sábado, 10 de novembro de 2012

WRC 2012 - Rali da Catalunha (Dia 2)

O segundo dia do Rali da Catalunha, agora a ser disputado em asfalto, trouxe ao de cima o melhor de Sebastien Löeb, que facilmente apanhou Mads Ostberg - apesar deste se ter despistado - e começou a se afastar da concorrência. Mas o começo não foi fácil para o piloto francês, num rali onde a chuva ainda marca presença.

As coisas começaram com Jari-Matti Latvala a partir para o ataque, quando venceu o primeiro troço do dia, conseguindo bater até Sebastien Löeb e aproximando-se do segundo lugar da geral, enquanto que Ostberg começava a perder alguma da liderança para o piloto francês, que tinha sido segundo na classificativa. Ameaçado, o norueguês tentou reagir, mas na oitava classificativa, sob piso molhado, despistou-se e perdeu quase 45 segundos, deixando que o piloto francês chegasse à liderança.

Tivemos a informação que a estrada estava seca em metade da sua extensão, mas a verdade é que essa informação se revelou errada. Colocámos pneus duros, e não foi preciso muito para sairmos de estrada, onde perdemos mais ou menos 40 segundos. Ainda por cima voltámos a bater numa barreira. Foi difícil e estou muito desapontado” disse Ostberg, depois da classificativa, aos microfones do World Rally Radio. Com isto, o noruguês caiu para o terceiro lugar.

A partir daqui, Löeb começou a afastar-se da concorrência, abrindo paulatinamente uma vantagem que Latvala tentava diminuir, mas sem sucesso. Com o passar do tempo, e com as classificativas da tarde, o francês conseguia ser suficientemente hábil para evitar as armadilhas e se consolidar na liderança. Jari-Matti Latvala era o segundo, e no final do dia a sua desvantagem era de 27 segundos sobre Löeb.

Atrás, Mads Ostberg perdia segundos atrás de segundos, devido a problemas ainda não diagnosticados no carro, no qual o norueguês suspeita ser devido a alguma peça do carro partida. “Não sei o que se passou, o carro está inguiável, ando mais de lado que para a frente”, referiu. Por causa desses problemas, Ostberg caiu para o quinto posto, sendo passado por Mikko Hirvonen e pelo estónio Ott Tanak.

Distante dos cinco primeiros, mas a fazer um grande rali, está o holandês Hans Weijs. Com o Citroen DS3 WRC que normalmente é pilotado por Nasser Al Attiyah, é um surpreendente sexto classificado, aproventando bem a hecatombe no meio do pelotão e não comentendo erros para estar nesse lugar, apesar de estar a nove minutos do primeiro classificado. Weijs roda isolado, pois o sétimo classificado, o irlandês Craig Breen, está com doze minutos de desvantagem sobre Loeb e três sobre Weijs, no seu Ford Fiesta S2000, agora que Sebastien Ogier se atrasou.

Nos restantes lugares pontuáveis, estão o russo Evgueny Novikov, que voltou à estrada em modo "Superrally", o finlandês Jarkko Nikara e o sueco Per-Gunnar Andersson, no seu Proton S2000. O rali da Catalunha termina amanhã.

Youtube Motorport Testing: as voltas de Alex Zanardi num BMW


O teste foi na quinta-feira, em Nurburgring, mas só esta sexta-feira é que a BMW disponiblizou o video do teste com Alessandro Zanardi, onde ele experimentou um BMW M3 do DTM, semelhante ao que deu o título ao canadiano Bruno Spengler

Pintado a ouro, para comemorar os seus títulos nos Jogos Paralimpicos, e especialmente adaptado para o piloto italiano, que perdeu ambas as pernas em 2001, no Lausitzring, pelos vistos não teve dificuldades em se adaptar ao carro, e também pelo sorriso, adorou a experiência.

Youtube Rally Crash: a recuperação de Denis Giraudet


Denis Giraudet é um dos veteranos dos ralis. Navegador de diversos pilotos como Didier Auriol, por exemplo, o francês de 56 anos está "fora de combate" desde agosto, quando um salto mal dado na Finlândia, quando navegava o russo Evgueny Novikov, o afetou nas costas, obrigando-o a ser operado por duas vezes e a encetar uma recuperação que pode durar cerca de seis meses.

A recuperação está a ser boa, mas ainda não estou bem. As coisas foram mais sérias do que pensávamos, e por isso tive de fazer duas operações complementares. Tenho feito ciclismo, natação, e a previsão aponta para uma recuperação de seis meses, por isso no Rali de Monte Carlo ainda é, talvez, demasiado cedo. Vamos ouvir o que dizem os médicos, pois confio neles a 100 por cento. Não vou fazer nada maluco. Sempre vou ajudando a minha família dos ralis como batedor, e logo se vê quando regressarei...”, referiu.

Deseja-se as melhoras de Giraudet, pois faz parte da "mobilia" dos ralis. Até lá, podemos ver o "sofrimento" que ele passou ao longo das duas últimas temporadas, quando tentou "domesticar" a rapidez selvagem do piloto russo Evgueny Novikov.

Noticias: Vijay Mallya vende parte do seu negócio

Esta sexta-feira, houve uma grande venda no mundo das bebidas: a Diageo pagou cerca de dois mil milhões de dólares para comprar 53,4 por cento da indiana United Breweries. Seria mais uma noticia normal, caso não parássemos para ler os pormenores. E ao parar para ver os pormenores, verão algo mais interessante: a United Breweries é a dona da Kingfisher, fundada pelo pai de Vijay Mallya e controlada por ele.

Mallya teve de vencer parte das jóias de família para a firma que controla, entre outras coisas, marcas como J&B e Johnny Walker. É certo que o mercado indiano está em expansão, mas o facto da sua Kingfisher Airlines estar à beira da falência e precisar de dinheiro liquido para pagar as contas, bem como injetar dinheiro fresco na sua amada Force India, fez com que tivesse necessidade de fazer esta operação.

E teve de ser: segundo conta Joe Saward no seu blog, a Kingfisher Airlines teve um prejuízo de 139 milhões de dólares no terceiro semestre do ano, e precisa de ter dinheiro fresco para reestruturar a ua companhia, pois caso contrário, no final do ano, as autoridades aeronáuticas indianas irão revogar a licença. Os seus aviões estão parados desde o inicio de outubro e claro, os seus trabalhadores estão com vários meses com salários em atraso. 

E claro, para a Force India, pode ser um alivio nos cofres, pois o seu outro sócio a Sahara, também anda com alguns problemas, pois terá de pagar cerca de 4.4 mil milhões de dólares de dividendos à autoridade bolsista indiana, sob pena de ter as suas acções congeladas na Bolsa de Mumbai, a capital comercial do subcontinente indiano. 

