sábado, 1 de abril de 2017

Formula E: Abt fez a pole no México

O alemão Daniel Abt, no seu Audi-Abt, fez a pole-position no ePrix do México, conseguindo superiorizar-se ao britânico Oliver Turvey (NetxEV) e o francês Jean-Eric Vergne (Techeetah), na qualificação, que decorreu no final da tarde no autódromo Hermanos Rodriguez. O português António Félix da Costa vai partir da sétima posição da grelha de partida, beneficiando da penalização de Maro Engel, que mudou de caixa de velocidades e perdeu dez posições, depois de ter sido terceiro na qualificação.

No primeiro grupo, Heidfeld conseguiu ser o melhor, marcando 1.03,022 com o seu Mahindra, conseguindo bater o Virgin de Sam Bird, que tinha marcado 1.03,099. Sebastien Buemi apenas conseguiu 1.03,402, e poderia ter o lugar na Super-Pole em perigo nesta qualificação.

Contudo, pior ficou Lucas di Grassi, conseguindo apenas 1.03,691, e era provável que o seu lugar na grelha de partida fosse bem modesto.

O segundo grupo tinha Stephane Sarrazin, António Félix da Costa, Daniel Abt, José Maria Lopez e Oliver Turvey. Depois de uma volta de aquecimento, na segunda tentativa, os pilotos bateram largamente os tempos do primeiro grupo, com Abt a ser o melhor, seguido por "Pechito" Lopez. O alemão marcava 1.02,765, enquanto que Félix da Costa marcava o sexto tempo provisório, com 1.03,363. Turvey melhoraria, marcando 1.02,712 e ficava provisoriamente no primeiro lugar.

E logo no segundo grupo, Buemi estava de fora da luta pela SuperPole.

No terceiro grupo, constituído pelo alemão Nicolas Prost, Nelson Piquet Jr, Loic Duval, Robin Frijns e Jean-Eric Vergne, após a primeira volta, onde se marcaram tempos, a segunda tentativa ficou interrompida quando Loic Duval bateu forte no muro na Curva 1, obrigando a amostragem das bandeiras vermelhas.

No regresso, poucos minutos depois, Vergne conseguiu 1.02,983, conseguindo o quarto melhor tempo em termos provisórios, enquanto que Nico Prost conseguia apenas 1.03,589, ficando com o décimo posto provisório. Ou seja, por esta altura, a e.dams não metia ninguém na SuperPole na corrida mexicana.

O grupo final tinha Maro Engel, Esteban Gutierrez, Adam Carrol, Jerome D'Ambrosio e Felix Rosenqvist. A grande surpresa foi Engel, que com o seu Venturi, conseguiu um tempo de 1.02,974, conseguindo o quarto melhor tempo, logo, a passagem para a SuperPole. Felix Rosenqvist apenas conseguiu o 11º tempo, não indo longe, enquanto que Gutierrez fazia o 13º tempo.

Assim sendo, para a SuperPole iam Abt, Turvey, Engel, Vergne e Lopez. Ali, Vergne foi o primeiro a marcar tempo, com 1.03,202, mas depois, Engel melhora, fazendo 1.03,045. "Pechito" Lopez tentou melhorar, mas só conseguiu 1.03,072, ficando apenas com o segundo tempo provisório.

Contudo, Daniel Abt faz 1.02,711 e resolve o assunto, dando à equipa a primeira pole do ano, pois Oliver Turvey consegue "apenas" 1.02,867, ficando com o segundo melhor tempo na grelha.

A corrida vai acontecer mais tarde no dia, pelas 16:30 locais.

ERC 2017 - Rali dos Açores (Final)

Se ontem à noite se pensava que Alexey Lukyanuk tinha o rali controlado, as coisas hoje mudaram bastante. Um despiste na 12ª especial estragou os planos de vitória para o piloto russo e quem aproveitou isso foram os locais. Bruno Magalhães e Ricardo Moura lutaram palmo a palmo pela vitória no rali e o melhor foi Magalhães, que conseguiu bater o seu adversário, o alemão Marijan Griebel por um minuto e 34 segundos, depois de aproveitar a desistência de Ricardo Moura, a duas classificativas do fim, vitima de problemas de motor. 

No final do dia anterior, o piloto russo tinha quase 28 segundos de vantagem sobre Bruno Magalhães, que tinha conseguido superar Ricardo Moura por pouco nas classificativas desse dia, especialmente na segunda passagem por Sete Cidades. Bastava a Lukyanuk controlar o avanço e esperar não ter azares... ou que isso calhasse a outros. O dia começou bem, vencendo a especial de Graminhais, e conseguindo 9,3 segundos de vantagem sobre Bruno Magalhães. Outro russo, Nikolay Gryazin, era o terceiro, a 12,3 segundos, com Ricardo Moura a ser o quinto, a 16,6 segundos.

A seguir, na primeira passagem por Tronqueira, o alemão Marijan Griebel conseguiu levar a melhor no seu Skoda, conseguindo uma vantagem de 4,5 segundos sobre Ricardo Moura, o segundo classificado. Mas a grande novidade nessa especial foi o despiste de Lukyanuk, perdendo quase nove minutos e meio para os líderes e deitando fora as suas chances de vitória. Quem também perdeu muito tempo foi o outro russo, Nikolay Gryazin, que perdeu quase três minutos e 40 segundos e caiu para o sexto posto. 

E assim, a liderança caía ao colo de Bruno Magalhães, que no seu Skoda Fabia R5, estava a 9,3 segundos de Ricardo Moura, o local, que estava na luta para renovar o título nesse rali.

