Depois de um mês de interregno, o campeonato do Mundo de Formula 1 de 1973 partia para a sua quarta etapa, a primeira em solo europeu. O GP de Espanha, tal como acontecia em Inglaterra e em França, tinha dois circuitos, que alternavam um com o outro. Como este era um ano impar (nos anos pares, era em Jarama, nos arredores de Madrid), a corrida era no Parc de Monjuich, em Barcelona, um circuito urbano com fama de perigoso.
A situação na tabela de pilotos era esta: Emerson Fittipaldi liderava com 22 pontos, seguido de Jackie Stewart com 19. Dennis Hulme, no seu McLaren, era um distante terceiro, com oito pontos. Assim sendo, o título iria ser decidido entre estes dois pilotos. Noutras equipas, porém, haveria algumas alterações significativas. A Ferrari estreava aqui o 312B3, com Jacky Ickx ao volante, mas era apenas ele que defendia as cores da Scuderia.
Entretanto, Graham Hill estava de regresso à competição, desta vez com a sua própria equipa. Aos 43 anos, e despedido da Brabham no final da temporada anterior, decidira que era altura de fazer a sua própria equipa. Comprara um chassis Shadow e arranjara o patrocinio dos cigarros Embassy, inscrevendo-se a ele mesmo como piloto. Entretanto, a McLaren tinha pronto um segundo chassis M23 para o americano Peter Revson, e começava a mostrar que tinha sido bem nascido.
Entretanto, uma equipa colocava na estrada o seu novo chassis, uma evolução do chassis do ano anterior, mas sobre outro nome: Iso-Rivolta. O que não se sabia, era que o Iso IR1, que iria ser tripulado pelo italiano Nanni Galli, pertencia a um... Frank Williams.
Nos treinos, a luta pela "pole-position" foi entre o Lotus de Ronnie Peterson e o McLaren de Dennis Hulme, que tentava repetir a façanha da corrida anterior, em Kyalami. Contudo, quem ganhou a batalha foi o sueco, com o neozelandês no segundo posto. Os Tyrrel ficaram com a segunda linha, mas Jackie Stewart tinha sido batido pelo seu companheiro de equipa, Francois Cevért. Peter Revson e de Jacky Ickx partilhavam a terceira fila da grelha, com Emerson Fitipaldi no sétimo posto. Ao lado do brasileiro estava o BRM de Clay Regazzoni. E a fechar os dez primeiros estavam o Surtees-Ford de Mike Hailwood e o segundo BRM de Jean-Pierre Beltoise. Graham Hill foi 22º e último classificado, dois lugares mais atrás de Nanni Galli.
Na partida, Peterson defendeu-se dos ataques de Hulme e de Cevért, mantendo a liderança. A meio, um jovem Niki Lauda, 11º na grelha no seu BRM, faz uma largada espectacular e sobe ao sexto posto, atrás de Fittipaldi. Na terceira volta, Stewart passa para o segundo lugar, trocando com Cevért, e começa a pressionar o sueco. As coisas não mudam muito até à volta 20, altura em que um problema numa das rodas faz com que Hulme vá às boxes e caia na classificação.
Algumas voltas depois, Fittiapldi, que estava a pressionar o francês Cevért, consegue ultrapassá-lo e chegar ao terceiro posto. Entretanto, Lauda tinha um problema num pneu e abandona a corrida. Com isso, quem aparecia nos pontos era o Shadow do americano George Follmer, que apesar de estar na sua segunda corrida na Formula 1, era um veterano das pistas (tinha na altura 39 anos...)
Na volta 47, os travões do Tyrrell de Stewart cedem e ele se vê obrigado a abandonar, ficando Peterson mais à vontade, pois atrás dele vinha o seu companheiro Fittipaldi. Entretanto, Carlos Reutmann, no seu Brabham, conseguia subir até ao terceiro posto, tendo conseguido ultrapassar o Tyrrell de Cevért. Follmer tinha conseguido passar o seu compatriota Revson e era quinto classificado, e Jacky Ickx começava a sofrer problemas com o seu Ferrari, atrasando-se na classificação.
As coisas iriam ser assim... até à volta 57. Peterson começa a ter problemas com a caixa de velocidades e vê-se obrigado a abandonar, deixando Fittipaldi sozinho na liderança. Reutmann era segundo, mas dez voltas depois também sofria com a caixa de velocidades, e encostava o carro de vez. Assim sendo, Cevért herdava o segundo lugar, e um surpreendente George Follmer era o terceiro classificado. Quando os carros cortaram a meta pela 75ª e última vez, para além do pódio acima dito, os outros pilotos que chegaram em lugares pontuáveis foram o McLaren de Peter Revson, o BRM de Jean-Pierre Beltoise e o McLaren de Dennis Hulme.
Após esta corrida, Fittipaldi liderava confortavelmente o campeonato com 31 pontos, a 12 pontos de Stewart, enquanto que o terceiro classificado era agora Francois Cevért, com 12 pontos. Peterson, apesar de ter feito a melhor volta, ainda não tinha nenhum ponto. Apesar da temporada estar no começo, muitos começavam a pensar que Fittipaldi ia bem encaminhado para o bi-campeonato...
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