sábado, 4 de janeiro de 2014

Kubica torce pela recuperação de Schumacher

Robert Kubica segue atentamente as noticias sobre o estado de saúde de Michael Schumacher, e como todos, torce pela sua recuperação. Na Austria, onde participa no Janner Rally, prova de abertura do Europeu de Ralis, o ex-piloto de Formula 1 e atual piloto de fábrica da Ford, que sofreu um grave acidente há quase três anos em Itália, afirmou que estes vão ser tempos difíceis para a família, que passará pela frustração do seu estado de saúde e pelo assédio de uma certa imprensa:

Estive uma situação semelhante e sei como a imprensa pode fazer um jogo duro por um tempo bem difícil para ele, sua família e amigos próximos. Para todo o automobilismo, certeza que não foi o fim de ano mais fácil nem o começo de ano.”, comentou o piloto polaco.

Refletindo sobre o que aconteceu, Kubica referiu que o seu acidente de ski demonstrou que “tudo pode acontecer a cada dia” e que é natural as pessoas começarem a questionar a razão de os pilotos insistirem nos seus hobbies, como o ski. “Muitos perguntavam por que estou fazendo isso e que eu não deveria guiar. Mas quando você gosta de fazer algo, é normal que queira fazer. Você pode facilmente esquiar, e muitas coisas podem acontecer. Desejo a ele o melhor e vou manter meus dedos cruzados para que ele se recupere e tudo fique bem.

Youtube Rally Crash: Os tombos do Jannerrally

Mas acabado de estrear, 2014 já tem a prova inaugural do Europeu de Ralis, com o austriaco Jannerrally. Robert Kubica pegou num Ford Fiesta R5 e foi o melhor no "shakedown", mas a primeira etapa já têm a sua quota parte de estragos, graças à neve e ao gelo. E este video oficial exemplifica isso tudo...

Noticias: Carro de Paul Walker ia a mais de 160 km/hora no momento do acidente

O ator Paul Walker, morto no passado dia 30 de novembro em Los Angeles, ia como passageiro no Porsche Carrera GT vermelho a mais de 160 km/hora quando sofreu o seu acidente fatal em Santa Clarita. Esse é um dos fatos divulgados hoje pelo relatório final da autópsia. O relatório também indica que nenhum dos dois elementos tinha algum elemento de alcool ou drogas nos seus corpos no momento do acidente.

De acordo com o relatório, Roger Rodas, o amigo de Paul Walker que se encontrava ao volante, “conduzia o Porsche Carrera GT vermelho a uma velocidade perigosa, à rondar os 160 km/h”. No texto acrescenta-se que “o veículo foi totalmente destruído e praticamente cortado em dois” e especifica-se que “a maior parte da carcaça da viatura foi carbonizada”. 

Os médicos legistas confirmaram também que o ator morreu devido a “múltiplos ferimentos traumáticos” e a queimaduras, como já tinham indicado no relatório preliminar. No entando, o jornal "Los Angeles Times" cita elementos do relatório da autópsia que Walker estava tão carbonizado que nem os seus órgãos estavam disponíveis para uma eventual doação.

Walker de 40 anos, ficou famoso com a sua participação nos filmes da série "Fast and the Furious" e tinha acabado de filmar o sétimo filme da série quando participou a 30 de novembro numa ação de caridade da garagem em que era dono parcial, a bordo do Porsche Carrera GT que acabaria por o matar.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Streiff: "A situação é delicada"

Philippe Streiff, o ex-piloto da Ligier, Tyrrell e AGS, cuja carreira se viu interrompida após um grave acidente nos testes de Jacarépaguá, em 1989, visitou esta sexta-feira Michael Schumacher no Hospital Universitário de Grenoble e disse aos jornalistas que apesar de alguma evolução, o estado de saúde do ex-piloto alemão ainda é grave e delicada, correndo o risco de paralisia.

"Michael está um pouco melhor, mas ninguém sabe dizer como vai sair dessa ainda", começou por comentar o ex-piloto francês de 59 anos à AFP e Reuters. Contudo, revelou que conversou com Gerard Saillant e deu indicações de que a situação é bastante delicada. 

"Ele me disse que ainda não sabe como a história vai acabar. Continua a sangrar de ambos os lados do cérebro e poderia afetar a fala. Estão a fazer tomografias todos os dias para ver como os edemas estão sendo absorvidos e, quanto mais rápido eles forem, menos ele vai ficar paralisado. Mas se a hemorragia continuar por muito tempo, ele corre o risco de ficar paralisado completamente", completou.

Esta sexta-feira - dia do seu 45º aniversário - foi também reportado pelo jornal brasileiro "Estado de São Paulo" que Schumacher sofreu uma paragem cardiaca no helicóptero quando era transportado para Moutiers, onde parou pela primeira vez após o acidente. Estava algo consciente depois do acidente, mas pelo caminho, sofreu um colapso e os paramédicos decidiram entubá-lo e fazer massagem cardíaca, conseguindo recuperar a pulsação e levá-lo para o Hospital Universitário de Grenoble.

Schumacher, recorde-se, sofreu um grave acidente no passado domingo enquanto esquiava na estância de ski de Meribel, nos Alpes franceses. O seu estado era critico e foi operado por duas vezes para reduzir as fraturas sofridas na cabeça, estando em coma induzido, esperando que as suas fraturas se reduzam.

As últimas sobre Michael Schumacher

Mais de 96 horas depois do seu acidente na estância de ski de Meribel, as boas noticias são que... não há noticias. A coisa boa é porque com o cérebro a sobreviver a este tempo todo, depois de duas operações e uma reanimação logo no domingo, após o acidente, poderá haver sinais de uma recuperação no caso de Michael Schumacher, que como sabem, faz hoje 45 anos de idade.

E por causa disso, milhares de fãs vindos um pouco de toda a Europa estiveram reunidos à porta do Hospital Universitário de Grenoble estiveram presentes para um tributo silencioso ao piloto alemão, desejando as melhoras e a recuperação deste seu grave acidente. Um dos momentos foi quando projetaram uma imagem na frente do hospital nesse sentido.

E a família agradeceu todas estas manifestações de simpatia. No seu site oficial, escreveram: "Estamos surpreendidos! As manifestações de simpatia dadas pelos fãs da Ferrari à porta do hospital surpreenderam-nos de deixaram-nos à beira das lágrimas. Estamos profundamente agradecidos por todas as manifestações calorosas e desejos de melhoras vindos um pouco por todo o mundo", pode-se ler.

Entretanto, surgiu a noticia de que Schumacher poderá ter filmado o seu próprio acidente. De acordo com a edição de hoje do jornal Dauphiné-Liberé, o alemão poderia ter na sua cabeça uma câmara estilo "Go Pro" para filmar aquilo que estava a fazer e o grupo com quem acompanhava. Não se sabe se estava ligada ou não, mas mesmo que estivesse, ou que tivesse sobrevivido à queda, duvida-se que as autoridades locais irão liberar alguma imagem, pois decorre um inquérito oficial sobre as circunstâncias do seu acidente.

Este mês, no Nobres do Grid...

Já sabíamos de antemão que a temporada de 2014 seria diferente, onde passaríamos dos V8 de 2.4 litros para os V6 Turbo de 1.6 litros, e também sabíamos que os carros de Formula 1 seriam diferentes, com o bico mais baixo e um aumento de peso, devido ao novo conjunto propulsor, mas as decisões do passado dia 14, no conselho da FIA, liderados por Jean Todt, tiveram um efeito de choque.

