sábado, 10 de junho de 2023

Noticias: Toyota apresentou protótipo a hidrogénio


O fim de semana das 24 Horas de Le Mans foi aproveitado para a apresentação de diversos projetos. E um deles surgiu da Toyota, onde apresentou um protótipo a hidrogénio, o ‘GR H2 Racing Concept’ que reforça o interesse da estrutura na futura classe a hidrogénio do Campeonato do Mundo de Resistência FIA/WEC.

Desenvolvido com vista a uma futura classe, a revelação do protótipo foi feita pelo Presidente da Toyota Motor Corporation, Akio Toyoda, e foi motivado pelo recente anúncio do ACO, Automobile Club de L'Ouest, que os veículos com motor a hidrogénio poderão competir na categoria de hidrogénio das 24 Horas de Le Mans.


Com a apresentação deste protótipo, a marca espera que estes hipercarros movidos a hidrogénio passem a correr nas 24 Horas de Le Mans a partir de 2026, reforçam o interesse no desafio de uma nova geração de protótipos na corrida mais importante da resistência, depois de eles terem desenvolvido num passado recente protótipos segundo os regulamentos dos LMP1 e LM Hypercar.

Le Mans é um lugar onde podemos ultrapassar limites e prever o futuro. O meu objetivo é alcançar a neutralidade de carbono sem comprometer a velocidade ou a emoção das corridas”, afirmou Akio Toyota durante a apresentação do Toyota GR H2 Racing Concept.

Eu não ia investir nesta tecnologia se não achasse que poderíamos ganhar com ela… o hidrogénio não é apenas zero emissões, mas uma tecnologia empolgante: oferece som, binário e dinâmica”, acrescentou.

Resta saber quando é que a ACO decide sobre essa classe a hidrogénio, embora eles desejem que comece em 2030, devido aos diversos atrasos no desenvolvimento do projeto.

Youtube Endurance Video: A partida das 24 Horas de Le Mans, 2023

E começou a edição do centenário das 24 Horas de Le Mans! Sabia-se que o boletim meteorológico não estaria estável para o final de semana - haverá chuva ao longo da corrida - mas não se contava que, logo depois de se ouvir "Assim Falava Zaratustra", assistíssemos dm direto à realização da máxima "não se ganham corridas na primeira curva, mas é ali que se perdem muitas". 

E falo disso porque logo na primeira volta, o Cadillac pilotado de Jack Aitken perdeu o controlo na saída da primeira chicane das Hunaudriéres, por causa da pista molhada naquela parte, e graças a isso, conseguimos um Safety Car... na primeira volta! Que durou uns 40 minutos, para quem não sabe. 

Foi um começo emocionante, não acham? E se perderam, podem assistir aqui neste vídeo.  

No Nobres do Grid deste junho...


De Nuvolari, Ferdinand Porsche disse, certo dia, em jeito de elogio, que "era o melhor piloto do passado, do presente e do futuro", devido à sua capacidade de controlar carros, especialmente os com motor traseiro. Isso porque ele, vindo das motos, conseguia adaptar a condução nesse tipo de carros, com motor em posição central. O "Mantuano Voador", extremamente supersticioso - apenas se vestia de polo amarelo e calças azuis - nasceu há 130 anos, naquela cidade do norte de Itália, e morreu há 70, de velhice, numa era onde um erro significava, muitas vezes, perder a vida. 

Contudo, se poucos de nós o viram correr ao vivo - agora, somente em filme - muitos afirmam que a sua melhor vitória poderá ter sido o GP da Alemanha de 1935 onde ele, com o seu Alfa Romeo relativamente ultrapassado, bateu os Flechas de Prata da Mercedes e da Auto Union no Nurburgring Nordschleife, que fez calar cerca de 200 mil alemães e a organização, que de tão convencida que iria ganhar um alemão, sequer tinha um disco com o hino (monárquico) italiano. Algo que Nuvolari, sempre previdente... tinha na sua mala. 

(...)

A França e a Europa ainda estavam sob os efeitos da crise de 1929, que levou, por exemplo, ao fim do domínio dos Bentley na corrida de Le Mans. Com a fábrica a retirar os seus carros, em 1931, e os franceses ainda a sofrerem com os efeitos da crise - havia apenas um Lorraine-Dietrich e um Bugatti entre os que alinharam na partida - e alguns britânicos, como um Bentley "Blower" privado, um Aston Martin Internacional, também privado, para além de dois inscritos pela marca, na classe 1,5 litros, e um Riley Brooklands oficial e um privado.

Restavam os Alfa Romeo, com os seus 8C-2300 MM-LM, especifico para esta corrida. Nenhum dos carros era oficial, eram todos privados, porque o novo presidente da marca, Ugo Gobatto, decidiu retirar a equipa no final de 1932, mas ele deixou que os carros foram vendidos a privados. E por causa disso que grande novidade foi que os vencedores do ano anterior, o francês Raymond Sommer e o italiano Luigi Chinetti, corriam separados. E seria Sommer que teria Tazio Nuvolari como seu co-piloto. Chinetti andaria com outro francês, Philippe Varent - que não existia, era apenas o "nom de guerre" de Philippe de Gunzburg. Outros Alfas presentes eram os do monegasco Louis Chiron, que corria com o italiano Franco Cortese, o do outro francês, Guy Moll, que corria com o seu compatriota Guy Cloitre, e dos britânicos Brian Lewis e Tim Rose-Richards, os de Hugh Hamilton e Earl Howe, e um individual, corrido por George Eyston.

(...)

Os Alfa estavam nos primeiros lugares quando no sábado, 17 de junho de 1933, 50 mil espectadores foram assistir às máquinas em movimento. Quando a bandeira francesa caiu, pelas 4 da tarde, o britânico Brian Lewis foi mais rápido e ficou com a liderança. Contudo, no final da primeira volta, Sommer tinha-o passado e liderava.  E a partir dali, colocou um ritmo tão elevado que no final da segunda hora, já tinha dado uma volta ao pelotão. Tinha batido o recorde de volta por nove vezes e não mostrava sinais de abrandar. 

Sommer entregou o carro a Nuvolari ao fim de duas horas e meia e 27 voltas, e logo de inicio deu um avanço de quatro minutos para a competição. Em contraste, Chiron perdia minutos por causa de problemas na ignição, e estava atrasado quando regressou à pista, às mãos de Cortese. Em uma hora tinha subido para sexto, mas Nuvolari tinha tudo sob controle. Pelo menos, até ao pôr do sol. (...)


