williams.

"Pelo tempo que passamos com ele até agora, acreditamos que será um encaixe ótimo na equipa. Seu compromisso, paixão e dedicação são exatamente do que precisamos para aproveitar o bom momento que queremos desenvolver em Grove enquanto nos focamos no futuro. Estamos extremamente animados em receber George e trabalhar com ele", comcluiu.

Falta saber quem será o segundo piloto, embora os favoritos ao lugar sejam os russos Serguei Sirotkin e Artem Markelov, bem como o polaco Robert Kubica, que este ano é o piloto de testes da marca. 

Nascido a 15 de fevereiro de 1998 em King's Lynn, no Norfolk britânico, foi terceiro classificado na Formula 3 europeia em 2016, antes de vencer a GP3 em 2017 e estar a liderar a Formula 2 esta temporada, depois de ter vencido seis corridas ao serviço da ART Grand Prix.

GP Memória - Japão 2003

Por fim, chegou a última prova do ano, e havia pelo menos dois candidatos ao título: o alemão Michael Schumacher e o finlandês Kimi Raikkonnen. A diferença entre ambos era de nove pontos, a favor do alemão - 93 contra 82 - e ao piloto da Ferrari bastava um oitavo lugar para ficar com o sexto título mundial e por fim bater Juan Manuel Fangio como o piloto com mais títulos mundiais.

A grande mudança no pelotão tinha acontecido na BAR. Jacques Villeneuve tinha pedido para sair antes do final da temporada, frustrado e pouco motivado para continuar na Formula 1, e para o seu lugar veio Takuma Sato, que dias antes, tinha sido anunciado como piloto da marca para a temporada seguinte.

No final da qualificação, Rubens Barrichello foi o melhor, com Juan Pablo Montoya a seu lado. Cristiano da Matta e Olivier Panis ocupavam a segunda fila, nos seus Toyotas, enquanto na terceira estavam o Renault de Fernando Alonso e o Jaguar de Mark Webber. David Coulthard e Kimi Raikkonen eram sétimo e oitavo, monopolizando a quarta fila para a McLaen, e a fechar o "top ten" estavam o BAR-Honda de Jenson Button e o segundo Jaguar-Cosworth de Justin Wilson.

Michael Schumacher era apenas 14º na grelha, ficando atrás até de Sato, o que aparentemente, não era muito bom para as suas prespectivas de título. Afinal de contas, ele estava atrás dos outros candidatos ao título. Mas pior, pior, estava Ralf Schumacher, que partilhava a última fila com Jarno Trulli.

A corrida começou com Montoya a ser mais veloz que Barrichello na partida e a liderar a corrida. Mas isso foi sol de pouca dura quando na nona volta, uma fuga no sistema hidráulico o obrigou a abandonar a corrida. Barrichello voltou ao comando, mas na volta 12, foi às boxes para o seu primeiro reabastecimento, como Kimi a ir a seguir. Mas o piloto da Ferrari manteve-se na frente do finlandês da McLaren quando este voltou à pista e ficou com a liderança.

Atrás, Schumacher controlava tudo e mantinha-se confortável na zona de pontos. Os McLaren perseguiam Barrichello, mas não o conseguiam batê-lo. Apenas na volta 41, quando Barrichello reabasteceu uma segunda vez é que Coulthard ficou com a liderança, mas reabasteceu na volta seguinte.

No final, o piloto brasileiro comemorou a vitória, com os McLaren a seguir no pódio. Mas foi o oitavo lugar de Schumacher que foi o suficiente para o alemão e a Ferrari voltarem a comemorar os títulos de pilotos e construtores pela quarta vez consecutiva, e claro, bater o recorde de Fangio.

Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o BAR de Jenson Button, o Renault de Jarno Trulli, o segundo BAR de Takuma Sato, o Toyota de Cristiano da Matta e o Ferrari de Michael Schumacher.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Noticias: Hakkinen deseja guerra de pneus

Mika Hakkinen deseja uma guerra de pneus. O bicampeão do mundo acredita que uma guerra de fornecedores de pneus poderia ser boa para a Formula 1, especialmente num período onde alguns pilotos começam a queixar-se que a dureza dos compostos da Pirelli poderá estar a matar a competição, principalmente em algumas corridas onde existiu apenas uma paragem nas boxes.

Não há competição – deve haver outros fabricantes, assim poderemos ter competição entre eles”, começou por dizer. “Quando eu falo com os pilotos, oiço que quando os pneus estão num certo pico e se o piloto puxar um pouco mais, eles apenas sobreaquecem. Não é uma crítica ao que a Pirelli faz, é apenas um facto de que deveria haver competição. Nós precisamos de competição. Isso é excitante.

Outros dos factores que Hakkinen aponta para melhorar a Formula 1 é dar mais tempo de teste aos jovens pilotos:

Para os jovens pilotos, entrar na Formula 1 e um grande desafio. Na minha opinião, poderia ser muito mais útil se os jovens pilotos pudessem testar e desenvolver as suas capacidades. Qualquer desporto exige prática para os atletas melhorarem. Claro que temos o lado técnico dos carros… como se desenvolve o motor e o chassis, se não há permissão para testar? Podem-se computadores e simulações, mas isso não é o mundo real.

