sábado, 16 de março de 2019

IndyCar: Alonso vai testar no Texas em abril

Fernando Alonso está a preparar-se para as 500 Milhas de Indianápolis, numa parceria entre a McLaren e a Carlin Racing, e entre corridas da Endurance, ele estará na oval do Texas Speedway a 9 de abril, no sentido de se preparar para a próxima edição das 500 Milhas. 

Alonso, que venceu neste fim de semana em Sebring, vai tentar pela segunda vez no "brickyard" para tentar alcançar a Tripla Coroa do Automobilismo, que é o de vencer em Le Mans, Mónaco e Indianápolis. Em 2018, alcançou a vitória na corrida das 24 Horas, a bordo de um Toyota LMP1 e tentará de novo em 2019, após a sua participação nas 500 Milhas.

Para além disso, a McLaren também testará com vista a sua entrada na IndyCar em 2020.

A sua primeira participação, em 2017, foi meritória Numa aliança com a Andretti, o piloto espanhol foi sexto na grelha de partida, mas terminou a pouco mais de vinte voltas do final devido a problemas no seu motor Honda.

Youtube Rally Testing: O teste de Ogier para a Volta à Córsega

A Volta a Corsega está ao virar da esquina e a Citroen está a preparar-se para o Rali. Sebastien Ogier, o vencedor do Rali do México, está em paragens corsas para se preparar com o C3 WRC e é um dos favoritos ao triunfo na quarta prova do Mundial de Ralis. 

Williams: Russell afirma já terem identificado o problema do FW42

A Williams vai ser, sem dúvida, a pior equipa da Formula 1 nesta temporada. O FW42 parece ter sido mal desenhado, a tal ponto que o seu projectista, Paddy Lowe, ter decidido abandonar a equipa após a realização dos testes de pré-temporada. Numa declaração ao site motorsport.com, durante o fim de semana do GP da Austrália, George Russell, o estreante da equipa, afirmou que esta já descobriu qual é a falha do FW42 e do qual estão a trabalhar activamente para a sua resolução.

"Há uma falha fundamental que não quero discutir publicamente", começou por dizer o piloto britânico, que se estreia esta fim de semana na Formula 1. "Nós entendemos qual é o problema, mas isso não significa que podemos acordar na manhã de segunda-feira e corrigi-lo. Mudar algo tão fundamental levará meses de desenvolvimento, muito trabalho no simulador e é preciso projetar como fazê-lo. E infelizmente teremos uma série de corridas antes de podermos brigar. Mas acho que, resolvido o problema, haverá um grande salto”, continuou.

Nós provavelmente ainda iremos estar na parte de trás do grelha, mas com a chance de lutar no futuro. O fato é que não temos nenhuma esperança neste momento [é] porque estamos muito atrasados”, concluiu.

Enquanto Russell tenta se manter otimista com a recuperação da Williams, já Robert Kubica não está muito animado com essa possibilidade. O veterano piloto polaco, de regresso à Formula 1 depois de oito anos de ausência, acha que o processo vai ser lento. 

"Não quero colocar números. No ano passado sabíamos cedo que havia um problema e por todo o ano permaneceu mais ou menos o mesmo. Como sou mais experiente, nunca direi que demorará dois ou três meses. Ninguém sabe. Espero que demore apenas isso, mas não sei”.

Quanto à qualificação, Russell disse ter ficado feliz por ter tirado o máximo do carro. 

"Em todas as três voltas do Q1, cruzei a linha com um sorriso no rosto e realmente senti que tirei o máximo proveito disso", começou por dizer. "Mas obviamente queremos mais do que isso, e quero estar no carro por mais tempo do que só os primeiros 18 minutos. Em Barcelona eu provavelmente estava em 99%, mas hoje eu acho que foi meu potencial máximo. Do meu lado e dos meus engenheiros, fizemos o nosso trabalho, que foi tirar o máximo do pacote que temos. Foi muito satisfatório”, continuou.

"Só que esta é apenas a primeira corrida. O principal trabalho agora é realmente ajudar a equipe a entender as fraquezas e ver como ir adiante, porque não tenho interesse em lutar com o Robert pelo 19º lugar. Queremos trabalhar juntos para levar a equipe para frente”, concluiu.

O GP da Austrália acontecerá nesta madrugada.

Formula 1 2019 - Ronda 1, Melbourne (Qualifiação)

O inverno está a acabar. A temporada que passou está arrumada, os vencedores tiveram o seu merecido descanso, mas nunca descurando o que irá para a temporada seguinte, sabendo que a concorrência não dorme. Houve transferências, algumas sensacionais, outras nem tanto. Muitos dos que aplaudiram a chegada de Charles Leclerc à Ferrari, fizeram-no com a secreta esperança de vê-lo bater Sebastian Vettel e passar a ideia de que ele não merece os quatro títulos que leva no seu bolso, e assim poder afirmar que Lewis Hamilton é o maior de todos.

Houve partidas. Os fãs sentem a falta de Fernando Alonso que, desde 2002, não irá entrar num carro de Formula 1 - exceptuando aquele GP do Mónaco de 2017 que trocou por uma aventura no "Brickyard" de Indianápolis. Alonso foi ser feliz noutras paragens, querendo ganhar de novo em Le Mans e ser campeão da Endurance, enquanto tenta outra vez vencer em paragens americanas. Depois disso, deverá faltar Bathurst, umas temporadas a andar em carros elétricos, subir o Pikes Peak... quem sabe? Ser o mais completo possivel, ter uma entrada única nos livros de História do automobilismo.

Mas também houve regressos. Ver de novo o letreiro de Robert Kubica na parede das boxes é um triunfo da força de vontade, depois daquele acidente em que quase perdeu o seu braço, num rali italiano, há oito anos. Muita gente aplaude este regresso, mesmo que seja numa Williams que parece ter batido no fundo do pelotão.

Depois de ver os testes de pré-temporada, todos ficaram com dúvidas sobre se iria ser mais do mesmo ou iria ser uma luta entre três equipas pelo ceptro máximo. Todos esperavam pelo segundo, pois assim iria ser uma temporada bem mais interessante que as últimas, e que iria excitar os fãs e incendiar as redes sociais. 

Era esse o espírito que todos tinham quando chegaram a Melbourne, como de alunos que se preparavam para o primeiro dia de aulas. Mas de repente, numa quinta-feira de manhã, souberam que Charlie Whitting tinha morrido. De repente, sem avisar. Foi como o continuo favorito, a pessoa que zelava pelo funcionamento da escola e era simpático para todos, não estivesse mais. Um dos "Bernie boys" dos tempos da Brabham, tinha 66 anos e todos sentiram a sua ausência, pois ocupava o mesmo lugar há 22 anos. Uma coisa é saber que o Bernie Ecclestone não está mais a mandar, mas goza a reforma, outra é alguém que não iria reformar tão cedo, mas que passou à história, durante a noite, e sem avisar. De uma certa maneira, é uma era que desaparecia, e todos sentiam a sua falta.