Dez anos depois da edição inaugural, as 24 Horas de Le Mans eram bem diferentes. A Alfa Romeo era dominante, embora não corressem a nível oficial. Com isso, apareciam equipas privadas que tinham comprado os carros de fábrica e puseram a correr, com o claro favorito a ser um trio de carros: um com o local Raymond Sommer e o italiano Tazio Nuvolari, outro com o monegasco Louis Chiron e o italiano Franco Cortese, e um terceiro, com outro italiano, Luigi Chinetti, e o francês Philippe Varent... perdão, Philippe de Gunzburg.

A corrida não teria tido grande história se não fosse o seu final, que foi de cortar a respiração. Foi um duelo entre duas máquinas que queriam ganhar muito, mas foram a sorte e a destreza que determinaram o resultado: uma vitória popular na altura, e uma que entrou na história do automobilismo. Com uma curiosidade: Nuvolari, o triunfador... odiava correr de noite, e só correu em sete das 24 horas da corrida! 

Tudo isto e muito mais, podem ler este mês no Nobres do Grid.

sexta-feira, 9 de junho de 2023

A(s) image(ns) do dia



Jack Brabham, Dan Gurney e Bruce McLaren tem algumas coisas em comum. Se afirmarem que acabaram por ser construtores, acertaram. Se afirmaram que ganharem corridas quer como pilotos das suas próprias máquinas, também acertaram. Mas existe mais uma coisa que têm em comum: ganharam ambos o GP de Bélgica, em anos diferentes. Mas "Black Jack" ganhou apenas uma ocasião, em 1960, a bordo do Cooper no qual alcançou o bicampeonato, e numa corrida marcada pelas mortes de Chris Bristow e Alan Stacey, e os sérios acidentes na qualificação de Mike Taylor e Stirling Moss

Contudo, há 55 anos, em 1968, os três competiam nos seus próprios carros e em Spa-Francochamps, o temeroso circuito de 14 quilómetros que tinha coisas como o Masta Kink, um conjunto de curvas a alta velocidade, por exemplo, onde todos estavam, ainda por cima, impotentes perante os elementos que lhes davam poder de vida ou de morte sobre eles. 

Nesse palco do GP da Bélgica, tiveram sortes diferentes. Gurney, o americano que tinha triunfado no ano anterior, não estava presente, por causa dos problemas com o seu Eagle, Brabham nem marcou tempo e partia do 18º e último lugar, e McLaren, que nos dois últimos anos, lutava para colocar a sua equipa de pé, agora parecia ter uma equipa capaz de chegar ao topo, com a contratação de Denny Hulme, seu compatriota e o campeão do mundo em título. E parecia indicar isso, graças ao seu segundo lugar em Espanha, o primeiro pódio oficial da marca.

Mas muita dessa reputação recém-adquirida apareceu graças ao chassis M7A. Desenhado por Robin Herd e Gordon Coppuck, tinha-se estreado em Brands Hatch, na Race of Champions, onde ganhou. Depois, novo triunfo a International Trophy, em Silverstone, parecia ser, por fim, o carro que McLaren procurava para regressar aos lugares da frente. E ter o motor Cosworth no carro também ajudava. 

Mas aquela temporada de 1968, o que as pessoas tinham em mente eram os acidentes. E quando estavam a caminho da pista belga, souberam de outro acidente sério: na Alemanha, o italiano Ludovico Scarfiotti tinha-se despistado numa proba de montanha, a bordo do seu Porsche, e tinha morrido. Ele era o terceiro piloto a morrer em dois meses, e ele nem iria participar na corrida belga, embora tenha pegado num Cooper nas três primeiras corridas do ano, conseguindo dois quartos lugares em Jarama e no Mónaco. 

Apesar dos receios, foi uma corrida emocionante. Existiu uma luta pela liderança entre Jackie Stewart, Bruce McLaren e John Surtees, mas o poleman foi o Ferrari de Chris Amon, que naquela corrida, tinha uma asa traseira em cima do seu motor. Liderou na primeira volta, para perder a favor do Honda de Surtees. 

Na sétima passagem pela meta, contudo, a periculosidade da Formula 1 e o dia omnioso pairou quando Cooper de Brian Redman teve uma falha na suspensão, despistou-se e pegou fogo, com o piloto a ser retirado do carro com um braço fraturado e algumas queimaduras, mas nada grave. 

Stewart ficou com o comando na volta 16, e parecia que ia a caminho da meta para conseguir a sua primeira vitória da temporada. Mas para ser o primeiro, primeiro tem de cortar a meta nesse lugar. E numa pista de 14 quilómetros, ficar sem gasolina... não é bom.

E inesperadamente, mas merecidamente, Bruce McLaren ficou com o comando da corrida e a vitória, na frente de Pedro Rodriguez, no seu BRM, e Jacky Ickx, no seu Ferrari. Mas de uma certa forma, foi o auge de um carro que sabiam ter sido bem nascido, e era o final de uma luta que tinha começado no final de 1963, quando ele fundou a sua própria equipa, e passou pelo GP do Mónaco de 1966, quando ele alinhou a bordo do seu próprio carro. 

E era apenas o começo. 

Endurance: Saiu o calendário de 2024


O calendário do Mundial de Resistência para 2024 foi revelado nesta sexta-feira em Le Mans, com as grandes novidades a serem o alargamento para oito corridas de longa distância, e a entrada de mais circuitos, com a saída de outros. Sebring, Portimão e Monza saem, Interlagos, Imola, Austin e Losail entram.

Já se sabia da entrada do Qatar no Mundial, como prova de abertura, primeiro com o Prólogo (a sessão de testes) e o encerramento em Shakir, para as Oito Horas do Bahrein, mas as novidades estão dentro do calendário. Sem Portimão e Sebring, a prova italiana passa de julho para abril, por motivos logísticos, porque nessa altura, o Mundial estará na pista paulista, por exigência dos construtores, que querem uma corrida na América do Sul. Outra prova que muda de lugar no calendário é a americana, que passa para setembro no Circuit of the Americas, nos arredores da cidade americana de Austin.

O caso paulista, que regressa após quase 10 anos de ausência, fala-se que será por um ano, até uma eventual transferência para Brasília, para poderem correr no autódromo, que passa por obras de remodelação profunda. Já Austin não aparece desde 2020. 