Atualmente, a Pirelli tem o monopólio do fornecimento de pneus, mas em 2020 existirá mudanças com a introdução das jantes de 18 polegadas, substituindo as de treze. Também se fala sobre a chance da coreana Hankook de entrar na competição, desconhecendo se seria para substituir ou entrar em competição.

Uma coisa é certa: por agora, a FIA não está inclinada em abrir a Formula 1 a mais do que um fornecedor de pneus.

Como a W Series mexeu com as mulheres

A apresentação da W Series, a competição feita exclusivamente para as mulheres, feita ontem em Londres, causou diversas reações um pouco por todo o mundo, especialmente entre as mulheres piloto. Algumas, como a britânica Pippa Mann, são absolutamente contra, afirmando que "é um dia triste para o desporto" e que iria acentuar a segregação no automobilismo, mas houve outras que aprovaram a sua criação, afirmando que é uma plataforma para competir, algo do qual acham ser necessário.

Um exemplo é a alemã Sophia Flörsch, de 17 anos, e que compete este ano pela Van Amersfoort Racing, na Formula 3 europeia. Apesar de concordar com os argumentos apresentados, ela discordava da solução encontrada: “As mulheres precisam de apoio a longo prazo e parceiros de confiança. Eu quero competir com os melhores do nosso desporto.“, afirmou.

Outra que não achou muita graça à W Series foi a britânica Abbie Eaton, que atualmente é a piloto de testes do The Grand Tour, que afirmou a grande razao pelo qual as mulheres não alcançam o topo.  

Ganhei e estive no pódio em todas as séries em que participei. O que me impede de alcançar o topo? Não é a minha capacidade. É falta de dinheiro. Para quê gastar dinheiro numa segregação? Invistam nas pilotos já bem-sucedidas que precisam do dinheiro.”, afirmou.

Se há detratoras, há também apoiantes. Jamie Chadwick, que corre na formula 3 britânica e já ganhou corridas nesta temporada, defendeu o surgimento da série, tal como Alice Powell, que já correu na GP3.

A W Series vai dar  aos pilotos do sexo feminino outra plataforma para competir", começou por dizer Chadwick. "Não é nenhum segredo que o automobilismo é uma indústria extremamente difícil, muitas vezes ditada por factores financeiros. Como um campeonato financiado, a W Series não só oferece uma oportunidade fantástica para os melhores talentos femininos competirem, mas também encorajará muitas mulheres jovens a entrar no desporto. Eu sou piloto de corridas e, se pudesse, correria 365 dias do ano. Eu ainda vou correr contra homens em outros campeonatos, mas a W Series é o complemento perfeito para me ajudar a desenvolver e progredir ainda mais nas categorias juniores do automobilismo. Estou animada com o que está para vir!

"Totalmente financiado, os mesmos carros… Uma óptima oportunidade para as mulheres tentarem dar o salto”, afirmou Powell.

Apesar das garantias de que a competição será a oportunidade delas mostrarem o seu talento e terem carros iguais, ainda há coisas dos quais não têm ainda resposta. Desde as saídas desta competição ou se contará para a Super-Licença da FIA, para ver se é viável ou não. E isso ainda não tem resposta.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

A imagem do dia

Esta imagem vai acabar a 5 de novembro. O museu que alberga uma das mais fabulosas coleções de automóveis de competição do mundo vai fechar. Não está no Brasil. Nem em Portugal ou num país qualquer do terceiro mundo. Está no centro da Grã-Bretanha, ao lado da pista de Donington Park.

O Museu de Donington Park vai fechar, e a noticia chocou os amantes de automóveis um pouco por todo o mundo. O anuncio foi feito por Kevin Wheatcroft, o filho do fundador, que refere "motivos familiares" para não continuar a manter o museu. 

E este é um bom motivo para falar do pai de Kevin, Tom. De como um sonho de infância fez salvar um circuito da sua ruína e de como ajudou um piloto como se fosse seu filho, acreditando que seria campeão, mas acabaria numa bola de chamas apenas na sua segunda corrida de Formula 1.

Em 1937 e 38, Donington foi palco do GP da Grã-Bretanha, e viu por ali os carros de Grand Prix, pilotados por gente como Richard Seaman ou Tazio Nuvolari, que durante os treinos da edição de 1938, atropelou um veado, do qual pegou na cabeça e fez dele troféu de caça! Quando rebentou a II Guerra Mundial, virou depósito de material militar e ficou assim... até muito depois da guerra.

Tom Wheatcroft nasceu em 1922, e fez fortuna na construção civil. Morava nos Midlands britânicos e viu as corridas em garoto e apaixonou-se. Guardou o circuito no seu coração, e quando soube da sua degradação, em meados dos anos 60, jurou que iria fazer de tudo para o recuperar. Quando viu que os terrenos iriam ser vendidos, não hesitou e comprou, procedendo à sua lenta recuperação. 

