(continuação do capitulo anterior)
sábado, 3 de maio de 2008
A vida de Gilles Villeneuve - 2ª parte, Formula Atlantic
(continuação do capitulo anterior)
A1GP - Ronda 10, Brands Hatch (Qualificação)
Noticias: Dennis nega acusações
Perto do milagre?
sexta-feira, 2 de maio de 2008
A vida de Gilles Villeneuve - 1ª parte, o inicio
Hoje, coloco a primeira parte dessa biografia, que abarca os primeiros 24 anos de vida. Nos próximos dias coloco as outras partes, à média de um por dia.
GILLES, o meu tributo. - 1ª Parte (1950/1974)
No Canadá caem em média, em cada ano, 1,60mt de neve e todos os desportos de Inverno são extremamente populares. Nessa época surgiu com uma imensa popularidade o snowmobile que basicamente é uma moto de quatro rodas, sem rodas e com 2 pequenos skis dianteiros e uma “lagarta” de borracha para propulsionar o zingarelho. Esta moto tornou-se muito popular e as marcas existentes competiam entre si em campeonatos organizados como forma de se promoverem.
Gilles era um excelente praticante destas maquinetas que chegavam aos 160 km/h e após alguns bons resultados em corridas amadoras com uma moto dada pelo seu Pai aceitou um convite da Skyroule para se tornar um dos seus pilotos oficiais no campeonato do Quebéc. Estávamos nesta altura em 1970 e ainda sem ter 20 anos completos casou com Joann no dia 17 de Outubro pois … estava já na calha o futuro campeão de champ-cars e de F1 Jacques Villeneuve. Nas snowmobile, primeiro com a Skyroule, e depois com a Motoski, Gilles era o homem a bater pois a sua técnica pessoal e a sua coragem ilimitada tornavam-no inalcançável. Nesse ano foi campeão do Quebéc e ganhou ainda o Campeonato Mundial de 440cc em Nova York, para de seguida no dia 17 de Abril de 1971 se tornar o pai babado do pequeno Jacques.
(continua amanhã)
A1GP - Ronda 10, Brands Hatch (Treinos)
O piloto do dia - Henri Toivonen
No ano seguinte, corre na primeira prova do Mundial, o Artic Rally. Contra os seus compatriotas Markku Alen e Ari Vatanen, e a bordo do seu Chrysler Avenger, acaba na segunda posição, à frente de Alen, mas atrás de Vatanen. Isso foi o suficiente para ter mais algumas entradas no Mundial de Ralies, a bordo de máquinas diferentes como um Porsche 911 ou um Ford Escort RS. Impressionou em corridas como os 1000 Lagos e o Rali RAC, onde acabou no nono posto.
Em 1981, continua na Talbot, mas o seu Sunbeam-Lotus já começava a ficar obsoleto em relação aos novos carros de uma categoria criada pela FIA: o Grupo B. Nesse ano, não ganha nenhum rali do campeonato, mas é segundo em Portugal e em Sanremo, e termina em quinto no Rali de Montecarlo. Mas no final do ano, compete num rali do campeonato inglês e vence.
Em 1984, sai da Opel e vai guiar para Porsche, seguindo o seu director da Opel, David Richards, que decide nesse ano montar a sua empresa, a Prodrive. Competiu pela marca de Estugarda no campeonato europeu, onde ganhou cinco provas e tornou-se vice-campeão, perdendo para o italiano Carlo Capone. No Mundial, participa em três provas, pela Lancia, num 037, onde o seu melhor resultado é um terceiro lugar nos 1000 Lagos.
Recuperado, Toivonen corre os 1000 Lagos, onde termina em quarto. Na prova seguinte, em Sanremo, acaba em terceiro, e a marca estreia o seu novo Delta S4 na prova final do campeonato, o Rali RAC. O carro era infinitamente melhor do que o 037, quer em termos de potência, quer em maneabilidade, e Toivonen ganha o seu segundo rali da carreira, 56 segundos à frente do seu compatriota Markku Alen.
O ano de 1986 prometia: finalmente, a Lancia dava a Toivonen uma temporada inteira, ao lado do italiano Miki Biasion e de Markku Alen, e tinha em mãos um carro promissor, que podia lutar de igual para igual contra os Peugeot 205 e os Audi Quattro. Em Monte Carlo, Toivonen ganha convincentemente num lugar onde o seu pai tinha ganho 20 anos antes, numa das provas mais controversas de sempre, onde os quatro primeiros tinham sido desclassificados. Quando soube da vitória, Pauli Toivonen disse “agora a honra dos Toivonen foi reparada”.
