sábado, 3 de setembro de 2022

A imagem do dia


31 vitórias e 56 pódios no Campeonato Português de Ralis. Duas vezes campeão do mundo de produção no WRC. 17 pontos no Mundial de ralis, em carros do WRC. E agora, sete campeonatos nacionais de ralis. Este é o palmarés de Armindo Araújo, aos 45 anos de idade, feitos na sexta-feira. 

Este final de semana, não precisou de ganhar no Rali Alto Tâmega, foi pragmático suficiente para conseguir os pontos necessários para conseguir automaticamente o campeonato nacional. Agora, o sétimo da sua carreira. 

O campeonato nacional de ralis até é competitivo. Existem bons pilotos - Ricardo Teodósio, José Pedro Fontes, Bruno Magalhães - que andam em carros bem competitivos. a Hyundai tem uma equipa própria, e os projetos privados são bem feitos e bem pensados. Os ralis, apesar de serem pequenos - as especiais de classificação tem, em média, pouco mais de 100 km - não existem diferenças de minutos entre pilotos com o mesmo carro.

Claro, há lugares onde podem melhorar. O calendário é o ideal? Sim na quantidade - 10 ralis, no máximo, duas partes com provas de terra e de asfalto - mas deveria ser mais espalhado no espaço. Um rali em Lisboa e outro no Algarve seria bom. Outras coisas mais que deveriam existir? Claro. Há quem fale, por exemplo, de troféu de iniciados. Até que existe, mas algo semelhante a aquilo que faz a Federação Francesa de automobilismo não seria mau pensado. Mas sei que, por exemplo, há pessoas que querem quantidade, com carros de todos os tipos a circular, quase como se fosse Formula Libre. Querem como em França, Bélgica e nos Países Baixos, com uma importante fatia de GT's, por exemplo. 

Mas mesmo a qualidade não envergonha, porque muitas das vezes, quando eles correm no estrangeiro, ou quando recebemos nos nossos ralis que contam para o Europeu, não passamos vergonhas. 

Já não iremos ver mais o Armindo em ralis europeus, mas a par do Bruno Magalhães, do José Pedro Fontes e do Ricardo Teodósio, é gente que não envergonha ninguém e sustenta, de uma certa forma, este nacional de ralis. 

Parabéns a todos, especialmente o Armindo, o novo campeão.  

Formula 1 2022 - Ronda 15, Países Baixos (Qualificação)


E por fim, chegamos à casa dos neerlandeses. E mesmo ao longe, entendemos que ali já não cabe mais um alfinete. Porque todos querem assistir, ao vivo e a cores, aos feitos de Max Verstappen, o atual campeão e o candidato número um à sua renovação. E com a liderança destacada, eles esperam que nestes dias, isto seja uma verdadeira festa da parte deles e que seja um passeio no parque para o seu menino-prodígio, naquela pista à beira-mas plantada: a clássica Zandvoort.

Sem chances de chuva, os locais pareciam felizes e decidirem fazer uma festa antecipada. Da vitória, de título, do bicampeonato... não queriam saber. Umas Heinekens, a camisola da seleção e a cantarem "Max, Max, Max, Super Max" até que as gargantas doessem, e tinham o fim de semana feito. O resto não interessava, e se calhar para alguns deles, era mais uma etapa na peregrinação que os levou para o Red Bull Ring e na semana anterior, a Spa-Francochamps. Zandvoort era mais uma etapa, a caseira.

Quando Max começou a marcar tempos, foi para destruir: primeiro que os Ferraris, destruiu o melhor tempo de então, que pertencia a Daniel Ricciardo, marcando 1.11,317, 1,173 mais rápido que o piloto da McLaren. Russell depois ficou com o segundo posto, mas 204 centésimos mais lento que o piloto da Red Bull.

Na parte final da Q1, quem surpreendeu tudo e todos foi Yuki Tsunoda, que conseguiu fazer o segundo melhor tempo, superando boa parte da concorrência. A pista estava a melhorar, era um facto. E quando o tempo acabou e a poeira assentou, viram-se as vítimas: o Alfa-Sauber de Bottas, o Williams de Latifi, o Astaon Martin de Bettel - despistou-se quando marcava uma volta rápida - o McLaren de Ricciardo e o Haas de KMag, Kevin Magnussen. 