Quase ao mesmo tempo, batia à sua porta um jovem talentoso piloto chamado Roger Williamson. Queria apoios para a sua carreira na Formula 3, e Wheatcroft gostou do seu estilo de condução. Cedo se estabeleceu uma forte amizade, quase de pai para filho, e ele venceu três (!) títulos na Formula 3 britânica, em 1971 e 72. Em 1973, surgiu a oportunidade de ir para a Formula 1, pela BRM, mas ele disse para recusar. Os planos eram ambiciosos: comprar um McLaren M23 para 1974, correndo a sua própria equipa. Mas antes, teria de ganhar experiência, e a March deu a sua chance a partir do GP da Gra-Bretanha, no lugar de Jean-Pierre Jarier, que cumpria a sua temporada de Formula 2.

Infelizmente, tudo acabou a 29 de julho de 1973, na oitava volta do GP da Holanda, quando um pneu furou, bateu no guard-rail e o carro explodiu numa bola de fogo. As imagens do seu carro em chamas correram mundo, apesar das tentativas desesperadas de David Purley de o salvar. 

Wheatcroft prosseguiu a sua vida e em 1979, conseguiu inaugurar o seu circuito, Donington Park. Em 1993, levou a Formula 1 pela única vez na sua vida, e dez anos depois, inaugurou um memorial a Williamson, cinco anos antes de morrer. E no meio disso tudo, ajudou o museu a ser um dos mais importantes do mundo, com muitos dos carros a serem emprestados pelas equipas, para prestigiar ainda mais a sua coleção. E nesse museu, havia sempre um canto, uma estante só com os objetos e os troféus do seu piloto favorito, Roger Williamson. 

Rumor do Dia: Meeke assina pela Toyota

Kris Meeke pode já ter assinado pela Toyota. Segundo conta hoje a Autosport britânica, o piloto britanico de 39 anos andará nos carros de Tommi Makinen em 2019, provavelmente em substituição de Esapekka Lappi, que irá para a Citroen. O anuncio oficial será feito a 18 de outubro, antes do Rali da Catalunha.

Makinen não quis dar pormenores sobre essa hipótese, mas admitiu que Meeke e o irlandês Craig Breen têm potencial para correr na sua equipa. "Realisticamente, não estamos pensando em muitas opções se quisermos lutar pelo campeonato dos fabricantes", começou por dizer Makinen.

"Estamos nos preparando para possíveis mudanças [na equipa]. Estamos investigando possíveis [alternativas] e temos boas chances. Não há nada a dizer no momento. Estamos trabalhando [em conjunto com a sede] no Japão sobre este assunto agora.", concluiu.

Quem o acolheria de bom grado na equipa é o estónio Ott Tanak. Durante o Rali de Gales, elogiou o piloto britânico. "Não é uma escolha minha, mas Kris é um piloto rápido. Todos nós sabemos disso", disse Tanak à Autosport. 

"No geral, acho que seria uma equipa forte.", concluiu.

Meeke, de 39 anos, foi despedido no final de maio, após o Rali de Portugal, devido aos acidentes sofridos ao longo da temporada. Ele, que deu à marca do "double chevron" o seu primeiro pódio da temporada no México, um terceiro lugar. 

Noticias: Anunciada a W Series

A W Series, uma competição destinada apenas para mulheres, foi hoje anunciada em Londres. Com Carmen Jordá como promotora, e apresentado por David Coulthard, será uma competição que começará no próximo ano e contará com 18 participantes, que correrão em chassis Tautuus de Formula 3, em diversas corridas na Europa, com a duração de meia hora cada uma.

Os prémios prometem ser compensadores: a vencedora ganhará meio milhão de dólares (cerca de 480 mil euros), num total de 1,5 milhões (1,3 milhões de euros).

Segundo conta a organização, as candidatas aprovadas seráo submetidas a um programa de treino completo, centrado em técnicas de direção, exposição em simuladores, abordagens técnicas de engenharia, condicionamento físico e exposição aos media, entre outros. Os conselheiros serão, para além de Coulthard, Adrian Newey, Dave Ryan, que geriu equipas como McLaren e Manor, e Matt Bishop, jornalista e relações públicas da McLaren F1.

Para ser um piloto de corridas bem-sucedido, é preciso ser habilidoso, determinado, competitivo, corajoso e fisicamente apto, mas não é necessário possuir um nível de força super-poderosa, que alguns desportos exigem. E não é preciso ser um homem. É por isso que criámos a W Series, pois acreditamos firmemente que pilotos femininos e masculinos podem competir uns com os outros em igualdade de condições, se tiverem as mesmas oportunidades. De momento, porém, as mulheres tendem a alcançar um ‘teto de vidro’ em torno da GP3/Fórmula 3, na sua curva de aprendizagem, muitas vezes como resultado de uma grande falta de financiamento, e não tanto de falta de talento", começou por dizer Coulthard.

"É por isso que é necessária uma nova competição, a W Series, que pode estabelecer um habitat competitivo e construtivo de automobilismo, no qual as nossas pilotos poderão desenvolver o conjunto de habilidades necessárias para seguir em frente, até às atuais competições tradicionais de alto nível e competir com os melhores pilotos masculinos, em igualdade de condições”, concluiu.