No dia a seguir, na classificativa da Lagoa Azul, nos arredores de Sintra, o Ford RS200 de Joaquim Santos, um piloto local, perdeu o controlo, matando três pessoas e ferindo 40. Os pilotos das principais marcas decidiram retirar-se em protesto com o comportamento perigoso dos espectadores.
Contudo, as suas hipóteses de campeonato estavam intactas. E era assim que pensava quando o Mundial chegou à ilha da Córsega, no Rali com o mesmo nome. Baptizado como o “Rali das Dez Mil Curvas”, era uma prova de asfalto nas sinuosas montanhas da ilha francesa. Toivonen era o favorito, mas estava inferiorizado devido a uma gripe. Tinha a garganta irritada e estava a tomar medicamentos para debelar a doença. Apesar de tudo, Toivonen partiu para o ataque, ganhando classificativa atrás de classificativa. Contudo, a velocidade dos carros preocupava-o: a meio da primeira etapa, numa entrevista, demonstrou essa preocupação. “Este Rali é de loucos, apesar de estar tudo a correr bem para nós. Mas se cometer um erro, pode ser fatal”. Palavras proféticas…
No segundo dia, sexta-feira, 2 de Maio de 1986, Toivonen continuou a partir ao ataque, tentando alargar a liderança dos ataques dos Peugeot de Timo Salonen e Bruno Saby. Contudo, demonstrava dificuldades em controlar o carro. À entrada da classificativa 18 disse as suas últimas palavras públicas: “Hoje guiamos o equivalente a um rali inteiro. Começa a ser difícil controlar a velocidade”.
A classificativa Corte-Taverna tinha mais de 10 km de extensão, e era sinuosa. No quilómetro oito, numa curva apertada à esquerda, o carro sai em frente e despenha-se na ravina. Para piorar as coisas, o depósito de combustível explode e o carro, feito de fibra de vidro, incendeia-se completamente, carbonizando a ele e ao seu navegador, o ítalo-americano Sérgio Cresto. Toivonen tinha 29 anos.
O acidente teve um forte impacto no mundo dos Ralies: os Lancia retiraram-se do Rali, e a FISA reuniu-se de emergência para decidir o que fazer. Jean-Marie Ballestre, o seu presidente, decidiu banir os Grupo B no final dessa época, devido à sua alta velocidade e pouco controlo. Audi e Ford decidiram retirar-se dos Ralis logo nesse dia, enquanto que a Peugeot decidiu fazer o mesmo, mas no final do ano, só regressando doze anos depois, já no tempo dos WRC.
Numa coincidência macabra, Toivonen andava com o dorsal 4 no seu carro, o mesmo que tinha sido dado a Attilo Bettega no ano anterior, no seu rali fatal. Até 1997, altura em que os numeros começam a ser dados pela FIA, a organização do rali baniu esse numero.
Poucos dias depois, o jornalista inglês Martin Holmes escreveu isto, no seu tributo a Toivonen na revista Autosport: “O rebelde dos ralies conseguiu, nos seus vintes (morreu quatro meses antes de chegar aos 30), uma carreira muito mais rica do que os seus companheiros mais velhos, provando que os jovens talentos podem ser bem sucedidos”. Caso tivesse ganho aquele Mundial de 1986, teria sido o mais jovem piloto de sempre a alcançá-lo.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
GP Memória - San Marino 1983
Os heróis não são esquecidos
Imola, 1º de Maio de 1994. 2:00 da tarde
Já discutimos isto eras e eras, mas quero dizer isto mais uma vez: nesse dia, muitos de nós perdemos a inocência. Se na geração dos meus pais, se lembram onde estavam quando mataram John F. Kennedy, no Daley Plaza de Dallas, e os desta geração sabiam o que faziam quando viram na televisão os dois aviões que embateram nas Tores Gémeas, os que tinham 18 anos (como eu), sabiam o que faziam naquele Domingo de Feriado, um céu sem núvens, uma tarde primaveril.
Kurt Cobain tinha-se suicidado três semanas antes. Richard Nixon tinha morrido dez dias antes. E ainda estavamos em choque com a morte de Roland Ratzenberger, na véspera.