Chegados à Q2, o primeiro a ir para a pista foi Alex Albon, mas não fez nada: os comissários mandaram uma bandeira vermelha na qualificação porque existiam foguetes laranjas no asfalto. Alguém os tinha mandado para lá - sem querer ou de propósito - e isso perturbou a sessão. O excesso de espectadores e a falta de comportamento destes, por vezes, dá nisto... 

Mas depois de regressar a bandeira verde, quase 10 minutos depois, os pilotos foram para a pista com ideias de marcar tempos o mais rapidamente possível. E quando Max entrou na pista, o público foi ao delírio. E claro, o incentivo das bancadas compensou: 1.10,927. Pérez ficou a quatro décimos. Hamilton depois conseguiu o segundo melhor tempo, com 1.11,075. Depois ficaram Russell e as duas Ferrari. 

Na parte final, Sainz Jr conseguiu 1.10,814, com Russell a ficar logo atrás, na segunda posição. Leclerc melhorou, mas não ficou na frente de Max, que era terceiro em termos provisórios. Hamilton ficou com o quinto tempo, enquanto atrás, os que não conseguiram entrar para a Q3 foram os Alpine de Alonso e Ocon, o segundo Sauber-Alfa de Guanyou  Zhou, e o Williams de Alex Albon. A Pierre Gasly, o piloto da Alfa Tauri ficou com o 11º tempo e saiu-lhe a fava. 

E agora, a Q3.

Assim que a bandeira verde foi agitada, os Red Bull foram logo para a pista no sentido de marcar tempos, e sobretudo, uma posição. Primeiro, Max marcou 1.10,515, com Pérez logo atrás, mas Leclerc conseguiu 1.10,456, com Hamilton a ser terceiro, seguido por Sainz Jr. Pérez caiu para sexto. Stroll tinha problemas e provavelmente, o décimo tempo era dele, atrás de Mick Schumacher. 

E na hora das decisões, os primeiros a sairem foram os Ferrari. Primeiro Leclerc, depois o espanhol, marcaram tempos. Contudo, a seguir apareceu Max a conseguiu 1.10,363 e ficou com o melhor tempo. Apesar das tentativas dos Mercedes, por exemplo, o piloto da casa conseguiu o que queria: sair dali com a pole-position, para delírio dos locais. 

No final do dia, todos saiam felizes por saber que metade do seu sonho estava realizado. Agora, o que querem é que amanhã, depois das luxes se apagarem, ele se bá embora e só vejam depois da bandeira de xadrez.    

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

No Nobres do Grid deste mês...


"Nesse ano [1937], o governo francês decidiu dar um milhão de francos a todas as construtoras capazes de montar um carro capaz de rivalizar com os alemães. Bugatti e Delhaye foram duas das marcas que competiram por esse prémio, e [René] Dreyfus estava a competir por esta última marca. A decisão acabou por ser numa corrida contra o relógio, entre ambos os carros, no autódromo de Montlhéry, nos arredores de Paris. 

Parte do projeto da Delhaye tinha sido financiado por Lucy O’Reily Schell, uma americana expatriada e apaixonada por automobilismo – seu filho seria Harry Schell, piloto de Formula 1 entre 1950 e 1960 – e a ideia era que a Delhaye triunfasse para poderem competir na temporada de 1938 dos Grand Prix. Com pneus especiais de corrida fornecidos pela Dunlop, forçou o ritmo ao limite, mas conseguiu bater a Bugatti e ficar com o prémio.

Com essa injeção de dinheiro, a primeira grande corrida era em abril nas ruas de Pau, no sul de França. A pista urbana era tremendamente tortuosa, e Dreyfus conseguiu ficar na frente do Flecha de Prata de Rudi Caracciola. Durante boa parte da corrida, aguentou as investidas do piloto alemão e conseguiu ganhar, para júbilo dos locais, que por fim viam um dos seus bater os alemães, restaurando o orgulho nacional.

(...)