Contudo, para além de apoiantes, há detratoras. Uma das que reagiu à W Series foi Pippa Mann. A piloto britânica, que corre na IndyCar Series, criticou violentamente a competição na sua conta do Twitter. Chamando-a de "Handmaid Racing Series", em relação à serie "The Handmaid's Tale" que passa na Netflix, afirmou que "é um dia triste para o desporto".

"Aqueles que têm dinheiro escolheram segregar em vez de apoiar. Estou desiludida por ver este passo atrás a se concretizar durante a minha existencia", comentou.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

A imagem do dia

O evento foi ontem, mas só calhou falar sobre isto hoje, logo, não deixo passar em claro: há 40 anos, em Montreal, Gilles Villeneuve venceu a sua primeira corrida na Formula 1. E logo na sua corrida caseira, e no ano em que se transferiram de Mosport, no Ontário, para Montreal, no Quebec. A vitória, que aconteceu na última corrida de uma temporada onde a Lotus dominou, foi o culminar de um ano difícil para o piloto.

Villeneuve chegou no final de 1977 para substituir Niki Lauda. Enzo Ferrari tinha gostado dele e achava que poderia ser como Lauda: pouca experiência, mas com muito talento. A aposta no austríaco tinha compensado bastante, e esperava que outro piloto como ele valeria a pena. De facto, tinha talento, mas era demasiado "bruto" com os carros, e logo na sua segunda corrida, tinha estado envolvido num grande acidente com Ronnie Peterson, em Fuji. Mas a culpa não tinha sido dele, os seus travões tinham falhado.

Mas no inicio de 1978, Villeneuve errava constantemente, ao ponto da imprensa italiana já exigir a sua substituição. E apontavam candidatos, um deles um rapaz de 20 anos chamado Elio de Angelis. Aliás, ele até tinha testado com o carro em Maranello, mas o velho Commendatore mantinha a confiança no canadiano. Depois, na segunda metade da temporada, as coisas correram melhor. O seu primeiro pódio foi na Áustria, e em Monza, foi segundo na qualificação, batido apenas por Mário Andretti. Infelizmente, queimou a partida, que o impediu de ter outro pódio, ainda por cima na casa da Ferrari.

Em Montreal, Villeneuve largava do terceiro posto da grelha, e ao contrário do que aconteceu em algumas corridas anteriores, ele limitou-se a esperar pelos azares dos outros. Primeiro, quando Jones teve problemas no seu carro, e depois, quando Jean-Pierre Jarier, o líder, desistiu na volta 50 cvom problemas mecânicos. Ao contrário do que aconteceu no passado - e mais adiante na sua carreira - a vitória de Montreal não teve muito de épico nem ficou no goto dos fãs. Apenas foi memorável porque foi um canadiano a vencer no Canadá. Na história da Formula 1, tal nunca tinha acontecido antes. E nem voltaria a acontecer, pelo menos até aos nossos dias.

Menos de quatro anos depois, Gilles passaria à história. Mas o circuito preservou o nome e deixa sempre uma mensagem: "Salut, Gilles!"

Formula E: Frijns mostra-se entusiasmado com o regresso

Se agora é altura do lançamento dos vários carros para a temporada que aí vêm, a Virgin já o fez há uns dias, com a a apresentação do seu novo carro e de um novo piloto: o holandês Robin Frijns. Contudo, para o piloto, este é um regresso, depois de uma temporada de ausência, pois esteve a correr na DTM alemã.

Na sua primeira passagem pela competição, esteve ao serviço da Andretti, conseguindo um terceiro lugar em Putrajaya, na temporada de 2015-16.

"Acho que tive uma ótima temporada na terceira temporada, com o forte companheiro de equipe que tive com [Antonio Felix] da Costa", disse Frijns ao e-racing365. "Eu estava sempre a procurar uma maneira de voltar numa equipa que mostrou que foi sempre muito competitiva ao longo destes últimos quatro anos", continuou.

Quanto à sua nova equipa, mostrou-se entusiasmado e otimista.

"Estou muito entusiasmado por regressar à Fórmula E com a Envision Virgin Racing. É óptimo juntar-me a uma equipa tão forte e com o trabalho que já completámos é claro que temos um conjunto muito bom. O evento ao vivo em Silverstone mostrou o que toda a equipa pode fazer e é óptimo fazer parte disso. Agora estamos ansiosos com os testes de pré-temporada, onde iremos poder avaliar melhor o nosso rendimento em pista”, comentou o piloto holandês.

A nova temporada da Formula E começará a 15 de dezembro nas ruas de Riad, a capital da Arábia Saudita.

Formula E: Apresentado novo traçado de Santiago do Chile

A organização da Formula E apresentou hoje o traçado onde os carros irão andar em Santiago do Chile. Vai ser diferente daquela onde andaram na temporada passada, pois terá carotze curvas e será numa localização mais central da cidade, à volta da Movistar Arena, na capital chilena, diferente da que foi em 2018, onde foi organizado à volta do Parque O'Higgins.