E tudo isso e muito mais justifica a razão pelo qual a equipa esteja a pedir cerca de vinte milhões de dólares pelo lugar que era de Nico Hulkenberg e agora está vago. Há quatro grandes candidatos: o brasileiro Bruno Senna, os franceses Jules Bianchi e Charles Pic e o alemão Adrian Sutil, que seria um regresso.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Vimeo Motorsport: A noite em Singapura



Este video é simplesmente belo. E tem uma parte dedicada às corridas, claro. Vi no WTF1.co.uk

WRC - Rali da Catalunha (Dia 1)

Este Rali da Catalunha, o último de 2012, marca também o final de uma era: a de Sebastien Loeb. Com o piloto francês a concluir aquele que vai ser a sua última temporada a tempo inteiro, as coisas poderão ter um toque nostálgico no lado do piloto francês de 38 anos. Mas não é por isso que deixa de ser profissional. Apenas vai ter maior consciência de que a sua carreira onde foi mais feliz está a chegar ao seu término.

Mas mesmo com esse sentimento de nostalgia, havia um rali para cumprir, em troços de asfalto e de terra, sendo um rali único neste campeonato. Com os concorrentes a terem de suportar uma chuva torrencial esta manhã, andaram com mais cautelas. Mas não impediram que alguns pilotos saíssem da pista, como o checo Martin Prokop, o espanhol Dani Sordo, o russo Evgueny Novikov e o australiano Chris Atkinson, entre outros.

Assim, o piloto que mais se adaptou a estas condições foi o norueguês Mads Ostberg, que abriu uma vantagem considerável nas primeiras classificativas, chegando a ter quase trinta segundos de vantagem sobre o estónio Ott Tanak, com Mikko Hirvonen e Sebastien Loeb não muito longe. O piloto francês pagou caro o facto de sair do 14º posto na ordem de saída, pois queria andar em troços mais usados. Afinal, a chuva estragou tudo e teve de usar maiores cautelas, pois os pisos ficaram escorregadios.

Na parte da tarde, Loeb encetou uma recuperação, depois de ter vencido a primeira especial da tarde, a de Terra Alta. Com isto, subiu ao segundo posto, enquanto que Jari-Matti Latvala não se fez rogado e também fez um bom tempo e passou para o terceiro posto. Quanto a Tanak, perdeu quase um minuto e caiu para o quinto lugar.

E esta foi uma altura complicada para circular: Novikov saiu de estrada, Atkinson terminou o seu rali com problemas de diferencial. Em contraste, o finlandês Jarkko Nikara, no seu mini JCW WRC, chegou a rodar no sexto lugar, mas teve problemas com um furo e caiu para o nono lugar. Quem beneficiou com tudo isto foi Sebastien Ogier, que pulou para o sexto lugar, seguido por Craig Breen, no seu Ford Fiesta S2000. No oitavo posto está Hans Weijs, que corre no Citroen DS3 normalmente usado por Nasser al Attiyah, e a fechar os pontos, está o Proton de Per-Gunnar Andersson.

O Rali da Catalunha continua amanhã.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Noticias: Zanardi fez um teste com um BMW de DTM

E hoje era um dia esperado em Nurburgring. Alex Zanardi teve por fim o seu teste a bordo de um BMW de DTM. Ao todo foram 32 voltas no circuito alemão, a bordo de um BMW M3 DTM, semelhante ao que Bruno Spengler usou nesta temporada para conseguir o seu campeonato.

De cor dourada, e com o símbolo dos Jogos Paralimpicos, para comemorar as suas medalhas alcançadas pelo italiano em Londres, Zanardi fez o que tinha a fazer num carro especialmente adaptado para a sua condução, e no final estava visivelmente satisfeito com esta oportunidade: 

Estou muito contente por me ter sido dada esta oportunidade de guiar o BMW. É um dia muito especial para mim, que sempre irei recordar. Agradeço profundamente a todos os que trabalharam para me proporcionar este momento.”, referiu Zanardi ao Autosport inglês.

Apesar desta oportunidade, muito provavelmente isto pode não significar um regresso aos automóveis, dado que ele já tem 46 anos e provavelmente já está a pensar na reforma. Mas no caso de Zanardi, tudo é possivel.

Félix da Costa falou sobre a sua experiência na Red Bull

Passados os dois dias de testes em Abu Dhabi, o piloto português António Félix da Costa falou esta tarde, numa extensa entrevista à Autosport portuguesa, sobre o fim de semana que teve em Abu Dhabi, os testes e a sua adaptação à família da Red Bull, bem como a Mark Webber e a Sebastian Vettel: “Já conhecia várias pessoas da Red Bull, pois desde o teste aerodinâmico, o Road Show na Coreia, ou as outras duas vezes que guiei um Red Bull fui conhecendo pessoas. Mas quem foi o meu cicerone em Abu Dhabi foi mesmo o Sébastien Buémi, terceiro piloto da equipa, e uma excelente pessoa que muito me ajudou nestes dias”, começou por dizer.

A Red Bull é mesmo uma equipa diferente no seio da Fórmula 1, pois existe um ambiente muito bom, descontraído, uma mentalidade jovem, nota-se um espírito diferente doutras equipas. Logo na quinta-feira estive com o Mark Webber e o Sebastian Vettel. O Mark já conhecia pois é manager do meu adversário na GP3 Series, o Mitch Evans. Por vezes falava comigo na brincadeira a dizer-me para andar mais devagar e deixar o piloto dele ganhar...

Já o Vettel, inicialmente pareceu-me algo antipático, pois pouco falou, só que depois de uma reunião onde estive presente, percebi que ele não me reconheceu logo. Depois disso veio ter comigo, pediu desculpa e disse-me que só me conhecia pelo capacete. Deu-me os parabéns pelo meu grande final de época, e revelou que o Dr. Helmut Marko está muito contente comigo, e colocou-se à disposição para qualquer coisa que precisasse. Não tinha essa ideia dele, e gostei da atitude”, referiu.

E o piloto português ainda conta uma historieta de Abu Dhabi: “No final de um dos treinos, falei com o Vettel, e sem dizer se achava se era melhor ou pior, dizia o que via dele e dos outros pilotos, para que ele soubesse o que estava a fazer comparativamente aos adversários, as diferentes linhas de abordagem, etc. Depois disso, fomos para o briefing, e aí passou-se uma história muito curiosa... Por acaso acabei por me sentar entre o Schumacher e o Vettel, e enquanto ouvíamos, comecei a sentir o Schumacher a bater-me na perna, na brincadeira. Fiquei aflito pois era o Schumacher ali ao meu lado, mas depois ele olhou, viu que era eu e riu-se, desculpando-se a dizer que pensava que era o Vettel. Foi engraçado!”, concluiu.