"Quando a II Guerra Mundial rebentou, em setembro de 1939 – com os Flechas de Prata em Belgrado, para o GP da Iugoslávia – Dreyfus decidiu alistar-se no exército francês, como condutor de camiões. Contudo, na primavera de 1940, o governo decide recorrer aos seus serviços de piloto e atravessaria o Atlântico para participar nas 500 Milhas de Indianápolis, ao volante de um Maserati, inscrito por Lucy O’Reily Schell, ao lado de René Le Bégue. 

E provavelmente, essa missão o poderá ter salvo a sua vida.

Em Indianápolis quando a invasão alemã aconteceu, a 10 de maio, ele participou na prova, apesar de desconhecer a maneira como as coisas se faziam por lá. E para piorar as coisas, o inglês de Dreyfus era básico. Mas apesar de todas estas dificuldades, Dreyfus e Le Bégue partilharam a condução do carro e acabaram na décima posição da geral, numa prova vencida por Wilbur Shaw, num outro Maserati." (...)

Nos anos 30, provavelmente, o melhor piloto francês era monegasco, com Louis Chiron. E esse seu talento foi o que levou para a Mercedes, um dos Flechas de Prata. Contudo, um segundo piloto francês brilhou em fogachos, especialmente mostrando-se em máquinas francesas contra gente como Rudi Caracciola, Bernd Rosemeyer ou Hermann Lang. Contudo, para além de ser francês, era judeu. René Dreyfuss foi um excelente piloto nessa altura, e dos poucos - Tazio Nuvolari e Guy Moll foram outros - que triunfou em corridas contra os alemães, quase invencíveis nas pistas europeias.

E para além disso, ele foi o primeiro francês a triunfar nas ruas de Monte Carlo, em 1930, ao volante de um Bugatti. 

Um piloto que teve uma vida longa, boa parte deles passada nos Estados Unidos, ainda teve tempo para, na velhice, ser recebido como um herói. E é sobre a sua carreira que escrevo este mês no Nobres do Grid

CPR: Armindo quer sair de Chaves já campeão


O Rali Alto Tâmega acontece neste final de semana e poderá consagrar Armindo Araújo como campeão nacional. Ao piloto de Santo Tirso basta-lhe, independentemente do resultado dos principais adversários, terminar no último lugar do pódio ou até em quarto, desde que neste caso ganhe a Power Stage, é natural que o piloto de Santo Tirso faça uma prova de expectativa.

Sabemos que podemos ser campeões neste rali e não escondemos que queremos fechar já as contas a nosso favor, mas isso não nos traz nenhuma pressão adicional. O nosso propósito é lutar pela vitória, mas se tivermos de abdicar disso e não correr riscos que possam comprometer o nosso grande objetivo, assim o faremos. A posição dos nossos adversários poderá proporcionar reajustes na nossa prestação durante a prova e por isso, neste momento, a nossa estratégia é igual à de sempre, lutar por sermos os vencedores”, declarou.

Com nove especiais de classificação, num total de pouco mais de 110 quilómetros de especiais cronometradas, o Rali Alto Tâmega ocorrerá no final desta sexta-feira, com as três primeiras especiais de classificação, com as restantes seis - entre elas as passagens duplas por CIM-Alto Tâmega e Boticas/Vidago - a completarem esta prova. 

Noticias: McLaren confirma Piastri para 2023


A McLaren confirmou esta tarde que o australiano Oscar Piastri será seu piloto para 2023, horas depois do Tribubal de Arbitragem de Contratos ter dito que o contrato que o piloto australiano assinou para a equipa de Woking ter sido o único válido. “A McLaren Racing assinou em 2021 o campeão de Fórmula 2 da FIA, Oscar Piastri, num contrato plurianual tendo como companheiro de equipa, Lando Norris na temporada 2023”, lê-se no comunicado oficial da marca.

Horas antes, a Comissão de Reconhecimento de Contratos (CRC) da FIA tinha afirmado que o contrato assinado pelo piloto australiano era válido, apesar de ter um contrato como piloto de testes da Alpine, e do qual a marca aprobeitou para anunciar, no final de julho, que iria ser seu piloto para a próxima temporada, um dia depois de Fernando Alonso ter dito que se iria transferir para a Aston Martin, no lugar de Sebastian Vettel, que anunciou a sua retirada.