A partir daquele dia, muitos ficaram "orfãos" de um ídolo. Mas para mim significou que começava a ver o automobilismo como um todo e não aos olhos de um.
A imagem que coloco em cima é impressionante: como ficou o carro de Pedro Lamy, após o choque com o Benetton de J.J. Letho, na partida do Grande Prémio. A sorte que ele teve naquele Domingo, não apareceu três semanas e meia depois, quando a asa traseira do seu Lotus desefez-se em Silverstone, despedaçando o Lotus 107 e partindo ambas as pernas, ficando fora de combate por um ano.
Se há eventos que marcam uma vida, aquele Domingo foi um deles.
GP Memória - San Marino 1988
Fontes:
http://www.grandprix.com/gpe/rr454.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1988_San_Marino_Grand_Prix
Resultados da sondagem CC... e mais!
quarta-feira, 30 de abril de 2008
Patrão da A1GP desiste de comprar equipa
Com a temporada a fechar este fim de semana no circuito de Brands Hatch, Tony Teixeira deu uma entrevista à Agência Reuters, afirmando que no último ano, esteve quase a comprar duas equipas de Formula 1, primeiro a Spyker e depois a Toro Rosso. Contudo, voltou atrás quando a Formula 1 alterou as regras, banindo as equipas-cliente: "Quando soube da mudança das regras, fiquei chateado. Foi por isso que a Prodrive abandonou os seus planos, pois queriam correr como a 'equipa B' da McLaren.", afirmou.
A ideia da equipa era promover a A1GP na categoria máxima: "Acredito que a Formula 1 é a maior máquina promocional existente no mundo", e trazer os melhores talentos dessa categoria. Contudo, caso mudem as regras, permitindo "equipas B", será dos primeiros a tentar comprar uma equipa.
Na entrevista, Tony Teixeira aproveitou para dar uma "alfinetada" à nova Force India, que substituiu a Spyker, e que será a ponta de lança daquele país asiático na Formula 1. "A Force India ainda tem um longo caminho até conseguirem vislumbrar um pódio! Esta é uma mensagem errada. Penso que o Vijay [Mallya] está a tentar um plano a longo prazo, mas penso também que não é a mensagem certa, tendo uma equipa indiana com pilotos não-indianos.", referiu.
E ainda foi mais longe: "A Índia quer ver pilotos indianos. [Narain] Karthikeyan já provou isso mesmo, ao vencer na A1 GP. E não vejo a Force Índia a vencer uma corrida de F1 nos próximos cinco anos."
Em 2009, a A1GP terá novo chassis e motor, fabricados pela Ferrari.
Os confusos números de Rubinho
Segundo os numeros do piloto, o "record" será batido no próximo GP, em Istambul, e ele quer comemorar nessa altura. Mas na realidade, não vai ser. Isto é porque Rubinho tem, para além da não qualificação no infame Imola 94, três não-participações na sua carreira: Belgica 98, Espanha e França 2002, ambos ao serviço da Ferrari.
No primeiro caso foi devido à enoorme carambola na primeira volta. O seu Stewart ficou muito danificado e não pode correr a segunda partida. Nos outros dois GP's, foi porque ficou parado na grelha de formação, quando os carros vão para a volta de aquecimento. Assim sendo, o que Barrichello tem na realidade são 253 Grandes Prémios, e só comemoraria o "record" em Magny-Cours, palco do GP de França. Caso ele conte os DNS de Espanha e França, comemora no Mónaco. Caso conte somente o GP da Belgica, ele comemora no Canadá.
Que confusão! Ou será a ansiedade para dizer que tem um "record" nas suas mãos?
Roland Ratzenberger
Escusado será dizer que dia é hoje. E que dia será amanhã. É algo que nós, os que viveram aquele fim de semana inesquecível, não nos livraremos até ao dia das nossas mortes. E todos os anos estaremos a olhar para trás, e recordar o que aconteceu, pelo menos aos mais novos. E hoje lembramos o 14º aniversário da morte de Roland Ratzenberger.
Já escrevi sobre ele no ano passado. Se quiserem ler, o link está aqui. Mas quero dizer isto: não deviamos recordá-lo só porque o conhecemos no momento em que morreu. Seria muito injusto, pois ele teve uma vida e uma carreira, com momentos meritórios...