Foi um pouco com esse aperto no coração que rumaram para a primeira qualificação do ano, em pleno dia no sul da Austrália, final do dia na Califórnia, meio da noite na Europa. Logo nos primeiros metros, pudemos ver que os piores receios se confirmaram. Para a Williams. Não só ficou com os dois últimos lugares da grelha, como ficou muito para trás até e relação a 2018. Robert Kubica ficou, no final de tudo, seis segundos mais lento que o poleman, no final dessa qualificação. Tinha ouvido da parte do George Russell, seu companheiro de equipa, que esperavam ficar dentro dos 107 por cento, mas julgava que era uma piada. Afinal... ia sendo real. Que péssimo começo, e pelos vistos, vai ser uma temporada muito difícil para a equipa de Grove.

Na frente, os Ferrari meterem os seus carros em primeiro lugar, fazendo bons tempos com os pneus médios. A primeira volta de Sebastian Vettel foi de 1.23,891, antes de Charles Leclerc melhorar, fazendo 1.23,326. Contudo, o Toro Rosso de Daniil Kvyat tentou marcar uma volta com pneus macios... e foi melhor, por meros 13 centésimos.

Depois, vieram os Mercedes, e primeiro Hamilton, depois Bottas, chegaram ao topo da tabela de tempos e começaram a mostrar ao que vinha: ficar na frente de toda a gente. O tempo baixou do 1.22,681 da primeira tentativa de Hamilton para o 1.22,387 do finlandês, na sua segunda tentativa, com pneus macios. E pelo meio, o Racing Point de Sergio Perez, que foi terceiro, a dois décimos do carro da Mercedes.

No final da Q1, para acompanhar os pobres das Williams, três surpresas: o Red Bull de Pierre Gasly, o Racing Point de Lance Stroll e o McLaren de Carlos Sainz. O que demonstra a existência de um meio do pelotão muito, mas muito equilibrado. E sem um dos Red Bull, mais chances para os do meio de fazer um brilharete na Q3.

Na Q2, esse equilíbrio no meio do pelotão começou a ser visto na parte final da sessão, depois de Hamilton ter feito 1.21,014 e descido o recorde de pista. Na confusão, viu-se que os Haas se saíram melhor, e surpreendentemente, Lando Norris colocou o seu McLaren no "top ten", bem como Kimi Raikkonen, no seu Sauber Alfa Romeo. De fora ficaram ambos os Renault, os dois Toro Rosso e o Sauber Alfa de Antonio Giovinazzi.

Se o equilíbrio até poderia ser a norma nas duas primeiras partes, qualquer ilusão sobre a última estilhaçou-se quando se viram as prestações da Mercedes. Primeiro, Hamilton faz 1.21,055 e marcava novo recorde da pista, acompanhado por Valtteri Bottas... que baixou do 1.21, fazendo 1.20,598 e ficou no topo da tabela de tempos. A hierarquia ameaçava inverter-se...

Mas houve reação. Hamilton calçou os moles e baixou para 1.20,486, baixando o recorde da pista, e no meio disto tudo, a Ferrari não foi capaz de os acompanhar. Pior: Charles Leclerc perdeu tempo na sua volta rápida e apenas conseguiu o quinto melhor tempo, superado por Max Verstappen... e o último a ficar a menos de um segundo da pole-position.

No final, mais que as Mercedes a monopolizar a primeira linha, foi a distância entre eles e a concorrência: 704 centésimos para Sebastian Vettel. Parece que vêm aí uma temporada de domínio dos Flechas de Prata e os outros ficam com os restos? Se sim, será uma longa e agonizante temporada...

Veremos como será mais logo, em mais uma longa madrugada como esta que passou.

sexta-feira, 15 de março de 2019

A imagem do dia (II)

Na foto, Charlie Whitting em 1978, a tratar do Hesketh de Divina Galica. Toda a gente tem um lado escuro. E Charlie, morto esta quinta-feira aos 66 anos de idade, em Melbourne, nas vésperas da nova temporada da Formula 1, tinha uma história que poucos sabiam até agora. É verdade que Whitting era uma excelente pessoa, de bom trato e capaz de aguentar as brigas e reclamações de toda a gente, desde pilotos e dirigentes, muitas das vezes acalmando egos. 

Contudo, esta história que vou falar é contada pelo Joe Saward, e já tinha lido logo no dia que morreu. Mas aqui estão muitos pormenores, todos referentes a Nick Whitting, o irmão mais velho de Charlie. Seis anos mais velho que ele, tornou-se num mecânico competente no final dos anos 60 no circuito de Brands Hatch, onde se tornou num excelente piloto dos "club racing". Com o passar do tempo, Nick montou uma equipa, a All Car Equipe (ACE), montou a sua própria garagem e vendeu carros usados, o "wheeler-dealer", como dizem na Grã-Bretanha. Montava caros melhores e vendia com lucro, claro. Atraído por esse mundo, Charlie começou a ajudar o seu irmão com 15 anos de idade e em 1976, ambos montaram um Surtees de Formula 5000 pertencente a Divina Galica, uma esquiadora britânica que se apaixonou pelo automobilismo e tornou-se numa das cinco mulheres a participar num Grande Prémio de Formula 1. E foi com ela que Charlie e Nick entraram nesse mundo.

Ambos ficaram sem emprego com o fim da Hesketh, a meio de 1978, mas se Charlie bateu à porta da Brabham e ficou no mundo da Formula 1 para o resto da sua vida, Nick decidiu continuar com a sua garagem e prosperar no negócio. 

Mas... como dizem nas nossas mães quando somos garotos: "cuidado com as más companhias". Nick tinha um amigo de infância, Kenneth Noye. E ele tinha-se metido com o submundo de Londres, no final dos anos 70, inicio dos anos 80, onde era relativamente fácil assaltar bancos e carrinhas de valores. E alguns desses mafiosos não gostavam de "pontas soltas". Em 1983, um grupo de ladrões foi para um sítio chamado Brink-A-Mat, onde esperavam levar um saque de 3 milhões de libras. Contudo, ali estavam 6800 barras de ouro, totalizando três toneladas. E esses três milhões de libras passaram a ser 26 milhões.

