sábado, 22 de agosto de 2020

Noticias: Binotto satisfeito com o Acordo de Concórdia

Mattia Binotto, o responsável da Ferrari, considera-se satisfeito com o resultado do novo Acordo da Concórdia, assinado esta semana, pois de uma certa maneira, conseguiu manter alguns dos privilégios que a Scuderia pediu ao longo do tempo, devido ao facto de ser a equipa mais antiga do pelotão. Um desses privilégios foi o direito de veto sobre as mudanças aerodinâmicas e de motores no futuro.

Conseguimos o essencial para nós, que era manter a importância da nossa marca na Fórmula 1”, começou por dizer em declarações à Sky Sports F1. “Mantivemos o direito de veto que é importante para a Ferrari, porque a marca representa a Fórmula 1 e a sua história. Todas as dez equipas assinaram, o que é muito positivo, mostrando que estamos todos dispostos a olhar de forma positiva para o futuro do desporto”, concluiu Binotto.

Apesar disso, e de todas as equipas terem assinado o novo Acordo, isso não afasta do facto de a Scuderia não estar nas boas graças devido aos maus resultados nos últimos anos, e não ter ganha qualquer título desde 2007 nos pilotos, e 2008 nos Construtores. 

Youtube Motorsport Video: O que é o Acordo da Concórdia?

Na semana em que foi anunciado que todas as equipas assinaram o Acordo da Concórdia para os próximos cinco anos, a Autosport britânica decidiu colocar um video onde eles explicam do que se trata, para além do óbvio: um acordo comercial entre as equipas sobre a distribuição dos dinheiros que a Formula One Management dá para os manter a correr na competição. 

Na realidade, é um acordo... discreto, não secreto. No tempo do Bernie Ecclestone pouco ou nada se sabia dos detalhes do acordo, mas com o passar dos anos e com a nova gerência, a transparência que estes negócios são obrigados faz com que nós fiquemos a saber um pouco mais sobre quanto as equipas ganhar e porque algumas levam mais dinheiro que outras, como a Ferrari ou McLaren, por exemplo.

Enfim, vejam o video.

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Noticias: Williams vendida para fundo americano

A Williams foi vendida para o fundo americano Dorilton Capital, por um valor que não foi revelado. Apesar desta venda para este fundo, terminando assim 43 anos de posse por parte de Frank Williams e da sua familia, esta afirmou que a equipa continuará a competir com o mesmo nome e com a mesma nomeação de chassis, e a sede continua a ser em Grove. A venda tinha sido anunciada em maio, alegando uma nova revisão estratégica da empresa, devido às perdas nas receitas comerciais da Fórmula 1 e um declínio nas receitas dos patrocínios, com o ano 2019 a registar uma perda de cerca de 14.5 milhões de euros.

Fundada em 2009, a Dorilton Capital afirma ser uma empresa de investimento privado que procura adquirir, recapitalizar e apoiar o crescimento a longo prazo de empresas de mercado intermédio numa série de setores industriais.

A Revisão Estratégica foi um processo útil para passar e provou que tanto a Fórmula 1 quanto a Williams têm credibilidade e valor”, começou a dizer a vice-diretora da equipe de Williams, Claire Williams.

Agora chegamos a esta conclusão e estamos muito satisfeitos que Dorilton seja o novo dono da equipa. Quando iniciamos este processo, queríamos encontrar um parceiro que compartilhasse a mesma paixão e valores, que reconhecesse o potencial da equipe e que pudesse revelar seu poder. Na Dorilton sabemos que encontramos exatamente isso. Pessoas que entendem do esporte e o que é preciso para ter sucesso. Pessoas que respeitam o legado da equipe e farão de tudo para garantir que ela tenha sucesso no futuro.", continuou.

Este pode ser o fim de uma era para a Williams como uma equipa familiar, mas sabemos que está em boas mãos. A venda garante a sobrevivência da equipe, mas o mais importante, fornecerá um caminho para o sucesso. Somos imensamente gratos a Dorilton pela fé que demonstraram em nossa equipa e estamos ansiosos para trabalhar com eles agora."

“Também gostaria de agradecer ao Conselho da Williams e aos nossos consultores que trabalharam incansavelmente nos últimos meses para fazer isso acontecer e aos nossos funcionários que permaneceram inabalavelmente leais.”, terminou.