Depois de publicada a decisão da CRC, a Alpine fez saber que “agradece à Comissão de Reconhecimento de Contratos (CRC) por se ter reunido na segunda-feira e reconhecemos a decisão que tomaram. Consideramos o assunto encerrado do nosso lado e anunciaremos oportunamente o ‘line up’ de piltoos para 2023. O nosso foco imediato é o Grande Prémio dos Países Baixos e a conquista de pontos na nossa luta pelo quarto lugar no Campeonato de Construtores”.

Piastri, naturalmente, ficou feliz com o resultado e pôs, assim, anunciar como piloto da McLaren.

"Estou extremamente entusiasmado por fazer a minha estreia na Formula 1 com uma equipa tão prestigiada como a McLaren e estou muito grata pela oportunidade que me foi oferecida. A equipa tem uma longa tradição de dar uma oportunidade aos jovens talentos, e estou ansioso por trabalhar arduamente ao lado do Lando para empurrar a equipa para a frente da grelha. Estou focado em preparar a minha estreia na Formula 1 em 2023 e começar a minha carreira na Formula 1 de laranja", afirmou.

Com isso, o lugar está em aberto e o favorito para o preencher será Daniel Ricciardo, que irá sair da McLaren no final desta temporada. Mas também há notícias referentes a Mick Schumacher, que encerrará a sua participação na Haas no final desta temporada. 

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Meteo: Domingo não chove em Zandvoort


A Formula 1 terá um fim de semana relativamente complicado em paragens neerlandesas no final de semana, mas o vento será fraco e chuva, a acontecer, será no sábado, com aguaceiros dispersos. 

Quase nos dias da corrida, já há certezas sobre o tempo que fará. Se amanhã, o tempo ficou parcialmente nublado, com ventos a 18 km/hora, já no sábado, mantêm-se a velocidade, mas as chances de chuva aumentam para 33 por cento à volta das 15 horas, altura da qualificação. Já para domingo, não há chances de chuva, e o tempo será semelhante ao de sexta-feira. O vento será mais baixo: 10 km/hora.

Ou seja, as condições para uma boa corrida estão todas montadas. Veremos o que acontecerá.

Youtube Vídeo Challenge: Quem é o melhor em marcha-atrás?

Creio que muita gente já deve ter visto um vídeo muito maluco de gente, em carrinhos, a andar de marcha atrás, tentando ser o mais rápido. E claro, deverá ter mandado muitas gargalhadas. Pois bem, Max Verstappen e Yuki Tsunoda pegaram em dois DAF's - os minis neerlandeses - e foram dar umas voltinhas em Zandvoort. 

E claro, gravaram tudo em vídeo. 

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Noticias: Andretti irá providenciar um teste a Chadwick


A Andretti Autosport anunciou que irá providenciar um teste a Jamie Chadwick, a piloto da W series que está a dominar o campeonato deste ano, a caminho do seu tricampeonato. Piloto de testes da Williams, a piloto andará num chassis da Indy Lights em setembro em Sebring, na Florida, para poder ser avaliada nas suas capacidades. 

Ela estará testando em Sebring a 21 de setembro”, disse o COO da Andretti, Rob Edwards, à publicação americana racer.com.Estamos empolgados em dar a ela uma oportunidade. Ela é claramente a piloto dominante na W Series e, em nossa opinião, merece uma chance de traduzir isso para o próximo passo em sua carreira.”, continuou.

Chadwick, de 24 anos, domina a W Series desde a sua constituição, em 2019, e tem sido a recordista da competição em termos de vitórias - tem onze - bem como pole-positions, com dez, 18 pódios e seis voltas mais rápidas. Em 2022, lidera a competição com 143 pontos, 45 na frente de Beitske Visser e Alice Powell.

Youtube Formula 1 Vídeo: A escalada de Verstappen até ao primeiro lugar

Max Verstappen, como foi dito, fez uma corrida de recuperação de 14º até à liderança em poucas voltas, em Spa-Francochamps, um feito ao alcance de dois pilotos: Jim Clark e Michael Schumacher. Mas se o alemão conseguiu isso num asfalto sempre húmido e em mudança, em 1995, o neerlandês fê-lo sempre em seco. 