Mais do que reduzir o peso do combustível a cem quilos, ou do numero de motores para cinco ao longo da temporada, o que mais chocou os puristas foi a introdução de uma norma que faz com que a última corrida do ano tenha os pontos a dobrar em relação às corridas anteriores. Em contraste, a fixação dos números por parte dos pilotos teve vasta aprovação por parte dos fãs.(...)

Hoje em dia, pode-se ver que a Formula 1 é uma competição crescentemente artificializada, e com uma restrição nas regras de tal forma que se está a chegar a uma padronização dos chassis. É diferente de uma IndyCar, onde todos os chassis são fornecidos pelo mesmo construtor, deixando às equipas a escolha do seu propulsor. Mas o “olhar americano” veria mais isso, caso viesse da boca ou da mente de Bernie Ecclestone, mas não de Jean Todt. Para mim, seria uma das últimas pessoas a ver tal coisa. E esta “nascarização” da Formula 1 acontece numa altura em que esta vive um novo domínio de um piloto e de uma equipa, respectivamente, Sebastian Vettel e a Red Bull.

O problema destas alterações de regras a cada cinco ou dez anos é que, mais do que confundir o espectador mais habituado a isso, é uma desvirtualização da Formula 1 que já vêm desde 2003, o ano em que alteraram o sistema de pontos, ao alargar dos seis primeiros para os oito primeiros, passando em 2010 para os dez primeiros. É certo que o sistema de pontuação necessitava de alterações, pois não era mudado desde 1960 – à excepção do ponto a mais dado ao vencedor em 1991 e a retirada do sistema de descartes – mas desde então, o sistema mudou demasiadas vezes para o gosto do fã mais conservador. É certo que os carros se tornaram mais resistentes, logo, mais carros chegam ao fim, mas “dar pontos a todos” como se faz na IndyCar, é demasiado.

E a história dos “pontos a dobrar” faz com que, pela primeira vez em 64 temporadas, se viole o principio da igualdade entre corridas. Ao colocar uma corrida acima das outras, em nome do espectáculo e da “emoção dos espectadores”, faz diminuir os outros, e isso não cai bem nos organizadores, que já têm de dar imenso dinheiro a Bernie Ecclestone para conseguir manter a sua corrida do calendário. Acaso os espectadores foram consultados? Não me parece. (...)

Este é um excerto do meu artigo do mês passado no site Nobres do Grid sobre as novas regras que Jean Todt aprovou e que vão entrar em rigor a partir da temporada de 2014. Esta crescente "nascarização" da Formula 1 demonstra que não só os "chefes" estão pouco preocupados com os espectadores ou a tradição e mais com a televisão, no sentido de criar equilíbrios artificiais para que os espectadores não saiam dos seus lugares ou adormeçam durante a corrida. Um pouco como acontece nos Estados Unidos.

Contudo, a história dos pontos a dobrar causou um precedente perigoso e potencialmente destruidor. Artificializando a luta pelo título, e colocando uma prova superior a todas as outras pode não ser do agrado dos outros promotores, que dispendem dezenas de milhões de euros por temporada para ter a Formula 1, apenas para verem uma prova ter mais atenção do que outras. E muitas poderão pensar porque andam a gastar tanto, se tornam numa corrida de "segunda divisão"...

No 45º aniversario de Michael Schumacher

Albert Einstein disse certo dia, no meio dos estudos sobre a Teoria da Relatividade e numa tentativa de compreender o Universo, que "não queria acreditar que Deus jogue aos dados". Uma geração mais tarde, outro cientista, Stephen Hawking, demonstrou isso mesmo, ao colocar uma série de esferas alinhadas perfeitamente, como se fosse um desfile militar, e retirou cinco delas desse alinhamento. O que aconteceu a seguir provou isso mesmo: graças ao magnetismo, esse alinhamento foi desfeito e elas começaram-se a juntar, num acaso. A conclusão simples é esta: se a perfeição existisse, nós não existiríamos. E quando digo "nós", falamos do Universo, tal como conhecemos.

O Acaso, por ser assim mesmo, causa injustiças aos nossos olhos. Não poupa ninguém, seja ele rico ou pobre, famoso ou anónimo. Não podemos contar que a nossa vida seja longa ou aborrecida, porque a sua fragilidade vêm ao de cima, quando menos esperamos. Soube disso pessoalmente, e da pior maneira, há quase 16 anos, quando um mero apêndice rebentado se tornou numa peritonite septicémica. Saber que estive a dias de morrer não é agradável, mas estranhamente reconfortante e pacifico. Para recuperar, foi precisa muita paciência, pois somente seis semanas depois é que saí do hospital.

Mas falar desse acaso para explicar o que se passou a Michael Schumacher. Hoje é o dia do seu 45º aniversário natalicio, e ele está nas bocas do mundo nestes dias pelas piores razões: como sabem, no passado domingo, na estação de ski de Meribel, nos Alpes franceses, ele escorregou e bateu com uma pedra, ficando com uma grave fratura craniana e estando agora em coma. Os médicos do hospital universitário de Grenoble conseguiram salvar-lhe a vida "in extremis", e agora está a ser fortemente vigiado e medicado, para evitar que o seu cérebro lesionado se deteriore e tenha lesões permanentes.

Eles estão expectantes, tal como todos nós, para ver se ele sobreviverá. Mas o mais interessante, em termos pessoais, é ver como é que Schumacher evoluiu aos meus olhos, pois tive o previlégio de assistir a toda a sua carreira. Lembro-me bem daquele fim de semana do GP da Belgica, quando um jovem desconhecido para a maioria de muitos, surpreendeu toda a gente num Jordan do qual nunca tinha andado muito. Antes, acompanhava-o dos seus feitos na Endurance, a bordo de um Sauber-Mercedes, ao lado de Karl Wendlinger e de Heinz-Harald Frentzen, e pensava que provavelmente essa gente poderia ser a geração que iria colocar a Alemanha no mapa automobilístico, especialmente na Formula 1.

Acho que toda a gente sabe o que é, hoje em dia, mas em 1990, a Alemanha tinha um palmarés muito pequeno. Nunca tinha tido um campeão do mundo e só tinham conseguido três vitórias na Formula 1, apesar da Mercedes e da Porsche. E ainda se sentia a falta de Stefan Bellof, um piloto do qual todos sabiam do seu talento, mas tinha desaparecido precocemente, em setembro de 1985.

Depois vi o que fiz na Benetton. De jovem esperança de 1992 à grande certeza nos anos seguintes, e vi também a sua faceta de vencedor a qualquer custo, e até que ponto ele era capaz de ir. E à sua aparente insensibilidade daquela tarde de maio de 1994, em Imola, comemorava a sua terceira vitória consecutiva, enquanto via o seu maior rival a agonizar na cama de um hospital. Talvez mal informado ou entendeu mal, aquele gesto foi sentido e muitos cavaram um ódio contra ele. Rei morto, rei posto, a Formula 1 dividiu-se entre os que admiravam Schumacher e os que odiaram Schumacher.

E poucos meses depois, em Adelaide, quando impediu Damon Hill de o passar, batendo com o seu carro, ser a seu favor fora da Alemanha significava remar contra a maré, fazer parte de alguma confraria satânica, porque para o resto do mundo, ele parecia ser a encarnação do Diabo. A grande ironia é que muitos dos que o odiavam eram "sennistas", desconhecendo que tinha aprendido muitas dessas manobras, bem como o seu método de trabalho... do próprio Ayrton Senna. E ninguém se lembrou, em Adelaide, da manobra que Senna fez contra Alain Prost em Suzuka, quatro anos antes.