Por outro lado, Matthew Savage, o presidente da Dorilton Capital, comentou sobre esta aquisição: “Estamos muito satisfeitos por ter investido na Williams e extremamente entusiasmados com as perspectivas para o negócio.", começou por dizer. “Acreditamos ser o parceiro ideal para a empresa devido ao nosso estilo de investimento flexível e paciente, que permitirá que a equipe se concentre em seu objetivo de retornar à frente da grelha." continuou.

Esperamos trabalhar com a Williams na realização de uma revisão detalhada do negócio para determinar em quais áreas os novos investimentos devem ser direccionados. Também reconhecemos as instalações de classe mundial em Grove e confirmamos que não há planos de mudança.”, concluiu.

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Youtube Motorsport Video: Como Indianápolis foi salva da sua extinção

Já falei por aqui algumas vezes, mas hoje falaram-me deste video, de um canal que conhecia, mas não sou visitante frequente. A história é bem interessante, e do qual hoje em dia pouca gente sabe: a II Guerra Mundial poderia ter sido o final de linha para o circuito de Indianápolis, que foi salvo por um ex-piloto e um empresário local. 

E esse video fala precisamente desses dois salvadores: Wilbur Shaw e Tony Hulman.  

Youtube Motorsport Video: A vida de Dick Seaman, o primeiro britânico na Mercedes

Muito antes de Stirling Moss e Lewis Hamilton, a Mercedes contratou um britãnico para correr nas suas Flechas de Prata. Numa curta carreira - terminada tragicamente no GP da Bélgica de 1939 - venceu o GP da Alemanha e mostrou-se perante pilotos mais estabelecidos. O seu nome é Richard Seaman, Dick para os amigos.

E hoje, o Josh Revell fez um video sobre ele. E se querem ver os outros videos dele, sigam o canal, que está perto de chegar aos cem mil inscritos!

Formula E: Sims vai para a Mahindra

O britânico Alexander Sims sai da BMW e será piloto da Mahindra, no lugar de Pascal Wehrlein, que foi para a Porsche. Aos 32 anos, e depois de duas temporadas na BMW Andretti, vai para a equipa indiana sem saber quem estará do seu lado na próxima temporada, que arrancará em janeiro em Santiago do Chile, pois a equipa indiana aproveitou para anunciar a saúda de cena do piloto belga Jerome D'Ambrosio.

Estou muito satisfeito por me juntar à Mahindra Racing e continuar minha jornada na Fórmula E”, começou por dizer Sims na sua apresentação à equipa indiana. "Promover a sustentabilidade e a mobilidade elétrica é importante para mim pessoalmente e competir na Fórmula E fornece uma plataforma forte, inovadora e voltada para o futuro para aumentar a consciencialização. Quero agradecer à BMW i Andretti Motorsport por todo o apoio durante as duas últimas temporadas e desejo que equipe bem para o futuro." continuou.

"Foi uma enorme curva de aprendizagem entrar na Fórmula E. É uma disciplina tão diferente no automobilismo e traz consigo grandes novos desafios. Estou animado para continuar a desenvolver e usar meu conhecimento para apoiar a Mahindra Racing na próxima temporada.

Dilbagh Gill, o CEO da marca, afirmou sobre a chegada do piloto britânico.

Estou feliz [por apresentar] o Alexander [à equipa]. Estou extremamente animado em trabalhar com ele e a perspectiva do que podemos alcançar juntos é motivadora", disse Gill. "Em Alexander, temos um talento comprovado nas corridas, mais alguém que incorpora o que a Mahindra Racing representa com seus princípios pessoais nas áreas de eletrificação e sustentabilidade. Ele é um piloto intelectual, um cara muito bom e joga para a equipa."

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Noticias: Zanardi está a melhorar

Alex Zanardi está a melhorar em termos fisicos. Quase dois meses depois do seu acidente de bicicleta, em Siena, foi anunciado hoje que já foi transferido para uma unidade de cuidados intermédios, uma clara melhoria do seu estado de saúde. O Hospital San Raffaele, em Milão, Itália, onde o piloto foi internado na sequência do sue grave acidente de bicicleta paralímpica, afirmou que Zanardi tem vindo a apresentar significativas melhoras clínicas dos seus traumatismos cranianos e maxilo-faciais, e está em terapia através do Professor Luigi Beretta, responsável da unidade de cuidados intermédios de Neuroreanimação do hospital.