Antes de poder entrar no carro da Red Bull, Felix da Costa teve pelo menos três dias no simulador da marca na fábrica, onde esteve exaustivamente a trabalhar nos aspectos do "carro": “Fui para o simulador ainda na Grã-Bretanha durante três dias inteiros, das nove da manhã às cinco da tarde, parando para almoçar. Ali simula-se tudo e mais alguma coisa, desde a pista, que já conhecia, ao tipo de pneus, pontos de travagem, caixa de velocidades, KERS, simulam-se falhas no carro, arranques, sendo tudo muito real até certo ponto, claro...

E graças às sessões no simulador, mais a sua experiência no carro da World Series by Renault (WSR) Felix da Costa teve uma adaptação rápida ao carro da Red Bull em Abu Dhabi: “Fiz o meu melhor registo dos dois dias logo ao cabo de 15 voltas e isso prova que me adaptei depressa. Até em termos físicos, foi muito melhor do que estava à espera. Fiquei a saber também que o Formula Renault 3.5 é um excelente treino para o Red Bull RB8, pois o WSR deste ano é bem melhor que o de 2011 e existem curvas que, por exemplo o WSR faz em 4,5G, o que não fica longe do F1, que faz 5,0G em zonas iguais. Claro que em mudanças de direção, travagem e aceleração não tem comparação, mas o melhor treino foi mesmo o WSR, ajudou muito.”, afirmou.

Quanto aos testes em si, apesar de não poder falar pelas outras equipas, Felix da costa afirmou que havia um plano delineado e o essencial não era fazer um tempo canhão. “Não sabemos muito bem quais foram os programas de trabalho das outras equipas, mas tendo em conta que fizemos tempos parecidos, nós e a McLaren, presumo que tenham testado em condições semelhantes a nós. Por exemplo, o mapa de motor estava de longe do máximo em termos de potencialidades, já que isto era só um teste em que o objetivo principal era testar a aerodinâmica e alguns componentes mecânicos. Quando testei com a Force India o objetivo foi alcançar tempos, e tudo foi feito nesse sentido, mas neste caso não, já que procurei cumprir o programa delineado pela equipa. Recordo que faltam ainda duas corridas para o final do campeonato, e a Red Bull está a lutar pelos títulos, pelo que nesse aspeto, nada pode falhar.”, declarou.

Contudo, reconhece que houve uma oportunidade para tal, que apenas não aconteceu devido a um problema eletrónico no carro: “Houve tempo para realizarmos um tempo ‘canhão’, mas por azar um pequeno problema eletrónico impediu-nos de ir buscar aquele segundo que tinha feito uma boa diferença. De qualquer forma, a equipa tem a telemetria e ficaram contentes com o trabalho...”, afirmou.

Quanto aos seus planos para o futuro, o piloto português abriu um pouco o jogo: “Não sei ainda muito bem como vai ser em 2013, pois não está garantido que faça mais um ano da World Series, embora essa seja uma situação provável. Era o que gostava, pois o carro é ótimo e o campeonato muito giro, e se a isso fosse possível juntar as sextas feiras de Fórmula 1 ainda melhor, pois penso que é importante ter um pezinho na Formula 1." começou por dizer.

"Se posso ser competitivo na Fórmula 1? Só depende de mim e as coisas são simples. Se repetir a WSR só tenho que acelerar e se tiver um ano bom, vou para a Formula 1, se não, não vou. Depende como correr o ano na WSR, onde, caso dispute o campeonato, tenho de apontar para o título. Mas não sei ainda, veremos...”.

Mas por agora, o piloto de Cascais ruma a Macau, onde vai disputar o Grande Prémio de Formula 3, tentando alcançar a vitória. “Já mudei o chip e vou lá para ganhar embora saiba que é mesmo muito difícil. Mas vou tentar...”, concluiu. 

Novidades sobre o Rali de Portugal de 2013

A edição online da Autosport portuguesa fala hoje de que os organizadores do Rali de Portugal encontram-se hoje na Catalunha, para falar com os representantes da FIA, no sentido de apresentar os planos para o Rali de Portugal de 2013, que acontecerá entre os sias 11 e 14 de abril de 2013. E nos planos dos organizadores, passa por uma primeira etapa onde acabará em Lisboa, em vez da concentração no Algarve, com tem acontecido nos anos anteriores.

Caso a FIA dê a luz verde a este plano, irá significar que no primeiro dia, 11 de abril (quinta-feira à noite) o rali partirá simbolicamente do Algarve - provavelmente Vilamoura - e andará na sexta-feira por troços como Mú e Ourique, com chegada a Lisboa. No dia seguinte, sábado,os concorrentes irão disputar duplas passagens pelas especiais de Santana da Serra (31 Km), Vascão (25,2 km) e Loulé (22,5 km). No último dia - domingo, 14 de abril - os concorrentes farão uma dupla passagem por Almodôvar, com 52 Km - a segunda passagem será a “Power Stage” - para além da classificativa de Silves, com 21 Km.

A organização afirma ainda que está a negociar a repetição do Fafe World Rally Stage, que foi feito este ano com enorme sucesso popular, mas quer a organização, quer a autarquia, afirmam que tal só acontecerá caso as equipas manifestem interesse em participar nesse evento. 


Noticias: Motorsport Itália à beira da falência

No dia em que começa o último rali da temporada de 2012, na Catalunha, há noticias de que a Motorsport Itália poderá estar à beira da extinção. A equipa decidiu colocar à venda esta semana os seus quatro Mini JCW WRC, bem como os nove Mitsubishi Lancer EVO X que foram usados em 2010 para o Pirelli Star Driver, carros que foram guiados por pilotos como Ott Tanak e Haydon Paddon.

Fontes próximas da marca afirmam que apesar do futuro estar assegurado até ao fim do ano, as coisas não poderão acontecer em 2013, logo, têm "via verde" para procurar outros empregos na área. Para além disso, um dos seus pilotos, o brasileiro Paulo Nobre, ira´colocar a sua carreira de ralis de lado para tentar a sua sorte como presidente do seu clube favorito, o Palmeiras.

Isto tudo acontece como consequência do fracasso da operação da Motorsport Itália em ser a preparadora oficial da Mini, no lugar da Prodrive, quando esta decidiu terminar a ligação com a marca de Banbury, no inicio do ano, devido a dificuldades para homologar o carro na FIA, situação que foi resolvida com a criação da Mini Team Portugal.