Eis o calendário completo:

24-25 de Fevereiro - Prólogo - Qatar (Circuito de Losail) 

2 de Março - 1812 km do Qatar (Circuito de Losail) 
21 de Abril - 6 Horas de Imola (Itália / Autódromo Enzo e Dino Ferrari) 
11 de Maio - 6 Horas de Spa-Francorchamps (Bélgica) 
15-16 de Junho 24 Horas de Le Mans (França) 
14 de Julho - 6 Horas de São Paulo (Brasil) 
1 de Setembro - Lone Star Le Mans (Circuito das Américas/Austin) 
15 de Setembro - 6 Horas de Fuji (Japão) 
2 de Novembro - 8 Horas do Bahrain (Bahrein)

Noticias: Alpine apresentou o seu novo projeto


A Alpine apresentou nesta sexta-feira, em Le Mans, o seu carro para a classe Hypercar. Batizado de A424 Beta, o carro estará presente a partir da temporada de 2024. Segundo conta a marca, a escolha da numeração e da designação é simples: o A seguido dos três algarismos começados por 4, respeita a tradição dos carros de resistência vencedores da Alpine, enquanto o 24 simboliza as 24 Horas de Le Mans de 2024, e o Beta designa a fase final antes do seu lançamento.

Equipado com o motor V6 3.4L da marca, que debita 675 cabalos, acompanhado por um sistema hibrido Bosch standardizado, usado por todos os LMDh, esta apresentação é um momento importante de um projeto que começou em 2020. O trabalho foi desenvolvido em parceria com a Oreca e a Mecachrome, com os primeiros testes aerodinâmicos a serem feitos em julho de 2022 e os primeiros testes do motor a serem realizados no passado mês de dezembro. Ainda não foi para a pista, mas o primeiro "shakedown" está marcado para o fim de julho e a primeira sessão de testes será algumas semanas mais tarde, no circuito de Paul Ricard.


O parceiro de longa data nas corridas de resistência, a Signatech, será a equipa de fábrica para um hipercarro no WEC na próxima época, mas o construtor também está aberto à compra do carro por equipas clientes.

WEC: Ferrari consegue a pole em Le Mans


No ano do seu regresso à Hypercar, e 50 anos depois da última ocasião, a Ferrari fez a pole-position para as 24 Horas de Le Mans na classe principal. Depois de Arturo Merzário, em 1973, em 2023 foi a vez de Antonio Fuoco ser o poleman para a Scuderia, ainda por cima... em monopólio. Fuoco conseguiu 3.26,579, na frente do segundo Ferrari, de Alessandro Per Guidi. O Toyota numero 7 de Mike Conway foi o terceiro, enquanto António Félix da Costa foi o quinto, e o melhor dos Porsche. 

A sessão foi interessante, especialmente na parte da noite, quando nas primeiras tentativas, o carro se mostrou muito rápido, com Fuoco a metê-lo com tempos abaixo dos 3.22 minutos, depois de ter andado a 3.26 nas sessões da tarde. Tudo isto, sem que os Toyota se aproximassem em termos de velocidade de ponta. De uma certa forma, as coisas definiram-se muito cedo, com os Porsche a ficarem com o terceiro melhor posto, na frente dos Cadillac, cujo carro numero 3 chegou a estar parado no meio da pista numa das sessões, obrigando à sua interrupção. 

Na classe LMP2, a grande surpresa foi a pole, que caiu no carro da IDEC Sport, com os franceses Paul Lafargue Paul-Loup Chatin, com como o alemão Laurents Horr como os melhores, com 3.32,923, na frente do carro da Jota, com os dinamarqueses David Meinmenber-Hansson e Oliver Rasmussen, mais o brasileiro e Pietro Fittipaldi no segundo posto, com 3.33.055, e o terceiro posto para o da Team WRT, com o angolano Rui Andrade, o polaco Robert Kubica e o suíço Louis Deletraz a conseguirem 3.33,240. 

Na classe LMGTE-Am, o melhor foi o Corvette de Ben Keating, Nicky Catsburg e Nicolás Varrone, batendo o Aston Martin da ORT by TF guiado por Ahmad Al Harthy, Michael Dinan e Charlie Eastwood.

As 24 Horas de Le Mans acontecem neste sábado, a parte das 15 horas locais, menos uma hora em Lisboa. 

quinta-feira, 8 de junho de 2023

Youtube Formula 1 Video: As comunicações de Barcelona

O fim de semana espanhol pode não ter sido... histórico em termos de corrida propriamente dita, mas ao longo do fim de semana, aconteceram algumas coisas dos quais mereceram a escolha do pessoal da Formula 1 para este vídeo que mostro a seguir.   

quarta-feira, 7 de junho de 2023

A imagem do dia


Todos os anos, os organizadores tiram uma foto dos carros e dos pilotos que participam em todas as edições das 24 horas de Le Mans. E tinha altas expectativas sobre agora, 2023, por razões mais que óbvias: esta é a edição do centenário. Cem anos depois da primeira vez, onde as máquinas evoluíram imenso desde então.  

Hoje em dia, ninguém, tirando os mais fanáticos e mais conhecedores fazem ideia o que é um Chenard-Walcker ou sabe quem foram André Lagache e René Leonard, mas estes foram os primeiros vencedores, e a marca - aliás, o carro original seque existe, só há apenas uma réplica no museu em Le Mans, ao lado de muitos outros carros, verdadeiros e lá expostos como tinham acabado de correr um dia inteiro à volta do circuito de La Sarthe.

Ao longo desses cem anos, a nossa ideia desta corrida entranhou-se dentro de nós. Os feitos dos seus pilotos ficaram imortalizados nos jornais e depois, em fotografias e livros. Alegadamente, enquanto Tom Kristensen triunfava ano após ano nos seus Audis em Le Mans, Jacky Ickx , o vencedor anterior, afirmara: "aos meus triunfos publicaram-se livros, a ele, comunicados de imprensa". Acho que é uma história apócrifa, e mesmo que tivesse acontecido, creio que hoje em dia, haja mais respeito e admiração de ambos os pilotos, um ao outro.

Hoje em dia, sabemos que marcas como a Bentley, Bugatti, Ferrari e Porsche, entre outros, fizeram grande parte das suas reputações através dos seus triunfos em La Sarthe, a primeira vez de Hollywood em Le Mans tornou-se num filme de culto (mas, paradoxalmente, quase custou a carreira ao seu ator principal, Steve McQueen) e este ano, os bilhetes foram esgotados muito antes da corrida começar. E foram emitidos... 400 mil! 