"Depois de um período durante o qual foi submetido a cuidados intensivos após ser hospitalizado em 24 de julho, o paciente respondeu com significantes melhoras clínicas. Por essa razão, ele está sendo continuamente assistido e tratado na unidade de cuidados semi-intensivos na Unidade de Neuroreanimação dirigida pelo Professor Luigi Beretta" comunicou o hospital sobre o ex-piloto e paraciclista.

Internado desde o dia 19 de junho, na sequência de uma colisão com um camião nos arredores de Siena, quando participava na estafeta Obiettivo Tricolore, que visava chamar a atenção dos desportos paralimpicos, foi submetido nessa tarde a primeira das quatro cirurgias, que o colocou em coma induzido por dez dias. Primeiro ficou no Hospital Universitário de Siena, foi depois transferido para o centro de reabilitação neurológica Villa Beretta, após ser lhe retirada da sedação, pouco antes do fim de julho. Logo depois, Zanardi teve um agravamento no estado de saúde e foi internado nos Cuidados Intensivos do Hospital San Raffaele, em Milão, onde foi operado pela quarta vez com sucesso.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Rumor do Dia: Formula 1 regressa à Turquia?

Tudo indica que a Formula 1 de 2020 terá 17 provas, com final em Abu Dhabi, a meio de dezembro. Mas até agora, só se conhece o calendário até o dia 1 de novembro, quando a competição correrá em Imola, no GP da Emiglia-Romagna. Contudo, o site Racefans.net afirma hoje que haverá uma corrida na Turquia antes da competição ir duas vezes ao Bahrein, usando duas versões da pista e terminar em Abu Dhabi, a 13 de dezembro, deixando de fora o Vietname.

O circuito de Kurtkoy, que foi usado entre 2005 e 2011, está disponível, e aparentemente, a imprensa local está a dizer que a prova vai ser uma certeza, e acontecerá a 15 de novembro, duas semanas depois de Imola. Contudo, as temperaturas nessa altura do ano andará entre os nove e os 15 graus, logo, haverá maior dificuldade em aquecer os pneus naquela pista.

A seguir, a Formula 1 deverá ir para o circuito de Shakir, onde serão usadas duas versões do circuito, nos dias 29 de novembro e 6 de dezembro, antes da última corrida, a 13. Espera-se um anuncio dentro em breve nesse assunto. 

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

A imagem do dia

Há 45 anos, um gorila venceu na Formula 1 e o animal comemorou destruindo o seu carro. Claro, não foi um gorila a sério, era apenas o apelido de Vittorio Brambilla, o italiano que era tão veloz como não era... polido. Era o filho de um garagista de Monza e ele, como o seu irmão mais velho, Ernesto "Tino" Brambilla, começara no motociclismo, antes de passar para as quatro rodas. Mas ao contrário do irmão, ele teve muito mais sucesso nas quatro rodas, competindo pela Alfa Romeo na Endurance e depois na March, durante boa parte da sua carreira, especialmente no carro laranja do patrocinador local Beta, especializado em ferramentas.

"Ele nunca foi devidamente avaliado. Nunca poderíamos entender isso", disse Robin Herd, um dos fundadores da March, numa entrevista em 2006 à Motorsport britânica.. "Acho que o snobismo estava envolvido; as pessoas o desprezaram porque ele era um mecânico [vindo] da Itália. Do meu ponto de vista, sua compreensão de um carro de corrida o tornou ótimo para aqueles com quem trabalhava. Ele foi um dos melhores pilotos de teste que já tivemos. É verdade que ele não tinha medo e às vezes corria muitos riscos em corrida, mas era um piloto muito bom. Tinha um controle de carro fantástico, devido ao seu desempenho [mais que provado] no piso molhado.", concluiu.

Chegou tarde ao automobilismo. Foi quatro classificado no campeonato da Formula 2 em 1972, com duas vitórias e mais dois pódios, mas aos 34 anos, pensavam que não teria tempo para fazer algo na Formula 1. Contudo, acabou por fazer sete temporadas, entre March, Surtees e Alfa Romeo, e como disse Herd, os seus desempenhos no molhado foram memoráveis. E o seu melhor ano, muitos acreditam, foi 1975, com o 751.