Caso o pior aconteça, isso pode colocar no desemprego o australiano Chris Atkinson, que apareceu no meio da temporada em substituição do português Armindo Araujo.

5ª Coluna: Kimi Raikkonen, the Dude

Há muitos anos, vi na casa do meu melhor amigo o DVD de um filme dos irmãos Coen chamado "O Grande Lebowsky", com Jeff Bridges no principal papel. Bridges encarnava Jeff Lebowsky, um desempregado que ficava na sua vidinha sem interesse quando duas pessoas entraram pela casa adentro e lhe espancaram, devido a uma dívida por pagar. O problema é que esses senhores foram espancar... a pessoa errada, também chamada de Jeff Lebowsky, e urinam para o seu tapete de estimação, fazendo com que ele - que prefere ser tratado por "The Dude" - vá à procura do outro Lebowsky para pedir compensação pelos estragos. E a partir dali começa uma história que tem momentos insanes e surrealistas, tipicos dos irmãos Coen.

O que este filme tem a ver com a Formula 1? Simples: porque a atitude que Jeff Lebowsky tem com a vida me faz lembrar Kimi Raikkonen. Está na sua e não quer que ninguém o incomode. Estando ele na sua, faz o seu trabalho, e por vezes, acaba a vencer corridas, como aconteceu em Abu Dhabi, este domingo. 

E assim começa a minha crónica semanal, a 5ª Coluna, que a partir de hoje será publicada no blog Formula 1 Portugal. Para saber a razão porque uso uma das grandes personagens da história recente do cinema, vão até lá e leiam o resto, onde ainda há referências a Niki Lauda e a James Hunt. Podem ir por aqui.

GP Memória - Austrália 1992

Duas semanas depois de Riccardo Patrese ter vencido no Japão, máquinas e pilotos rumavam ao circuito australiano de Adelaide, que seria o palco do GP da Austrália, a prova final de um campeonato onde a Williams dominou tudo e todos, e onde Nigel Mansell, por fim, tinha conseguido o tão desejado titulo mundial. Mas nessa última corrida do ano, iria ser também a última corrida de Mansell na Formula 1, dado que ia correr para os Estados Unidos, descontente com o facto da Williams ter contratado Alain Prost para a temporada seguinte.

E também poderia ser a última corrida para Ayrton Senna, que descontente com o carro que tinha na McLaren, e com a Honda a abandonar a competição, parecia que iria ter uma batalha perdida em 1993, pois já se sabia que Alain Prost iria regressar à Formula 1 como o natural favorito à vitória na competição. E assim, já pensava fazer a mesma coisa que Prost: um ano sabático.

Sem alterações no pelotão, no final das duas sessões de qualificação, Nigel Mansell foi o melhor, seguido do McLaren de Ayrton Senna. Riccardo Patrese era o terceiro, seguido pelo segundo McLaren de Gerhard Berger. Michael Schumacher era o quinto, seguido pelo Ferrari de Jean Alesi. Andrea de Cesaris, no seu Tyrrell-Ilmor, era o sétimo, mostrando a boa forma da equipa neste final de temporada, na frente do segundo Benetton de Martin Brundle. E a fechar o "top ten" estava o Ligier de Eric Comas e o Lotus de Mika Hakkinen.

A corrida começou com Senna e Mansell na frente, e cedo, ambos os pilotos se distanciavam do resto do pelotão. Atrás, houve confusão quando Pierluigi Martini (Minardi), Olivier Grouillard (Tyrrell) e Michele Alboreto (Footwork-Arrows) se envolveram numa carambola, colocando os três carros fora de combate e um quarto ao retardador, quando Mauricio Gugelmin passou por cima de destroços que fizeram cortar o cabo de um dos travões. Isso viu-se na sétima volta, quando o piloto brasileiro ficou sem travões e bateu forte no muro. Felizmente, sem consequências.

Na frente, Mansell e Senna batiam-se pela liderança, até que no final da 17ª volta, o brasileiro travou tarde demais no gancho anterior à meta e tocou na traseira do Williams, colocando ambos os pilotos fora de combate e dando a liderança a Riccardo Patrese. Contudo, o italiano - que também estava na última corrida pela Williams - estava a ser assediado por Gerhard Berger, que também na sua última corrida pela McLaren. A meio da corrida, Berger colocou pneus novos e caiu para o terceiro lugar, atrás de Michael Schumacher.

Patrese parecia estar mais tranquilo na liderança, mas na 51ª volta, Patrese tem problemas de motor e encosta à berma, cedendo a liderança para Berger, que tinha entretanto passado Schumacher. Atrás, Brundle era terceiro, com Alesi relativamente atrás dele.

No final, Berger conseguiu a sua segunda vitória da temporada, na frente dois dois Benetton de Schumacher e Brundle. Jean Alesi foi quarto, no seu Ferrari, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Ligier de Thierry Boutsen e o Jordan-Yamaha de Stefano Modena. Para estes dois, seria a última vez que chegariam aos pontos, e para Modena, seria a sua última corrida na Formula 1.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Youtube Onboard: Está a arder? Não importa...


Não, não é nenhum "Ghynkhana", na realidade foi uma prova de Rallycross em Las Vegas, envolvida no SEMA Autoshow, o mais importante dos Estados Unidos. Ken Block, ao volante do seu Ford Fiesta WRC numero 43, esteve na briga pela vitória com Tanner Foust, mas teve de abandonar a meio da corrida devido a um incêndio no seu carro. 

Contudo, ele só encostou o carro depois das chamas irromperem pelo cockpit e fazer arder a sua centralina, e isso aconteceu á sétima volta, depois do fumo ter aparecido no inicio da corrida. E as imagens foram captadas pela câmara "onboard" que ele tem no carro.

Detalhe final: as chamas foram apagadas com um jato certeiro do seu extintor...

Rookie Test: Felix da Costa o mais rápido no segundo dia

Se no primeiro dia, Kevin Magnussen foi o mais veloz, hoje foi a vez de António Félix da Costa liderar a tabela de tempos, no seu segundo - e último dia - de trabalho com o Red Bull RB8. O piloto português marcou em Abu Dhabi o tempo de 1.42,679 segundos, mais de meio segundo superior ao McLaren de Oliver Turvey, e 739 centésimos mais veloz do que o Lotus do italiano Edoardo Mortara, atualmente companheiro de Filipe Albuquerque no DTM. 