E eu tenho a certeza que este ano, poderá ser o inicio de uma era dourada na Endurance. 50 anos depois da última ocasião, a Ferrari regressa a Le Mans, e tem a companhia da Porsche, Caddillac, Toyota, Peugeot, Glickenhaus e Vanwall. E aparecerão mais: em 2024, teremos só na classe Hypercar a Alpine, Isotta-Fraschini e Lamborghini, e fala-se que em 2025 aparecerá a Alfa Romeo, e espera-se que a BMW colocará um carro na WEC, da mesma forma que tem, neste momento, um na IMSA americana. 

Claro, o momento é único, porque toda esta gente quer uma coisa: triunfar. E se não conseguem agora, com ou seu BoP - Balance of Performance, onde os carros mais rápidos têm um "lastro" para evitar que sejam demasiadamente rápidos em relação à concorrência - os carros, ao fim de quatro a seis anos, irão embora porque eles não andaram ali a gastar dinheiro para nada. Automobilismo é caro, e praticamente toda esta gente tem uma certa frase na cabeça: "win on sunday, sell on monday". Triunfa no domingo, para que as pessoas comprem os nossos carros na segunda-feira.

Em suma, este deve ser a corrida mais aguardada dos últimos anos. E não é só por causa da efeméride, da potencial competição, mas também... por causa do tempo. É que poderá chover no fim de semana da competição, e isso normalmente tem o potencial para imensa confusão.

Será, sem dúvida, uma corrida inesquecível.   

Youtube Automotive Vídeo: As marcas americanas que desapareceram neste século XXI

Quem conhece a industria automóvel americana sabe que são essencialmente os "Big Three": Chrysler, GM (General Motors) e Ford.  Que praticamente ficam com tudo, embora a Tesla seja agora a marca disruptiva desses "Big Three", com os seus carros elétricos - e mais algumas que querem ficar com esse pedaço maior, como a Rivian.

Mas ao longo deste quase primeiro quarto de século, já existiram marcas que desapareceram, muitas delas graças aos eventos da crise de 2008, que fizeram com que duas delas (GM e Chrysler) pedissem ajuda ao governo federal para serem protegidas dos credores. E para receberem essa ajuda federal, tiveram de cortar nas "gorduras", ou seja, ou vendiam, ou extinguiam.

E é sobre essas marcas agora extintas que o James Pumpfrey e o Justin Freeman falam neste mais recente vídeo do Donut Media. 

Endurance: Pilotos portugueses com objetivos definidos


António Félix da Costa e Filipe Albuquerque são os dois pilotos portugueses que estarão presentes na edição do centenário das 24 horas de Le Mans, que acontecerá neste final de semana. E ambos partem para a prova com ambições diferentes: um quer um pódio na classe principal, outro deseja o triunfo na classe LMP2. 

No primeiro caso, o do piloto de Cascais, atualmente com 31 anos e recém-chegado de Jakarta, onde disputou a ronda dupla da Formula E pela Porsche, a edição do centenário das 24 horas de Le Mans será disputado na categoria Hypercar, ao volante do Porsche 963 da Hertz Team JOTA, com os seus colegas de equipa, o britânico Will Stevens e o chinês Yifei Ye. E o objetivo dele é o de alcançar o pódio, depois de terem ganho na classe LMP2 em 2022.


Este é um grande momento para mim e para a Hertz Team JOTA, já ganhei esta corrida na LMP2, mas agora é para lutar à geral”, começou por afirmar António Félix da Costa, na béspera da Hyperpole, a sessão de treinos para definir a grelha de partida desta corrida. 

Depois de muito trabalho, preparação do nosso carro e esforço de toda a equipa, chegou a altura das 24 horas de Le Mans e acredito que estamos preparados para este grande desafio. Sabemos que somos uma equipa privada e lutamos contra várias marcas oficiais, com orçamentos bem mais elevados, mas também sabemos do valor desta grande equipa, que conta com alguns dos melhores engenheiros do automobilismo mundial, portanto encaramos esta corrida com muita responsabilidade, um enorme espírito de equipa e muita vontade de terminar as 24 horas sem problemas e lutar por um lugar no pódio!”, concluiu.


Para Filipe Albuquerque, aos 37 anos - fará 38 a 13 de junho - este ano continua na classe LMP2, a bordo do carro da United Autosports, ao lado dos seus companheiros Phil Hanson e Frederike Lubin. No pré-teste, o piloto afirmou que não houve tanta preocupação com os tempos, mas sim, dar ritmo ao piloto menos experimentado. E apesar de já estar na sua décima participação na prova, de já contar com uma subida ao lugar mais alto do pódio entre a classe LMP2, Filipe Albuquerque não esconde que ainda sente ansiedade por mais uma corrida na rainha da Endurance.

"[Foi] sobretudo dar oportunidade ao piloto menos experiente, neste caso Lubin, de conhecer esta nova realidade. Amanhã [quarta-feira], é o início da preparação para as sessões de qualificação que vão ditar a grelha de partida. E agora que cada equipa vai começar a mostrar o seu realmente andamento e nós também”, começou por afirmar.

“[Sinto] aquele friozinho na barriga em como vai começar a corrida mais difícil do ano. Aquela que move tudo e todos e que pode mudar o rumo dos campeonatos. Estamos na frente, cientes de todo o nosso potencial e confiantes num bom resultado. Não impomos limites a nós próprios, apenas fazer de tudo para chegar à vitória. Vencer Le Mans pela segunda vez e manter a equipa na frente do campeonato é tudo o que posso desejar”, concluiu o piloto de Coimbra.

WRC: Neuville feliz pela vitória na Sardenha


Thierry Neuville triunfou nas estradas da Sardenha, dando uma vitória necessária para a Hyundai nesta temporada e colocando o piloto belga na luta pelo campeonato, liderado por Kalle Rovanpera. No rescaldo desse final de semana, o piloto respirou de alívio por ter ganho esta corrida e dedicou a vitória ao malogrado Craig Breen, que morreu em abril, ao preparar-se para o rali da Croácia. 