E o pessoal da Formula 1 não esqueceu isso, fazendo um video das ultrapassagens que fez até chegar ao topo. E já estava no "top ten" em Les Combes, a meio da volta um...

terça-feira, 30 de agosto de 2022

A imagem do dia


Bruce McLaen posa para uma foto em 1967, já como piloto e construtor da sua própria equipa, preparando-se para os triunfos na Cam-Am, no ano seguinte, com o seu compatriota Dennis Hulme

Por estes dias se falou que Max Verstappen conseguiu triunfar em duas corridas seguidas partindo do meio do pelotão: em Budapeste, ele parte de décimo, em Spa-Francochamps, de 14º, ambos acabando no lugar mais alto do pódio.

Max empatou um recorde com 62 anos, que pertencia ao aniversariante do dia: Bruce McLaren. Que se estivesse por aqui, comemoraria hoje o seu 85º aniversário. 

No GP dos Estados Unidos, em 1959, o piloto, então pela Cooper, partia de décimo na grelha, numa corrida que era a última do campeonato, e com três candidatos ao título, entre Stirling Moss, Tony Brooks e Jack Brabham, McLaren parecia ser um ator secundário perante toda esta gente - na altura, tinha 22 anos e fazia a sua primeira temporada completa. 

O neozelandês aproveitou bem o carro e subiu de lugares até no final, indo atrás de Brabham. No início da última volta, ele era segundo, entre o australiano e Trintignant, e tudo indicava que ele seria campeão. Mas um golpe de teatro fez com que ele ficasse sem gasolina e tivesse de empurrar o carro. McLaren, surpreso, levantou também o pé, mas o australiano fez gestos para que acelerasse e passasse para a frente. O carro de Brabham parou a algumas centenas de metros da meta, e saiu do carro para o empurrar, cruzando a meta em quarto, suficiente para ser campeão.

No final ganhou seis mil dólares de prémio... e terras à volta de Sebring. Quem diria!

A primeira corrida de 1960 aconteceu no verão austral e estava um calor de derreter ananases. A corrida aconteceria dois meses depois da corrida americana, e McLaren partiu de bem mais abaixo: 13º da grelha, entre o argentino Carlos Menditeguy e o britânico Alan Stacey, no seu Lotus oficial. Não muito acima na grelha ficou Jack Brabham, que era décimo.

Contudo, McLaren aguentou bem o calor. Andou a correr de camisa e calções - como eles andavam nesses tempos! Moss liderou boa parte do tempo, até que o carro sofreu um problema de suspensão e foi andar no carro de Maurice Trintignant, mas o seu terceiro lugar final não contou para os pontos, porque as regras de partilha do carro tinham sido abolidas em 1958. 

O jovem piloto aguentou os calores austrais e acabou na liderança na bolta 68, quando ultrapassou o carro de Jo Bonnier, indo sem problemas até à meta. No final, foi uma questão de resistência e juventude que o ajudou nestas suas vitórias. Afinal de contas, ele tinha batido o recorde de juventude em termos de triunfo e claro, foi o cartão de visita de uma longa carreira no automobilismo, infelizmente cortado por um acidente quando experimentava o seu carro de Can-Am, uma década mais tarde. Mas o seu legado permanece. 

MotoGP: Miguel Oliveira confirmado na Aprilia


O português Miguel Oliveira será piloto da Aprillia em 2023, ao serviço da sua equipa-satélite, a RNF Racing. Desde há muito tempo que se sabia da sua saída da KTM, após lhe terem proposto correr na próxima temporada pela equipa-satélite, que seria renomeada GasGas. O piloto de 27 anos considerou que isto seria uma despromoção e resolveu não renovar com eles no final da temporada. A Aprilia era algo do qual se falava desde há algumas semanas, especialmente depois do chefe da Ducati ter dito que tinham estado interessados, mas eles foram mais velozes em tê-lo nas suas fileiras.