Apesar de querer ter marcado tempos, o dia de trabalho do piloto português foi cheio: de manhã, testes aerodinâmicos, enquanto que à tarde, dedicou-se a várias experiências no campo do comportamento dos pneus, bem como à experimentação de alguns componentes instalados no carro normalmente usado por Mark Webber

No final deste dia de testes em Abu Dhabi, o piloto de Cascais afirmou: “Foi mais um ótimo dia. Efetuámos muitos quilómetros, o que é bom para mim e para a equipa. Num dia como o de hoje, com condições perfeitas para testar, e quando faltam disputar apenas dois Grandes Prémios para o final do campeonato, julgo que a equipa deve aproveitar ao máximo e nestes dois dias foi isso mesmo que fizemos. Foi uma ótima experiência para mim e queria agradecer a toda a equipa pela ajuda, espero também ter ajudado a Red Bull Racing nestes dois dias. Agora é tempo de me concentrar no futuro, que provavelmente passará por uma época inteira na World Series by Renault 3.5 em 2013.

Para além de Félix da Costa, Turvey e Mortara, estiveram presentes neste dia o britânico Gary Paffet, num McLaren, o Sauber de Esteban Gutierrez, o Toro Rosso de Johnny Ceccoto Jr, e o Caterham de Gierdo van der Garde. O último dia de testes em Abu Dhabi acontecerá amanhã.

Depois dos testes, Félix da Costa vai se concentrar na preparação do GP de Macau de Formula 3, no qual vai correr ao serviço da equipa Carlin.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

A dança das cadeiras para 2013

A "silly season" na Formula 1 é sempre muito forte, e claro, a dança das cadeiras entre temporadas também. Ainda mais, neste 2013 que ameaça ser ainda mais louca do que nos anos anteriores, dada a quantidade de vagas disponíveis, a partir da Sauber para baixo, já que das "quatro grandes" (Red Bull, McLaren, Ferrari e Mercedes) está tudo decidido. E mesmo que na Lotus, haja dúvidas no caso de Romain Grosejean, é uma questão de tempo até a equipa de Enstone confirmar para mais uma temporada.

É a partir da equipa situada em Hinwill, na Suiça, que as coisas começam a "piar mais fino". Depois de terem confirmado na semana passada a estadia de Nico Hulkenberg, o segundo lugar parece ser uma questão de tempo, até que caia nas mãos de Esteban Gutierrez, o mexicano que foi terceiro piloto da Sauber e é apoiado pelas mesmas formas de Carlos Slim, e que, claro, apoiou o seu compatriota Sergio Perez. Mas o japonês Kamui Kobayashi pode não estar totalmente descartado, pois se pode não ter muito dinheiro, está procurando apoios no Japão para poder manter o lugar em 2013, ou caso isso não aconteça, procure outra equipa para continuar a correr na categoria máxima do automobilismo.

Na Williams, podemos estar a assistir a um braço de ferro entre Frank Williams e Christian Wolff. O motivo: a segunda vaga da equipa. Frank Williams está satisfeito com as prestações de Bruno Senna, apesar de este ser menos veloz do que Pastor Maldonado, principalmente nas qualificações. Mas o facto de colocar o carro mais vezes na zona de pontos do que o piloto venezuelano pode ter pesar na mente do "Tio Frank" para que fique em 2013.

O que pode contrariar as noticias sobre a saida de Bruno Senna, postas a circular na semana passada e dadas como "certas". E a vontade de Christian "Toto" Wolff, que quer colocar o seu protegido, o finlandês Valtteri Bottas, a correr na próxima temporada. Bottas está a fazer a grande maioria das primeiras sessões de sexta-feira no carro de Bruno Senna, com bons resultados, e a mostrar o seu potencial como piloto, e Wolff quer colocá-lo no carro, deixando de lado o estigma da Williams ser uma equipa "pagante". A tensão eleva-se a cada dia que passa, e alguns dos patrocinadores de Bruno poderão reforçar a sua carteira.

E é bom que reforcem, porque caso a hipótese Williams caia por terra, Bruno terá de procurar outras alternativas. A Force India é a mais provável, pois tem motores Mercedes e um lugar vago, com a saída de Nico Hulkenberg para a Sauber. Com Vijay Mallya em maus lençóis na India, e tentando vender algum do seu império para pagar as contas, resultantes do buraco sem fundo que se tornou a sua companhia aérea. Fala-se em 20 milhões de euros para o lugar e o leilão envolve Bruno Senna, Adrian Sutil - sim, ele pode voltar - o francês Jules Bianchi, que tem a Ferrari por trás e claro, o japonês Kamui Kobayashi.

No lado da Marussia, as coisas estão a melhorar em 2012. O 12º lugar de Timo Glock em Singapura fez com que conseguissem o famigerado décimo lugar no campeonato de Construtores, o que dará mais vinte milhões de dólares no orçamento do ano que vêm. Mas a equipa teve prejuízos e precisa de um piloto pagante. A grande aposta é o britânico Max Chilton, que pode ter algum talento - esteve na GP2 este ano - mas está cheio de dinheiro da AON, firma britânica cujo presidente é o seu pai. Fala-se que Chilton sénior quer comprar uma parte da equipa de Formula 1 e está disposto a investir até 50 milhões de euros, para ter o filho na categoria máxima do automobilismo.

Mas a Marussia não quer abdicar de Charles Pic, que poderá ter um reforço no patrocínio por parte da Total. É que o piloto francês está a fazer uma temporada de estreia razoável e ele é visto como uma alternativa a Romain Grosjean, caso ele não consiga controlar os seus impulsos para controlar a sua condução em 2013. E como ele tem como patrão a Genii, do Gerard Lopez, pode ser uma mais-valia no futuro. E claro, caso a Marussia queira ficar com os dois, pode significar que Timo Glock perca o lugar.

A Caterham pode estar a desiludir em 2012, correndo o risco de perder o décimo lugar nos construtores em 2013, e podendo assim "leiloar" o segundo lugar, ou até os dois lugares para essa temporada. O holandês Gierdo van der Garde, atual terceiro piloto da marca e financiado com o dinheiro da McGregor, firma de roupas propriedade do seu... sogro, é o candidato à vaga, já que Vitaly Petrov parece ter dificuldades em encontrar dinheiro para continuar na marca por mais uma temporada.

Contudo, a equipa de Tony Fernandes pode ter boas noticias no futuro. Esta segunda-feira, em Paris, a Caterham e a Renault anunciaram um acordo para que a pequena firma de carros leves desenvolva e produza o novo Alpine A110. Com Carlos Ghosn, Tony Fernandes e Arnaud Montebourg (ministro da Produtividade do governo Hollande) presentes, ainda não se sabe bem se este acordo é só para o seu departamento automóvel ou se Tony Fernandes conseguiu mais alguma coisa para o seu departamento de competição, como por exemplo, as mais recentes evoluções do motor Renault.