A manhã acabava com Kajetan Kajetanowicz - que voltara ao rali depois de desistir no primeiro dia - a vencer a especial do Grupo Marques, com um avanço de 1,5 segundos sobre Ralfs Simracis, enquanto que Magalhães era o sexto, a 2,3 segundos. Miguel Barbosa era o melhor português nessa especial, a 1,7 segundos do vencedor, enquanto que Ricardo Moura era o sétimo, a 2,6 segundos.

Pela parte da tarde, o duelo era entre portugueses: Magalhães tinha de aguentar as investidas de Moura, se queria vencer este rali, pois ambos tinham agora 9,6 segundos de diferença. Kajetanowicz vencera na segunda passagem por Vila Franca - São Brás, com 1,7 segundos de avanço sobre Bruno Magalhães, mas nessa especial, Moura parava devido a problemas mecânicos, praticamente dando a vitória ao piloto da Skoda. E claro, perante a desilusão da numerosa claque de apoio ao piloto açoriano.

A partir dali, cabia a Bruno Magalhães levar o carro até ao fim. Kajetanowicz venceu na segunda passagem por Graminhais, com Magalhães a ser segundo, a 6.0, e Grayzin a 14,2. E na Tronqueira, Magalhães deu o seu melhor e vencia a especial - e o rali, dando 6,9 segundos a Kajetanowicz.

No final, depois de Magalhães e Griebel, o irlandês Josh Moffet ficou com o lugar mais baixo do pódio, a quatro minutos e 50 segundos do vencedor. O espanhol Lopez foi o quarto no seu Peugeot, a seis minutos e cinco segundos, não muito longe do russo Gryazin, o sexto. Pedro Meireles foi o sexto, e o segundo melhor português, conseguindo pontos importantes para o campeonato, a sete minutos e 29 segundos, pouco mais de quatro segundos do letão Ralfs Simracis. João Barros foi o oitavo, a nove minutos e seis segundos do vencedor, e a fechar o "top ten" ficaram Carlos Vieira e o açoriano Luis Rêgo.

E no rescaldo, Magalhães era um homem feliz, depois de meio ano complicado, após a suspensão por causa do Rali da Madeira.

Foi a minha melhor vitória de sempre, não conhecia o carro, a equipa, não corrida há ano e meio em terra o único rali que fiz no último ano foi em asfalto", começou por dizer.

"Carro, equipa, co-piloto, pneus, tudo foi perfeito, todas as vitórias têm gosto, mas esta é especial, noutros anos em que cá estive nunca tive condições para lutar na frente, finalmente tive um carro 100 por cento fiável, um carro com muita qualidade e quando temos carros bons é muito mais fácil mostrar o nosso valor. Quanto à prova, mostrei também saber gerir, porque este é um rali mesmo muito difícil e quando tivemos o pássaro na mão não o deixámos fugir", continuou.

"Foi uma prova difícil, mas também foi um grande rali. Este é sempre um rali muito complicado, acontecem sempre muitas coisas, mas não cometi um único erro. Agora, para o ano é tentar arranjar dinheiro para ver se consigo vir. De resto, ganhámos para o Nacional, estou na frente do ERC e agora vamos para casa…”, disse, em jeito de conclusão.

Quanto ao Europeu, ele continua nas ilhas Canárias, entre os dias 5 e 7 de maio, enquanto que o Nacional de ralis prossegue daqui a três semanas, em Espinho.

sexta-feira, 31 de março de 2017

ERC 2017 - Rali dos Açores (Dia 2)

O segundo dia do Rali dos Açores foi interessante no sentido de que o anterior líder, Kajean Kajetanowicz, sofreu um despiste em que se colocou de fora do rali açoriano, a favor de Alexey Lukyanuk, e onde os pilotos portugueses andaram bem neste dia. Num duelo entre Bruno Magalhães e Ricardo Moura, o piloto da Skoda levou a melhor e agora é o segundo classificado da geral, cumpridas estão doze classificativas.

O acidente de Kajetanowicz aconteceu logo na primeira classificativa do dia, a primeira passagem por Pico da Pedra Golfe, onde perdeu o controle do seu Ford e bateu num barranco de terra, danificando o seu carro. Com isso, Lukyanuk herdou a liderança. Quem também perdeu tempo foi o letão Ralfs Simracis, que sofreu um furo e caiu para o sétimo posto da geral. Moura e Magalhães foram beneficiados, subindo para segundo e terceiro lugar, respectivamente, mas o alemão Marjan Gribel, num Skoda, era o quarto, seguido pelo espanhol José António Suarez, num Peugeot. Carlos Vieira e Miguel Barbosa lutavam pelo terceiro posto entre os portugueses, e era bem cerrado: 0,8 segundos separavam ambos.

Lukyanuk venceu na especial seguinte, a primeira passagem por Feteiras, com Moura a ser segundo, a 1,5 segundos e Nikolay Gryazin a ser o terceiro, o que fez o piloto russo subir duas posições, para quarto, em troca com Griebel, que perdeu quase meio minuto no troço. No final da manhã, no troço das Sete Cidades, Lukyanuk conseguiu um incrível avanço de... 20,7 segundos sobre Ricardo Moura e 20,9 para Bruno Magalhães, cada vez mais o segundo e terceiro classificados neste rali. No final da manhã, o russo Lukyanuk parecia estar imparável, com mais de 40 segundos de vantagem sobre Moura. E no "top ten", já aparecia outro português: Carlos Vieira, no seu Citroen, era décimo da geral, a dois minutos do líder.