Antes de mais, estou contente por estar de novo no primeiro lugar do pódio. Foi um fim-de-semana difícil e desafiante, como todos puderam ver.", começou por dizer Neuville. "Estivemos envolvidos desde o início numa luta difícil, com alguns altos e baixos durante todo o fim-de-semana, mas sempre capazes de recuperar graças a um bom ritmo, e a uma melhor sensação no carro e também a uma boa estratégia de pneus, penso eu, enquanto estávamos envolvidos numa luta com o Sébastien [Ogier] e o Esapekka [Lappi]. No final, de alguma forma, a estratégia compensou, pressionando Ogier, que cometeu um erro, o que nos deu uma boa oportunidade, para nós e para a equipa, de garantir um duplo pódio neste fim-de-semana. É tudo o que procurávamos e esperávamos e é o que as pessoas da equipa também merecem. Por isso, estamos gratos por isso e felizes por estarmos aqui”, continuou por dizer Neuville.

O piloto belga afirmou que se manteve concentrado no seu trabalho no último dia, porque sabia que era preciso terminar o trabalho para colher os seus frutos. 

Na verdade, não estava, estava apenas a conduzir e a tentar manter um ritmo decente, porque todos sabemos que quando se conduz demasiado devagar o carro não funciona e a sensação é horrível. Senti-me confortável assim, mas sim, a Power Stage foi a pior para mim. Obviamente, foi um dia longo, saímos cedo, fizemos muitas ligações, tivemos longas esperas antes das especiais, longas esperas nos reagrupamentos, só para esperar e ver se a chuva vinha e a especial estava a ficar muito molhada e em condições horríveis. Eu sabia que os meus pneus estavam muito maus para a última especial, por isso, sim, foi muito stressante no final e o objectivo era apenas passar por ela. Sabíamos também que o Kalle estava a tentar conquistar os cinco pontos e, mesmo que eu tivesse corrido todos os riscos, teria conquistado talvez um ponto no máximo e penso que nem isso, por isso tivemos uma boa abordagem, levamos o carro até ao fim e foi isso”, afirmou o belga. 


Quando ao que conseguiu nas estradas sardas, referiu ainda a importância dessa vitória para o campeonato: 

Para nós foi muito importante porque todos sabemos que o Quénia pode ser um bom evento, o nosso carro é bastante fiável e forte em condições difíceis, mas também sabemos que a Finlândia e a Estónia não são as minhas superfícies e corridas privilegiadas no calendário e são, sem dúvida, aquelas em que o Kalle vai estar forte, por isso foi importante conquistar alguns bons pontos, mas vai ser ainda mais importante ter um bom evento no Quénia e conquistar mais alguns pontos, especialmente mais do que o Kalle nesse evento. A batalha vai ser aí e vai ser um desafio difícil, como sempre, mas estou ansioso por isso, porque tenho um bom pressentimento.", concluiu.

terça-feira, 6 de junho de 2023

Youtube Formula 1 Vídeo: As atribulações de Valência

A certa altura da história da Formula 1, Espanha recebeu dois circuitos. Um era em Barcelona, outro era num sitio mais abaixo: a cidade de Valência, a terceira maior do país. Em 2008, os carros chegaram e começaram a correr numa pista à beira-mar, do qual, aparentemente, criou sucesso.

Contudo, alguns anos mais tarde, o governo local decidiu acabar com o contrato antes de tempo e e pista ficou abandonada, especialmente quando existia outro circuito a menos de 30 quilómetros dali, o Ricardo Tormo, usado pela MotoGP até aos dias de hoje... e é um circuito permanente. 

E é sobre a história deste circuito que o Josh Revell decidiu contar no vídeo de hoje. 

Endurance: Fim de semana chuvoso em Le Mans


O fim de semana das 24 Horas de Le Mans poderá ser igual ao que aconteceu há cem anos, na sua edição inaugural: muito molhado. Segundo mostram as previsões meteorológicas até agora, estão previstos aguaceiros na sexta-feira, a partir de manhã, arrastando-se até à madrugada de sábado. 

Nesse dia, a partir das 10 horas, depois de uma acalmia, os aguaceiros regressarão, acompanhados por trovoadas, e as chuvas poderão ser persistentes até cerca das 22 horas, o que poderá indicar uma corrida difícil, marcada por uma amostragem constante das bandeiras amarelas.

Os aguaceiros diminuirão na madrugada de domingo, mas aumentarão consistentemente até à horas da chegada, por volta das 15 horas.   

Quanto à temperatura, esta é constante, entre os 16 graus de mínima e os 27 graus de máxima. 

Quando uma corrida em África?


Correr em África não é uma obsessão para a Formula 1, mas sabem que não seria uma má ideia correr para o único continente no qual ainda não correm, e do qual não fazem isso desde 1993. Contudo, não é uma empreitada fácil, por causa de diversos fatores. e de quando em quando, surgem mais que aparenta colocar esse sonho num lugar mais distante.

A Formula 1 correu em dois lugares: Marrocos e África do Sul. O primeiro, em 1958, e o segundo, entre 1962 e 1985, com interrupções em 1966 e 1981, e no regresso, em 1992 e 93. O circuito de Kyalami foi a pista que recebeu mais corridas, 17, entre 1966 e 85.

Contudo, nos últimos anos, graças a Lewis Hamilton, se pensa na ideia do regresso a paragens africanas, e a África do Sul é a primeira candidata. Contudo, desde então que aconteceram diversos obstáculos que impedem uma chegada mais rápida. A primeira envolveu Warren Scheckter, familiar do campeão Jody Scheckter, que em 2021, negociou com o governo e a Liberty Media a chegada da Formula 1 a Kyalami, mas por causa de um problema com finanças - o promotor exigiu mais dinheiro - o negócio não se concretizou. 

Contudo, o surgimento recente de outra companhia, a 777, que promove as 9 Horas de Kyalami, poderá fazer com que a Formula 1 regresse a África, mas recentemente, a Formula 1 decidiu que não iria mais pensar no regresso a essas paragens. A razão? Politica. 

Aparentemente, o alinhamento político recente da África do Sul com a Rússia, que culminou na descoberta de um fornecimento de armamento para o país que está em guerra com a Ucrânia, e que furou as sanções ocidentais contra aquele país, arrefeceu bastante as relações do resto do mundo com aquele país, e ao contrário do que aconteceu há 45 anos, quando a Formula 1 se tornou no "último reduto" do boicote desportivo mundial ao regime do "apartheid", nesta ocasião, a Liberty Media preferiu não avançar mais neste caso. O que fez, segundo se conta, salvar o GP da Bélgica, cujo contrato termina no final de 2023.