Contudo, a corrida acontecerá a 26 de janeiro, que será a mesma que das 24 horas de Daytona, prova do qual em principio participarão alguns dos pilotos inscritos na Formula E, como Robin Frijns, Sam Bird, Alexander Sims e Antonio Felix da Costa. Caso eles sejam convocados para correr a prova de endurance americana, estarão perante uma escolha complicada.

"Mudamos agora a localização, aprendemos e escutamos os vizinhos - estamos conversando com eles para mitigar as partes negativas que significaram organizar esse evento dentro do Parque O’Higgins", disse Felipe Alessandri, presidente da câmara de Santiago.

Portanto, o trabalho é feito durante o dia e mantendo o acesso aberto - as piscinas e áreas de lazer [estarão] ainda em funcionamento", continou.

Como aconteceu no Parque Florestal, as verbas obtidas pelo conceito de direitos municipais são investidas em projetos que melhoram a qualidade de vida dos moradores - como a instalação de nova iluminação pública, recuperação de fachadas, cabeços e melhorias nos parques infantis, áreas para animais de estimação, e a instalação de uma zona de exercício”, concluiu.

A mesma coisa foi dita por parte do governo, através da ministra do desporto, que afirma a realização do ePrix de Santiago ser uma boa maneira de levar o nome da cidade e do país aos quatro cantos do mundo.

"Estamos muito felizes porque a Fórmula E vai voltar ao Chile em janeiro ”, disse Pauline Kantor, a ministra do desporto chilena.

"É uma ótima notícia para todos, porque significa que estamos preparados para a tarefa de organizar grandes eventos, o que também nos dá muita visibilidade e faz o Chile brilhar fora. É uma notícia muito boa, não só no desporto, mas também no turismo - significa que podemos projetar nosso país para todos os cantos do mundo", concluiu.

Em 2018, a corrida foi vencida pelo Techeetah de Jean-Eric Vergne, em dobradinha com André Lotterer.

Formula E: Carro da NIO revelado

A NIO apresentou na noite de segunda-feira em Londres o seu carro para a próxima temporada da Formula E e confirmou o francês Tom Dillmann como piloto, ao lado de Oliver Turvey. A equipa chinesa, tal como todas as outras, vai usar o carro da Gen2, que o batizou de NIO 004 para as provas da competição que começará em dezembro, na Arábia Saudita.

Dillmann, de 29 anos, vai substituir o italiano Luca Filippi e vai fazer a sua primeira temporada a tempo inteiro, depois de duas meias temporadas com a Venturi. Em dez corridas, espalhadas por duas temporadas, fez 24 pontos, com um quarto lugar na primeira corrida de Nova Iorque deste ano como melhor resultado.

"Estou muito feliz por fazer parte da NIO", começou por dizer o piloto francês. “Tivemos alguns bons dias de teste, desenvolvendo nosso novo carro e construindo nosso relacionamento. Eu aprecio particularmente a atmosfera competitiva e profissional dentro da equipa e mal posso esperar para começar esta nova e excitante era na Fórmula E com a NIO", concluiu.

Já por parte de Turvey, que está na Nio desde o inicio do campeonato, em 2014, está contente por estar de volta para mais uma temporada, e tem grandes expectativas pelo novo carro.

"Estou muito contente por continuar a correr pela NIO Formula E, gostaria de agradecer a todos da NIO pelo apoio contínuo", disse.

Nas últimas três temporadas, crescemos juntos como uma equipa, melhorando a cada temporada, e fiquei orgulhoso de poder ter nosso primeiro pódio juntos na Cidade do México na temporada passada.

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Formula E: Apresentado o monolugar da HWA

A HWA (Hans-Werner Aufrecht) vai ser a ponta de lança da Mercedes na Formula E e vão ter agora a sua temporada de estreia, alargando o pelotão para 22 carros. Vindo da DTM, a equipa apresentou hoje o seu chassis, preparando-se para um campeonato que vai começar dentro de dois meses na Arábia Saudita, com os carros da Gen2.

Por agora, apenas Gary Paffett, de 37 anos, é que foi confirmado. A vaga de segundo piloto está por preencher, a fala-se na hipótese do belga Stoffel Vandoorne ir para esse lugar. 

Na apresentação da equipa, Gary Paffett disse que está excitado pela nova aventura na competição elétrica.

"Estou muito empolgado por guiar pela HWA na quinta temporada da Fórmula E. Esta é basicamente a primeira vez em 15 anos que troquei de série e carros. Vai ser um grande desafio - para mim e para a equipa. A maioria deles - como eu - vem do DTM. Como tal, temos muito a aprender", começou por dizer o veterano piloto britânico. 

"Certamente não será fácil no começo, mas estamos prontos e ansiosos para isso. A Fórmula E é uma série muito promissora com grandes perspectivas. É ótimo fazer parte disso. Eu assisti a corrida em Marrakesh no início do ano e fiquei impressionado com a atmosfera. Foi totalmente diferente do DTM e de qualquer outra coisa que eu já vi antes. Temos de nos adaptar a este novo formato e ajustar a nossa abordagem aos fins-de-semana de corrida em conformidade. O padrão dos pilotos e das equipes é definitivamente muito alto”, concluiu.