A tarde começou com a segunda passagem pelos troços da manhã, e no Pico da Pedra, foi outro russo que brilhou: Nikolay Gryazin, que bateu Marjan Griebel por 0,4 segundos. Lukyanuk, contudo, furou e perdeu mais de vinte segundos, o que basicamente reduziu os seus ganhos na classificativa anterior a... nada. A diferença para Ricardo Moura era agora de 21,4 segundos, e Bruno Magalhães não o largava, a 29,8 segundos.

A segunda passagem por Festeiras viu a primeira vitória de um piloto português: Bruno Magalhães conseguiu bater Lukyanuk por 1,8 segundos e Moura por 2.1. E repetiu o feito na segunda passagem por Sete Cidades, onde bateu Lukyanuk por 0,2 segundos, mas deu 12,1 segundos a Ricardo Moura, quarto na especial. Isso deu ao piloto da Skoda o segundo lugar da geral, a seis segundos. E ambos estão longe de Gryazin, a um minuto e cinco segundos na geral.

Com os quatro primeiros definidos, Marjan Giebel está em cima de Gryazin, a pouco mais de 2,8 segundos, no seu Skoda. Josh Moffet é o sexto, a dois minutos e 17 segundos, enquanto que Jan Cervy era o sétimo, a dois minutos e 47 segundos. Carlos Vieira é o oitavo, mesmo em cima do piloto checo - e o melhor dos Citroen - enquanto que a fechar o "top ten" estão o polaco Lukasz Habaj e o português Pedro Meireles, no seu Skoda. 

O Rali dos Açores termina amanhã, com a realização de mais seis especiais de classificação.

Ferrari está interessada na Formula E

O sucesso (quase) galopante da Formula E em quatro anos fez desertar a atenção de várias outras construtoras com pergaminhos no automobilismo. E a Ferrari, que conseguiu muito do seu sucesso na Formula 1, está atento ao crescimento dessa competição, que este fim de semana volta a ter mais uma corrida, desta vez na Cidade do México.

"A hibridização é crucial para a Ferrari. Não há como negar que os regulamentos nos colocam sob pressão, mas poderíamos alcançar esses objetivos de outras maneiras. O desafio é beneficiar da hibridização não apenas em termos de redução de emissões, mas também de desempenho" disse o seu presidente, Sergio Marchionne, numa entrevista à revista Auto, da FIA.

"Já desenvolvemos um supercarro híbrido, La Ferrari, e em modelos futuros da Ferrari vamos aproveitar as novas tecnologias, bem como a eletrificação", continuou.

Marchionne disse também que apesar da ideia estar presente, não haverá avanços significativos até que as regras da Formula E mudem no sentido de haver maior liberdade para desenvolver os carros. Algo do qual poderá haver alterações a partir de 2019, quando é provável que os bólidos façam toda uma corrida, em vez de trocar de carro a meio dela.

Contudo, não é a única coisa que Marchionne disse nessa altura. O patrão da Ferrari deseja o regresso da Alfa Romeo à Formula 1, como "equipa B" da Scuderia.

"É difícil dizer mas temos que ter duas coisas em mente. A primeira é que temos que estar envolvidos na Fórmula E porque a electrificação através da hibridização vai fazer parte do nosso futuro. A segunda é ver a Alfa Romeo voltar a correr na Formula 1 algum dia porque acredito bastante que é o lugar onde a marca deve estar. Nesta fase não sei quão provável é que alguma destas coisas se concretize. Mas o facto de estarmos a falar sobre elas é um bom sinal por si só”, comentou.

Youtube Weirdness Video: O "making of" do carrinho de choque motorizado


Como já mostrei ontem com o recorde do carrinho de choque mais veloz do mundo, realizado pelo "The Stig", hoje mostro aqui como foi feito o carrinho de choque e meteram o motor de 600cc, vindo de uma moto, para transformar algo que estava prestes a ir para a sucata, em algo bem radical, do qual acabou por bater um recorde do Guiness, ao andar numa média de 160 km/hora.

Dividido por duas partes, o processo de construção desta máquina... excêntrica é bem interessante. 

Youtube Rally Crash: O acidente de Kajetanowicz nos Açores

Kajetan Kajetanowicz estava até a liderar o rali dos Açores com alguma calma até à quinta especial, a primeira da manhã, quando perdeu o controle do seu carro e embateu na barreira de terra, danificando o seu carro e ficando de fora do rali.

Formula E: Félix da Costa acredita que se deu um passo em frente

Na véspera de mais uma etapa do Mundial de Formula E, o português António Félix da Costa, que não teve muita sorte nos dois últimos ePrix, espera que as coisas mudem um pouco nesta etapa mexicana, no sentido de melhorar e mostrar o potencial que o conjunto têm, depois do quinto lugar que o piloto português alcançou na primeira etapa do ano, em Hong Kong.

"[este último mês foi tempo de] muito trabalho, não só de todos os elementos da equipa MS Amlin Andretti como dos engenheiros da BMW, que estão cada vez mais envolvidos para melhorar a nossa performance", começou por dizer o piloto português na conferência de imprensa de antevisão da prova mexicana. 

"É o ano zero da BMW na Fórmula E, sabíamos que não ia ser um ano fácil e é notório que nos faltou performance nas duas últimas corridas, mas foram corrigidos alguns erros e acreditamos que demos um passo em frente e que iremos estar mais próximos aqui no México, com o objectivo de pontuar a ser, nesta fase, uma meta realística. Teremos um nível de altitude alto, por isso é um desafio extra para nós pilotos e também para os engenheiros, isto em relação às temperaturas das baterias", concluiu.