Contudo, a equipa do piloto de Almada não é a oficial, mas sim a equipa satélite, a RNF Racing, ao lado de Raul Fernández, que este ano tem passado um mau bocado com a Yamaha, e terá um período de adaptação a uma nova marca em 2023. Mas o piloto acredita que este é o passo certo na sua carreira. E de uma certa maneira, os resultados da marca este ano indicam que sim: Aleix Espagaró, o seu piloto oficial, é atualmente segundo classificado no campeonato, embira não tenham neste momento uma equipa satélite, algo que acontecerá a partir da próxima temporada.

Numa conferência de imprensa feita na sede do seu clube de fãs, em Almada, afirmou que ficar na KTM teria sido mais fácil, em termos emocionais. Mas o facto de ter ambições para lutar por títulos mundiais acabou por pesar na decisão de ir para a Aprillia.

Todas as mudanças requerem um bocadinho de esperança e um bocadinho de fé, foi nessa vertente que decidi abraçar um novo projeto para os próximos dois anos. O meu percurso com a KTM não foi um percurso de curta duração, estivemos muitas temporadas juntos, conquistei individualmente dois vice-campeonatos, um em Moto3, outro em Moto2. O maior passo foi dado com eles, que foi a transição para a categoria do MotoGP. Conquistámos 37 pódios, dos quais 14 são vitórias, é um percurso do qual me orgulho bastante, acredito que esse número ainda pode ser aumentado.", começou por dizer, dando ênfase ao que fez na KTM, quer na Moto2, quer na MotoGP. 

"Este ano foi de abertura de muitas oportunidades a nível de mercado. Da minha parte, procurei sempre garantir que me enquadrava com a KTM para o futuro, mas ao longo das negociações percebemos que os nossos caminhos deviam separar-se. Só tenho a agradecer todo o esforço que a KTM teve comigo em todas as temporadas, e também o esforço que fez em manter-me na estrutura até ao último minuto. Mas sinto que é o passo que necessito para a minha carreira, e é nessa base de confiança que construirei a relação com o novo projeto nos próximos dois anos”, concluiu.

Atualmente na KTM, Miguel Oliveira é décimo no campeonato com 85 pontos, e uma vitória no GP da Indonésia, no início da temporada. 

Youtube Formula 1 Vídeo: As comunicações de rádio da Bélgica

A Formula 1 está de volta depois de quase um mês de ausência. E logo em Spa-Francochamps, na Bélgica, um lugar onde muitos gostam de lá estar. E ao longo do final de semana, os pilotos andaram entre embaraços, bons e maus resultados num circuito bem desafiante. 

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

A imagem do dia


Se fosse vivo, James Hunt faria hoje 75 anos. Um dos pilotos mais carismáticos de sempre do automobilismo, a sua lenda e o duelo com Niki Lauda em 1976 deu filme em Hollywood. 

Não teve uma carreira longa: Hesketh, McLaren e Wolf. Mostrou que podia estar entre os da frente quando teve carro. Seu pódio na sua terceira corrida da carreira, em Zandvoort, em 1973, mostrou isso. Aliás, como estamos em semana de GP dos Países Baixos, poderemos falar das suas aventuras em terras neerlandesas: três pódios, duas vitórias e algumas histórias pelo meio.

Terceiro em 73, na proba marcada pelo acidente mortal de Roger Williamson, em 1974, com o carro a ser mais o Hesketh que acabamos por conhecer, o britânico alinhava em sexto na grelha, mas a sua corrida acabou cedo, na curva Tarzan, batendo no Shadow de Tom Pryce. O galês ficou por ali, enquanto o britânico resistiu mais volta e meia até chegar ao ponto de que o carro não daria para mais. 

Nos dois anos seguintes, tudo correu bem: triunfou com o Hesketh, depois de uma batalha com Niki Lauda, e no ano seguinte, enquanto o austríaco estava no hospital, triunfou no duelo com Clay Regazzoni para ganhar pela segunda vez consecutiva.

Em 1977, o campeonato já tinha uma mão e meia nas mãos de Lauda, de regresso, bem mais pragmático e calculista que antes. Com o carro a aguentar mais que a concorrência, Hunt rinha de fazer algo para manter a disputa do título, e conseguiu marcar o terceiro melhor tempo, atrás apenas de Mário Andretti e Jacques Laffite. Lauda estava a seu lado.  