Noye foi envolvido no negócio e sabia onde buscar carros velozes. Contudo, sete anos depois, em julho de 1990, Nick foi raptado da sua garagem e desapareceu sem deixar rasto. Cinco semanas mais tarde, foi encontrado num pântano não muito longe da sua garagem, com marcas de facadas e cinco balas de 9mm no seu corpo. Provavelmente, foi um infeliz caso de "queima de arquivo", por saber demais e, com a policia a apertar o cerco sobre o roubo das barras de ouro, os que estiveram envolvidos começaram a entrar em parafuso. Noye acabou por ser apanhado e foi acusado de outros crimes, mas não do rapto e morte de Nick Whitting.

A história é arrepiante, de facto, mas apenas é uma infeliz conto de alguém que conheceu pessoas erradas. Que por sua vez, é irmão de uma personagem discreta, mas importante na Formula 1 nos últimos vinte anos. E esteve outros vinte num selecto clube, fazendo parte da historia do automobilismo.

A imagem do dia

Há trinta anos, uma mistura de infelicidade, azar e negligência causou um final de carreira abrupto a Philippe Streiff, um dos pilotos do pelotão da Formula 1 nos anos 80, que andou na Renault, Ligier, Tyrrell e AGS, e em 55 Grandes Prémios, conseguiu um pódio e onze pontos. As lesões na espinal medula causaram-lhe uma paralisação permanente, e mostrou que a segurança dos carros e dos circuitos, apesar de já ser boa, estava bastante longe de situações limite, como esta que aconteceu em Jacarépaguá. E que contribuiu em muito para a saída da Formula 1 do Rio de Janeiro, com as consequências que teve.

Primeiro que tudo, a AGS (Automobiles Gonfaroises Sportives), de Henri Julien, era uma pequena, mas muito digna equipa. Tinha conseguido um ponto em 1987 na última corrida do ano, com o brasileiro Roberto Moreno ao volante - mas à custa da desclassificação de outro brasileiro, Ayrton Senna - e no ano seguinte, tinha um bom piloto, na figura de Streiff. Não pontuou na temporada, mas teve boas prestações, especialmente no Canadá, onde foi décimo na qualificação e andava no quinto lugar antes de desistir, com problemas de suspensão.

No inicio de 1989, já estavam a desenhar o novo modelo da marca, o JH24, mas não estaria pronto a tempo do inicio da temporada, em Jacarépaguá. E a 15 de março, alguns dias antes do começo da temporada, estavam em paragens brasileiras com o JH23B, uma evolução do carro do ano anterior, que tinha algumas coisas que... já eram desfasadas em termos de segurança. Como o "roll-bar" de apenas quatro pontos, numa altura em que estes já eram cobertos, como se fossem entradas de ar, bem sólidas.

E numa curva a 235 km/hora, tudo se precipitou. E provavelmente, Streiff poderia ter-se safado sem sequelas de maior. É óbvio que o acidente foi muito grave - o roll-bar foi arrancado, para começar - mas o piloto ainda tentou ficar de pé e o exame inicial, no centro médico do circuito, mostrava fraturas na omoplata esquerda, e uma luxação na quarta e quinta vértebra. E as suspeitas de um afundamento na oitava vértebra, creio eu (estou a fazer isto de memória). Ou seja, não era nada irreversível... desde que fossem rápidos a tratar.

Só que não foi. O helicóptero foi veloz para a clínica, mas primeiro, não podia aterrar no telhado. Depois, tiverem de o levar de ambulância para o local, em ruas que por vezes, eram autênticos empredrados. Estão a ver o socorro ao Jules Bianchi, 25 anos depois, em Suzuka? Mais ou menos isso. Depois, a mulher insistiu em que ele fosse transferido o mais depressa possível para Paris, o que foi feito. E no meio disto tudo, a pressa que deveria ter sido feita para tratar das lesões, não aconteceu. E Streiff ficou paralisado do pescoço para baixo, e aos 33 anos de idade, a sua carreira automobilística acabou, e passou a depender de outros para viver.

Mas isso não o impediu de ter uma segunda vida como organizador - foi o mentor do karting de Paris-Bercy - e tornou-se campeão da causa dos deficientes em França. E o acidente de Jacarépaguá foi mais um momento onde os carros se tornaram mais fortes e resistentes. Mas como sabem, ainda iriam acontecer outros acidentes e outros momentos negros do automobilismo para que a segurança chegasse ao nível de hoje.  

Youtube Racing: As Mil Milhas de Sebring em direto

Vai ser um fim de semana em cheio. Não é só por causa da Formula 1 que ai começar, é tamb ém por causa das corridas em Sebring. E não é só as 12 Horas: é também as Mil Milhas, uma outra prova na pista americana, que faz parte do Mundial de Endurance (WEC) e também faz com que alguns pilotos participem... nas duas provas! É verdade. 

Começou a prova pelas 20 horas, em Lisboa, mas ainda vão imensamente a tempo para ver imensa corrida, e podem ver o "streaming", que têm entre os comentadores, nada mais nada menos que... Allan McNish. Divirtam-se! Pelo menos até chegar a qualificação australiana.

Youtube Motorsport Testing: Chris Harris testa o Porsche 919 Hybrid

No meio de um fim de semana cheio de automobilismo - temos as corridas de Sebring, por exemplo, para além da Formula 1 - o pessoal do Top Gear decidiu meter um grande video com Chris Harris, onde ele andou ao volante do Porsche 919 Hybrid, vencedor das 24 Horas de Le Mans e um dos melhores carros de LMP1 dos últimos tempos, ajudando a reavivar o Mundial de Endurance. 

Neste video, Harris andou em Aragon, onde experimentou as árias fases do carro, desde o simulador até ao carro real. Vale a pena.

quinta-feira, 14 de março de 2019

A imagem do dia (II)

Quem tem conta no Twitter, sabe da existência das contas oficiais - e das contas falsificadas - de personagens reais. E eu, que conheço uma ou duas coisas sobre o mundo da Formula 1 e da "twitterlândia", acompanho algumas contas falsificadas porque as pessoas que as gerem tem piada. Verdade.

Charlie Whitting não era excepção. Ele não estava presente nas redes sociais - nem o Bernie Ecclestone, claro - mas havia uma conta que se reclamava com orgulho de ser o "Fake Charlie Whitting", usando a conta. Era gerida pelo canadiano Mark McArdle, e era tão boa que o próprio Whitting tinha piada suficiente para o convidar a ir aos bastidores do padock de alguns Grandes Prémios e mostrar uma ou duas coisas. Como fica demonstrado com esta foto que coloco aqui. E trocavam regularmente

E claro, esta conta "cem por cento autenticada por ser falsa" era popular entre os fãs. E sim, eu era um dos seus seguidores. Logo, quando soube da morte de Whitting, esta madrugada, o meu primeiro pensamento foi um... "ora bolas, e o gajo que manda na conta fake do Charlie Whitting"? 