A corrida vai acontecer este sábado em parte do Autódromo Hermanos Rodriguez, numa oval que tem cerca de 2250 metros, e que vai usar a parte em que entram dentro da arena e na Curva Peraltada.

quinta-feira, 30 de março de 2017

ERC 2017: Rali dos Açores (Dia 1)

O primeiro dia do Rali dos Açores está a ser bem competitivo. Ao final de quatro especiais, o polaco Kajetan Kajetanowicz é o líder deste rali, com uma vantagem de 1,1 segundos sobre o russo Alexey Lukyanuk. O local Ricardo Moura é o terceiro, a 13,8 segundos, e o melhor português, enquanto que Bruno Magalhães é o quinto, a quase vinte segundos da liderança.

A prova de abertura do Europeu de Ralis tinha uma lista de inscritos muito boa, tanto em relação aos pilotos que participam neste campeonato, como também em relação aos ralis nacionais, desde o local Ricardo Moura, vencedor no ano passado, a outros como Bruno Magalhães, que já venceu este rali por duas vezes, e Pedro Meireles, o vice-líder do campeonato nacional de ralis.

Feitas as apresentações, era a vez de irem para a estrada, nas quatro primeiras especiais do dia. O russo Lukyanuk foi o melhor, seguido de outro russo, Nikolai Grayzin, a 0,5 segundos. Ricardo Moura foi o melhor português, a 0,8 segundos.

Espero estar na luta pelo pódio, o ano passado as coisas acabaram por nos correr bem e vencemos, e este ano era importante estar consistentemente a lutar pelos três primeiros lugares, para evoluir na minha carreira. Sei de antemão que existem muitos pilotos que querem lutar pelos mesmos lugares. Espero ser mais um nesta luta”, disse o piloto açoriano da Ford no final da primeira especial.

Não estou preocupado com a posição, o início foi bom, não fiquei muito longe dos tempos da frente. A minha principal preocupação é fazer quilómetros e conhecer melhor o carro e ajustá-lo ao meu estilo para além de ganhar ritmo pois há ano e meio que não conduzo em terra”, declarou Bruno Magalhães, o quinto da geral, a 1,1 segundos.

Na segunda especial, Moura reagiu e venceu a especial, passando para a frente do rali, para gáudio dos locais. Mas a partir dali, o russo e o polaco reagiram, mostrando que o ritmo de ambos é bem mais forte do que a concorrência. E também a maneira como reagiram perante a escolha de pneus também ajudou a que eles conseguissem uma pequena distância para o resto do pelotão.

No final da quarta especial, depois de Kajetanowicz e Lukyanuk, e com Moura já a alguma distância, o letão Ralfs Simracis era o quarto no seu Skoda, a 17,3 segundos, na frente de Bruno Magalhães, a 19,5 segundos. Nikolay Gryazin é o sexto, também em Skoda, a 21,9 segundos, com o checo Marjan Griebel, a 22,5 segundos. O espanhol José António Suarez, no seu Peugeot 208 Ti16, o checo Jan Cerny e o irlandês Josh Moffet fechavam o "top ten".

Amanhã, o Rali dos Açores prossegue, com mais seis especiais. 

Youtube Motorsport Weirdness: O carrinho de choque mais veloz do mundo

Um carrinho de choque é um carrinho de choque: entretido, elétrico e lento. Tem que ser, porque está num espaço fechado. Contudo, às mãos de alguém com uma imaginação muito fértil, pode ser outra coisa muito diferente. Colin Furze é uma personagem com uma imaginação muito fértil, e já fez coisas muito velozes, como uma daquelas motos que os velhotes usam para a sua mobilidade, e fazê-los a andar a velocidades superiores a 100 km/hora.

Pois bem, Furze decidiu colocar um motor de 600cc num carrinho de choque e quis bater um recorde de velocidade nele. Só que o passageiro foi, nem mais, nem menos do que o "The Stig", o piloto do Top Gear que experimenta um pouco de tudo. E ele decidiu experimentar o carrinho de choque modificado no sentido de ir o mais veloz possivel. 

E foi: o recorde ficou estabelecido em 160 km/hora, depois de duas passagens, para rectificar o dito. Vejam aqui o video desta loucura... perdão, desta tentativa de ir mais rápido possivel. 

quarta-feira, 29 de março de 2017

Audi na Formula 1? Esqueçam isso

A noticia de que Stefano Domenicalli iria participar na discussão dos motores pós-2020 por parte da FIA causou agitação, pois o italiano, que preside a Lamborghini, e que faz parte do grupo da Audi, tem passado na Ferrari e claro, a ideia de que o Grupo Audi poderia pensar num ingresso na Formula 1 tornou-se em algo real. Logo, logo, desenhos de carros da Lamborghini e da Audi apareceram, enxameando a internet, mas a realidade apareceu logo para apagar essas ilusões.

As razões são simples: de facto, a reunião tinha a ver com a Formula 1, mas outras modalidades estão envolvidas, logo, o aparecimento de um representante da Audi seria de esperar. É que para além da Formula 1, esse novo motor será comum a outras modalidades, a saber:

- Campeonato do Mundo FIA de Endurance, 
- Campeonato do Mundo FIA Ralis, 
- Campeonato do Mundo FIA de Fórmula 1, 
- Campeonato do Mundo FIA de Rallycross, 
- FIA Fórmula 3
- DTM

Como é sabido, nem todas as marcas estão em todas estas categorias, e a Audi está - ou esteve - na Endurance, Rallycross e DTM. E para além disso, neste momento, está a construir um carro para a TCR, outro campeonato de Turismos sancionado pela FIA.