Do lado da HWA, Ulrich Fritz, o seu diretor, afirma que tem um desafio enorme pela frente, mas que estão prontos para a enfrentar, em nome dos genes da competição que os norteiam há vinte anos.

A HWA Racelab agrupa o ADN da HWA AG. Desde que a empresa foi fundada em 1998, nossa principal área de especialização tem sido o desenvolvimento, operação e pesquisa no automobilismo" começou por dizer. 

"Para competir com sucesso no Campeonato ABB FIA de Fórmula E, o foco e a confiança nessas áreas de especialização serão particularmente importantes. Estamos ansiosos pelos novos desafios que vêm. Nas últimos tempos, trabalhamos muito duro para estabelecer uma base sólida, [pois vamos] entrar numa série ferozmente competitiva. Ao fazer isso, nos beneficiamos bastante da experiência adquirida em cooperação com a Venturi, a quem apoiamos na última temporada como parceiro técnico. Agora estamos bem posicionados com nossa própria equipa para competir sob nossa própria bandeira" continuou. 

"Aproximamos este desafio com uma mistura saudável de confiança e respeito. A próxima temporada será um ano de aprendizagem para a HWA Racelab, mas tenho certeza de que nos estabeleceremos rapidamente e seremos competitivos nesta série”, concluiu.

domingo, 7 de outubro de 2018

A imagem do dia

Ronnie Peterson e James Hunt (coberto, mas pode-se ver Lord Hesketh ao lado do sueco) comemoram a sua estadia no pódio no GP dos Estados Unidos, em Watkins Glen. Há precisamente 45 anos. Os sorrisos não mascaram os eventos do dia anterior, onde sofrerem o choque de mais uma morte no pelotão, onde o Tyrrell de Francois Cevért sofreu o seu acidente mortal. E em consequência, a equipa não alinhou na corrida e Jackie Stewart, o campeão, decidiu abandonar a competição de imediato, embora ele já tinha dito que iria embora, independentemente do resultado.

Foi uma corrida disputada entre Hunt e Peterson, e o inglês, que guiava num March da Hesketh, tentou atacar a liderança do sueco, mas o desgaste dos pneus e a subviração do carro nas curvas evitaram isso.

Quem dissesse isso em maio, cinco meses antes, quando se estrearam no Mónaco, provavelmente poderia rir. Os resultados da equipa foram espectaculares, com dois pódios e duas voltas mais rápidas, acabando com 14 pontos. Lord Hesketh foi para a Formula 1 não só para dar uma chance ao seu piloto, mas também para "falhar espectacularmente", porque inicialmente era para correr na Formula 2. E quando os primeiros resultados não foram bons, Hesketh alugou um Surtees e inscreceu o carro na Race of Champions, acabando no terceiro lugar. O resto é história, quer em 1973, quer nos dois anos seguintes.

Mas o que é importante nesse dia é que a partir dali, com os Tyrrell, uma certa era na Formula 1 tinha acabado. Outra iria aparecer, e entre as temporadas, o mundo iria mergulhar numa crise petrolifera sem precedentes...

WRC 2018 - Rali de Gales (Final)

Sebastien Ogier conseguiu levar o seu carro até ao fim como vencedor, mas isso ainda não foi suficiente para voltar ao comando do campeonato, pois o seu maior rival, Thierry Neuville, terminou o campeonato na quinta posição do rali e absorveu um pouco as perdas no campeonato. Contudo, o duelo, mesmo com Ott Tanak a conseguir pontuar graças ao Power Stage, está ao rubro: quando faltam duas provas, Neuville e Ogier estão separados por sete pontos, e Tanak está a 21 do comando.

Contudo, foi um último dia bem disputado a três, onde apenas na última especial se viu quem iria ganhar. 

Com cinco classificativas para cumprir até acabar o rali, e os três primeiros separados por pouco menos de vinte segundos, sabia-se que a Toyota iria partir ao ataque. E começou com Esapekka Lappi a ser o melhor em Elsi, batendo Latvala e Ogier e aproximando-se os três uns dos outros. Na Power Stage de Gwydir - a primeira passagem - foi de novo da Toyota, mas de Jari-Matti Latvala a ser o melhor, com Ogier a prder 5,8 segundos. Suficiente para o finlandês passar para a liderança do rali.

Mas Ogier reagiu na primeira passagem por Great Orme Llandudno, batendo Latvala por 3,4 segundos, enquanto Lappi atrasava-se, perdendo mais 6,5 segundos e ficando cada vez mais no terceiro posto. O francês foi mais veloz na segunda passagem por Gwydir, deixando Latvala a 3,3 segundos. E esse foi o momento decisivo, porque foi ali que o francês passou para a frente. E Ogier consolidou na última especial, na segunda passagem por Great Orme Llandudno, vencendo e deixando Latvala a 7,5 segundos.