Depois de ganhar tudo na Benetton, decidiu aceitar o maior desafio de todos: transformar a Ferrari numa equipa campeã do mundo. Tinha encontrado as pessoas certas para esse trabalho na Benetton: Ross Brawn, Rory Bryne. E na Scuderia tinha outros: Jean Todt e Luca di Montezemolo. Aos poucos, a equipa se moldou em torno dele, para alcançar o que escapava desde 1979: o título mundial de pilotos. Quase o conseguiu em 1997, mas usou a mesma manobra, aquilo que todos temiam na altura. Mas o tiro saiu-lhe pela culatra, e a FIA não lhe perdoou: desclassificou-o do mundial, retirando-lhe o vice-campeonato.

Mas com o tempo, amadureceu. E o trabalho compensou: em 2000, depois de ter perdido meio ano no seu maior acidente automobilistico até então, em Silverstone, deu finalmente os títulos que perseguiam. E ninguém sabia, mas ali começava uma era de dominio dos carros vermelhos de Maranello. E mesmo em tempos de dominio, não escapava à polémica. Especialmente no GP da Áustria de 2002, quando Jean Todt ordenou a Rubens Barrichello que cedesse a vitória ao seu companheiro de equipa. No meio do sucesso imenso, aquele gesto soou a arrogância. Podem aceitar o circo, mas não perdoam uma manipulação tão descarada dos resultados.

Nessa altura, apareceu uma nova geração, pilotos que cresceram a admirá-lo e começaram a desafiá-lo. Kimi Raikkonen e Fernando Alonso foram dois deles. Sem ter de lidar mais com Jacques Villeneuve, Mika Hakkinen ou David Coulthard, esta nova geração estava mais esfomeada de vitórias, e conseguia acompanhá-lo, e batendo-o. Quando o piloto espanhol venceu o título de 2005, a Formula 1 inteira respirou de alivio ao saber que por fim, o alemão tinha um rival. Mas esqueciam-se que ele já tinha 36 anos e já tinha mais atrás dele do que pela sua frente. Contudo, a temporada 2006 foi uma das mais emocionantes.

Schumacher já sabia que era a altura de ir embora, mas decidiu que queria ir em estilo, com o oitavo título mundial. Alonso, mais jovem e mais fresco, deu o seu melhor para revalidar o seu título e ao longo dessa temporada, o duelo foi emocionante, com o piloto da Renault a levar de vencida, depois de no Japão, Schumacher ter tido uma rara quebra de motor. O acaso fazia a sua aparição, no momento errado, na hora errada. A sorte virara-se contra si, e não era a despedida que queria ter, semanas depois de ter anunciado em Monza que os seus dias de pilotagem iriam chegar até ao fim.

Mas no Brasil, a última prova do ano, decidiu demonstrar a sua classe. Não se desmoralizou com os azares - quebras no carro, um pneu furado, uma penalização - e dançou na pista apenas como os campeões, ou os "eleitos" dançam. Como Fangio em Nurburgring ou Senna em Donington Park, em exibições que ficaram para a eternidade. Ficando no fundo do pelotão por duas vezes e acabando no quarto lugar final, passando muito dos "jovens lobos", incluindo Kimi Raikkonen. E no final, se todos aplaudiam Fernando Alonso, todos aplaudiam mais Michael Schumacher, numa exibição inesquecivel, aquela que todos queriam contar um dia aos netos.

Schumacher partiu então para a reforma. Engraçado era que ele nunca quis fazer outras competições, apenas uma outra vida. Adorava karting, mas não interessava uma carreira nas Américas, andar na Endurance. Pelo contrário, foi fazer motociclismo, tentando ter uma segunda carreira. Não foi muito longe, especialmente depois de uma violenta queda em 2009.

Contudo, quando a Mercedes voltou em 2010, depois de comprar a Brawn GP, perguntou a ele se queria regressar à ativa e ajudar a equipa que lhe deu a sua oportunidade de ser piloto profissional. Ele aceitou e a noticia do seu regresso foi uma das mais comentadas de então. E todos perguntavam na altura: seria um Niki Lauda ou um Alan Jones? Iria tentar um oitavo titulo mundial, contra uma nova geração de pilotos, alguns deles ainda estavam nos seus berços quando ele se estreara, naquela tarde de agosto de 1991, em Spa-Francochamps?

Nesse regresso, Schumacher sentiu o peso dos anos. Era batido constantemente pelo filho de Keke Rosberg, Nico. E tinha algumas boxes mais abaixo outro jovem compatriota seu, que um dia entregou um troféu de karting e lhe incentivou para que continuasse a correr. Era Sebastian Vettel, que em 1991, ainda não tinha idade para ir à escola. E ali estava, na grelha de partida de uma Formula 1 que estava com fome de bater recordes de precocidade. E nesse regresso, todos viram que o anteriormente "temivel" e "imbatível" Schumacher era um piloto como todos os outros. Parecia que tinha descido à terra, um piloto esforçado, que cometia erros e terminava corridas fora dos pontos. Era um mundo diferente, aquele que se encontrava agora. Não se podiam mais testar carros como se testava antes. Não havia mais o reabastecimento e as estratégias geniais combinadas entre ele e Ross Brawn. Viam-se algumas faíscas da sua genialidade, mas eram cada vez mais escassas. Apenas subiu ao pódio por uma vez, neste seu regresso.

O tempo, por fim, tinha-lhe alcançado. Mas paradoxalmente ganhou um capital de simpatia que antes não tinha. Parecia ser um piloto mais sábio e mais experiente, e mais simpático. Certamente havia uma ou outra polémica aqui e ali, que fazia lembrar os velhos fantasmas, mas agora os adeptos viam que era um piloto mais humano, não era a máquina temivel da década passada, que parecia que tinha "matado" a Formula 1 da sua competitividade. E no final de 2012, exausto, decidiu que era a altura de se ir embora, e desta vez, de vez. Depois de 305 Grandes Prémios, 91 vitórias, 68 pole-positions e sete títulos mundiais. O homem de todos os recordes que interessam ter.

O Universo nos tinha dado um homem excepcional, que decidiu ficar por aqui tempo demais, é verdade, mas no deu estranhamente - esse Deus que joga aos dados - uma faceta redentora a uma personagem que uma geração inteira tinha aprendido a detestar. Agora, naquelas que deverão ser as horas e dias mais decisivos da sua vida, noutro estranho acaso de estar no lugar errado, na hora errada, e a fazer as manobras erradas, vemos todo um mundo unido numa estranha unanimidade, perdoadas as polémicas do passado. Porque os verdadeiros adeptos não o viam como inimigo, mas sim apenas um adversário. Que aprendemos a respeitar e a admirar. E sentimos fortemente o seu sofrimento e o da sua família, que reparam agora que a vida é frágil e num momento, tudo muda.

Feliz Aniversário, Michael Schumacher. O nosso maior presente é que superes este momento. Todos estamos a torcer por ti.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

As últimas sobre o estado de saúde de Michael Schumacher

Michael Schumacher continua a lutar pela vida no Hospital Universitário de Grenoble. Com a sua condição estável, após duas operações e em coma induzido, os médicos decidiram suspender os boletins diários, para darem hipótese ao piloto alemão para a recuperação do acidente que sofreu este domingo, na estância de ski de Meribel.

Esta quinta-feira, a familia decidiu colocar no seu site oficial uma mensagem de agradecimento a todos os que andam preocupados com o seu estado de saúde:

"Mensagem da família de Michael 

Obrigado pelo vosso apoio 

Depois que Michael sofreu um acidente a fazer ski, nós gostaríamos de agradecer às pessoas um pouco por todo o mundo que expressaram sua simpatia e enviaram seus melhores desejos para a recuperação dele. Eles estão nos dando um grande apoio.