Nenhuma das marcas do grupo – seja Volkswagen, Audi ou Lamborghini, etc – está interessada em ingressar na Fórmula 1. No entanto, estamos interessados em perceber qual é o próximo conceito para os motores de competição e decidimos tomar parte na reunião da próxima sexta-feira”, afirmou um porta-voz da Audi em declarações prestadas ao site português SportMotores.com.

Decidimos enviar o Stefano Domenicali por estar habituado a este tipo de reuniões”, acrescentou esse porta-voz. E o mesmo site fala que há uma marca japonesa e outra francesa presente nessa reunião (talvez Toyota e Citroen/Peugeot), o que isso não significa que estejam a pensar na Formula 1. 

Em suma, vendo as coisas desta forma, as pessoas pensam que a Formula 1 é tudo, e sem ela, as marcas não tem qualquer visibilidade. Isso já teve resposta já bastante tempo, pois como viram, as várias marcas que nunca estiveram na Formula 1 - Audi na Endurance, Volkswagen e Citroen nos Ralis - são bem conhecidas nas suas modalidades e não precisam da Formula 1 para nada.

E se quisermos ver bem as coisas, a ideia de construtoras na Formula 1 não deverá acontecer tão cedo. As prioridades das construtoras são o carro elétrico. Basta ver a lista de inscritos e reparar que, tirando a Techeetah, as restantes nove equipas são construtoras que ou participam oficialmente - Jaguar e NextEV, por exemplo - ou em aliança com a marca - Audi com Abt, Renault com e.dams, Andretti com a BMW. E até marcas que estão na Formula 1 querem tentar a sua sorte nessa categoria, com McLaren e Williams a querem colocar ou construir baterias para os seus carros.

E já agora, que tipo de motor eles discutirão? Fala-se de um motor de 2 litros, quatro cilindros em linha, com a opção de um turbo para a Formula 1 e um atmosférico numa outra categoria. Contudo, as discussões vão ser longas e haverá posição pela certa. A Ferrari nunca gostou de motores em linha e da última vez, convenceu as outras marcas que pretendia um V6 híbrido, aquele que temos hoje.

Portanto... Audi na Formula 1, não. E quanto aos motores, lá para 2021 é que veremos que tipo de motor é que teremos, e em que categorias. 

A dificil temporada da McLaren vai dar série

Falo por aqui de vez em quando sobre as personagens e os momentos do automobilismo que acabam por dar filme. Todos andam neste momento ansiosos por saber como será o documentário sobre Bruce McLaren, o fundador da marca com o mesmo nome, mas outro documentário vindo dessa mesma marca vem a caminho. E tem a ver com a difícil atualidade...

O documentário, produzido por Manish Pandey - o mesmo que fez "Senna" - acompanhou a equipa na construção do MCL32, bem como a adaptação de Stoffel Vandoorne na sua primeira temporada completa na categoria máxima do automobilismo. Ele será transmitido mais tarde no ano na Amazon Prime, o mesmo que transmite o "The Grand Tour", a série de automóveis que acolhe Jeremy Clarkson, James May e Richard Hammond.

Na McLaren queremos mostrar e celebrar todos os elementos da Formula 1. Entendemos e gostamos que os adeptos estejam sempre ansiosos por maiores níveis de acesso à informação e esta série dar-lhes-á o acesso mais íntimo e honesto de sempre a uma equipa de Formula 1 moderna”, disse Zak Brown, o diretor-executivo da marca.

Com isto, agora é provável que teremos mais interesse em saber como é que esta temporada vai correr para os lados de Woking...

WRC: Volkswagen vai fazer um Polo R5

A Volkswagen irá pegar no seu Polo de ralis e fazer um R5. O anuncio foi feito esta quarta-feira, na apresentação do programa automobilístico da marca, que aposta especialmente na Formula 3.  O projeto, que está em marcha há algum tempo, será feito em colaboração com a Skoda, que como é sabido, desenvolveu o seu carro para a classe o Fabia. O motor será de 1.6 litros turbo e terá cerca de 280 cavalos.

Sinto que toda a gente está muito motivada para levar a cabo mais esta tarefa, estamos concentrados em novos projetos, e este Polo R5 é só um deles”, disse o Diretor da Volkswagen Motorsport, Sven Smeets, na apresentação dos projetos desportivos da marca de Wolfsburgo para 2017.

Quanto a possiveis clientes, dentro em breve serão revelados detalhes para que os pilotos possam adquirir, e é sabido que o veterano austríaco Raimund Baumschlager será um dos primeiros clientes.

A Volkswagen retirou-se do WRC no final do ano passado, depois de vitórias nos campeonatos de pilotos e construtores desde 2013.

Formula 1 em Cartoons: GP da Austrália (Cire Box)



Nova temporada, mais BD do fim de semana de mais uma corrida do campeonato que aí vêm, com muitas alterações em tudo e mais um pouco. O "Cire Box" mostrou como é que viu o GP australiano...

terça-feira, 28 de março de 2017

Youtube Rally Description: Ricardo Moura explica o seu carro

O Rali dos Açores, prova inaugural do campeonato europeu de ralis, está prestes a começar, mas é interessante saber como é que é um carro da classe R5, que é a segunda categoria do WRC, um pouco menos potente e mais barato do que a primeira classe.