Bom, tive esta tarde a resposta: o seu criador vai encerrar a conta. E não vai embora sem lhe dar um devido tributo ao seu mentor.

"Faz duas horas desde que soube da morte do Charlie. Passei muito tempo no meu escritório lendo belas homenagens sobre este homem incrível. Percebi algo que me chamou a atenção. Era um boné 'Fake Charlie Whiting' que criei e que havia sido autografado por muitos pilotos. Mas verdade seja dita, a assinatura mais importante no boné foi do diretor de corridas de longa data da Formula 1. Em lágrimas”, começou por dizer a mensagem.

Recebi um e-mail do Charlie ontem, quando ele estava à espera para embarcar para a Austrália. Ele partilhou algumas notícias sobre as férias com sua família e sua ansiedade com a nova temporada, e com a série na Netflix. Cada vez que recebia algum e-mail de Charlie era uma emoção. Valorizo demais esses e-mails. Ele era muito generoso. Lembro que, há alguns anos, perguntei a ele sobre o esclarecimento de uma regra. Mandei [um e-mail] 15 minutos antes da classificação no Bahrein. Para minha surpresa, ele respondeu em seguida. Esse era Charlie. Generoso”.

"Pode parecer estranho para alguns ser tão afetado pela morte de um homem que só via uma ou duas vezes por ano e com quem tive um relacionamento baseado principalmente em e-mails. Mas Charlie não era um homem convencional. Ele era especial. Esta é, provavelmente, a principal razão pela qual criei minha conta Fake Charlie Whiting no Twitter. Charlie era enigmático, quase misterioso. Fãs hardcore sabiam quem ele era, mas você nunca ouvia nada sobre ele. Ele foi a pessoa perfeita para representar. Mas como eu o conheci, fiquei encantado em saber que ele é rápido com um sorriso e uma risada, e claramente adora o desporto do qual ele era o líder, muito mais do que qualquer outro fã. Vou guardar com carinho as conversas que tive com Charlie durante os fins de semana da corrida, quando ele generosamente me convidava para entrar. Ir ao circuito com Charlie e Herbie [Blash] vai ser algo de que sempre vou me recordar e sorrir. Eles eram uma ótima dupla".

Nós perdemos um gigante do automobilismo. Aos 66 anos, ele tinha muitos anos pela frente. Sua família perdeu um grande pai e marido. Meu coração está com todos eles. Abrace seus entes queridos. Frequentemente. Seja rápido para sorrir. Seja generoso com seu tempo e tenha paciência. Estas são as coisas que Charlie demonstrou a cada passo que ele deu no paddock

Como ‘Fake Charlie Whiting’, disse há muitos anos que, quando Charlie Whiting se for, Fake Charlie se vai. Sempre pensei sobre isso em termos da reforma do Charlie. Nunca considerei este cenário. Ainda parece impensável. Não parece certo continuar a usar o bom nome de Charlie sem que ele esteja por perto para curtir isso. O último tuíte de Charlie é uma foto de Charlie e eu na primeira vez que o conheci em Montreal. E eu vou deixar você em um segredo: enquanto Charlie não estava no Twitter, ele era meu público principal. Charlie me contou como ele gostava quando as pessoas vinham até ele mencionando um tweet engraçado de Fake Charlie Whiting. Se eu ajudei o mundo a conhecer e espero que aprecie esse homem incrível, então vou levar isso como missão cumprida”, concluiu.

Verdade. Bom saber que o bom humor de um tinha a benção do verdadeiro. Sempre falamos que os britânicos têm sempre um grande sentido de humor, e Charlie Whitting mostrou isso. É por isso que todos irão sentir a sua falta. E ao escrever isto, voltei a ver os "tweets" do falso Charlie, e ali há coisas fantásticas. 

A(s) image(ns) do dia

Normalmente, falo muito pouco sobre motociclismo, mas soube recentemente que eles também iriam fazer uma competição elétrica, a Moto E. Essa competição até tinha desenvolvido o suficiente para que este ano já terem sido feitos motos, escolhido pilotos e elaborado um calendário, com pilotos como Randy de Puniet, Sete Gibernau, Eric Granado ou Maria Herrera, entre outros.

O incêndio, de origem ainda desconhecida, começou pelas 1:15 da manhã desta quinta-feira, foi devastador e nenhuma moto sobrou para contar a história. Contudo, os organizadores já disseram que apesar deste incêndio, novas motas serão feitas e estarão prontas a tempo da primeira prova do campeonato, a 19 de maio, no circuito Bugatti, em Le Mans.

"Um incêndio no E-paddock recém-construído destruiu a maior parte do material para a Copa do Mundo FIM Enel MotoE", disseram os organizadores através de um comunicado oficial.

A causa do incêndio está atualmente sob investigação.

Felizmente não houve feridos. Uma atualização seguirá nas próximas horas sobre as causas exatas do incêndio e quaisquer alterações subsequentes no calendário.

Não acredito em sabotagem, deve ter mais a ver com a energia que vai para as motos, o seu condicionamento, e a potência que necessita de ser dominada. E claro, os perigos que isto têm. E uma competição como esta vai ser mais um passo rumo a um futuro elétrico, numa competição tão interessante como o automobilismo.

E deste incidente, espera-se que não passe disto: um contratempo. Vemo-nos em breve.

Formula E: Mercedes prepara-se para a próxima temporada

A Mercedes vai entrar na Formula E apenas na próxima temporada, mas já apresentou o Silver Arrow 01 e já está a preparar-se para o final do ano, recrutando novos elementos e usando o know-how quer da casa-mãe, de Brackley, quer também a HWA, que está a abrir caminho com o seu carro na temporada inicial da competição. Eles neste momento tem um conjunto transmissão e motor proveniente da Venturi, e Ulrich Fritz, o diretor técnico da HWA, fala que estão a ser dadaos os passos necessários para serem competitivos na temporada 2019-20.

"Acho que não há grandes surpresas e já discutimos isso desde o início porque a grande meta para este ano é ser competitiva para o próximo ano e aprender o máximo que pudermos, e basicamente é isso", começou por dizer em declarações ao site e-racing365.com

Já implementamos algumas das funções junto com a Mercedes e a HPP. Está tudo em progresso, eu diria", continuou.

A equipa tem a presença de Tony Ross, ex-engenheiro de Nico Rosberg, como chefe de engenharia de corrida, mas é improvável um recrutamento mais direto vindo da Mercedes.

