A "silly season" na Formula 1 é sempre muito forte, e claro, a dança das cadeiras entre temporadas também. Ainda mais, neste 2013 que ameaça ser ainda mais louca do que nos anos anteriores, dada a quantidade de vagas disponíveis, a partir da Sauber para baixo, já que das "quatro grandes" (Red Bull, McLaren, Ferrari e Mercedes) está tudo decidido. E mesmo que na Lotus, haja dúvidas no caso de Romain Grosejean, é uma questão de tempo até a equipa de Enstone confirmar para mais uma temporada.
É a partir da equipa situada em Hinwill, na Suiça, que as coisas começam a "piar mais fino". Depois de terem confirmado na semana passada a estadia de Nico Hulkenberg, o segundo lugar parece ser uma questão de tempo, até que caia nas mãos de Esteban Gutierrez, o mexicano que foi terceiro piloto da Sauber e é apoiado pelas mesmas formas de Carlos Slim, e que, claro, apoiou o seu compatriota Sergio Perez. Mas o japonês Kamui Kobayashi pode não estar totalmente descartado, pois se pode não ter muito dinheiro, está procurando apoios no Japão para poder manter o lugar em 2013, ou caso isso não aconteça, procure outra equipa para continuar a correr na categoria máxima do automobilismo.
Na Williams, podemos estar a assistir a um braço de ferro entre Frank Williams e Christian Wolff. O motivo: a segunda vaga da equipa. Frank Williams está satisfeito com as prestações de Bruno Senna, apesar de este ser menos veloz do que Pastor Maldonado, principalmente nas qualificações. Mas o facto de colocar o carro mais vezes na zona de pontos do que o piloto venezuelano pode ter pesar na mente do "Tio Frank" para que fique em 2013.
O que pode contrariar as noticias sobre a saida de Bruno Senna, postas a circular na semana passada e dadas como "certas". E a vontade de Christian "Toto" Wolff, que quer colocar o seu protegido, o finlandês Valtteri Bottas, a correr na próxima temporada. Bottas está a fazer a grande maioria das primeiras sessões de sexta-feira no carro de Bruno Senna, com bons resultados, e a mostrar o seu potencial como piloto, e Wolff quer colocá-lo no carro, deixando de lado o estigma da Williams ser uma equipa "pagante". A tensão eleva-se a cada dia que passa, e alguns dos patrocinadores de Bruno poderão reforçar a sua carteira.
E é bom que reforcem, porque caso a hipótese Williams caia por terra, Bruno terá de procurar outras alternativas. A Force India é a mais provável, pois tem motores Mercedes e um lugar vago, com a saída de Nico Hulkenberg para a Sauber. Com Vijay Mallya em maus lençóis na India, e tentando vender algum do seu império para pagar as contas, resultantes do buraco sem fundo que se tornou a sua companhia aérea. Fala-se em 20 milhões de euros para o lugar e o leilão envolve Bruno Senna, Adrian Sutil - sim, ele pode voltar - o francês Jules Bianchi, que tem a Ferrari por trás e claro, o japonês Kamui Kobayashi.
No lado da Marussia, as coisas estão a melhorar em 2012. O 12º lugar de Timo Glock em Singapura fez com que conseguissem o famigerado décimo lugar no campeonato de Construtores, o que dará mais vinte milhões de dólares no orçamento do ano que vêm. Mas a equipa teve prejuízos e precisa de um piloto pagante. A grande aposta é o britânico Max Chilton, que pode ter algum talento - esteve na GP2 este ano - mas está cheio de dinheiro da AON, firma britânica cujo presidente é o seu pai. Fala-se que Chilton sénior quer comprar uma parte da equipa de Formula 1 e está disposto a investir até 50 milhões de euros, para ter o filho na categoria máxima do automobilismo.
Mas a Marussia não quer abdicar de Charles Pic, que poderá ter um reforço no patrocínio por parte da Total. É que o piloto francês está a fazer uma temporada de estreia razoável e ele é visto como uma alternativa a Romain Grosjean, caso ele não consiga controlar os seus impulsos para controlar a sua condução em 2013. E como ele tem como patrão a Genii, do Gerard Lopez, pode ser uma mais-valia no futuro. E claro, caso a Marussia queira ficar com os dois, pode significar que Timo Glock perca o lugar.
Contudo, a equipa de Tony Fernandes pode ter boas noticias no futuro. Esta segunda-feira, em Paris, a Caterham e a Renault anunciaram um acordo para que a pequena firma de carros leves desenvolva e produza o novo Alpine A110. Com Carlos Ghosn, Tony Fernandes e Arnaud Montebourg (ministro da Produtividade do governo Hollande) presentes, ainda não se sabe bem se este acordo é só para o seu departamento automóvel ou se Tony Fernandes conseguiu mais alguma coisa para o seu departamento de competição, como por exemplo, as mais recentes evoluções do motor Renault.
Caso a segunda hipótese seja verdadeira, isso provavelmente funcionaria a partir de 2014, com o novo motor Turbo que a marca está a preparar desde 2010. Se tiver prioridade em relação à Red Bull, Renault e Lotus, isto pode fazer com que este seja um lugar muito procurado. Para Bruno Senna, pode ser um bom lugar em 2013, caso Williams e Force India falhem.
A HRT é uma grande incógnita para 2013. Parece ter assegurada a sua sobrevivência por agora, mas não se sabe bem com que pilotos irá correr. Parece que Pedro de La Rosa está para ficar mais uma temporada, mas hoje surgiram noticias da China, onde se afirma que Ma Qinghua, um dos dois terceiros pilotos presentes nesta temporada, a par de Dani Clos, poderá ser piloto oficial, no lugar de Narain Kathikeyan. A noticia foi prontamente desmentida, mas parece que é uma questão de tempo até que as coisas poderão acontecer.
Em suma, as coisas estão longe de estarem definidas, e isto tudo tende a dominar as noticias no inverno europeu que aí vêm.
2 comentários:
Paulo,
nessa "dança das cadeiras" tomara que Bruno Senna e Luiz Razia conquistem algo pra 2013...
abs...
As brigas por vagas estão acirradas. Está difícil cravar como será o grid de 2013.
valeu
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