Nós todos sabemos que ele é um lutador e não vai desistir. 

Obrigado

Enquanto isso, a Ferrari - equipa onde Schumacher correu entre 1996 e 2006 - pediu aos seus fãs para que se vestissem de vermelho e concentrassem amanhã à porta do hospital Universitário de Grenoble para uma celebração silenciosa do seu 45º aniversário natalicio. “Nestes dias difíceis e em ocasião do seu aniversário, a Scuderia Ferrari Clubs quer demonstrar seu apoio a Michael Schumacher, organizando um evento silencioso e respeitoso com todos em vermelho amanhã no Centro Hospitalar Universitário de Grenoble”, disse a marca por meio de uma mensagem na sua página de Facebook. Para além disso, fará também um tributo na sua página oficial.

Ken Gregory, o homem por trás de Stirling Moss

Ken Gregory, o antigo "manager" de Stirling Moss e um dos fundadores da BRP, a British Racing Partnership, que correu em meados dos anos 60, morreu no passado dia 1 de dezembro na sua casa, no sul de Espanha. Tinha 87 anos. Gregory foi um dos homens mais importantes do automobilismo nos anos 40 e 50, primeiro, como piloto da classe 500cc, e depois ao tomar conta dos destinos de Moss, ao longo da década de 50 e ter ajudado a fazer, ao lado de Alfred Moss, o pai de Stirling, a equipa BRP, que andou na Formula 1 até 1964, primeiro com chassis de outras marcas, e depois com o seu próprio chassis, guiado por pilotos como Innes Ireland, Hans Hermann e Tony Maggs, entre outros.

O seu percurso no automobilismo começa após ter servido na II Guerra Mundial. Com o surgimento de uma categoria pujante, a classe 500cc, muitos deles com chassis Cooper, Gregory tentou a sua sorte, primeiro como corredor, e depois como integrante no departamento de competição do Royal Automobile Club. E é por essa altura que conhece um jovem de 20 anos chamado Stirling Moss, numa recepção do RAC. Depressa se tornam amigos, e é ele que arranja os seus primeiros contratos na Formula 1, com a HVM, em 1951. Ao mesmo tempo, ao serviço da RAC, tinha conseguido fazer a primeira corrida em quatro rodas no circuito de Brands Hatch, que até então, só tinha visto corridas de motos.

SM (Stirling Moss) sentia-se mais confortável quando guiava para equipas britânicas - disse Gregory ao jornalista Gordon Cruikshank, da revista Motorsport, em 2009 - não porque era patriota ou algo assim, mas porque se sentia confortável da maneira como os britânicos trabalhavam. Mas em 1951, a Ferrari ofereceu-lhe um volante, mas recusou porque tinha um compromisso com a HWM. E ele honrava os compromissos".

Contudo, em 1953, Moss passa uma má temporada na Cooper-Alta, e com a aparição da nova Formula de 2,5 litros, em 1954, Gregory tenta encontrar um carro para Moss, mas não encontra lugar nas equipas oficiais: Mercedes, Ferrari e Maserati. Gregory tenta falar com Alfred Neubauer, mas sem sucesso, e as coisas com a Maserati também tinha redundado em fracasso. Para piorar as coisas, Moss tinha-se zangado com Enzo Ferrari quando, numa corrida em Bari, faltou ao compromisso acertado e não lhe deu um carro. Logo, a Scuderia também estava riscada dos planos.

"Telegrafei para [Rudolf] Ulenhaut e pedi uma reunião", começou por dizer. A ideia era de eles se encontrarem com Alfred Neubauer, o mítico chefe de equipa da marca. Gregory fala dele como um "homem jovial", mas nessa reunião, as coisas não correram bem: "Disse-lhe que tinha em mãos o melhor piloto do mundo, mas Neubauer já tinha [Juan Manuel] Fangio e disse 'fizemos a nossa escolha e não estamos certos se Stirling está suficientemente maduro'. Entretanto, a Maserati tinha já a sua equipa. Parecia desanimador".

Ken contou a Stirling a situação, e ele respondeu com um "Ken, deixo esses pormenores para ti", antes de ir para a Bahamas, correr na Nassau Speed Week. Assim, contou a situação ao seu pai e disse que o ideal seria ir a Itália e comprar um 250F.

"Voei no dia seguinte para Modena, para me encontrar com Orsi e Alfieri [Maserati]. Eu queria colocar Stirling na equipa, mas eles já tinham três argentinos [Onofre Marimon, Froilan Gonzalez e Carlos Menditeguy], então decidi que iria comprar um carro. Chegamos a um preço de nove mil liras - 5100 libras. Só que não sabia de onde é que viria o dinheiro. Não houve assinaturas até às duas da tarde, porque tive de os convencer a mudar o pedal da aceleração para a direita. Pelas três da tarde, liguei para o Alfred Moss e disse: 'comprei-o. Tens de me ajudar a arranjar o dinheiro'."

Acabou por ser a sua irmã Pat a aranjar, bem como um patrocinio da Shell, que assegurou o pagamento. "A partir de 1954, as coisas andaram rapidamente. Ele adaptou-se rapidamente ao carro, a após a morte do Marimon na Alemanha, a Maserati ficou com ele. Eles pagavam tudo e nós ficamos com o "prize money".

Contudo, é somente em 1955 é que o envolvimento entre os dois é mais forte quando Gregory convence a Mercedes a assinar um contrato com ele para a sua equipa de Formula 1. O contrato poderia ser fabuloso, porque a marca alemã era a mais forte da altura, mas havia um detalhe importante: Moss não sabia. E ele demonstrava algum cepticismo sobre os alemães.

Gregory contou como é que arranjou o contrato: “Recebemos um telegrama de Neubauer a perguntar: 'Moss tem contrato para 1955?'. Nessa altura, ele estava a fazer as malas, a caminho de Nova Iorque e disse-me: 'Esquece.' Deixei-o embarcar e disse a Alfred: 'Não podemos deixar escapar isto', ao que ele respondeu: 'Tu conheces o Stirling. Vai lá ver quanto é que lhe pagam'".

"Então voei para Estugarda ver o que é que poderia pedir a Neubauer. Quando cheguei e ouvi os termos, eles iriam pagar mais daquilo que esperava. Então, para 'adoçar', disse-lhe que se poderia fazer o favor de emparelhar com Fangio em Le Mans, porque sabia que idolatrava-o. Quando ele soube, ele disse primeiro 'Disse-te que não queria correr para eles', mas quando ouviu quanto iria ganhar e com quem ele iria correr em Le Mans, ele ficou convencido".

A chegada à Alemanha, Moss foi fazer um teste a Hockenheim, antes de assinar o contrato. Com ele, vinha uma equipa de fotógrafos do Picture Post, e Neubauer decidiu despistá-los... mandando-os na direção errada. Nessa altura, os três – Gregory, Moss pai e filho – tinham estabelecido o Stirling Moss Ltd, que servia para agenciar os crescentes contratos profissionais e publicitários que Moss já tinha conseguido. Apesar de Gregory estar encarregado de arranjar os contratos, a palavra final era da família, especialmente do próprio Stirling. E apesar de em certos momentos as cartas dos fãs chegavam às centenas por semana, Stirling respondia com uma foto autografada. “Assinou às centenas”, contou Gregory.