Tony é uma grande ajuda, com certeza. É muito bom tê-lo na equipa”, afirmou Fritz. “Nós estamos a preparar-nos agora para a sexta temporada, então quem não estiver na equipe neste momento, provavelmente não estará aqui no próximo ano ou ano e meio, porque não faria sentido adicionar [novas] pessoas.", concluiu.

Apesar da HWA ter tido dificuldades expectáveis nesta primeira temporada, conseguiu uma pole-position em Hong Kong, através de Stoffel Vandoorne, e os primeiros pontos, quando Gary Paffet terminou a corrida na oitava posição.

Noticias: Michael Masi será o substituto de Whitting em Melbourne

A FIA decidiu que Michael Masi, o diretor de corrida dos Supercars australiano, será o substituto provisório de Charlie Whitting no GP australiano, que vai acontecer no fim de semana. Masi é desde 2015 o diretor de provas da competição de turismos local, que faz parte do programa neste fim de semana.

Para além de ser delegado de segurança, será o responsável pela largada, além de todas as decisões quanto a eventuais contratempos nas sessões de treinos. Ele tinha feito a mesma função na semana passada, no ePrix de Hong Kong, e já tinha feito a mesma função no ano passado, durante o GP da China de Formula 1.

"O Apêndice 1, da Parte B do Regulamento Esportivo, especifica que Charlie Whiting deve ser o diretor de prova, delegado de segurança e responsável pela partida [do Grande Prémio]. De acordo com o artigo 11.9.3b do Código Desportivo Internacional da FIA, haverá uma modificação do regulamento para permitir que Michael Masi assuma o posto de diretor de prova, delegado técnico e responsável pela partida para este evento", disse a FIA no seu comunicado oficial.

Desconhece-se por agora se esta atribuição acontecerá apenas no fim de semana australiano, como medida provisória, ou terá uma atribuição mais permanente.

Recorde-se que Charlie Whitting, que fazia este função desde 1997, morreu esta quinta-feira aos 66 anos, em Melbourne, vítima de uma embolia pulmonar. 

The End: Charlie Whitting (1952-2019)

Inesperadamente, o dia amanhece na Austrália com a noticia da morte de Charlie Whitting, o "starter" oficial dos Grades Prémios. Aos 66 anos de idade, o antigo mecânico da Hesketh e Brabham sucumbiu a uma embolia pulmonar, e o "paddock" da Formula 1 viu-se privado de uma das personagens mais conhecidas do meio. Tudo isto a três dias da primeira corrida do ano e a três corridas do milésimo Grande Prémio da história da categoria máxima do automobilismo. 

É com imensa tristeza que fiquei sabendo da morte repentina de Charlie. Conheço há muitos anos e ele tem sido um grande Diretor de Corrida, uma figura central e inimitável na Fórmula 1, que incorporou a ética e o espírito deste desporto fantástico. A Fórmula 1 perdeu um amigo fiel e um embaixador carismático em Charlie. Todos os meus pensamentos, os da FIA e toda a comunidade do automobilismo vão para sua família, amigos e todos os amantes da Fórmula 1”, disse Jean Todt no comunicado oficial da FIA, emitido na madrugada desta quinta-feira.

Ross Brawn também disse de sua justiça sobre Whitting: “Eu conheço Charlie por toda a minha vida nas corridas. Nós trabalhamos como mecânicos juntos, nos tornamos amigos e passamos muito tempo juntos em pistas de corridas do mundo todo. Eu fiquei imensamente triste quando ouvi a trágica notícia. Estou devastado", contou.

Nascido a 12 de agosto de 1952 e terras britânicas, começiu a sua carreira no automobilismo ao ser mecânico e assistir o seu irmão mais velho, Nick, enquanto ambos preparavam um Surtees de Formula 5000 para a piloto Divina Galica. Em 1977, entrou na Formula 1 através da Hesketh, e quando a equipa fechou as portas, em 1978, ele foi para a Brabham, onde se tornou mecanico, subindo na hierarquia em 1981, após a saida de Alistair Caldwell, assistindo o carro de Nelson Piquet nos títulos de 1981 e 83. 

Whitting ficou na Brabham até 1988 onde acompanhou Ecclestone nas funções da FIA, primeiro como delegado técnico, e a partir de 1997, delegado técnico encarregado da segurança dos carros e dos circuitos. Para além disso, ele aplicava as regras e regulamentos da FIA nos Grandes Prémios, observava os carros no Parque Fechado, era o "starter" oficial dos Grandes Prémios, e muitas das vezes era ele que mostrava a bandeira de xadrez para assinalar o final dos Grandes Prémios.

Ainda não se sabe quem será o seu sucessor, mas o mais cogitado é Jo Bauer, antigo mecânico da McLaren, que também está como delegado da FIA desde há mais de década e meia. E certamente, no domingo, muitos se lembrarão de Whitting e dos seus conselhos e avisos aos pilotos e dirigentes do pelotão da Formula 1, e um dos "Bernie boys". Ars lunga, vita brevis, Charlie.

quarta-feira, 13 de março de 2019

O inicio de uma etapa nova

Confesso que desde o inicio deste projeto, passar a ideia de que iria escrever para o maior semanário de automobilismo em Portugal era algo que surgia na minha mente, mas depois passava. Não era um sonho, nem um desejo, era mais uma coisa engraçada, mas não pensava muito nisso.

Contudo, hoje, quando a revista Autosport for para as bancas, vai ter pela primeira vez em 42 anos de existência, um artigo assinado por mim. E confesso que para chegar até aqui, é um pouco como a vida: foi um acaso. Ou se preferirem, uma prenda de Natal.

No dia de Natal, tenho uma conversa com o Gonçalo Sousa Cabral, que é a cabeça por trás do projeto do 16 Valvulas, o programa de rádio/podcast. Ele me pergunta sobre colaborações. Eu tenho desde há muito tempo - seis anos e pouco - uma coluna mensal no site brasileiro Nobres do Grid, mais colaborações em outros sítios como o AutoRacing, onde escrevo sobre a Formula E. O Gonçalo perguntou-me se era uma pessoa ocupada, ao que lhe respondi que ainda tenho tempo para mais coisas novas. Palavra puxa palavra, acabei por conversar com o José Luis Abreu, o diretor da revista. E nas semanas que passaram, decidimos colaborar no Autosport histórico... por agora.

Ainda me lembro da primeira vez que comprei um exemplar do jornal. Foi há quase 30 anos, no fim de semana do GP de Portugal desse ano, histórico por causa dos incidentes na corrida, especialmente aquele entre o Nigel Mansell e o Ayrton Senna, e o pódio inesperado do Stefan Johansson, com o seu Onyx. Gostava de Formula 1, e do automobilismo em geral, mas não pensei que esse gosto acabasse um dia em escrever um artigo para eles. Bom, hoje aconteceu. Espero que seja o primeiro de muitos, e desejo que seja uma longa e profícua colaboração.