Ricardo Moura, o vencedor da edição anterior do Rali dos Açores, está na oficina onde o seu carro está a ser preparado, mostrando o seu Ford Fiesta R5 aos curiosos. Vale a pena ouvir descrição... apesar do cerrado sotaque de São Miguel. 

As ambições de Bruno Magalhães

No final da semana, vai acontecer o Rali dos Açores. E Bruno Magalhães, que venceu esta prova em 2008 e 2010, está de volta à competição depois do meio ano de suspensão devido aos eventos no último Rali da Madeira. Agora ao volante de um Skoda Fabia R5, o piloto de Lisboa acredita que o factor motivação será importante nas terras açorianas:

"Estamos todos muito motivados para esta prova. Já lá vai um ano e meio que não conduzo em pisos de terra, mas sei que vou tentar compensar com muita motivação. É a primeira vez que vou guiar um Skoda Fabia R5, um carro muito competitivo e pleno de capacidades. Vou ter a honra de ser o primeiro piloto do carro, que me surpreendeu pela positiva e me entusiasmou bastante”, começou por dizer o piloto de 36 anos.

O objectivo de Magalhães passa, naturalmente, por disputar as posições cimeiras: “Tanto eu como a ARC Sport já vencemos nos Açores e penso que esta possa ser uma ligação que venha a dar frutos. Queremos andar na frente e vamos puxar ao máximo pela nossa grande motivação. Quero ainda deixar um agradecimento a todos os nossos patrocinadores e à nossa equipa”, concluiu.

O Rali dos Açores, prova de abertura do Europeu de Ralis, acontece entre os dias 30 de março e 1 de abril.

O golpe italiano

Contado, ninguém acredita. Mas pelos vistos, é bem real. Esta terça-feira, um juíz de Cagliari, na Sardenha, emitiu mandatos de busca e detenção de um gang que estava espalhado um pouco por toda a Itália. Mais um que está envolvido em droga e crime organizado, como há muitos nessa país. Contudo, os planos desse gang envolviam também extorsão, e o que queriam fazer era tremendamente audacioso: roubar um cadáver. Mas não um qualquer, era o cadáver de Enzo Ferrari.

O plano era simples: durante a noite, um grupo iria ao cemitério San Cataldo, em Modena, onde iria tirar o caixão do Commendatore e levá-lo para um refugio nos Apeninos. Dali, o grupo reclamaria o cadáver e extorquía uma grande quantidade de dinheiro à familia, para que recuperasse o famoso e voltasse ao seu local de repouso. O plano - ousado, no mínimo - iria acontecer nos próximos dias. E foi por causa dessa proximidade que a policia decidiu agir e pediu ao juiz os mandados de busca e detenção. Ao todo, já foram apanhados 34 pessoas, que estão a ser interrogadas um pouco por toda a Itália, desde o Veneto, no norte, à Emiglia-Romana, no centro.

Roubar cadáveres famosos não é inédito, já aconteceu ao longo da História. No século XIX, havia o péssimo hábito de se roubarem cadáveres frescos dos cemitérios no sentido de os vender às Faculdades de Medicina, no sentido de os ter presentes nas aulas de anatomia. As coisas mudaram muito desde então, mas roubar cadáveres de famosos é uma grande tentação. Em março de 1978, um polaco e um búlgaro conseguiram roubar o cadáver de Charlie Chaplin, algumas semanas depois do seu enterro, para exigir o seu resgate, que não foi bem sucedido, pois a policia prendeu-os dois meses depois.

Raptar o cadáver seria, sem dúvida, um golpe que daria primeiras páginas um pouco por todo o mundo. Mas para felicidade de todos nós, tal coisa não aconteceu. 

segunda-feira, 27 de março de 2017

Formula 1 em Cartoons: Austrália (Riko)

Fernando Alonso vive o seu inferno, com o seu McLaren-Honda. Na Austrália, resistiu valentemente durante muito tempo aos ataques do novato Esteban Ocon no Force India cor de rosa, que por acaso é a cor do clube de futebol Palermo... um dos últimos classificados da Série A italiana.

E claro, Alonso não aguentou muito bem... 

Traduzido: 

"ALONSO SUPERADO EM PISTA ATÉ... PELOS ESTRANHOS PILOTOS COM A CAMISOLA DO PALERMO-CALCIO"

- Não! Isto é demasiado!

Formula E: Apresentado novo traçado de Berlim

A organização do ePrix de Berlim apresentou hoje o novo traçado da corrida que vão fazer no ex-aeroporto de Tempelhof. No ano que vão voltar ao mesmo lugar, depois de uma interrupção de um ano, este novo traçado em Tempelhof vai ter dez curvas e, tal como a primeira versão usada em 2015, terá 2250 metros e vai-se desenrolar no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio. 

Daniel Abt, o piloto da Audi Abt já disse que gosta do novo traçado, afirmando que pode proporcionar mais ultrapassagens:

"É uma óptima notícia termos duas corridas caseiras esta temporada. Não é segredo que adorei a pista na Avenida Karl Marx mas agora que vi o novo desenho em Tempelhof mal posso esperar por ir lá. Os adeptos irão adorar este traçado único que coloca todos muito perto da acção e de nós pilotos. A pista é perfeita para boas corridas e muitas ultrapassagens”, comentou.

A corrida de Berlim será no fim de semana de 10 e 11 de junho, a primeira de três rondas duplas que acontecerá nesta temporada. Quanto à Formula E, voltará à ação este sábado, na Cidade do México.