Era apenas um Formula 2 com DFV nas costas - mas era pequeno, leve, rápido em linha recta e bem equilibrado. Não tínhamos dinheiro para fazer isso durar a distância em ritmo de corrida completo; tinha apenas travões de Formula 2, por isso adorei a exuberância com que Vittorio atacava as primeiras voltas. Ele também era sensacional na qualificação.”, contou Herd.

Apesar dessas qualificações, a sua pole em Anderstorp foi polémica, pois na realidade foi Herd que "enganou" os cronometristas oficiais, mudando os sinais décimos antes de ele passar pela meta. Mas isso não queria dizer que ele era lento. Em Zeltweg, partia de oitavo na grelha.

A corrida tinha sido adiada por causa da chuva, mas quando largou, Brambilla ficou com o terceiro posto, atrás de Niki Lauda e James Hunt. A chuva era consistente, mas os carros eram navegáveis na pista. O piloto da Hesketh ficou na liderança na volta 15, e pouco depois, foi o piloto da March que era segundo, aproximando-se da liderança, pois ele tinha problemas de motor. Quando ambos chegaram ao carro do americano Brett Lunger, Hunt hesitou e o italiano aproveitou.

Depois, foi-se embora. Na volta 28, tinha 27 segundos de vantagem sobre o britânico, numa altura em que chovia fortemente e a organização decidiu parar a corrida, depois de pressões por parte da GPDA, desde Luca de Montezemolo a Bernie Ecclestone para fazer isso. Afinal de contas, tinha sido um fim de semana cheio de incidentes, o mais grave deles o March de Mark Donohue, na manhã da corrida, que viria a ser fatal.

Quando mostraram as bandeiras - não era essa a intenção, era apenas de parar a corrida - Brambilla fez a saudação que entrou na história. Despoistou-se e bateu, danificando o seu nariz. Ele ficou com ela e pendurou na sua garagem até morrer, a 26 de maio de 2001, num ataque cardíaco quando aparava a relva da sua casa em Monza.

The End: Mário de Araújo Cabral (1934-2020)

Mário de Araújo Cabral, o "Nicha", primeiro dos quatro pilotos portugueses a bordo de um Formula 1, morreu esta madrugada aos 86 anos. Já estava doente há algum tempo e deixa para trás uma rica carreira no automobilismo, que durou por mais de duas décadas, em mais de um continente.

Nascido a 15 de janeiro de 1934 no Porto, filho do Conde de Vizela, "Nicha" começou a correr logo no inicio da década de 50, numa altura em que sempre se excedeu ao nível de desportos, especialmente a ginástica. Depois de ter brilhado nos circuitos nacionais, a sua primeira grande chance internacional aconteceu em 1959 quando aluga um Cooper-Maserati à Scuderia Centro Sud para poder correr o GP de Portugal daquele ano, que se disputava no circuito de Monsanto, nos arredores de Lisboa. 

Qualificado para a corrida, ficou marcado pelo incidente com Jack Brabham, que quando o dobrava, sofreu um toque, que o levou contra um poste. Cuspido para fora do seu Cooper e caindo no meio da estrada, quase sendo atropelado por Masten Gregory. Nicha continuou e acabou a prova no décimo (e último) posto, a seis voltas do vencedor, Stirling Moss.

Só voltou a correr no ano seguinte, na corrida natal, no circuito da Boavista. Ali, de novo no Cooper da Centro Sud, largou de último e a sua prova acabou na volta 38 com um acidente.

Nos anos seguintes, dividiu a sua atenção entre a Formula 2 e os Turismos, voltando apenas à Formula 1 em 1963, correndo duas provas pela mesma equipa, com um Cooper T60. Em Monza, tentou qualificar-se mas não conseguiu. Contudo, era o primeiro dos não-qualificados, e quando Chris Amon não pode alinhar devido a um acidente, ele, que em principio iria ficar com o lugar, acabou por ver Giancarlo Baghetti, que corria no seu ATS, a alinhar porque a organização queria um piloto italiano.

Em 1964, a Derrington-Francis, equipa construída por Alfred Francis, o antigo mecânico de Stirling Moss, e o preparador Vic Derrington, construiu um chassis para correr na Formula 1, com um motor V8 da ATS. Cabral foi escolhido para fazer a estreia do carro em Monza, onde conseguiu o 19º melhor tempo, em vinte lugares. Andou relativamente bem antes de desistir na volta 24 devido a problemas de ignição. A ideia era de correr em mais provas, mas num teste, o americano Dan Gurney destruiu o chassis e o projeto acabou.