Esta semana, assino um artigo sobre o GP da África do Sul de 1979, onde falo sobre a dobradinha da Ferrari, a pole de uma Renault Turbo e o Fittipaldi F6 que se tornou numa... banana. Entre outros. Espero voltar em breve com mais. Mas saber que esta semana têm um artigo meu nas bancas causa-me um sorriso nos lábios.

Brawn não quer uma revolução nas regras em 2021

Ainda se discute as regras para a temporada de 2021, e Ross Brawn afirmou que, apesar de haver coisas como um ponto extra para a volta mais rápida, não deseja regras que sejam consideradas como invulgares e que possam descaracterizar a Formula 1.

Nas vésperas do GP da Austrália, Bfrawn disse à Autosport que as mudanças são bem-vindas, desde que não sejam radicais.

"Eu acho que os fãs gostam de mudanças quando estas trazem melhores corridas e melhor entretenimento", começou por dizer em declarações à Autosport britânica.

"Eles podem se opor a mudar se eles vêem que isso é feito pelas razões erradas. E talvez as pessoas fiquem um pouco desconfortáveis quando as coisas mudam. Eu pessoalmente acho que há algumas referências que temos que manter - a duração da corrida e a sua natureza. Eu não acho que as grelhas invertidas estariam no nível certo para a Formula 1. Funciona noutras competições, sabemos disso por experiência própria", continuou.

"Mas há requisitos diferentes na Formula 2 do que na Formula 1. Definitivamente, não precisamos de truques, de desenvolver as corridas e entender o que os fãs gostam, e ver como podemos dar a eles mais do que gostam [mas] com integridade. Nós não queremos que seja artificial, porque acho que isso iria afastar os fãs."

Brawn está a saber, através das várias pesquisas que tem vindo a fazer para auscultar aquilo que desejam os fãs da Formula 1, que existem um conjunto de áreas onde podem melhorar.

"Estamos aprendendo cada vez mais sobre nossos fãs, o que eles gostam e a natureza dos fãs de automobilismo. É fascinante começar a entender os interesses de nossos fãs, o que eles gostam de ver e o que não gostam de ver. Acho que aceitam mudanças quando [estas] estão indo na direção certa.", começou por dizer.

"Vamos a ver, 2021 vai ser uma [temporada de] grande mudança. Eu acho que haverá alguns que verão os carros e não gostarão deles, mas eu espero que a maioria veja os carros e os ame. Eles certamente amarão os benefícios que eles terão na pista.

"E é tudo sobre as perguntas que fazemos. Se você perguntar a um fã, você quer ver corridas mais próximas e mais ultrapassagens? A resposta é um claro 'sim'. Ninguém dirá 'não' a ​​isso. Mas então [isto] está a ficar mais profundo do que isso. Que aspectos eles gostam mais, é sobre os pilotos, é sobre as equipas, é a combinação, são as pistas, o formato das corridas? Há muita coisa muito útil saindo das pesquisas de mercado.", continuou.

"Temos algumas pessoas muito experientes nesta empresa, mas é uma novidade para a Formula 1, então precisamos prosseguir com cautela. Mas há muitas coisas boas", concluiu.

terça-feira, 12 de março de 2019

Formula E: Vergne afirma que a competição promove toques

Jean-Eric Vergne afirma que a Formula E promove os toques entre pilotos. Frustrado por não ter pontuado nas últimas três provas, depois de ter sido segundo na Arábia Saudita e quinto em Marrocos, o piloto francês, atual campeão do mundo, afirma que uma combinação dos traçados, mais a duração das corridas fazem com que os pilotos andem sempre a fundo, prejudicando a condução de outros.

"É preciso entender que, se você trazer de volta o fator 'economia de energia' para as corridas, você não terá mais toques, porque o piloto pode ultrapassar usando mais energia, que é o que está a ser a Fórmula E ”, começou por dizer Vergne ao e-racing365.com.

O carro Gen 2 é largo [e] a pista, extremamente estreita. Como você pode ultrapassar? Não há como ultrapassar, o que causa corridas sujas, pessoas batendo umas nas outras. Hoje [em dia, as corridas] não são sobre isso, porque você não economiza, então o que você pode fazer? Você acaba passando por cima do piloto. Não é contato tático, há apenas contato em geral", explicou Vergne.

"Isso ocorre porque os pilotos estão cansados de andar dez voltas atrás de alguém que está um segundo mais lento do que você e, em algum momento, não vai dizer que você é um piloto de automóveis. Você não vai ficar atrás do cara que é super lento.", concluiu.

Para além disso, o francês afirma que a organização não está a ouvir o que os pilotos têm para dizer. "Ninguém nos escuta", queixa-se. "Não somos bem-vindos porque não estamos sendo ouvidos". 

"Eu tenho dito desde há seis meses que esse tipo de coisa iria acontecer, por causa do safety car, por causa do novo formato. É um formato legal.Está bem feito, mas [em termos de] corrida, torna-se impossível. Eles realmente precisam fazer algo com isso agora, porque é urgente.”, concluiu.

Vergne, piloto da Techeetah, é agora o 11º na geral, com 28 pontos. A Formula E está de volta à ação dentro de pouco menos de duas semanas, na estância chinesa de Sanya.

WRC: Organização mexicana admite falhas

Os organizadores do Rali do México admitem ter existido falhas durante a realização da edição deste ano, vencida por Sebastien Ogier. A polémica no Street Stage de Leon, quando uma das rampas cedeu ao paso do carro de Esapekka Lappi, bem como a cena caricata que Anderas Mikkelsen passou, quando viu uma cancela fechada a meio de uma especial, foram alguns dos problemas que a organização teve de lidar este ano.

O seu diretor, Patrick Suberville, prometeu que serão tomadas medidas. admitindo que a prova não esteve ao nível exigido, afirmando que os responsáveis pelo fechamento do portão foram detidos pela policia:

Estivemos abaixo do esperado este ano, mas, acreditem, já estamos a trabalhar para que este evento volte ao nível habitual”, começou por afirmar “Às vezes, à medida que o evento cresce, pode haver tendência a ficarmos mais distraídos – mas no próximo ano voltaremos à forma a que todos estão habituados.”, continuou.

Encontramos as duas pessoas que fizeram isso. Assim que vimos o que aconteceu, sabíamos que era um lugar remoto para o qual muitas pessoas não iam, então enviamos o helicóptero para aquele lugar e os responsáveis foram apanhados. Eram espectadores estrangeiros e sabe o que eles disseram? ‘Foi só uma piada …’. Estes são alguns dos idiotas com os quais temos que lidar.”, concluiu.