A maneira como ele lidou com os assuntos de Moss fez com que outros pilotos se interessassem pelos seus serviços. Em 1955, Peter Collins pediu a Gregory que fosse seu manager. Ambos foram à Targa Florio, e venceram, com um Mercedes. Quanto à maneira de lidar com as coisas, Gegory afirmou que ambos eram completamente diferentes um do outro: “Stirling chegava aos eventos sempre a tempo e a horas, enquanto que com o Peter serias sortudo se aparecesse uma hora mais tarde”.

Com o passar do tempo, Gregory conseguia lidar com ambos os pilotos, e ainda foi convidado para organizar corridas em Brands Hatch, a convite da RAC, que o mandava também ajudar na organização da Nassau Speed Week, pois aquele sitio ainda era colónia britânica.

Mas mesmo assim, em 1958, Ken Gregory sentia-se... aborrecido. Moss estava a saltar entre a Vanwall e a Rob Walker Racoing, com os seus Cooper de motor traseiro, enquanto que Collins estava na Ferrari, ao lado de Mike Hawthorn, e ambos tinham as suas vidas arranjadas quando ligou a Alfred Moss e perguntou se queria voltar a gerir uma equipa: “Sabia que Alfred também tinha saudades e lhe perguntei ‘porque não vamos formar uma equipa?’”. Compraram um Cooper de Formula 2, a meias entre os dois.Paguei a parte dele logo na primeira temporada”. E em relação à estanha cor verde-alface… “Tivemos muitos comentários desfavoráveis, mas foi uma escolha memorável”.

E cedo Gegory descobriu os estranhos hábitos de Sterling: “Descobri rapidamente quão supersticioso ele era. No RAC, consegui dar-lhe a licença numero 7, e tinha outra regra: não tinha sexo dois dias antes das corridas!

As coisas correram bem entre ambos até à segunda-feira de Páscoa de 1962, no circuito de Goodwood. Moss guiava um Lotus 21 da BRP quando, inexplicavelmente, sofreu um grave acidente que fraturou as pernas e as costelas, ficando mais de um mês em coma. Para Ken Gregory, foi um choque: “Cheguei a receber 400 cartas por dia. A imprensa estava louca para obter uma revista [com Moss, no hospital]. Acabei por vender os direitos por dez mil libras”, contou. Curiosamente, alguns meses depois, em 1963, veio a fundar a revista “Cars and Car Conversations”, que continuou a ser publicada até 2003.

Pelo meio, Gregory decidiu fazer uma empresa de táxis aéreos, a Gregory Air Taxis, onde transportava a elite da musica e de Hollywood. Um dos seus aviões transportou John Lennon e Yoko Ono até Gibraltar, em 1969, onde se casaram pelo civil. As coisas andaram bem para ele até meados dos anos 70, onde maus investimentos o fizeram perder uma grande fortuna. Mas voltou a ficar em forma até à reforma, que decidiu passar no sul de Espanha, fazendo frequentes viagens até à Grã-Bretanha, onde via os amigos e via como a Formula 1 tinha mudado nos mais de 40 anos que continuou a seguir após o desaparecimento da BRP, em 1965.

E continuou a defender a amizade e os feitos de Moss nas pistas, especialmente em relação às circunstâncias da sua primeira vitória na Formula 1, no GP da Grã-Bretanha de 1955, onde muitos afirmam que Moss venceu Fangio porque o argentino assim o quis. Sobre isso, Gregory respondeu com um “Confesso que não sei. Mas uma coisa é certa: ele era capaz de bater Fangio nos Sport Cars!

Ars longa, vita brevis.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Youtube Motorsport Show: Idris Elba, King of Speed


Descobri isto neste domingo no Jalopnik, e confesso que fiquei surpreso. Já há algum tempo que começava a ter admiração pela figura do ator britânico Idris Elba, principalmente depois de ter visto alguns episódios da série "Luther". Mas não sabia que ele era tão "petrolhead" assim.

No final deste ano, Elba fez uma mini-série para a BBC chamada "The King of Speed", onde ele decide averiguar a razão pelo qual há seres humanos apaixonados por carros. A adrenalina pode explicar muita coisa, mas não explica tudo, como a paixão por automóveis e automobilismo.

E neste dois episódios de uma hora cada, ele mostra os seus dotes de condução na NASCAR, no "drift" e nos ralis, com nomes conhecidos como Ari Vatanen, Jimmy Johnson, Keichi Tsuchiya e outros. Todos eles lendas na sua categoria de automobilismo. E ele vê por ele mesmo que o sucesso é derivado de muito trabalho. E muita paixão.

Aconselho a tirar duas horas neste primeiro dia do ano. Garanto que serão bem gastos.

Schumacher: Estável, mas critico

De Grenoble, surgiu esta manhã mais um boletim médico. Mas ao contrário dos outros dias, quem deu as noticias foi a sua acessora de imprensa, Sabine Kehm, onde falou que o estado do ex-piloto de 44 anos é estável, dentro da situação critica em que se encontra.

Ele está em boas mãos e sua condição é estável”, começou por dizer. “Como já dissemos anteriormente, nós realizaremos uma conferência de imprensa apenas quando existir mudanças no seu estado de saúde. Michael está sendo cuidado e a boa notícia de hoje é que não temos nada para dizer, pois sua condição não se alterou”, completou.

Kehm ainda disse que o acidente que sofreu no domingo não teve nada a ver com a velocidade que seguia, mas sim com o facto de ter tropeçado noutro ski, que o levou a desequilibrar-se e a embater numa rocha escondida na neve. 

Como já foi dito, Schumacher foi operado uma segunda vez na segunda-feira, no Hospital Universitário de Grenoble, no sentido de drenar um outro hematoma que tinha sido formado no acidente que sofreu este domingo, na estância de ski francesa de Meribel. Os médicos o mantêm em coma artificial, para evitar que este sofra ainda mais danos do que sofreu. 

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

O último post de 2013, um ano que gostaria de esquecer

Os eventos relacionados com o acidente de Michael Schumacher, este domingo, constituíram para mim uma espécie de truque bizarro e de mau gosto na manga de um ano em que, em muitos aspectos, gostaria de esquecer. Mas do qual suspeito que será inesquecivel, pois vivi-o intensamente. Para o bem e para o (muito) mal.

Não vou gostar muito de 2013. Passei por imensas dificuldades, atribulações e frustrações pessoais. Sofri surpresas desagradáveis do qual a minha saúde se ressentiu. Traí e fui traído, fiz escolhas erradas e mergulhei em estados de drama e desespero, questionando por vezes o sentido desta vida. Mas como em tudo, sou calmo e ponderado (até demais), sabendo que o desespero puro e simples pode levar a atos irreflectidos do qual ficam marcas para a vida. Fiz bem.

Também sofri perdas irreparáveis. Nunca pensei que o desaparecimento de um animal de quatro patas tivesse um impacto profundo na minha família. Percebi o que eles nos significam para nós, para a nossa saúde mental e para a nossa postura no mundo. 

Este foi um ano que senti, novamente na minha vida, que esta é frágil e que é efémera. Bastou um exame de rotina para perceber que o meu coração não andava bem, e do qual passei a olhar com mais atenção. Já não bastava ter de cuidar da minha alimentação devido ao estado frágil do meu intestino, agora tive de cortar hábitos adquiridos e do qual julgava que contribuíam para a minha saúde. É triste, ainda por cima quando não tenho os habituais "maus hábitos": tabaco e álcool... 

Paradoxalmente, conheci e convivi com uma pessoa que me fez feliz e preenchido em termos amorosos. Apesar de reconhecer uma personalidade complexa - não há amores perfeitos - desejo que isto dure, não só no sentido de convivio mútuo, mas como sinal de que, apesar dos obstáculos e das diferenças, possamos dizer: "no final, o amor superou tudo".