Mas há outros lugares que poderão pensar na ideia. Fala-se bastante no Ruanda, que em quase 30 anos se transformou num lugar onde 800 mil pessoas foram mortas em 100 dias por ser da tribo errada para ser uma espécie de "Singapura de África". Estão no meio de projetos enormes, desde ligações ferroviárias até ao Índico - pela Tanzânia e Quénia - até à construção de um novo aeroporto, passando por outras infraestruturas, para atrair o turismo de massas para um país... que não tem mar, por exemplo. 

Contudo, o governo local está na disposição de financiar o projeto de uma pista de Classe 1, provavelmente desenhado pelo arquiteto do costume, Hermann Tilke, mas tudo isso está numa fase muito inicial. 


Marrocos tem uma pista, em Marrakesh, que já recebeu a Formula E, e é semipermanente, que poderia ser remodelada e apetrechada para categoria 1 da FIA, mas por agora, não há planos para esse sentido. E recentemente surgiu a proposta de um lugar inesperado: a ilha de Zanzibar, no Índico.

Segundo conta o site italiano sportface.it, o governo local e a ZIPA, Zanzibar Investment Promotion Authority, está disposto a investir até 500 milhões de dólares num complexo turístico na ilha, que teria um circuito dentro desse complexo, que teria, entre outras coisas, hotéis, edifícios de escritórios e de habitação. Salim Turky, parlamentar da tanzaniano, que também é o vice-porta-voz do projeto, destaca que “[isto] vai ser um divisor de águas, não pela corrida em si, mas porque vai trazer África e Zanzibar para o palco mundial do turismo e serviços”. E já atraiu para o projeto o ex-piloto da Jordan, Benetton e Ferrari, o italiano Giancarlo Fisichella

Contudo, eles são os primeiros a admitir que o projeto ainda está na sua fase inicial, e que demorará entre quatro e sete anos para ter tudo - ou boa parte de tudo - completo. 

Portanto, o regresso a África da Formula 1 poderá ser, pelo menos até ao final da década, algo que poderá ser mais desejo do que realidade. E sabe-se-lá que mais obstáculos não aparecerão até que tal desejo aconteça. Porque vontade, até que existe. 

Youtube Motoring Vídeo: The Grand Tour, Eurocrash

Os Três Estarolas estão de volta. James May, Jeremy Clarkson e Richard Hammond meteram-se à estrada e foram passear pela antiga Cortina de Ferro, do norte da Polónia até Trieste, para andarem em carros... excêntricos, fazerem coisas... excêntricas, e raptarem o Nigel Mansell. Descansem, é de cera. 

Ah! E andarem em carros do Leste, como um Skoda de 1965, por exemplo, ou um Melkus. E participar numa competição de antigos Formulas do Leste europeu. Tudo isto e mais alguma coisa pode ser vista no vídeo do filme que aparecerá a partir do dia 16 de junho no Amazon Prime. 

Se o tiverem, claro...  

segunda-feira, 5 de junho de 2023

A(s) image(ns) do dia



Ontem, por acaso, a IndyCar correu na baixa de Detroit, lugar onde, 40 anos antes, era a Formula 1 que andava por ali. E precisamente há 40 anos, fazia-se história. Dezasseis anos depois do primeiro triunfo, com Jim Clark, no seu Lotus 49, Michele Alboreto dava à Cosworth a sua 155ª e última vitória do seu motor de 3 litros. E também seria a última de um motor atmosférico num Grande Prémio de Formula 1 até 1989, quando Nigel Mansell ganhou o GP do Brasil, com o seu Ferrari de 12 cilindros. 

E o mais interessante é que também foi a última vitória da Tyrrell, que uma década antes, ganhava corridas e campeonatos, com Jackie Stewart como piloto.  

Quando em 1983, os Turbo dominavam, existiam ainda lugares onde a potência não contava muito, e os circuitos citadinos eram uma espécie de "ultimo reduto". Os McLaren tinham ganho em Long Beach, com os Cosworth e a mesma coisa tinha acontecido com Keke Rosberg, no Mónaco. E em Detroit, paco do GP americano, mesmo que os quatro melhores tenham sido Turbos, Alboreto conseguiu ser sexto, o segundo melhor dos não-Turbo, depois do Arrows de Marc Surer.

Alboreto, que estava na sua segunda temporada completa, tinha ganho alguns meses antes, noutro circuito americano, e era visto como uma das maiores esperanças italianas no automobilismo. Nascido 26 anos antes, a 23 de dezembro de 1956, em Milão, tinha começado a correr em monolugares em 1976, ganhando o Europeu de Formula 3 em 1980 e andado na Endurance, sendo piloto oficial com a Lancia nas 24 Horas de Le Mans. A sua estreia na Formula 1 foi em Imola, quando a Tyrrell lhe deu a chance, no lugar de Ricardo Zunino, que ficara sem dinheiro.

O ano de 1982 foi o de consolidação. Os seus primeiros pontos foram em Jacarépagua, com um quarto posto, e duas corridas depois, o seu primeiro pódio, com um terceiro lugar, atrás dos Ferrari de Didier Pironi e Gilles Villeneuve. Na última corrida do ano, em Las Vegas, ele conseguiu lebar o carro até ao lugar mais alto do pódio, e foi um dos... 11(!) pilotos que trinfaram nessa temporada. 

Em 1983, a equipa só tinha conseguido dois pontos com Danny Sullivan no Mónaco, e o sexto tempo em Detroit era um boa noticia para toda a gente. Na partida, ganhara um lugar com o Ferrari de Tambay parado na grelha, e nas voltas seguintes, os problemas com os carros Turbo fez com que a meio da corrida, especialmente com os problemas com o Ferrari de René Arnoux e o Brabham de Nelson Piquet, ele era segundo. E na volta 50, já comandava a corrida.

No final, ele acabou a conseguir a sua segunda vitória na Formula 1, tornando-se no terceiro piloto mais vencedor da equipa, sendo apenas superado por Jackie Stewart e Jody Scheckter. Rosberg e John Watson, no seu McLaren, que tinha vindo da 21ª posição da grelha (!) compunham o pódio. Todos sem terem motores Turbo, porque eram mais resistentes. Quanto ao italiano, iria ter a sua recompensa: em 1984, seria o primeiro piloto italiano na Ferrari depois de Arturo Merzário, uma década antes.  