O rali do México já sofre com o facto de ser remoto e atrair poucos concorrentes - apenas 23 pilotos alinharam na edição deste ano - e agora, com o cada vez mais interesse de países da região em ter uma prova do WRC, como o Canadá, a médio prazo, poderão colocar o Rali do México em risco.

Youtube Formula 1: Uma conversa sobre o ponto extra para a volta mais rápida

Em cima da hora, a Liberty Media e a FIA anunciaram o regresso do ponto extra para a volta mais rápida, algo do qual já existiu na Formula 1 entre 1950 e 59. Na Autosport britânica, três dos seus membros contam sobre o que acham dessa medida, que não poderá ter os beneficios que muitos julgam que deveriam ter.

Youtube Motorsport Video: Cinco bizarrias australianas

No fim de semana do GP da Austrália, que desde 1996 decorre em Melbourne (e antes disso foi em Adelaide), o pessoal da Formula 1 escolheu cinco momentos confusos, desde carambolas, acidentes espectaculares, até... faltas de gasolina. Obrigadinho, Jean Alesi!

segunda-feira, 11 de março de 2019

WRC 2019 - Rali do México (Final)

Como seria de esperar, Sebastien Ogier foi o grande vencedor do Rali do México, terceira prova do campeonato. O piloto francês venceu pela segunda vez no campeonato, mas com Ott Tanak na segunda posição, é o estónio que lidera o campeonato, com 61 pontos, mais quatro que Ogier.

Com apenas três especiais para terminar este rali, neste último dia, o grande motivo de interesse era a luta pela segunda posição, entre Tanak e Elfyn Evans, no seu Ford. Tanak venceu na primeira especial do dia, em Alfaro, 0,9 segundos na frente de Sebastien Ogier, agora que estava tranquilo na liderança. Tanak voltava a vencer em Mesa Cuata, e conseguia afastar Evans do seu caminho, pois ele tinha perdido 5,2 segundos, com Ogier pelo meio. Atrás, Jari-Matti Latvala subia para o sétimo posto, e era o terceiro Toyota na classificação.

Na Power Stage, Ogier atacou e ficou com tudo, batendo Meeke por 0,1 segundos, enquanto Neuville era terceiro, a 0,6. Tanak perdia 5,8 segundos e era apenas sexto, mas o segundo lugar da geral estava garantido. E claro, Ogier era um piloto contente, no final do rali.

"[O México] sempre foi um lugar especial, estou feliz que tenha acontecido desse jeito. Não foi um fim de semana livre de problemas para nós, mas eu estou feliz que não tenha [tido] problemas. A Córsega, com certeza, será o mesmo objetivo, a vitória e o máximo de pontos. Vou comemorar no avião com um pouco de champanhe e depois em casa com minha esposa e minha filha!"

No final, Latvala ainda foi penalizado por ter chegado tarde à especial, perdendo o sétimo lugar que tinha alcançado na especial anterior.

Depois dos três primeiros, Thierry Neuville foi o quarto, a um minuto e 27 segundos da liderança, e o melhor dos Hyundai, distante do segundo Toyota de Kris Meeke, a seis minutos e seis segundos, e do Skoda do local Benito Guerra Jr, o melhor dos WRC2. Marco Bulacia conseguiu o melhor resultado de sempre numa prova do WRC para um boliviano, ao ser sétimo, também num Skoda Fabia WRC, na frente de Jari-Matti Latvala, e a fechar o "top ten" ficaram o Hyundai de Dani Sordo e o Skoda Fabia R5 de Ricardo Triviño.

Agora, máquinas e pilotos rumam ao asfalto da Córsega, onde entre os dias 28 e 31 de março decorrerá a quarta prova do Mundial de Ralis.

Youtube Formula 1 Presentation: A abertura pela M4 Sport TV hungara

Agora que entramos na semana do inicio da Formula 1, e já vimos muitos canais de televisão a fazerem apresentações fixes das corridas, descobri hoje o que vai ser o videoclip de apresentação da húngara M4 Sport TV, usando como banda sonora a musica "We Got To Try", dos Chemical Brothers.

Este nosso amigo aqui abusou dos cogumelos alucinigénicos... mas está bem feito.

domingo, 10 de março de 2019

Formula E: Bird venceu mais foi penalizado, Mortara herda vitória

A corrida numero 50 da história da Formula E foi um duelo entre Sam Bird e Andre Lotterer cujo climax foi alcançado na volta final, e onde acabou... mal. O piloto da Virgin acabou como vencedor, com o alemão da Techeetah a arrastar-se com um furo, e por causa disso, o britânico foi penalizado em cinco segundos, perdendo a vitória para o Venturi do italo-suíço Edoardo Mortara, que assim se tornou no primeiro vencedor da equipa monegasca. 

Quanto a António Félix da Costa, apesar de ter partido do fundo da grelha, recuperou o suficiente para chegar ao décimo lugar, o último pontuável, numa corrida onde se minoraram os prejuízos.

Depois de Stoffel Vandoorne ter surpreendido todos ao ser o "poleman", a corrida prometia ser interessante, num asfalto que tinha secado na sua maioria, e não haver chuva prevista para os 45 minutos que iria durar a corrida.

No momento da largada, Oliver Rowland superou o HWA de Stoffel Vandoorne, enquanto Sam Bird, que arrancou de sétimo, chegou rapidamente a segundo, para depois alcançar o comando depois do britanico da Nissan ter pressionado acidentalmente o botão de Full Course Yellow, começando a rodar lentamente. 

Atrás, a primeira situação de bandeiras vermelhas quando Felipe Nasr falhou a travagem para uma das curvas, arrastando os Mahindra de Pascal Wehrlein e Jerome D'Ambrosio. Todos acabaram por abandonar e o pelotão recolheu-se às boxes, enquanto se limpava a pista. No regresso à corrida, Lotterer atacou Bird para ficar com o primeiro posto, mas assim que o ultrapassou, o britânico assediou o alemão da Techeetah no sentido de recuperar o lugar.

Atrás, havia pilotos que ficavam pelo caminho devido a acidentes ou a problemas, com Sebastien Buemi ou Alexander Sims, da BMW. Este último devido a uma batida no muro de proteção, suficiente para uma das três entradas do Safety Car na prova.