Caso a segunda hipótese seja verdadeira, isso provavelmente funcionaria a partir de 2014, com o novo motor Turbo que a marca está a preparar desde 2010. Se tiver prioridade em relação à Red Bull, Renault e Lotus, isto pode fazer com que este seja um lugar muito procurado. Para Bruno Senna, pode ser um bom lugar em 2013, caso Williams e Force India falhem.

A HRT é uma grande incógnita para 2013. Parece ter assegurada a sua sobrevivência por agora, mas não se sabe bem com que pilotos irá correr. Parece que Pedro de La Rosa está para ficar mais uma temporada, mas hoje surgiram noticias da China, onde se afirma que Ma Qinghua, um dos dois terceiros pilotos presentes nesta temporada, a par de Dani Clos, poderá ser piloto oficial, no lugar de Narain Kathikeyan. A noticia foi prontamente desmentida, mas parece que é uma questão de tempo até que as coisas poderão acontecer. 

Em suma, as coisas estão longe de estarem definidas, e isto tudo tende a dominar as noticias no inverno europeu que aí vêm.

Rookie Test: Magnussen o melhor, Felix da Costa segundo

Começou hoje em Abu Dhabi o "Rookie Test" que a Formula 1 tinha marcado para esta altura, e que serve para dar a alguns jovens pilotos uma oportunidade de demonstrar as suas capacidades ao volante de um Formula 1.

O primeiro dia de testes mostrou dois pilotos claramente na frente de todo o resto: o dinamarquês Kevin Magnussen e o português António Félix da Costa. O filho de Jan Magnussen foi o mais veloz nas duas sessões de treinos, ao volante do seu McLaren, com Félix da Costa a ficar bem perto, a 66 centésimos, ao volante do seu Red Bull. Durante a manhã, foi mais do mesmo, mas o piloto português ficou a pouco mais de cem centésimos do dinamarquês.

O dia de Felix da Costa foi basicamente este: uma parte da manhã em que teve rédea livre para rodar, para se adaptar ao monolugar, onde conseguiu o registo de 1.42,717 segundos, com pneus médios. Esse tempo teria sido um pouco mais lento do que o conseguido por Sebastian Vettel na terceira sessão de treinos livres (1.42,614). Na parte da tarde, iniciou uma fase em que passou a testar vários componentes aerodinâmicos do Red Bull RB8, mas ainda assim realizou um tempo de 1.43,3 segundos com pneus usados.

No final do primeiro dia, Felix da Costa afirmou na sua página oficial: “Foi a primeira vez que guiei o Red Bull RB8 num teste oficial, com pneus iguais aos que se usam na Formula 1, num circuito a sério e… Wow! No início talvez estivesse um pouco ansioso, mas em última analise, os pedais e o volante estão no sítio do costume. Há muito para aprender, principalmente com todos os botões no volante, mas depois de uma ou duas sessões já me senti confortável com tudo isso. Acho que tivemos um bom dia”.

No lado da McLaren, Magnussen rodou por 80 voltas - 40 por cada sessão - antes de entregar o carro a Gary Paffett, que fez mais voltas, mas nao conseguiu grandes tempos de registo. Ficou com o terceiro melhor tempo na sessão da tarde, à frente do Sauber de Robin Frijns e do Lotus de Nicolas Prost. O brasileiro Luiz Razia, no Toro Rosso, e o holandês Gierdo Van der Garde, no seu Caterham, marcaram tempos.

A sessão de estes continua amanhã.

Rumor do dia: um chinês na Formula 1?

Segundo noticias vindas a público esta terça-feira para os lados de Pequim e referidas pelo jornalista Joe Saward, o chinês Ma Quinghua poderá ser piloto oficial da HRT para a temporada de 2013. A equipa de Madrid, liderada por Luis Perez-Sala não confirma tais noticias, mas também não as desmente. Caso seja verdade, isto significa que a Formula 1 terá pela primeira vez um piloto chinês a participar em corridas.

Nascido do dia de Natal de 1987 em Xangai, começou a correr em monolugares em 2005 na Asian Formula Renault Challenge, para depois ter uma paticipação na equipa chinesa de A1GP. Em 2008, vai para a Espanha, onde ao serviço da Team West-Tec, foi sétimo classificado, com dois pódios. No ano seguinte, vai correr na Formula 3 britânica, pela National Class, e em 2010 participa na Superleague Formula. No ano passado, participou na campeonato chinês de Turismos, onde foi campeão da classe 1600 cc, a bordo de um Hyundai.  

Este ano, conseguiu um lugar como um dos dois terceiros pilotos que a HRT tem, a par do espanhol Dani Clos. E foi em Monza que começou a participar numa sessão de treinos livres, algo que prolongou em Singapura e Abu Dhabi. 

A ser verdade esta noticia, isto significa que um dos pilotos atualmente presentes, o espanhol Pedro de la Rosa ou o indiano Narain Karthikeyan, terá de procurar novo lugar na próxima temporada. 

Noticias: Frijns recusou Red Bull... duas vezes

Robin Frijns é um dos pilotos em destaque no teste de jovens pilotos que começou hoje em Abu Dhabi. Aos 21 anos e no final da sua terceira temporada em monolugares, o piloto holandês parece ter fome de titulos, depois de ter conseguido a Formula Renault 2.0 em 2011, conseguiu este ano vencer a World Series by Renault, batendo o francês Jules Bianchi.

As prestações de Frijns valeram-lhe uma oferta para ser o terceiro piloto da Sauber em 2013, bem como este lugar no "Rookie Test" de Abu Dhabi, que começou hoje. O holandês terá dois dias para testar no Sauber e mais um dia num Red Bull, como recompensa pela conquista do título. Sim, porque se fosse de outra forma... teria recusado. Isto porque conta hoje numa entrevista publicada no jornal holandês "De Telegraaf" que recusou não uma, mas... duas ofertas para fazer parte do programa de jovens pilotos da Red Bull.

"Disse duas vezes 'não' à Red Bull. Conheço as suas manhas", começou por afirmar Frijns. "Não podes decidir o que queres fazer e se não fazes o que querem, estás fora. Tratam-te como um cão", continuou. 

O piloto holandês afirma que a forma de trabalhar da Red Bull não é o seu estilo: "Na minha carreira sempre tomei a minhas próprias decisões e quero continuar a fazê-las. Quero ter ao meu redor gente que cre no que faço e por isso, decidi que a Red Bull no era para mím, apesar de ter melhor palmarés que Sebastian Vettel antes de ele ser um nome na Formula 1", conclui. 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Uma pequena novidade

Como disse no passado sábado, comecei a colaborar para o blog da Formula 1 Portugal, e a minha colaboração - cujo mais recente post é sobre a câmara a 360 graus que colocaram no Red Bull de Sebastian Buemi - ganhou relevância a partir desta semana, porque vou transferir para lá a 5ª Coluna, minha habitual coluna de opinião no blog.