Rumor do dia: Rovanpera troca de equipas?


Acabado o rali da Sardenha, surgiu nesta segunda-feira o rumor que, a acontecer, seria o mais sensacional dos últimos tempos no WRC: o finlandês Kalle Rovanpera estaria de malas arrumadas para a Hyundai para 2024.  

A história é simples: o contrato do finlandês termina em 2023 e segundo o Dirtfish.com, Timo Johuki, o seu empresário, quer uma melhoria nas condições, e para forçar a Toyota nesse campo, decidiu abrir também conversações com a Hyundai no sentido de saber se podem arranjar um lugar para o atual líder do campeonato.

Na realidade, a Toyota, nas declarações do seu diretor desportivo, Jari-Matti Latvala, já disse que os rumores não os perturbam:

Quando chegamos ao verão, é normal que comecemos a ver as histórias sobre contratos [de pilotos]. Está chegando à metade da temporada, então isso é, digamos, quase uma situação normal”.

Questionado pelo site sobre o grau de compromisso para manter o jovem de 22 anos na Toyota, Latvala respondeu: 

Absolutamente. Você sabe, nós sentimos que realmente temos o pacote completo com Kalle. E nós sentimos que é o mesmo para ele. Este é o time da casa dele, estamos com o mesmo espírito vindo desta parte da Finlândia. É sobre a família Toyota. Adoramos ver o entusiasmo de Kalle por tudo o que ele faz com a Toyota, seja vencendo o campeonato mundial ou dirigindo um carro de drift GR Corolla. Ele faz parte da família e estamos muito empenhados em mantê-la assim”, concluiu.

O WRC prossegue no final do mês com o rali Safari, no Quénia. 

domingo, 4 de junho de 2023

WRC 2023 - Rali da Sardenha (Final)


E agora, os melhores foram os Hyundai. O belga Thierry Neuville acabou por ser o melhor, mais rápido que Esapekka Lappi, seu companheiro de equipa, com Kalle Rovanpera a ficar com o lugar mais baixo do pódio e a ser o melhor dos Toyota, depois de Sebastien Ogier ter perdido muitas posições com o que lhe aconteceu na etapa de ontem. 

Contudo, nesta etapa de hoje, houve duas desistências relevantes: a primeira, de Dani Sordo, e a segunda, de Adrien Formaux que por causa disso, a Power Stage foi parcialmente neutralizada. 

Contudo, o piloto belga, no final da prova, mostrava-se mais satisfeito com o resultado do que preocupado com a concorrência. Aliás, tinha um pensamento em mente.


"Claro que foi um fim de semana desafiador. Viemos para cá com a crença de que poderíamos lutar pela vitória, mas o primeiro dia foi desafiador e perdemos um pouco de tempo. Ontem estávamos na liderança e tivemos que administrá-la até o final. É a primeira vitória da equipa nesta temporada, é uma dobradinha, e a primeira vez do nosso chefe de equipa também. Craig Breen também está em nossas memórias - queríamos a vitória na Croácia, mas [só] conseguimos agora.", declarou Neuville.

Com quatro etapas no último dia, passagens duplas por Arzachena - Braniatogghiu e Sardegna, e com o belga sob controle de tudo, Ott Tanak avançou para ganhar na primeira especial do dia, 4,3 segundos na frente de Thierry Neuville e de Elfyn Evans. Tanak voltou a ganhar na 17ª especial, com 2,3 segundos sobre Katsuta Takamoto, e também foi marcada pela desistência de Dani Sordo, devido a problemas no escape do seu Hyundai, quando seguia na quinta posição.

Takamoto ganhou na penúltima especial, 4,4 segundos na frente de Lappi e 4,9 sobre Neuville. Mas na Power Stage, Adrien Formaux teve um acidente e a especial acabou por ser interrompida. Robanpera acabou por ganhar, 4,7 segundos na frente de Ott Tanak e 4,8 sobre Katsuta Takamoto.

Depois dos três primeiros, Evans foi o quarto, a 5.20,5. Andreas Mikkelsen foi o melhor dos Rally2, a 9.33,3. Distante dele está Teemu Suninen, num Hyundai i20Rally2, a 11.48,2, que foi melhor que Kajeatan Kajetanowicz, a 12,46.1, no seu Skoda Fabia Rally2. Yohan Rossell foi oitavo, em cima do piloto polaco, a 12.53,4. E a fechar o "top ten" ficaram o polaco Mikołaj Marczyk (a 15.33,8) e o checo Erik Cais (a 16.49,4)

No campeonato, Rovanpera continua a comandar o campeonato com 118 pontos, seguido por Neuville, com 93, e Tanak, com 85. O WRC prossegue no final do mês, agora em terras quenianas. 

Formula 1 2023 - Ronda 7, Barcelona (Corrida)


Depois de uma qualificação sensacional, do qual tirou muitas dúvidas sobre quem ganhará hoje, existiam duas dúvidas a seguir: a primeira, será que com um carro muito bom e um piloto muito motivado, a Red Bull ganhará todas as corridas de 2023 - não acredito, nem eles mesmos acreditam - e a segunda é saber será que choverá na hora da corrida, e se sim, irá afetar de alguma maneira a performance de Max Verstappen e dos energéticos. 

Um aviso condicional sobre a última parte: provavelmente não. O neerlandês voador é também bom à chuva.  

Antes da corrida, soube-se que o Ferrari de Charles Lelcerc e o Williams de Logan Sargent iriam arrancar das boxes, o último por causa de uma troca na suspensão do seu carro. Também existiam ameaças no carro de Lando Norris, o terceiro da grelha, por causa de uma das rodas, mas os mecânicos da McLaren resolveram a situação a tempo. 

Claro, as expectativas eram grandes por causa do segundo posto de Carlos Sainz Jr.  que era o segundo na grelha, atrás do - aparentemente - imbatível Max Verstappen, cada vez mais o neerlandês voador desta Formula 1 atual. E quanto às paragens nas boxes, falam entre duas e três, dependendo da degradação dos Pirelli.

E na hora de começo da corrida, as nuvens estão presentes, mas a ameaça de chuva estava longe.  


Na largada, Max foi-se embora, seguido por Sainz Jr., que chegou a colocar o carro ao lado do neerlandês, mas ele levou a melhor na primeira curva. Norris queixava-se de ter sido tocado, e ia às boxes no final da primeira volta, caindo para o fim da grelha. E mais atrás, Pérez tentava recuperar lugares para ficar onde merecia estar: entre os da frente. 