Na parte final da prova, Bird tinha mais 4 por cento de energia que Lotterer, e o britânico andou ao ataque, até que no inicio da última volta, ambos tocaram, com o piloto alemão a sofrer um furo, e o britânico da Virgin a ficar com a liderança. No final, ele cortou a meta no primeiro posto, mas de imediato a manobra foi investigada pelos comissários, que acabaram por penalizar o piloto britânico com mais cinco segundos, que o fez cair para a sexta posição.

No final, Mortara deu à Venturi e a ele mesmo a sua primeira vitória na Formula E, com Di Grassi em segundo e o holandês Robin Frijns em terceiro, no seu Virgin. Daniel Abt foi quarto, na frente de Felipe Massa, também em Venturi.

Com este resultado, e apesar da penalização, Bird lidera o campeonato com 54 pontos, mais um que Jerome D'Ambrosio e mais dois que Lucas di Grassi e Edoardo Mortara. A Formula E prossegue dentro de duas semanas, na estância chinesa de Sanya. 

WRC 2019 - Rali do México (Dia 2)

Sebastien Ogier aguentou as duras classificativas mexicanas e terminou o segundo dia do rali na frente de Elfyn Evans e de Ott Tanak, separados por 27.0 e 29,2 segundos, respectivamente. O líder parece já ter sido escolhido, mas o motivo de interesse é a luta pelo segundo posto, com Ford e Toyota lutando pela posição.

O segundo dia começou como acabou mais ou menos o primeiro: com longas e duras classificativas. Em Guanajuatito, Meeke conseguiu ser o melhor, numa classificativa onde Esapekka Lappi ficou... na corda bamba. O finlandês da Citroen vinha a fazer bons parciais no troço, parecendo estar com um andamento bem diferente de ontem, mas numa zona muito lenta, uma escorregadela ligeiramente maior foi suficiente para ficar com o carro com as rodas traseiras fora da estrada.

A especial acabou por ser interrompida, e foi no melhor momento para Ogier, pois tinha furado e perdera 22,4 segundos, suficiente para ser passado por Kris Meeke.

Contudo, na especial seguinte, a primeira passagem por Otates, a sorte de uns acabou por ser o azar dos outros, pois Meeke furou e perdeu um minuto e 37 segundos, sendo sexto na especial e caindo para o quinto lugar na geral. Na especial, Latvala foi o mehor, 1,2 segundos na frente de Ogier. 

A partir dali, o piloto francês distanciou-se da concorrência, vencendo em El Brinco, empatado com Latvala, com Neuville a ser o terceiro, a 3,5 segundos. Assim, Ogier tinha 19,2 segundos de vantagem sobre Evans.

Pela tarde, Ogier continuou a vencer. Na segunda passagem por El Chocolate, bate Evans por 3,7 segundos. Tanak foi mais veloz em Otates, batendo Latvala por 1,5 segundos e Ogier por 9,1, afirmando que "estava a proteger a liderança". Com o líder cada vez mais isolado, o motivo de interesse passou a ser a luta pelo segundo posto, com Tanak a proximar-se de Evans. No final do dia, o britânico conseguiu aguentar as investidas do piloto da Toyota, mas a diferença entre amos é de 2,2 segundos.

Depois dos três primeiros, Neuville é quarto a um minuto e 15 segundos, longe de Kris Meeke, quinto, a quatro minutos e 37 segundos. O mexicano Benito Guerra é o sexto e o melhor dos WRC2, no seu Skoda, na frente de Bulcacia Wilkinson, também noutro Skoda Fabia. Latvala é o oitavo, na frente do local Roberto Triviño e de Dani Sordo.

O rali do México termina neste domingo, com a realização das restantes três especiais de classificação.

Formula E: Vandoorne foi o poleman em Hong Kong

Estreante este ano, a HWA conseguiu a sua primeira pole-position da carreira graças ao belga Stoffel Vandroorne. Ele conseguiu ser melhor que o Nissan de Oliver Rowland, numa qualificação marcada pelas difíceis condições atmosféricas. António Félix da Costa nunca conseguiu adaptar-se às condições de Hong Kong e partiu da penultima linnha da grelha de partida, na 20ª posição.

Esta era a corrida numero 50 da história da Formula E, e muitos estavam convencidos que esta poderia ser a primeira debaixo de chuva. A pisa estava molhada, apesar de ter parado de chover quando começou a qualificação. Logo no primeiro grupo, os Mahindra e o BMW de António Félix da Costa tiveram dificuldades em colocar a potência no chão e acabaram com os piores tempos, todos na casa do 1.14. En contraste, Lucas di Grassi e Sam Bird deram-se bem e fizeram respectivamente, 1.12,321 e 1.12,539. 

No grupo 2, houve mais evaporação, e os carros começaram a andar melhor. Com André Lotterer, Robin Frijns, Jean-Éric Vergne, Mitch Evans e Edoardo Mortara nesse grupo, o suíço da Venturi foi o primeiro a fazer um bom tempo, com 1.12,156. Todos os outros rodaram melhor, mesmo Vergne, que bateu no muro depois de completar a sua volta, o que obrigou à amostragem da bandeira vermelha, para limpar a pista de destroços.

Depois de limpa a pista, apareceu o Grupo 3, com Daniel Abt, Alexander Sims, Sébastien Buemi, Oliver Rowland, Oliver Turvey e Felipe Massa. O brasileiro da Venturi foi o primeiro a entrar, conseguindo um tempo que acabou por ficar com o sétimo melhor. Rowland foi agressivo na sua volta e obteve 1.12,140, suficiente para entrar na SuperPole. Sebstien Buemi, em contraste, ficou com o sexto melhor tempo e não passou para a fase final.

No quarto grupo, com José María López, Nelsinho Piquet, Tom Dillmann, Gary Paffett, Stoffel Vandoorne e Felipe Nasr, os HWA vieram para marcar posição... e conseguiram. Primeiro Paffett, depois Vandoorne, ambos conseguiram tempos para entrar na SuperPole. Ninguém mais conseguiu tempo para ameaçar os da frente, e quem passou para a parte final foram Vandoorne, Paffett, Rowland, Mortara, Lotterer e Di Grassi.

Na SuperPole, que se atrasou em cinco minutos devido à chuva, os carros sairam com dificuldade em se agarrar na pista. Di Grassi quase bateu no muro, mas conseguiu evitar o pior. Isso foi aproveitado pelo belga para marcar 1.11,580, e fazer a sua primeira pole da sua carreira na Formula E, com Rowland a seu lado. Edoardo Mortara, no seu Venturi, fez o terceiro melhor tempo, mas acabou por ser penalizado por ter acelerado debaixo de bandeira vermelha, caindo da terceira para a sexta posição da grelha de partida.

A corrida decorrerá mais tarde em Hong Kong, às oito da manhã, hora de Lisboa.