Na partida, Hunt foi para a frente, e Andretti foi à caça, com Laffite e Lauda atrás. O italo-americano tentou recuperar o lugar, mas o britânico defendeu-se de modo agressivo, fazendo-o perder lugares. Andretti não ficou sossegado e foi novamente à caça, passando o piloto da Ligier e na volta sete, já estava de novo em cina do piloto da McLaren quando tentou a sua sorte no final da reta da meta. Ambos ficaram lado a lado, Hunt tentou de novo a defesa agressiva... e não resultou. Tocaram ambos nos pneus, e o piloto da McLaren retirou-se de imediato, com danos no seu carro. Andretti prosseguiu até que o seu motor explodiu na volta 14. 

E claro, no meio disto tudo, Lauda bateu Laffite e acabou como vencedor. E pouco depois, campeão. 

Em 1978, Hunt continuava na McLaren, mas nesse ano, o seu carro era atropelado pelos Lotus 79 de outro mundo. Hunt, apesar de um sétimo posto na qualificação, ficou a uma volta dos vencedores e no décimo posto, fora dos pontos. Já era a decadência do piloto e do carro, que nem mesmo a transferência para a Wolf, em 1979, conseguiu impedir. 

Hunt apenas andou por estas bandas por 45 anos, tempo suficiente para marcar uma impressão em toda uma geração. A BBC, com os seus comentários nos Grandes Prémios, ao lado de Murray Walker, e Hollywood, também ajudaram mais um bocadinho.

Meteo: Zandvoort poderá ser chuvoso


Se há oito dias se previam chuvas em Spa-Francochamps - que acabaram por não acontecer - a mesma coisa também se prevê no próximo fim de semana, quando os neerlandeses receberem em delírio Max Verstappen em Zandvoort. Segundo conta o boletim meteorológico, prevêem-se aguaceiros no sábado e domingo de Grande Prémio.

Se na sexta-feira, o tempo estará parcialmente nublado, sem possibilidades de chuva, já no sábado, essas chances aumentam para 30 por cento à hora do almoço, e para 63 por cento pelas 15 horas, provavelmente o início da qualificação para a corrida. 

Já no domingo, com a temperatura nos 24 graus, as possibilidades de chuva são de 30 por cento à hora da partida, as 14 horas, mas aumentarão para 61 por cento uma hora mais tarde, aumentando sempre até ao final do dia. Se isto apanhar no meio da prova, o final poderá ser complicado para pilotos e máquinas.

Claro, este é o tempo no início da semana. Nada se sabe se no final, as coisas já estejam melhores para toda a gente, como aconteceu na semana que passou...

domingo, 28 de agosto de 2022

Youtube Presentation Video: Uma aventura escandinava

Os Três Estarolas estão de volta. E desta vez, eles irão andar no Norte. Mas... menos no Norte da Europa. Lugares com renas e muita neve. Jeremy Clarkson, James May e Richard Hammond irão pegar em carros que tem algo de ralis - Um Mitsubishi Lancer, um Subaru Impreza e um Audi A6 - este da parte do "Orangotango" Clarkson - foram à Noruega, Suécia e Finlândia para experimentar estes carros no gelo e em condições negativas. 

Pelo menos, é o que andamos a ver aqui no vídeo de apresentação da próxima aventura do The Grand Tour. Iremos ver como é que correu, mas pela amostra, parece ter tido a sua graça.

Formula 1 2022 - Ronda 14, Bélgica (Corrida)


Agosto acaba e a Formula 1 regressa num circuito clássico do calendário. Uma pista que foi renovada desde o último ano, e com os desafios de ficar no calendário no ano que vêm - que ficará em 2023 e fala-se que se calhar, ainda a teremos até 2026 - a grande dúvida sobre o tempo foi dissipada ao longo dos dias, quando se descobriu que o tempo acabou por ficar mais para o nublado do que para a chuva intensa. Pelo menos, ao contrário de 2021, iriamos ter corrida.  

