E depois de um mês de férias, voltamos à ação numa das pistas mais desafiantes e clássicas do campeonato: Spa-Framcochamps. E ainda por cima, com o boletim meteorológico a prometer chuva ao longo do final de semana, a ideia de isto se tornar numa roleta russa - neste caso, uma roleta belga - é bem real.
E foi por causa disso que vimos algo interessante na luta pelo campeonato. No fina da segunda sessão de treinos livres, Max Verstappen bateu forte de traseira na saída da curva Les Combes e danificou o eixo traseiro e desconfiando que tinha sobrado para a caixa de velocidades do piloto neerlandês. Caso acontecesse, era bem provável que ele pudesse sair prejudicado pelo menos em termos da sua luta contra Lewis Hamilton e a Mercedes. E ainda por cima, num circuito ao lado nos seus Países Baixos natais...
Mas neste sábado, a chuva foi forte, bem forte. Tanto que, quando os ponteiros do relógio chegaram às 15 horas locais, a pluviosidade era grande e a organização decidiu adiar por algum tempo p seu inicio. Para ver se as coisas estariam em condições, o Mercedes vermelho do Safety Car saiu para a pista no sentido de saber se havia água acumulada em algum lado. Depois dessa passagem, a direção da prova disse que tudo iria começar pelas 15:15, hora local.
Quando começou, viu-se logo que, quem tivesse imtermédios, iria dar-se bem na pista. E um dos primeiros que se deu bem foi George Russell, que marcou um tempo na casa dos 2.02, e surpreendeu toda a gente ao ficar na frente da tabela de tempos. Nicholas Lattifi tentou a sua sorte, mas depois de uma saída em Staevlot, também marcou um tempo que o colocou adiante na Q2.
E quando se viu que de intermédio, as coisas andam bem, todos fizeram isso, e claro, os tempos começaram a cair. Mas quem olhasse para cima, sabia que o céu iria carregar ainda mais, e previam-se novas cargas de chuva. E até lá, os pilotos trataram de melhorar os seus tempos e tentar passar para a Q2. Lando Norris caiu dos dois minutos ao fazer 1.58,301.
E no final, entre os que fixaram de fora, os habituais Haas - nem na chuva, hein? - os Alfa Romeo de Kimi Raikkonen e Antonio Giovimazzi e o Alpha Tauri de Yuki Tsumoda. E os Williams levaram os seus carros para a Q2, quem diria!
Quando os carros para para a Q2, toda a gente foi para a pista com o seu jogo de intermédios, porque se previa precipitação nos cinco minutos seguintes. Logo, marcar um tempo o mais depressa possível era a ordem e a pressa dos pilotos em entrarem na pista. Contudo, logo na volta de aquecimento, os Mercedes foram para as boxes colocar intermédios novos, para tentar um bom tempo enquanto as condições permitiam. Restava saber se teriam tempo... e ainda por cima, na sua primeira volta rápida, abrandou devido ao tráfego e conseguiu o 14º tempo, um lugar na frente de Bottas.
Entretanto, Norris fazia 1.57,041 e ia para o topo da tabela de tempos. A Mercedes lá conseguiu fazer tempos que os colocavam no "top ten", ou seja, houve tempo para tudo, apesar de todas as indicações para o seu contrário. Depois, Max Verstappen faz 1.56,559 e ia para a frente. Max sendo "Super Max", e a Mercedes reagiu com intermédios novos, a cinco minutos do final da Q2. Afinal de contas, lutavam para entrar na parte final da qualificação. E essa era a surpresa.
No final, "not that shocking", os Mercedes conseguiram entrar na Q3, com Hamilton no segundo posto, e Bottas no terceiro. Parecia que iriamos ver os dois Williams por lá, mas apesar de a certo momento, Nicholas Lattifi ter sido sétimo, acabou por ficar de fora, fazendo companhia ao Alpine de Fernando Alonso, o Aston Martin de Lance Stroll e os dois Ferrari.
E foi bem a tempo, porque começou a chover no pitlane.
Com o Q3, os pilotos meteram os azuis e foram para a pista, sabendo que as condições estavam ainda mais degradadas que anteriormente. Tanto que Sebastian Vettel chegou a pedir para que a direção de corrida mostrasse a bandeira vermelha. De facto, as coisas estavam a indicar isso, tanto que, menos de um minuto depois, Lando Norris batia no Eau Rouge-Radillon, arrancando a traseira do carro. Evidentemente, a bandeira vermelha foi mostrada. Vettel parou o seu carro ao lado do Lando Norris para saber se estava bem, e quando viu que não havia problemas, seguiu adiante.
Passou tempo para ver se a chuva abrandava - ou parava de cair, e quando aconteceu, lá foram eles arriscar os seus carros naquela pista. Contudo, ainda andavam com os azuis para tentar marcar um tempo com o que tinham, e se pudessem, poderiam arriscar mais alguma coisa.
Mas cedo se viu que com os intermédios, conseguiriam marcar os seus tempos. E foi na parte final que houve emoção, com os tempos a cairem paulatinamente. Primeiro Hamilton, que conseguiu 2.01,552, mas quem deu um ar da sua graça foi George Russell., que apanhou todos de surpresa quando fez 2.00,086... e ficou com a pole provisória! Parecia que todos estavam de olhos esbugalhados e poderiam comemorar algo que não acontecia desde o GP da Áustria de 2014. Mas Max Verstappen apareceu e tirou mais tempo, fazendo 1.59,765 e era o "poleman" em Spa.
E foi assim a dura qualificação belga. Amanhã havrá tanta chuva como hoje, veremos como isto acabará.