De uma certa maneira, cumpre-se o objetivo inicial dessa coluna de opinião, que foi feita para expressar as minhas visões do automobilismo, noutros sítios, de forma semanal. As minhas colunas na revista Speed e no site Nobres do Grid continuam, pois estes são apenas colaborações mensais.

E já vos posso dizer o que vou falar na quinta-feira: será sobre Kimi Raikkonen. É um assunto inevitável e incontornável.

Noticias: Robert Kubica vai fazer dois ralis em novembro

O piloto polaco Robert Kubica vai fazer dois ralis este mês, um em Itália e outro em França, a bordo de um Citroen C4 WRC, semelhante ao que Sebastien Löeb guiou até à temporada de 2010. Segundo a edição de hoje do jornal britânico The Guardian, Kubica, de 27 anos, vai correr primeiro o Rally di Como, entre 15 a 17 de novembro, para na semana que vêm estar no Rally du Var.

"Mal posso esperar por guiar um carro tão veloz e tão bem sucedido como o C4 WRC" começou por afirmar o piloto polaco. "Os ralis são das minhas modalidades favoritas no automobilismo", continuou.

Kubica está ainda em processo de recuperação da sua mobilidade após o grave acidente que sofreu em fevereiro de 2011 no rally Ronda di Andora, onde ficou gravemente ferido no seu braço e perna direitos, devido à intrusão de um "guard-rail" no seu Skoda Fabia S2000. Começou a correr em alguns ralis desde setembro, do qual já venceu dois ralis em Itália. 

E apesar de muitos afirmarem que não vai voltar mais à Formula 1, mesmo a nível competitivo, Kubica continua a fazer os exercícios necessários para tentar um regresso a um carro, que pretende que aconteça em 2014.

domingo, 4 de novembro de 2012

Viu a corrida, mas perdeu o exame

Contado, ninguém acredita. Mas aconteceu. Uma das histórias do dia no Brasil foi que uma menina de 18 anos perdeu o seu exame final de ensino médio, conhecido pela sigla ENEM, porque o seu pai lhe esqueceu de a levar para a escola. O motivo? Ele estava a ver o Grande Prémio de Abu Dhabi.

A história é contada pelo site G1, da Rede Globo. Em Vilhena, no estado da Rondónia, a jovem Carolina Weiber, de 18 anos, tinha de fazer hoje o exame para poder tentar a sua sorte no curso de engenharia de produção agroindustrial. Era a terceira vez que ia tentar a sua sorte, mas como o seu pai, em vez de a levar para a escola, decidiu ficar mais alguns minutos para ver se Sebastian Vettel iria ou não apanhar Fernando Alonso ou se Kimi Raikkonen iria dar à Lotus a sua primeira vitória em 25 anos.

Resultado: a entrada na universidade ficou adiada por mais um ano. “Não acredito que eu perdi a prova. Estudei tanto para poder fazer a redação e agora todo o esforço foi perdido, jogado no lixo”, diz a jovem. “Agora vou ter que esperar para poder fazer o ENEM no ano que vem, pois não tenho condição de pagar uma faculdade, ainda mais no curso de engenharia de produção agroindustrial, que é muito caro. O ENEM é a minha única chance de fazer um curso superior”, finalizou.

Deseja-se melhor sorte para a próxima. De preferência, que a prova não calhe no mesmo dia de um Grande Prémio...

Formula 1 em Cartoons - Abu Dhabi (GP Toons)

Se o Bruno Mantovani lembrou-se da frase do dia, já Hector Garcia, do GP Toons, lembrou-se de um clássico dos anos 80, "Gremlins", e resolveu aplicá-lo a Sebastian Vettel

Ao contrário dos monstrinhos, que não podiam ser alimentados depois da meia-noite, no caso do piloto alemão, era depois das sete da tarde, porque o resultado pode ser imprevisível... 

Formula 1 em Cartoons - Abu Dhabi (Pilotoons)

Acho que o Bruno Mantovani acabou de criar uma bela t-shirt... eu compraria uma dessas!

Kimi Raikkonen no seu melhor

Mais do que a "remontada" memorável de Sebastian Vettel, que subiu 21 lugares na corrida, depois do que aconteceu na qualificação, ou os incidentes de corrida no GP da Abu Dhabi, a vitória de Kimi Raikkonen, a primeira desde o seu regresso à Formula 1 e a primeira de um carro com nome Lotus desde 1987 é certamente algo memorável nesta inesperadamente agitada corrida arábica.

Mas a vitória de Kimi será certamente memorável pelas suas comunicações com o seu engenheiro. Mais do que avisar do que se passa, Kimi Raikkonen quer certamente que o deixem em paz, para que se possa concentrar naquilo que lhe interessava: guiar. E guiou até à vitoria.

E por estes momentos que Kimi é um piloto especial, de outra massa. E podem ouvir aqui o video, absolutamente impagável.

McLaren cartoons - episódio dez


No mais recente episódio dos McLaren, os pilotos decidiram promover os karts da marca. E tiveram direito a convidado especial: Mika Hakkinen, bicampeão do mundo em 1998 e 1999. Quanto ao episódio em si, mais parece saído de um filme mudo dos anos 20. É que os empregados mais parecem os Keystone Cops... e também há referências ao "The Italian Job", o filme de Michael Caine.

É mais um episódio que vale a pena.

Formula 1 2012 - Ronda 18, Abu Dhabi (Corrida)

O que 150 ml de gasolina pode causar estragos ao campeonato, hein? A desqualificação de Sebastian Vettel, e consequente relegação para o último lugar da grelha de partida, devido ao facto do piloto alemão ter ficado sem gasolina, a caminho das boxes, causou enormes prejuízos naquela que parecia ser um caminhada rumo ao terceiro título do piloto alemão. Como seria de esperar, deu uma enorme oportunidade para que Fernando Alonso e a Ferrari consigam pontos suficientes para diminuir a vantagem e até o ultrapassar na corrida para o título. E claro, uma corrida à partida aborrecida para o espectador, como é Abu Dhabi, tornou-se subitamente em algo interessante de se ver.