No final, depois dos três primeiros, surgiu Craig Breen, quarto a um minuto e dez segundos e o melhor dos Citroen. Thierry Neuville foi o quinto, logo atrás do piloto irlandês, conseguindo aguentar Anderas Mikkelsen, sexto, a um minuto e 15.9 segundos. A 1.18,4, ficou Hayden Paddon, no sétimo lugar, com Mads Ostberg oitavo, a 1.21,6 segundos do vencedor. Muito longe, e a fechar o "top ten" ficaram os Skoda de Kalle Rovanpera e de Pontus Tidemand, correndo no WRC2.

Agora, o WRC volta à ação no final do mês, entre os dias 25 e 28, em terras catalãs.

A Ferrari tem de deixar de ser italiana

Já escrevi há algumas semanas que a Ferrari tem sido, desde da saída de Michael Schumacher, há doze anos, um cemitério de carreiras para pilotos. Fernando Alonso, Felipe Massa, Kimi Raikkonen, e agora, parece que Sebastian Vettel vai a caminho. Não sei se Lewis Hamilton seria a excepção, mas duvido que o inglês vá querer ir para lá, a não ser que seja para umas "férias ativas", ou seja, uma última temporada antes de pendurar o capacete e ir para Hollywood.

Quem se lembra da Ferrari dos tempos em que Schumacher dominava tudo, no inicio deste século, sabia mais ou menos quem estava nos cargos de chefia da equipa. O chefe era Jean Todt, o diretor técnico era Ross Brawn, o projetista era Rory Bryne. E esses três, combinado com Schumacher, ganharam cinco campeonatos seguidos entre 2000 e 2004. Mas estavam juntos desde 1997, contratados com a anuência de Luca de Montzemolo. E perderam muito antes de ganhar, especialmente em 97, onde tudo acabou na curva Dry Sac, em Jerez, com uma manobra controvérsa do piloto alemão.

Dos títulos vencidos, só o de 2003 foi o mais apertado de todos, resolvido na última corrida, depois de três vitórias consecutivas do alemão. De resto, foi ganha com folgas, e os títulos de 2002 e 2004 foram vencidos com margens a roçar o escândalo. Mas desde que Schumacher saiu da Scuderia, em 2006, e com as saídas de Todt e Brawn, a equipa italiana não conseguiu mais nada de relevante, tirando 2007, quando ganhou de modo inesperado o título mundial, com Kimi Raikkonen. E os famosos trinta segundos de Felipe Massa em Interlagos, em 2008. Desde então, houve demasiados "remates à trave", primeiro, com Fernando Alonso, e agora, com Sebastian Vettel. E nem falamos de Felipe Massa.

Nesse tempo, a Ferrari quis voltar a ser "italiana", Primeiro com Stefano Domenicalli, agora com Maurizio Arrivabene. E em termos de dirigentes, de Luca de Montezemolo, passamos para Sergio Marchionne, que liderou o grupo FCA até morrer, em julho deste ano. Só que, apesar da injeção de dinheiro e da contratação de bons engenheiros estrangeiros, como o britânico James Allison, não conseguiram vencer títulos. E houve até anos em que nem venceram corridas, porque a Red Bull e a Mercedes construíram carros realmente imbatíveis.

Agora vamos a ver as dez equipas presentes na Formula 1. Dessas, oito tem sede em terras ingleses, todas elas no "Motorsport Valley". A Red Bull está em Milton Keynes, a Renault está em Enstone, a Mercedes em Brackley, a McLaren em Woking, a Force India em Silverstone, a Haas está em Banburry, a Williams em Grove, e a Toro Rosso não está longe da Red Bull. As excepções são a Sauber, em Hinwill, na Suíça, e a Ferrari. Estão todos perto um do outro, tanto que a zona do centro da Grã-Bretanha, nos Midlands, já se chama de "Motorsport Valley".

E ter todas essas equipas perto é ótimo porque se mudarem, não precisam de mudar de casa, é só o percurso que se torna diferente. E isso dificulta a vida das equipas que não estão lá. Quem é o inglês que queira trabalhar para a Sauber ou Ferrari? Poucos, porque essa gente tem família, e ir para a Suíça ou Itália significa mudar de casa e falara uma língua estrangeira, apesar de quase toda a gente dominar o inglês. E isso foi tido em conta quando Renault e Mercedes foram para a Formula 1. Ambos compraram as instalações que eram da Lotus (Renault) e BrawnGP (Mercedes), evitando construir tudo em França ou Alemanha, onde os custos eram maiores, pois o euro é mais fraco que a libra.

Então, o que se deve pensar? Provavelmente, para a Ferrari voltar a ser alguém, tem de ser menos italiana e mais mundial. Ou seja, ir buscar pessoas de todo o mundo. E para ir buscar os melhores, ou gasta muito dinheiro, ou monta uma sede em terras britânicas. É sacrilégio? Vivemos num mundo globalizado, a ideia de uma equipa representar um país já acabou. A Haas, americana; a Renault, francesa e a Mercedes, alemã, viram que ter uma sede no Motorsport Valley é meio caminho andado para as vitórias e os títulos mundiais. E a Toro Rosso, que não deixou de ter sede em Faenza, onde era a Minardi, criou uma sede inglesa e consegue trabalhar em "tandem" com as sede italiana.