E apesar de todos os episódios que me fazem com que esqueça este ano, termino com esperança. Lentamente, elaboro o projeto que permita este blog (que alcançou a marca dos dois milhões de visitantes) faça a transição para um site - do qual espero que em breve comece a dar resultados - como estou a ligar-me a outro projeto automobilistico, embora de uma área diferente. É informal, mas há um grande potencial, e vontade de aprender, tenho-a toda.

Em jeito de conclusão, este é um ano do qual não gostei e desejo deitar para trás o mais possível. Mas como se costuma dizer: "depois da tempestade, a bonança". E este poderá até ser o principio de muita coisa agradável. E é verdade: a Formula 1 vai viver uma nova era Turbo e a Endurance prepara para voltar ao auge que teve dos anos 80. Se isso acontecer, então poderemos dizer que a bonança aproxima-se. 

Assim espero... Bom 2014 para todos vocês!

A visão dos acontecimentos, pelo Dr. Gary Hartstein

Ouvida a opinião da equipa médica que acompanha Michael Schumacher na conferência de imprensa desta manhã, é bom ler uma interpretação do que se passa por lá. E neste momento, o melhor especialista nesse assunto é um médico. Neurocirurgião, de preferência. E inevitavelmente, ler o que o Dr. Gary Hartstein têm a dizer tornou-se incontornável. E ao ler a sua atualização mais recente no blog, cheguei à conclusão de que se não fosse o capacete, por exemplo, Schumacher era um homem morto. E mesmo com o capacete colocado, o seu estado era gravíssimo, e foi a agilidade dos médicos que o salvaram.

Eis o que escreveu hoje:

1. Michael está em MUITO boas mãos. Não interessa se o neurocirurgião é ou não famoso, que isso não é uma mais-valia no tratamento. O que interessa saber é que esta gente é muito boa a fazer o trabalho e estão em contacto permanente com a família. Já agora, a decisão de fazer uma segunda intervenção para evacuar o segundo hematoma intracerebral faz sentido para mim. Mas falarei disso mais abaixo.

2. Parece retrospectivamente que a pressão intracraniana de Michael era procupantemente e persistentemente alta ontem, apesar do retalho ósseo do lado direito não ter sido totalmente fechado na operação de domingo. O problema da pressão intercraniana era tão grande que consideraram fazer uma intrevenção mais profunda só para poderem ou não verificar que as leituras dadas pelos "scans" eram ou não condizentes. Assim sendo, a decisão foi tomada para ganhar algum espaço, e também drenaram o que aparentemente era um hematoma superficial do lado esquerdo. Geralmente, são deixados sozinhos [para se curarem por si mesmos], era isso que tinham decidido (razoavelmente) não tocar este. Mas, dado o problema da pressão intracranaiana, e como o cérebro agora está menos "zangado" foi decidido evacuar este hematoma, especialmente porque isso significava abrir um retalho ósseo fora do lado esquerdo.

3. Isso me leva a insistir sobre o quão doente estava Michael ontem. Esta gente estavam a fazer tudo o que conheciam para o ajudar, e eles merecem muito crédito. Ontem, a vida dele estava SÉRIAMENTE em perigo, e ele ontem, era monitorizado minuto a minuto.

Por fim, acho que podemos dizer que: 

A) recolocar todos os relógios de contagem regressiva a zero (hora de reduzir a sedação, é hora de retirar a ventilação, etc). 

E B) insistir em quão severamente Michael está ferido. Sejam pacientes. Isso vai levar muito, muito tempo.

Atualização e novos detalhes sobre o acidente de Schumacher

O segundo boletim médico, divulgado esta manhã pelos médicos que acompanham o estado de saúde de Michael Schumacher, afirma que existem sinais de melhoria na sua condição, após este ter sido submetido a nova intervenção cirúrgica esta madrugada, para diminuir o inchaço causado pelo hematoma que sofreu na sua queda.

Há alguns sinais de que a situação está mais bem controlada”, começou por afirmar Jean-François Payen, anestesista-chefe do Hospital Universitário de Grenoble. “Nós percebemos, no final da tarde [de ontem], uma melhora transicional na pressão intracraniana de Michael Schumacher. Um exame posterior mostrou que ele estava relativamente estável. Discutindo isso com meus colegas neurocirurgiões, decidimos que, já que tinha acontecido uma melhora, deveríamos fazer essa operação, pois isso nos ajudaria a reduzir a pressão do cérebro. Esta manhã, fizemos mais exames e percebemos que conseguimos evacuar o hematoma e isso nos dá sinais de que a situação está melhor controlada que ontem”, prosseguiu.

O Prof. Payen afirmou que a decisão da segunda operação foi tomada com a família, e apesar dos bons resultados, o ex-piloto alemão ainda não está fora de perigo: “A situação está melhor controlada do que ontem. Não podemos dizer que ele está fora de perigo, mas, como disse ontem, ganhamos um pouco mais de tempo na evolução dele. E as horas que vão ser cruciais para o desfecho. Ontem, percebemos que existia uma janela de oportunidade para fazer essa operação no fim da tarde, começo da noite. Decidimos todos juntos e também perguntando para a família. Não é algo excepcional o que fizemos”, declarou.

Questionado sobre se era possível uma transferência para a Alemanha, o Prof. Payen descartou essa possibilidade, devido ao seu estado de saúde delicado: “Qualquer transferência neste momento seria muito perigosa, dada à sua frágil situação médica. Num momento futuro, vamos discutir isso novamente e decidir com a família. Vamos decidir quando uma transferência será possível, mas, no momento, com o trabalho que está sendo feito e com o apoio que estamos recebendo da comunidade médica, achamos que é importante que ele seja tratado aqui, e essa questão de transferir ou não será tratada no futuro”, continuou.

Emmanuel Gay, o neurocirurgião que toma conta do caso, afirmou que a segunda cirurgia foi tomada com o consentimento da familia de Michael Schumacher: “Como Payen falou, decidimos todos juntos, e falamos com a família, pois é uma decisão difícil de tomar. Decidimos evacuar esse hematoma, que estava situado na parte esquerda do cérebro. É diferente dos hematomas evacuados no primeiro dia, era um hematoma que estava no próprio cérebro, e todos os sinais mostravam que poderíamos fazer isso ontem. Decidimos também reduzir a pressão do cérebro durante essa operação”, continuou.

O exame mostrou que o hematoma foi evacuado corretamente e há uma melhora. Mas há outras lesões no cérebro, e eles mostram que essas lesões precisam continuar sendo monitorizadas e estamos a fazer isso hora a hora”, concluiu.

Gerard Saillant, também médico e amigo da família Schumacher, está consciente de que, apesar das melhoras, ainda esta em coma induzido e que tudo pode acontecer: “A família está consciente de que o seu estado é muito sensível e que tudo pode acontecer”. 

Entretanto, surgiram novos detalhes sobre o local e as circunstâncias do acidente. Testemunhas referiram ao site F1Today.com que Schumacher andou por uma rota não-marcada na estância de Meribel antes de cair e atingir fortemente uma pedra. "Quando chegamos ao local, o capacete estava dividido e você podia ver muito sangue", comentou uma testemunha, que afirmou que o alemão ficou consciente por alguns instantes, antes de entrar em coma. Também se fala que o alemão ia a mais de cem quilómetros por hora no momento do acidente, o que poderia explicar a sua violência.