Para piorar as coisas, Nicha sofreu um forte acidente em Rouen, durante uma prova de Formula 2, quando sofreu uma colisão com Peter Arundell. Gravemente ferido, ficou convalescente por mais de um ano, até voltar a correr em 1968. Não mais voltou à Formula 1, mas a sua carreira em Turismos e Endurance o levou até África, mais concretamente Angola, correndo todo o tipo de carros. Em 1971, foi um dos pilotos que correu no Porsche 917 do David Piper, nas Seis Horas de Watkins Glen, e foi o vencedor da corrida inaugural do Autódromo do Estoril. Ainda voltou aos monolugares, na Formula 2, antes de encerrar a carreira em 1977, aos 43 anos.

No anos 80, ajudou no regresso sa Formula Ford a Portugal, ajudando a descoberta de uma nova geração de pilotos portugueses, desde António Simões a Ni Amorim, atual presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting, passando por Pedro Matos Chaves e Pedro Lamy, que chegaram à Formula 1.

Fora das pistas, era conhecido por ser alguém com bom humor, e por vezes, foi capaz de fazer acreditar até os mais incautos. Em 1971, ele e mais três amigos decidiram disfarçar-se de "sheiks" árabes, deslocaram-se ao hotel Ritz e conseguiram convencer o diretor de um jornal que iam negociar com o governo um acordo petrolífero. Isto, antes do primeiro choque do petróleo. Alguns dias depois, o logro foi anunciado e o diretor ficou em maus lençóis...

No final do século, quando escreveu a sua biografia, revelou que tinha tido relações com homens e mulheres ao longo da sua vida, tornando-se dos poucos automobilistas que "saiu do armário". E nos últimos anos, era presença nos eventos históricos, especialmente no Circuito Histórico da Boavista, na década passada.

domingo, 16 de agosto de 2020

A(s) image(ns) do dia



Marco Andretti
está a ter um bom momento. Aos 33 anos de idade, ele irá ser o terceiro piloto com o mítico sobrenome italo-americano que partirá da pole-position nas míticas 500 Milhas de Indianápolis, e num ano onde os carros com motor Honda estão a ser melhores do que os Chevrolet. Um bom exemplo disso foi o 26º posto que irá partir Fernando Alonso...

Muitos irão dizer como um piloto que anda nisto há mais de uma década e nunca conseguiu nada de relevo - há quem diga que é o pior dos Andrettis... - conseguiu uma coisa destas. Se calhar poderemos falar de experiência, e estar no momento certo na hora certa, e temos de aplaudir isto. Há quem quisesse ver Scott Dixon (foi segundo) ou Ryan Hunter-Reay (quinto) ou Alex Rossi (nono) qualquer piloto Honda que andasse melhor que ele, mas a mais de 375 km/hora, e em quatro voltas no "brickyard", e sem bater, este foi o dia dele.

Mas o mais impressionante é que a última vez que um andretti partiu de primeiro foi em 1987, e quem conseguiu foi... Mário Andretti. O avô de Marco, na altura com 47 anos de idade. E no ano em que ele nasceu. 

Semana que vêm, perante um "Brickyard" vazio, acontecerá a corrida.

Formula 1 2020 - Ronda 6, Espanha (Corrida)

Neste ano atípico, e depois de quatro meses de paragem forçada, as coisas correrão agora a uma velocidade vertiginosa, onde não haverá chance de respirar fundo entre corridas. Digo isto porque sete semanas depois do começo do campeonato, na Áustria, já vamos na sexta ronda, apesar de irmos agora para a quarta pista diferente.

Mas apesar desse ano invulgar, a hierarquia é a mesma, apesar do "kryptonite" que a Mercedes, dominadora no campeonato, mostrou ao fundo e sofreu na segunda prova na Grã-Bretanha, fez ter alguma esperança de lutas. Mas em Barcelona, a pista mais corrida por todos - afinal de contas, é a pista onde se realizam os testes de inverno - acredita-se que a prova será tremendamente aborrecida, com ela a ser decidida na primeira curva, depois de uma escaramuça entre os Mercedes. E parece que a qualificação mostra isso mesmo. Afinal de contas, quando Lewis Hamilton dá quase oito décimos de segundo a Max Verstappen, a não ser que haja algo inesperado, já saberemos quem vencerá. Msmo quando se previa que neste domingo, haveria sol e calor, quer no ar, quer no asfalto. 