A coisa interessante sobre a prova belga era a grelha. Carlos Sainz Jr. poderia ser o poleman, mas na realidade, quem foi o mais veloz fora Max Verstappen. Mas porque tinha mudado de motor e caixa de velocidades, ele era apenas 14º. E gente como Fernando Alonso era apenas... terceiro. 

E deve ser que, por causa disso, os pilotos da Alpha Tauri, Pierre Gasly e Yuki Tsunoda, largariam das boxes neste domingo de corrida.


Na partida, Sainz fica na frente, mas Pérez, que queria bater o piloto da Ferrari, não fez bem em La Source, e Alonso aproveitou para ser segundo. Mas em Les Combes, Hamilton tentou a sua sorte e Alonso não deixou. Acabou voando para o ar, o e o britânico não foi muito longe. Acabou por abandonar a proba.

E no meio disto tudo, Max era oitavo, no final da primeira volta. 

Na segunda bolta, mais uma colisão, quando Bottas e Latifi colidiram e os comissários disseram que "era o suficiente" e colocaram o Safety Car na pista. Na rádio, Alonso chama o heptacampeão de "idiota" por causa da sua tentativa ousada de o passar no final da reta Kemmel. "Este tipo só sabe largar e andar em primeiro", acrescentou. 

Nas três voltas seguintes, o Mercedes vermelho andou na frente do pelotão, disciplinando os carros e deixando que os comissários fizessem o seu trabalho. Quanto regressou, na quinta volta, Sainz Jr. continuou na frente, com Pérez na segunda posição. Max subia posições, e no final da décima volta, ele já era terceiro. Por esta altura, Leclerc já tinha ido às boxes, porque parecia ter algum problema no seu carro.


Sainz foi às boxes na volta 11, e Max queixava-se de Pérez porque queria ir para a frente. Lá conseguiu, na volta 12, e iria ficar o mais possível até for a sua altura de ir às boxes. O que fez na volta 16. Mas não ficou muito tempo atrás, porque apanhou Sainz na volta 18, para ficar de novo no comando da corrida. E três voltas depois, foi a altura de Pérez fazer o mesmo ao espanhol. Os Red Bull eram os melhores, "game over".  

A partir da volta 24, os carros paravam nas boxes pela segunda vez. Primeiro Alonso, depois os Ferrari, com Sainz e regressar em quinto e Leclerc em sétimo. Na volta 28, foi a vez de Perez ir às boxes, regressando em terceiro, depois de colocar pneus duros, e duas voltas depois, a mesma coisa fez Russell, ficando na quarta posição. Na volta 31, por fim, Max foi às boxes, trocou também para duros e continuou na liderança. 

Na parte final, e aparte a fabulosa ultrapassagem de Esteban Ocon a Pierre Gasly e Sebastian Vettel, imitando os eventos do ano 2000 no mesmo local - um Hakkinen, se preferirem - as coisas na frente estavam calmas. Sainz na frente de Russell, com Leclerc logo atrás, e os Alpine em sexto e sétimo, com Alonso na frente de Ocon. Stroll chegava-se a Albon para ver se ficava com o último lugar pontuável.

Mas a Ferrari ainda tinha uma última jogada na cartola: parou Leclerc antes da última volta e regressou atrás de Fernando Alonso. Queria ver se alcançavam a volta mais rápida... e não conseguiram! Mas o monegasco voltou ao quinto posto. Seria menos mal... até depois da bandeira de xadrez, quando os comissários penalizaram Leclerc por causa do excesso de velocidade nas boxes, devolvendo o quinto posto a Alonso.  


E claro, na frente, o melhor era Max, numa dobradinha para a Red Bull. Parece que a entrada dos energéticos neste regresso os coloca num patamar inalcançável para a concorrência. E parece que as sensações de 2013 poderão estar de regresso. Afinal de contas, com uma dobradinha dos energéticos neste domingo, não só Perez é agora o segundo classificado, como a concorrência está tão longe e perde tantos pontos que, se calhar, estamos a seis ou sete corridas de assistirmos ao bicampeonato de Max.

Daqui a uma semana, a Formula 1 está em Zandvoort. Aquilo irá encher ainda hoje, se decidissem abrir as portas agora.