Para além disso, as autoridades policiais da Albertville decidiram, ainda nesta segunda-feira, abrir um inquérito para determinar as circunstâncias do acidente. E também esta manhã, a assessora de imprensa, Sabine Kehm, confirmou que um jornalista, disfarçado de padre, tentou entrar no quarto de Schumacher, mas que foi impedido pelos seguranças do hospital. Por causa disso, essa foi reforçada, para evitar futuras invasões. 

O estado de saúde de Schumacher, visto por Gary Hartstein

Para quem acompanha o estado de saúde de Michael Schumacher, é sempre importante ir para além das noticias e dos "achismos" e ler - ou ouvir - a opinião de pessoal mais especializado. Neuro-cirurgiões, por exemplo. Desde o momento em que se soube do acidente e da gravidade do seu estado, uma das opiniões que surgiu no meio da maré foi o do Dr. Gary Hartstein, que entre 2005 e 2012 se tornou no médico oficial da Formula 1. Neurocirurgião de especialização, Hartstein esteve a ouvir atentamente a conferência de imprensa desta manhã, como toda a gente, e viu sinais positivos, que os expressou no seu blog pessoal.

Em suma, ele afirmou que a parte positiva foi que os médicos afastaram por agora a hipótese de uma segunda operação, que poderia acontecer devido à uma eventual persistente pressão intracraniana.

Após isso, ele deu uma ideia de o que é que os médicos estão a lidar na situação de Michael Schumacher: "Disseram-nos que Michael tem "uma lesão bilateral". Isso significa que o cérebro está afetado em ambos os hemisférios. Isso não me surpreende, pois foi um golpe duro. Que tipo de " lesões"? Apesar de não ter sido dito, podemos assumir um de três tipos. Em primeiro lugar, o próprio hematoma. O sangue acumulado teve de ser evacuado, e isso já foi feito, e Michael será examinado e verificado regularmente, a fim de detectar a formação de novos hematomas, ou uma reacumulação [de sangue] por parte do original.

Em seguida, estão as contusões. Estes são basicamente marcas pretas e azuis no cérebro. Eles são o resultado de um golpe duro, e consiste em áreas de inchaço e sangue que está escoou para fora dos vasos para os tecidos - como quando você bate seu braço. No cérebro, como noutros lugares do corpo, o sangue é absorvido, e os danos são curaveis. Contudo, por vezes deixam-se pequenas cavidades para trás.

O terceiro tipo de lesões são de nível microscópico. Eles consistem de danos para os pacotes de "cabos" (axónios) que ligam os grupos de células cerebrais. Este tipo de dano não é facilmente visível através de imagens padrão, mas é freqüentemente associada com os 'pobres resultados neurológicos'. Estas lesões não são tratadas especificamente, mas sim, eles são geridos por princípios básicos de cuidados intensivos - 'maximizar a felicidade cerebral e evitar a infelicidade cerebral'".

Vamos a ver. Amanhã está prevista uma nova conferência de imprensa sobre o estado de saúde do ex-piloto alemão.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

The End: Andy Granatelli (1923-2013)

Andy Granatelli, uma das lendas do automobilismo americano nos anos 60 e 70, morreu este domingo na sua casa de Santa Barbara, na California, devido a uma falha cardíaca. Tinha 90 anos. Dono de equipa e presidente da Scientificaly Treated Petroleum (STP), ajudou nas carreiras de pilotos como Bobby Unser, Mário Andretti - na IndyCar - e de Richard Petty, na NASCAR, para além de ter sido ele o cértebro por trás do carro a turbina, que apareceu nas 500 Milhas de Indianápolis de 1967.

Nascido a 18 de maio de 1923 em Dallas, no Texas, Granatelli começou a meter-se no automobilismo em 1946, quando ele e os seus dois irmãos, Vince e Joe, correram sob a equipa Grancor, embora sem resultados. Vince ainda tentou a sua sorte como piloto, em 1948, mas este acabou no muro, ficando com lesões nas pernas.

Granatelli volta a estar nas 500 Milhas a partir de meados dos anos 60, quando é contratado pela STP para ser o seu CEO, no sentido de promover os seus produtos junto do automobilismo. A STP era na altura controlada pela Studebaker, e as 500 Milhas era um excelente meio para promover os seus produtos. Granatelli aproveitou a ocasião com as duas mãos, e nessa altura comprou os motores Novi, potentes mais com historial de pouca fiabilidade. Com ele, veio um jovem piloto, chamado Bobby Unser, e teve ali os seus primeiros resultados.

Contudo, é em 1967 que dá realmente nas vistas quando aparece com o "carro-turbina". Guiado por Parnelli Jones, o automóvel foi a sensação da corrida e esteve prestes a vencer, quando a três voltas do fim, sofre uma falha de transmissão (na realidade, tinha-se partido uma peça que custava seis dólares...) e viu A.J. Foyt herdar uma vitória quase certa - e que seria histórica. No ano seguinte, volta à carga, desta vez aliado com Colin Chapman - que construiu o modelo Lotus 56 - mas a prova foi marcada de novo por azares e acidentes fatais, como a que sofreu Mike Spence, durante a qualificação. Na corrida, Joe Leonard esteve na frente por muito tempo, mas depois o carro sofreu uma falha mecânica na parte final da corrida.

Mas em 1969, pôde exorcizar o azar graças a Mário Andretti, que venceu aquele que foi a unica vez que ambas as personagens conseguiram estar no "Victory Lane" na Indianápolis Motor Speedway. Quando isso aconteceu, Granatelli foi ter com Andretti e mal ele desligou o carro, lhe deu um grande beijo na face, tornando-se numa das imagens mais icónicas da história da competição.

Granatelli continuou a explorar a sua equipa até 1973, ano em que se retirou, passando a ser patrocinador na Patrick Racing. Graças a isso, Gordon Johncock venceu duas edições das 500 Milhas, em 1973 e em 1982, nessa vez numa chegada em "photo-finish".

Por essa altura, Granatelli patrocinava Richard Petty, na NASCAR. A associação entre ele e o lendário corredor é das maiores da história, pois durou cerca de 30 anos. Contudo, este acordo quase não aconteceu devido a uma teimosia entre os dois: Petty sempre guiou os seus carros com cor azul, que ficou conhecido como "Azul Petty". Granatelli queria que ele mudasse para vermelho, a cor da marca, mas o piloto recusou. No final, chegou-se a um acordo, onde o carro seria pintado de azul e vermelho, e Granatelli lhe oferecia 50 mil dólares extra o acordo de 250 mil dólares, caso Petty alguma vez decidisse pintar o carro todo de vermelho. Depois dos sucessos nas pistas, ambos os lados decidiram que ele seria patrocinado pela marca enquanto se mantivesse em competição, algo que o fez até ao final da sua carreira, em 1992.

Retirado da competição, os seus feitos fizeram com que fosse incluído em 1992 na International Motor Sports Hall of Fame, em 2001 no Motorsports Hall of Fame of America, em 2011 na National Sprint Car Hall of Fame e em 2013 na National Midget Racing Hall of Fame, reconhecendo a sua inestimável contribuição no automobilismo americano na segunda metade do século XX. 

Ars longa, vita brevis.   

Schumacher: Estado da saúde é critico e inspira muitos cuidados

Michael Schumacher está em estado muito grave, depois de ter sido operado este domingo em Grenoble após ter sofrido uma violenta queda na estância de ski de Meribel. Os médicos do hospital universitário de Grenoble disseram que ele está num coma induzido, no sentido de reduzir o inchaço causado pela violenta queda que sofreu ontem de manhã.