Detalhe: os Red Bull eram os únicos que andavam com os médios, com o resto do pelotão a andarem de moles. Os carros energéticos, por causa disso, iriam parar mais tarde, ficando mais tempo na pista - benéfico para Pérez, por exemplo - e se calhar, abririam mais para a concorrência. 

Na volta 7, Hamilton já era terceiro, depois de passar Stroll, e na frente, Max já tinha quase quatro segundos de avanço para a concorrência. Pérez, entretanto, já estava nos pontos, e por alturas da volta 15, já começavam a trocar de moles para duros. Sainz trocou de pneus na volta seguinte, e o segundo posto era agora de Hamilton. E depois, era Leclerc a ir para as boxes, trocando para moles, quando tinha partido da corrida... de duros.  Quanto a Alonso, trocou de boxes na volta 20, e Hamilton, na 25, Pérez na 28 e Max na 30. 

E entretanto, a chuva poderá estar a chegar. Todos no pitlane andam a ver os radares, e outros andam a olhar para os céus, para saber se já caía ou não pingos de chuva. Russell chegou até a perguntar se já chovia, porque tinham aparecido uns pingos no seu capacete. Afinal, era apenas suor. 


E na corrida, enquanto Max ia-se embora, parecendo que já estaria noutro fuso horário, atrás, Russell queria mostrar que os Mercedes eram melhores que, por exemplo, os Ferrari. E ambos os pilotos já tinham passado o espanhol para serem segundo (Hamilton) e terceiro (Russell). 

E nos céus... poucos minutos depois, todos chegaram à mesma conclusão: a ameaça não passaria disso mesmo. Não iria chover, a monotonia iria ficar até, se calhar, à bandeira de xadrez.

Alonso parava na volta 45 para colocar duros, uma volta depois de Leclerc ter também ido às boxes para colocar... duros. Enfim, estratégias. Russell parava na volta 46, para colocar moles e elevar o ritmo, e Hamilton, bem como Pérez, entravam na 51ª passagem pela meta. Restava Verstappen, intocável, na frente, e de duros. Max trocaria pouco depois, para colocar moles. Aliás, os quatro primeiros andariam nesse composto, se calhar, até à meta. 

E houve consequências: volta 55, o mexicano passava Sainz Jr para ser quarto e tentava apanhar os Mercedes. Na parte final, ele tentou apanhar Russell para chegar ao pódio, mas acabou por não acontecer. 


Na frente, Hamilton ganhava sem história e consolidava a sua liderança. O neerlandês voador, com a sua máquina energética, mostrava o seu domínio e a cada corrida que passava nesta temporada, parece que o tricampeonato é uma questão de tempo. Contudo, com os Mercedes a ocuparem os dois outros lugares do pódio - Pérez não chegou a tempo da apanhar Russell - parece que os Flechas de Prata, embora ainda não consigam apanhar os energéticos, agora começam a solidificar na segunda posição, passando os Aston Martin, que foram apenas sexto e sétimo, incapazes de apanhar a concorrência. 

Aliás, pela segunda vez na temporada, Fernando Alonso não ia ao pódio.

Agora que o pesadelo acabou, adiante para o Canadá. Que tem uma reputação... absolutamente contrária.   

Formula E: Gunther foi o melhor na segunda corrida de Jakarta


O alemão Max Gunther, da Maserati, foi o vencedor da segunda corrida de Jakarta da Formula E, que aconteceu na manhã deste domingo, na frente do Andretti de Jake Dennis e de Mitch Evans, da Jaguar. Pascal Wehrlein foi sexto e recuperou a liderança do campeonato para a Porsche, depois de Nick Cassidy ficar fora dos pontos, um lugar à frente de António Félix da Costa, que pontuou de novo na jornada indonésia da Formula E.  

A grande novidade desta corrida é que os pilotos tinham agora oito minutos de aceleração externa no Attack Mode, o dobro do tempo que tinham ontem, e agora, com Max Gunther a dar a primeira pole da temporada à Maserati, os pilotos esperavam hoje mais uma corrida cheia de humidade e calor. 

Ainda antes da corrida, Sergio Sette Câmara e Sam Bird eram obrigados a partir das boxes por causa de problemas nos seus carros devido ao calor. Gunther manteve a primeira posição na partida, com alguns pilotos a ganharem posições na grelha, com Felix da Costa a chegar logo aos pontos, sendo nono na primeira curva da pista. Pouco depois, Jake Dennis ficou com o comando, ameaçado por Mitch Evans, com os Maserati logo a seguir. 

Felix da Costa era agora oitavo, depois de passar Jean-Eric Bergne, que pouco depois, sofreu um toque, que o relegou para o final do pelotão. Na volta 15, Vandoorne, Fenestraz e Wehrlein iam para o Attack Mode, com o português a ser temporariamente sétimo, antes de ser passado pelo seu companheiro de equipa. Na volta seguinte, Gunther e Dennis iam ao Attack Mode e era passado por Evans para a liderança. Eles tentavam passar o piloto da Jaguar, que não tinha tempo de Attack Mode, mas este defendia-se muito bem. 

Mas na volta 19, Nick Cassidy batia na traseira do Porsche de Pascal Wehrlein e ia para as boxes para saber da extensão dos estragos, caindo para o fundo do pelotão. Por esta altura, Gunther e Dennis já tinham um bom avanço para os outos pilotos. Algumas voltas depois, na 25, Felix da Costa e Mortara ia para o Attack Mode pela segunda ocasião, criando uma situação onde os Porsche e a Nissan lutam por posição. 

A partir dali, Gunther e Dennis foram até à meta nas posições, longe do pelotão, onde atrás, Evans segurava os Nissan e os Porsche, que lutavam entre si para chegar o mais à frente possível. Felix da costa era sétimo e aguentava o Maserati de Mortara. E foi assim até à bandeira de xadrez, com os dois primeiros a terem uma jornada tranquila. 

No campeonato, Wehrlein recuperava a liderança com 134 pontos, mais um que Jake Dennis, e mais seis que Nick Cassidy. Felix da Costa é sexto, com 78 pontos, mais oito que Max Gunther.

A competição continua a 24 de junho, em terras americanas, mais concretamente em Portland, no Oregon.