Neste ano atípico, e depois de quatro meses de paragem forçada, as coisas correrão agora a uma velocidade vertiginosa, onde não haverá chance de respirar fundo entre corridas. Digo isto porque sete semanas depois do começo do campeonato, na Áustria, já vamos na sexta ronda, apesar de irmos agora para a quarta pista diferente.
Mas apesar desse ano invulgar, a hierarquia é a mesma, apesar do "kryptonite" que a Mercedes, dominadora no campeonato, mostrou ao fundo e sofreu na segunda prova na Grã-Bretanha, fez ter alguma esperança de lutas. Mas em Barcelona, a pista mais corrida por todos - afinal de contas, é a pista onde se realizam os testes de inverno - acredita-se que a prova será tremendamente aborrecida, com ela a ser decidida na primeira curva, depois de uma escaramuça entre os Mercedes. E parece que a qualificação mostra isso mesmo. Afinal de contas, quando Lewis Hamilton dá quase oito décimos de segundo a Max Verstappen, a não ser que haja algo inesperado, já saberemos quem vencerá. Msmo quando se previa que neste domingo, haveria sol e calor, quer no ar, quer no asfalto.
A corrida começava com Hamilton a partir bem e Bottas cai para quarto, passado por Verstappen e o Racing Point de Stroll, com Perez a desafiar o finlandês nas primeiras quatro curvas. No final da primeira volta, o britânico da Mercedes já tinha... 1,5 segundos de vantagem. Nas voltas seguintes, o finlandês temtou apanhar o canadiano da Racing Point, mas só o conseguiu na volta 5, numa altura em que ele já tinha 3,6 segundos de atraso.
Nas voltas seguintes, Bottas estava a aproximar-se no holandês da Red Bull, enquanto este estava a evitar que o líder se afastasse muito. Após dez voltas, a diferença estava nos 1,6 segundos entre os dois primeiros, todos ainda com os pneus vermelhos (moles). De uma certa forma, era um jogo de xadrez, para saber quem faria as melhores jogadas. O facto do holandês ainda não ter ido embora da vista do britânico, apesar de fazer a volta mais rápida, parecia que as suas jogadas não resultavam muito bem.
Mas no final da volta 15, a distancia tinha alargado para 2,5 segundos, e o holandês começava a queixar-se dos pneus, Contudo, foi Albon que entrou primeiro nas boxes, com pneus duros. O holandês foi às boxes na volta 22, colocando médios e voltando à pista na quarta posição, atrás de Lance Stroll. Segundos depois, Gasly, Norris, Kvyat e Giovinazzi iam às boxes, colocando médios. Por esta altura, Hamilton e Bottas tinham quase onze segundos entre eles.
Logo a seguir foram os Mercedes, com Hamilton e Bottas a colocaram médios. O britânico tinha agora 4,1 segundos de vantagem sobre o piloto da Red Bull. Verstappen aproximou-se para 3,5 segundos, mas Bottas estava ainda mais perto. Enquanto isso, Lance Stroll trocava para médios, na volta 28, a caia para nono. Duas voltas depois, foi a vez de Perez, acompanhados pelos Ferraris, a irem às boxes e trocando para médios. O mexicano saiu atrás de Carlos Sainz Jr, mas ele depois passou-o para ser sexto. Atrás, Charles Leclerc lutava com Lando Norris... para ser 12º, duas posições à frente de Sebastian Vettel. É... uma morte horrível, como em 1980 e 92. Há certos anos olímpicos muito maus em Maranello, digamos assim.
A meio da corrida, apenas Daniel Ricciardo não tinha ido às boxes, pois era quarto. Ele acabou por trocar, caindo para o meio do pelotão, mas as coisas só se agitaram por alturas da volta 39, quando Charles Leclerc deixava morrer o motor e o monegasco acabou por abandonar. As coisas pareciam piorar para os vermelhos...
Algumas voltas depois, os pilotos começavam a ver o tempo, que parecia piorar um pouco - havia nuvens no ar - mas não incomodava muito. Verstappen parava de novo, e agora os Mercedes seguiam num 1-2, esperando que iriam de novo às boxes, que era o que todos andavam a fazer. Mas nesta altura, os céus estavam a ficar escuros, e a possibilidade de chuva poderia ser real. Vettel era quinto e era ameaçado por Lance Stroll, mas a um ritmo mais lento.
Na volta 49, Bottas foi às boxes e trocou para moles, para ver se ficava na frente de Verstappen, que andava em médios. Entretanto, havia problemas com as banderias azuis e Perez, bem como Kvyat, eram penalizados em cinco segundos por causa de as terem ignorado. Atrás, Stroll apanhou o piloto da Ferrari e era quinto, tentando agora ficar a menos de cinco segundos do mexicano, para ficar na frente da classificação. E a chuva, que era uma ameaça, acabou por não dar em nada.
No final, foi uma vitória fácil. Todos comemoraram o triunfo de Hamilton, e Bottas ainda ficou com a volta mais rápida, enquanto Max foi segundo, entre os Mercedes. Racing Point foram quarto e quinto, na frente de Sainz Jr e de Sebastian Vettel, que reparou que a sua estratégia foi a melhor, aguentando o meio do pelotão até ao final da prova, e dignificando um pouco os canvalinos em Barcelona. Mas de resto, foi um longo aborrecimento de uma tarde de verão.
Agora, no final do mês, a Formula 1 estará na Bélgica.