A corrida começava com Hamilton a partir bem e Bottas cai para quarto, passado por Verstappen e o Racing Point de Stroll, com Perez a desafiar o finlandês nas primeiras quatro curvas. No final da primeira volta, o britânico da Mercedes já tinha... 1,5 segundos de vantagem. Nas voltas seguintes, o finlandês temtou apanhar o canadiano da Racing Point, mas só o conseguiu na volta 5, numa altura em que ele já tinha 3,6 segundos de atraso.

Nas voltas seguintes, Bottas estava a aproximar-se no holandês da Red Bull, enquanto este estava a evitar que o líder se afastasse muito. Após dez voltas, a diferença estava nos 1,6 segundos entre os dois primeiros, todos ainda com os pneus vermelhos (moles). De uma certa forma, era um jogo de xadrez, para saber quem faria as melhores jogadas. O facto do holandês ainda não ter ido embora da vista do britânico, apesar de fazer a volta mais rápida, parecia que as suas jogadas não resultavam muito bem.

Mas no final da volta 15, a distancia tinha alargado para 2,5 segundos, e o holandês começava a queixar-se dos pneus, Contudo, foi Albon que entrou primeiro nas boxes, com pneus duros. O holandês foi às boxes na volta 22, colocando médios e voltando à pista na quarta posição, atrás de Lance Stroll. Segundos depois, Gasly, Norris, Kvyat e Giovinazzi iam às boxes, colocando médios. Por esta altura, Hamilton e Bottas tinham quase onze segundos entre eles.

Logo a seguir foram os Mercedes, com Hamilton e Bottas a colocaram médios. O britânico tinha agora 4,1 segundos de vantagem sobre o piloto da Red Bull. Verstappen aproximou-se para 3,5 segundos, mas Bottas estava ainda mais perto. Enquanto isso, Lance Stroll trocava para médios, na volta 28, a caia para nono. Duas voltas depois, foi a vez de Perez, acompanhados pelos Ferraris, a irem às boxes e trocando para médios. O mexicano saiu atrás de Carlos Sainz Jr, mas ele depois passou-o para ser sexto. Atrás, Charles Leclerc lutava com Lando Norris... para ser 12º, duas posições à frente de Sebastian Vettel. É... uma morte horrível, como em 1980 e 92. Há certos anos olímpicos muito maus em Maranello, digamos assim.

A meio da corrida, apenas Daniel Ricciardo não tinha ido às boxes, pois era quarto. Ele acabou por trocar, caindo para o meio do pelotão, mas as coisas só se agitaram por alturas da volta 39, quando Charles Leclerc deixava morrer o motor e o monegasco acabou por abandonar. As coisas pareciam piorar para os vermelhos... 

Algumas voltas depois, os pilotos começavam a ver o tempo, que parecia piorar um pouco - havia nuvens no ar - mas não incomodava muito. Verstappen parava de novo, e agora os Mercedes seguiam num 1-2, esperando que iriam de novo às boxes, que era o que todos andavam a fazer. Mas nesta altura, os céus estavam a ficar escuros, e a possibilidade de chuva poderia ser real. Vettel era quinto e era ameaçado por Lance Stroll, mas a um ritmo mais lento.

Na volta 49, Bottas foi às boxes e trocou para moles, para ver se ficava na frente de Verstappen, que andava em médios. Entretanto, havia problemas com as banderias azuis e Perez, bem como Kvyat, eram penalizados em cinco segundos por causa de as terem ignorado. Atrás, Stroll apanhou o piloto da Ferrari e era quinto, tentando agora ficar a menos de cinco segundos do mexicano, para ficar na frente da classificação. E a chuva, que era uma ameaça, acabou por não dar em nada.

No final, foi uma vitória fácil. Todos comemoraram o triunfo de Hamilton, e Bottas ainda ficou com a volta mais rápida, enquanto Max foi segundo, entre os Mercedes. Racing Point foram quarto e quinto, na frente de Sainz Jr e de Sebastian Vettel, que reparou que a sua estratégia foi a melhor, aguentando o meio do pelotão até ao final da prova, e dignificando um pouco os canvalinos em Barcelona. Mas de resto, foi um longo aborrecimento de uma tarde de verão.

Agora, no final do mês, a Formula 1 estará na Bélgica.