No Top Gear desta semana...


Top Gear S24-E04 por dailyTubeTV
O quarto episódio da temporada numero 24 do Top Gear tem umas coisas bem interessantes. Por exemplo, Chris Harris vai andar de Bugatti Chiron no Médio Oriente, enquanto que Rory Reid vai jogar de PacMan com um Renault Twingo, contra um Volkswagen Up! e um Smart FourTwo guiada por... uma certa piloto alemã.

E o "Joey!" vai andar de moto num desafio bem interessante com o titio Chris.

domingo, 26 de março de 2017

A imagem do dia (II)

As 24 Horas de Le Mans de 1978 passaram para a história como sendo o ano do triunfo do Renault Alpine A442 Turbo, guiado pelos franceses Didier Pironi e Jean-Pierre Jassaud. Foi por causa desse triunfo que a Renault decidiu apostar fortemente na Formula 1, com resultados quase imediatos, pois um ano mais tarde, também comemorava uma vitória, na categoria máxima do automobilismo, no circuito de Dijon, através de Jean-Pierre Jabouille.

Contudo, uma das estórias dessa corrida foi a de um Porsche cujo feito, ainda hoje em dia, é celebrado nos círculos automobilísticos brasileiros. O Porsche 935 guiado por três pilotos locais, Paulo Gomes, Alfredo Guaraná Menezes e Mário Amaral, terminou na sétima posição, num feito único na Endurance brasileira, que teve uma história mais pequena do que na Formula 1.

E tudo isso também serviu para homenagear um companheiro caído: José Carlos Pace.

Até então, a história dos brasileiros em Le Mans tinha sido pequena e trágica. Um dos grandes pilotos do começo do automobilismo brasileiro, Christian "Bino" Heins, morreu na edição de 1963 quando pilotava o Alpine A63 e envolveu-se numa colisão com o Jaguar de Roy Salvadori e o Bonnet de Jean-Pierre Manzon. Esse acidente só foi redimido dez anos depois quando José Carlos Pace, que guiava um dos Ferrari 312PB ao lado do italiano Arturo Merzário, acabou a corrida na segunda posição, até hoje o melhor resultado de sempre, igualado por Lucas di Grassi em 2014.

O feito de 1978 foi um pouco por acaso. A ideia veio do então presidente da Confederação Brasileira do Automobilismo, Charles Naccache, e juntou empresas locais com pilotos locais, um pouco também para promover o Brasil numa área onde havia pouca participação. E os pilotos não tinham corrido juntos até então em provas de longa duração, mas conheciam-se: Paulo Gomes correra na Divisão 1 de Turismos (o embrião da atual Stock Car Brasil), Guaraná Menezes andava na Super Vê local contra pilotos como Nelson Piquet, e Mario Amaral também tinha a experiência na Divisão 1.

O Porsche 935, pertencente à francesa Team Cachia, tinha mostrado serviço no ano anterior, quando às mãos de Peter Gregg e Claude Ballot-Lena, tinham acabado no terceiro lugar. Contudo, apesar de serem velozes, o carro consumia demasiado para eles. E a adaptação não foi muito boa, pois na qualificação, foi apenas 23º, e sexto na sua classe. Mas a corrida foi boa para eles, pois na segunda hora, eles rodavam na quinta posição. Mas na 18ª hora, problemas mecânicos tiraram-lhe a liderança, e acabaram por serem os sétimos, segundos na classe. Um grande feito, numa corrida onde chegar ao fim era uma vitória.

Menezes, Gomes e Amaral tornaram-se depois nomes fortes do automobilismo brasileiro. Gomes tornou-se quatro vezes vencedor da Stock Car Brasil, e Guaraná Menezes, apesar do seu talento, não conseguiu ir para a Europa, ao contrário de Piquet. Continuou no automobilismo, mas passou depois ao dirigismo, sendo um dos diretores da FASP, a Federação Automobilística de São Paulo. Morreu hoje aos 64 anos, depois de algum tempo lutando contra uma hepatite C, do qual o fez esperar no último ano e meio por um transplante de fígado.

A imagem do dia

Há precisamente 35 anos, a 26 de março de 1982, Carlos Reutemann diz a Frank Williams que iria abandonar a sua equipa, e em consequência, a Formula 1. Tinha na altura 39 anos - estava a cerca de duas semanas de comemorar o seu 40º aniversário - e depois de duas corridas, com um segundo lugar no GP da África do Sul, a bordo do seu carro, decidiu que era altura de pendurar de vez o seu capacete. Terminavam assim dez anos de carreira na Europa, a bordo de máquinas como a Brabham, Ferrari, Lotus e Williams, com doze vitórias, seis pole-positions e seis voltas mais rápidas.

Reutemann poderia estar com saudades de casa, mas ao mesmo tempo em que se despedia, o seu país preparava-se para entrar em guerra. O governo militar de então estava a prepara uma ofensiva militar contra as ilhas Falkland, controladas pelo Reino Unido, mas que reclamava como suas, chamando-as de Malvinas. Quero acreditar que foi uma coincidência ele ter largado a Formula 1 seis dias antes da invasão do arquipélago pelas forças armadas do seu país, mas a coincidência existe.

Foi interessante saber que ele tenha tido coragem de continuar, depois dos eventos do ano anterior, onde ao desobedecer às ordens de Frank Williams, especialmente no GP do Brasil, em Jacarépaguá, ele tenha sido ostracizado dentro da equipa de Grove, que o fez perder o título de campeão de pilotos a favor de Nelson Piquet. A melhor cena foi quando os mecânicos em Las Vegas comemoraram a vitória de Jones, mesmo sabendo que tinham perdido o título de pilotos...