Ter uma sede britânica, recrutando ingleses, não a impede de ter a sede em Maranello. Os carros podem ser fabricados em Itália para serem testados na sua pista privada. Não é preciso fechar a fábrica dos carros de estrada, tudo pode ser feito onde está, mas ter uma sede no Motorsport Valley é importante. Poupa-se dinheiro, contrata-se pela competência e não pela nacionalidade, e ter dirigentes multinacionais fazem com que a politica não seja tão importante na tomada de decisões.

Só que o problema é este: na Ferrari, há demasiada politica. Vê-se que este ano, a decadência da Scuderia no campeonato coincidiu com o falecimento de Marchionne e a substituição por John Elkann. E a falta de liderança vê-se nos constantes erros feitos por todos, desde o piloto que se derrete a olhos vistos, até às más decisões da equipa. A Mercedes ganha por mérito, mas também por demérito da Ferrari.

Portanto... se a Ferrari quiser ser um pouco mais profissional, este seria um bom caminho. Teria mais chances de escolher os melhores e mais chances de vitórias e títulos. O seu último grande momento aconteceu porque tinham escolhido os melhores, tinham um dirigente que lhes deu carta branca e um piloto muito bom. É isso que falta. Ser menos italiano e mais globalista poderá ser o caminho para o regresso aos títulos. Mas provavelmente vão querer ir pelo caminho mais difícil. Se for assim, então a Scuderia vai continuar a ser aquilo que disse há mais de um mês e voltei a dizer no inicio deste artigo: a sepultura de carreiras de pilotos e dirigentes.

Formula 1 2018 - Ronda 17, Japão (Corrida)


Depois dos eventos de ontem, parecia que a Mercedes tinha uma via verde para o título - já o tem desde o meio do ano, sejamos honestos - mas os erros da Ferrari só fazem agudizar as coisas e claro, todos agora querem saber em que corrida Lewis Hamilton será campeão.

Depois das chuvas de ontem, hoje o sol, o céu azul de outono... e o calor (30ºC!) brilham na zona de Suzuka, e perante um autódromo cheio, os japoneses no local conseguiam saber montar um espectáculo, especialmente quando querem apoiar os seus pilotos - ou marcas - favoritos.

A partida foi calma, com os Mercedes na frente, seguido pelo Red Bull de Verstappen, enquanto Vettel passava os Toro Rosso e o Haas de Romain Grosjean. Contudo, no final da primeira volta, na chicane, Max Verstappen exagera na travagem, e quando volta à pista, toca em Kimi Raikkonen, para tentar manter a posição. Vettel tentou aproximar-se, mas não os apanhou. Pouco depois, o alemão passou para o quarto posto. Atrás, Kevin Magnussen tinha um furo e tentava levar o carro às boxes sem desfazer o carro. 

E por causa disso, na volta três, tinhamos Safety Car. E os comissários foram velozes: cinco segundos de penalidade para o piloto holandês. Claro, ele reclamou, mas ele não é Kimi.

Recomeçou a corrida, e os Mercedes iam-se embora, com Verstappen a defender-se de Vettel, com os dois lado a lado na Spoon... para acabar a corrida ali. O piloto da Ferrari faz um pião e acabou no fundo do pelotão, com Verstappen a continuar, sem estragos aparentes. Era escusado, e poderia ter esperado, mas também... já era um campeonato perdido. Ele só decidiu precipitar as coisas.

Com a corrida já decidida - pelo menos nesta altura - Daniel Ricciardo aproveitava as confusões da frente para passar carro após carro, e na volta 14, era quinto. Depois, começou a pressionar Kimi Raikkonen, tanto que na volta 18, teve de ir às boxes e meteu pneus médios. Voltou à pista em décimo. Muito atrás, Vettel recuperava lugares ainda com o mesmo jogo de pneus enquanto na frente... os Mercedes não eram incomodados.

Max Verstappen foi às boxes na volta 22, cumprindo a penalização, e voltando na quinta posição. Depois foram os Mercedes e as coisas aconteceram como esperado. Vettel parou na volta 27, e volta à pista com pneus macios, caindo para o 16º posto. Com o passar das voltas, Vettel lidou com o pelotão intermediário, e os passou sem problemas, chegando ao sexto posto na volta 35, agora tendo pela frente Raikkonen... a quase 40 segundos. De uma certa forma, o GP do Japão acabou ali.

A parte final da corrida via-se o Red Bull de Verstappen a aproximar-se do carro de Bottas, provavelmente porque os seus pneus pareciam estar melhores do que os da Mercedes. O finlandês chegou a cometer um erro, foi pressionado pelo holandês, mas o piloto da Mercedes foi-se embora e manteve o segundo posto.

E claro, Hamilton, imperturbável, liderou do principio ao fim e cortava a meta com cada vez mais certeza de que será campeão. Festejou, viu que a sua vantagem se aumentava cada vez mais e agora, era provável que na próxima corrida tinha a sua primeira chance real de ser campeão do mundo. Basta a Ferrari fazer mais uma asneira ou ter azar.