Numa conferência de imprensa desta manhã, que teve a presença do Prof. Jean-Francois Payen, chefe do serviço de reanimação do Hospital Universitário de Grenoble, e do Dr. Gerard Saillant, médico e também amigo da família, os médicos afirmaram que o estado do ex-piloto alemão de 44 anos é critico e inspira muitos cuidados. Contudo, o coma é artificial e está num estado intermédio, no sentido de aliviar a pressão craniana. E ao contrário do que avançou esta manhã alguma imprensa franco-alemã, Schumacher foi só operado uma vez.

"Michael Schumacher teve um trauma muito sério. Estava num estado de agitação quando foi atendido, e rapidamente chegamos à conclusão de que estava numa situação critica, caindo rapidamente em coma. O tratamento neurológico foi urgente, no sentido de aliviar a pressão craniana. Infelizmente, ele têm algumas lesões cerebrais.", afirmou o Prof. Payen.

Para além disso, os médicos afirmaram que o impacto foi a alta velocidade e aconteceu do lado direito do seu crânio. E afirmam que sem qualquer tipo de dúvida, graças ao capacete que levava, ajudou-o a salvar-lhe a vida. "Podemos afirmar que está a lutar pela vida. Cremos que ele está em estado critico. Não poderemos fazer qualquer prognóstico por agora, apesar de estarmos a monitorizá-lo permanentemente. Sem o capacete, ele não estaria por aqui", continuou.

Os médicos esperam que o seu estado físico - Schumacher sempre foi um excelente atleta - o ajude na recuperação das lesões que sofreu. Uma nova conferência de imprensa está prevista para o final desta tarde.

Formula 1 em Cartoons: Forza Schumi (Pilotoons)

Não queria ir-me deitar sem colocar este desenho feito pelo Bruno Mantovani. #ForzaSchumi! Quero que chegue e passe os 45, que será a 3 de janeiro. 

E que ande muito tempo por aqui. É o que todos nós desejamos.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Noticias: Schumacher foi operado e está em coma

A terceira atualização deste domingo sobre o estado de saúde de Michael Schumacher fala que o hospital universitário de Grenoble comunicou de forma arrepiantemente suscinta, que o ex-piloto alemão de 44 anos foi operado esta tarde a uma hemorragia cerebral causada pelo traumatismo craniano sofrido esta manhã a estância de ski de Meribel, nos Alpes franceses. 

"O senhor Schumacher foi admitido no centro hospitalar universitário de Grenoble pelas 12:40, após um acidente sofrido no final desta manhã na estância de ski de Meribel. 

Ele sofreu um traumatismo craniano grave, tendo chegado em coma, e foi imediatamente sujeito a uma intrevenção cirurgica. 

O seu estado é critico.", termina o comunicado, assinado pelo neurocirurgião de serviço, o anestesista-chefe e o diretor-adjunto do hospital. Amanhã, pelas onze da manhã locais, haverá novo comunicado.

Entretanto, soube-se que Ross Brawn está em Grenoble, para acompanhar o estado de saúde do seu amigo, que trabalhou com ele nos tempos da Benetton, em 1994 e 95, e depois na Ferrari, a partir de 1997, até 2006, e depois na Mercedes, entre 2010 e 2012. Quem também está em Grenoble é o Dr. Bernard Saillant, cirurgião ortopédico e que operou o piloto alemão em 1999, após o seu acidente em Silverstone.

Apesar da gravidade da situação, poderá não ser tão grave assim. Nos seus tweets, o antigo médico da Formula 1, Dr. Gary Hartstein (@former_f1doc no Twitter) afirma que tudo isto poderá ser o resultado de um hematoma extradural, onde a principio, a pessoa recupera momentaneamente a consciência para, com o passar das horas, devido ao inchaço causado pelo hematoma, fazer mudar dramaticamente as condições de saúde do sujeito em questão. Daí que no caso de Schumacher, ele tenha ido logo para Grenoble e ser operado de imediato: alivio do hematoma. E para o fazer, teria de estar, no mínimo, em coma induzido, para minimizar a pressão.

E quanto à recuperação, Hartstein escreve no Twitter: "A qualidade da recuperação depende da gravidade do hematoma inicial, a amplitude de pressão causada pelo hematoma, a rapidez que [os cirurgiões] conseguirem drenar a ferida e a qualidade do serviço de cuidados intensivos". 

Esperemos que ele esteja certo. Até lá, é torcer pelo melhor para o alemão.

Atualização sobre o acidente de Michael Schumacher

As mais recentes novidades sobre o acidente que o ex-piloto alemão Michael Schumacher sofreu esta manhã na estância de ski de Meribel falam que ele foi transportado para o hospital universitário de Grenoble, para ser submetido a uma bateria de exames às lesões que teve na cabeça. Até agora, um comunicado oficial foi divulgado pela acessoria de imprensa do piloto, onde se fala que "pedimos a vossa compreensão, já que não podemos dar informação continua acerca de seu estado de saúde."

Entretanto, surgem rumores, especialmente vindo de um jornalista do Dauphiné-Libéré, de que o traumatismo é mais grave do que se julgava e que estado de saúde do alemão de 44 anos poderá ter piorado, fazendo com que os médicos tenham decidido colocá-lo sob cuidados intensivos. De qualquer modo, já está em Grenoble o médico Gerard Saillant, o cirurgião ortopedista que o operou em 1999, após o seu acidente em Silverstone, que está a acompanhar o procedimento dos médicos locais.

Quem tentou visitá-lo esta tarde foi o francês Olivier Panis, que é morador na cidade, mas foi barrado pelos médicos. “Não posso dizer muito. Não pudemos vê-lo nesta tarde. Voltarei amanhã”, começou por dizer aos jornalistas presentes no local. “Sei que sua família já chegou. Como sou daqui, quis vir para dizer-lhe algo, para relembrar os velhos tempos. Espero que esteja bem. É um bom amigo, um grande campeão, alguém muito querido na Formula 1”, completou o francês de 47 anos, que competiu na Ligier, BAR e Toyota.

Mais novidades, assim que existirem.

Noticias: Schumacher sofre acidente de ski nos Alpes franceses

A CNN anuncia esta tarde que o heptacampeão do mundo de Formula 1, Michael Schumacher, teve um acidente de ski este domingo de manhã, na estância de Meribel, nos Alpes Franceses. O ex-piloto, de 44 anos - fará 45 no próximo dia 3 de janeiro - escorregou e sofreu uma pancada na cabeça, tendo sido transportado para o hospital de Moutiers, ali perto.

"Ele foi evacuado para o hospital de Mouiters," disse Christophe Gernignon-Lecomte ao canal de televisão BFM. "Ele está em choque, mas está consciente. Poderá ter um traumatismo, mas não é grave", continuou. Schumacher estava a passar o fim de ano com a família na estância de ski nos Alpes franceses, e o facto de levar um capacete na cabeça, mais a rápida evacuação para o hospital evitou males maiores. 

Ainda não se sabe quanto tempo vai ficar no hospital, pois isso dependerá da quantidade de exames neurológicos que irá fazer. 

Schumacher está agora a gozar a sua segunda retirada da Formula 1 depois de um regresso em 2010, ao serviço da Mercedes, onde ao contrário do que se esperava, não foi tão bem sucedido. Apenas um pódio e uma volta mais rápida, ambos em 2012, num periodo onde ele andou no pelotão intermediário, frustrou os que ainda julgavam que o alemão poderia tentar um oitavo título mundial contra a geração mais nova. A sua melhor classificação geral foi em 2011, quando acabou o ano no oitavo posto, com 76 pontos.