Depois disto, a Argentina não mais teve um piloto de relevo na Formula 1, e interessantemente, Reutemann se tornou num politico. Governador por duas vezes e agora, Senador. E por vezes, há quem gostaria que fosse presidente...

Formula 1 2017 - Ronda 1, Melbourne (Corrida)

Por fim, chegou o dia do Grande Prémio. Em Melbourne, os carros de mais uma nova temporada de Formula 1 estavam presentes não só para disputarem esta prova de abertura do campeonato, como também estavam a abrir uma nova era na categoria máxima do automobilismo. Novos carros, de design mais agressivo, estavam na pista, enquanto que a própria Formula 1 tinha uma nova gerência, que tem como intenção abrir o automobilismo para o povo. As primeiras iniciativas, mais simbólicas do que outra coisa, foram aplaudidas, sinal de que gostaram deste sinal de abertura.

Contudo, o grande momento foi aquele da partida, pois depois de tanto tempo em especulações, testes, explicações e outros tinha chegado ao fim, iríamos por fim ver os carros em ação. Mas esse grande momento começou... vinte minutos antes, quando o carro de Daniel Ricciardo foi para as boxes, por causa de problemas mecânicos, e só saiu de lá após a largada, com uma volta de atraso, pelo menos. 

Quando o resto dos carros lá arrancou, rumo à primeira curva... teve de abortar, fazendo com que dessem mais uma volta na pista. E claro, o número de voltadas dadas reduziu-se para 57. Hamilton fez uma largada segura e ficou com a liderança, com Vettel e Bottas a seguirem-no, enquanto que atrás, Kevin Magnussen começava mal a sua passagem pela Haas, com uma colisão no Sauber de Marcus Ericsson. O dinamarquês continuou, o sueco ficou.

No final da primeira volta, via-se que os Ferrari tinham um bom ritmo de corrida, especialmente Vettel, que não largou os Mercedes, qual cão obcecado por osso. Enquanto que Stoffel Vandoorne ia às boxes para resolver problemas de suspensão do seu McLaren, Vettel tentava não deixar de Hamilton se descolasse e ganhasse uma vantagem que não fosse comprometedora. As coisas andaram assim entre os dois primeiros enquanto que, atrás, na volta 13, uma fuga de água impedia Romain Grosjean de prosseguir, quando tinha tudo para pontuar nesta corrida e repetir a façanha de 2016.

Hamilton chegou à boxe na volta 18, deixando Vettel na liderança. O inglês saiu das boxes com pneus moles, enquanto que o alemão tentava voar com o seu Ferrari, tentando voltar na frente do piloto da McLaren quando fosse a sua vez. Enquanto isso não acontecia, o inglês colou-se na traseira de Verstappen, e tinha dificuldades em o passar. E foi assim até à volta 23 quando o alemão foi para as boxes e ficou na frente de Max, e mesmo pressionado à saída da boxe, ficou na frente de ambos. A estratégia resultara.

Depois, Bottas e Verstappen foram às boxes na volta 25, e na volta 28, o alemão estava a seis segundos de Hamilton, enquanto que este estava distanciado da mesma forma que Bottas... enquanto que Ricciardo desistia na volta 29, vitima de despiste, para desilusão dos locais. A partir daqui, as coisas ficaram bem mais calmas, o que no mundo da Formula 1 significava... aborrecimento.

Nas voltas seguintes, as únicas coisas interessantes que vimos foram o Bottas a aproximar-se de Hamilton, enquanto que Alonso tinha o carro no último lugar pontuável e era pressionado por Esteban Ocon, o segundo piloto da Force India. E na volta 44, Lance Stroll abandonava de vez esta corrida. 

Na frente, ficou tudo na mesma. A estratégia da Ferrari resultou na perfeição e o alemão corria sem problemas, tranquilo, levando o carro até à meta. E até ao fim, o grande momento foi na luta pelo décimo posto, com Alonso a segurar Ocon de tal forma que Hulkenberg encostou a ambos. O grande momento foi ver esses três carros lado a lado na reta da meta, com o francês a levar a melhor. O espanhol queixou-se pouco depois de problemas no seu carro, encostou-o à boxe e abandonou.

No final, Vettel levou o carro até à meta, dando à Ferrari a sua primeira vitória em ano e meio, na frente os Mercedes e do Red Bull de Max Verstappen. Como seria de esperar, todos estavam exultantes nas boxes da Scuderia, que começava com o pé direito a longa temporada que temos pela frente. A Mercedes parecia que tinha sido batida na estratégia, mas Lewis Hamilton estava na frente de Valtteri Bottas, logo, nem tudo estava perdido para o inglês. 

Atrás deles, havia Verstappen, Raikkonen, Felipe Massa - numa corrida tranquila para o brasileiro - Sergio Perez, os dois Toro Rosso, e Esteban Ocon, que conseguia aqui o seu primeiro ponto da sua carreira. Agora, dentro de duas semanas, a Formula 1 estará de volta, em paragens chinesas, para ver se esta vitória de Maranello foi um acaso, ou o chassis deste ano vai ser um dos que vale a pena expor um dia no museu da marca.

E uma coisa interessante: já repararam que houve mais gente na pista e nas cerimónias pré-pódio? Pois é, não ficaria admirado que a nova gerência tenha colocado ali o seu dedo...