Com o piloto espanhol largando do sexto lugar, parecia que ele tinha a vantagem na mão. Mas o seu carro é nitidamente inferior aos carros da McLaren e da Red Bull, e ainda tinha pela frente pilotos como Kimi Raikkonen, no seu Lotus, e Pastor Maldonado, no seu Williams. O venezuelano é um piloto duro de roer, e Raikkonen, mais experiente, irá lutar pela sua posição, caso esteja na frente do piloto espanhol. Logo, tinhamos à partida dois pilotos que teriam de fazer grandes corridas, se queriam superar um ao outro, e diminuir - ou alargar - a diferença entre um e outro. E Sebastian Vettel iria largar das boxes, aparentemente, longe de qualquer confusão que pudesse acontecer na partida. 

Mas o que parecia era que, nem um, nem outro, tinham hipóteses de vitória, pois essa parecia ser mais da área entre Lewis Hamilton e Mark Webber, com o natural favoritismo para o piloto britânico.

No lusco-fusco arábico, máquinas e pilotos preparavam-se para mais uma corrida decisiva, ainda mais quando faltam três para o fim do campeonato. Na partida, tudo correu bem para Hamilton, que manteve a liderança, e Raikkonen, que passou de quinto para segundo, mas no meio do pelotão, quatro pilotos envolviam-se em vários toques, com o lado pior a sobrar para Nico Hulkenberg, que saiu da pista, em conjunto com o Williams de Bruno Senna. O brasileiro voltou à pista, mas o alemão não. Outro toque tinha acontecido com Nico Rosberg, que tinha feito contacto com Romain Grosjean, fazendo com que caísse também para o fundo do pelotão.

Por essa altura, Alonso já tinha passado Webber e era quarto classificado, um primeiro sinal de que o piloto espanhol estava a tentar conseguir o maior numero de pontos possível para ter uma liderança. Vettel tinha passado os carros do fundo do pelotão, mas quando tinha chegado ao de Bruno Senna, leva um pequeno toque e danifica a asa dianteira. Não o suficiente para ir logo às boxes, mas a ter problemas com a dirigibilidade do seu carro.

Na frente, Hamilton liderava sem problemas, seguido por Raikkonen, Maldonado e Alonso. Mas na nona volta, houve uma situação complicada, a segunda da corrida. Rosberg estava a apanhar o indiano Narain Karthikeyan na Curva 16 quando o motor Cosworth do HRT explode, diminuindo subitamente a sua performance. O alemão viu o fumo tarde demais e descolou, acabando por bater no "softwall", e os destroços por muito pouco não acertaram no capacete do piloto indiano. Inevitavelmente, o Safety Car teve de entrar na pista.

Isso foi aproveitado pela Red Bull para chamar Vettel às boxes e colocar uma nova asa dianteira, bem como trocar os pneus para um composto mole, para tentar passar a concorrência nas voltas seguintes. Quando a corrida voltou ao seu ritmo, na 12ª volta, Vettel começou a passar toda a gente, um por um, enquanto que Hamilton mantinha Raikkonen e uma distância razoável  Parecia que isto ia ser o dia do piloto inglês, mas...

Mas na 16ª volta... Hamilton estava fora. Era a terceira situação de corrida, e Alonso subia para lugar de pódio, com Kimi Raikkonen na liderança da corrida. Quase imediatamente, Fernando Alonso aproveita uma distração de Pastor Maldonado para ficar com o segundo posto. Assim, Alonso era o lider do campeonato.

Com o desenrolar desta corrida, os incidentes continuavam a acontecer. Na volta 23, Webber tenta passar Maldonado, mas bateu e fez um pião. As coisas pareciam cada vez piores para a Red Bull (tinha caído para sétimo), mas em compensação, Vettel já estava na zona dos pontos. Duas voltas depois, Vettel tinha subido para o oitavo lugar, e a diferença entre ambos era de apenas... um ponto. Na volta seguinte, Webber tenta passar Felipe Massa, mas a ultrapassagem é tão complicada que o brasileiro acaba por fazer um pião. E com isto tudo... Sebastian Vettel tinha chegado ao sétimo posto, e voltava à liderança do campeonato. Na frente, Kimi Raikkonen afastava-se cada vez mais de Alonso.

Com o meio da corrida, e as paragens nas boxes, Vettel era segundo, atrás de Raikkonen. Agora, a grande incógnita era saber se o piloto alemão iria até ao fim, com os pneus moles, e se iria aguentar a carga final dos pilotos que iriam ficar atrás dele, como Alonso, Button ou Maldonado. Por esta altura, Alonso era pressionado por Button para o quarto posto.

Mas Vettel não tinha pneus para a volta toda e parou para trocar na volta 38. Voltou à pista na quarta posição, mas poucas curvas mais tarde, e atrás do piloto alemão, quatro pilotos lutam pelo quinto lugar. Romain Grosjean, Paul Di Resta e Sergio Perez, com Mark Webber observando, andavam a trocar posições. O choque foi inevitável, com Perez a ter uma maior parte da culpa, e Grosjean e Webber a acabar as suas corridas. Pela terceira vez nasta corrida, o Safety Car entrava na pista, para limpar os destroços.

Quando o Safety Car voltou para as boxes, Raikkonen consegue afastar-se de Alonso, enquanto que Button aguentava os ataques de Sebastian Vettel. Parecia que as coisas iriam acalmar-se, mas na volta 52, Vettel conseguiu passar Button, que se debatia com a crescente falta de aderência dos seus pneus, e conseguia chegar ao terceiro posto, absolutamente improvável para quem partia da última posição.

Agora, todos viam se Kimi Raikkonen iria aguentar os ataques de Fernando Alonso. Com o tempo, via-se que mesmo com a aproximação do espanhol, o finlandês manteve a cabeça fria e deu à Genii/Renault/Benetton/Toleman a primeira vitória da temporada, e dando a Kimi Raikkonen a primeira vitória da temporada e um regresso "à la Niki Lauda", como o austriaco tinha feito trinta anos antes, em 1982.

Fernando Alonso era o segundo, numa corrida... normal, dado o facto de ele dar o seu melhor com o carro que tinha entre mãos. Mas o terceiro lugar de Sebastian Vettel, dadas as circunstâncias, só demonstra que o piloto alemão não só foi o homem da corrida, como demonstrou - se ainda existem quaisquer dúvidas - que é um dos melhores pilotos da sua geração.

No final, a corrida de Abu Dhabi - que normalmente é um aborrecimento - conseguira ser, inesperadamente, a melhor corrida da temporada. Os incidentes de corrida e as entradas do Safety Car contribuiram para isso, mas observar a recuperação de Sebastian Vettel, tendo conseguido reduzir os estragos ao mínimo possivel, fez com que a competição esteja agora ao rubro, mas o alemão ainda está com as cartas na mão. E ainda pode ser campeão em Austin.