sábado, 20 de dezembro de 2014

A foto do dia

Há quase 35 anos, Patrick Depailler via aquilo que iria ser o seu carro para 1980, o Alfa Romeo modelo 179. E da maneira como era esse carro, como podem ver pela maneira como era colocado os seus pés, era perigoso numa situação limite. 

E infelizmente, foi o que aconteceu a 1 de agosto de 1980, no circuito de Hockenheim, quando perdeu o controle do seu carro, causando a sua morte. Mas podemos ver como era o interior aquele carro que marcou o regresso da marca de Varese à Formula 1, quase 30 anos após a sua primeira participação.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A falta de cultura democrática no dirigismo automobilista

Fiquei um pouco surpreso esta tarde quando recebi pelo correio a minha atualização do excelente blog do Gary Hartstein, o Formula 1 Doc. Hartstein, um americano a viver na Bélgica - e a trabalhar no Hospital Universitário de Liége - conta hoje uma história em que aparentemente, o Dr. Gerard Saillant foi a Liége falar com o diretor do hospital no sentido de o despedir.

Óbviamente que a coisa não foi adiante, e quando ele soube, não deixou passar em claro. E hoje no seu blog, numa "carta aberta" a ele e a Jean Todt, o presidente da FIA, explicou tudo, na sua maneira sarcástica.

"Caro Gerard:

Imagine a minha surpresa ao saber que você esteve no meu hospital na semana passada. Você realmente apanhou o comboio de Paris até Liège! É uma pena que você não me tenha ligado antes da visita, que poderia ter tido uma chavena de café. Ou você poderia ter me buzinado para dizer um "olá", uma vez que você tivesses chegado aqui. Mas eu acho que na verdade, isto é algo do qual não é o seu estilo. Pensando bem, você nunca foi, não é? Afinal de contas, vocês me demitiram por e-mail!

Imagine minha surpresa ao saber que, apesar de não ter ouvido nada de você, ou seu chefe desde que foi demitido, VOCÊ REALMENTE VEIO AO MEU HOSPITAL POR CAUSA DE MIM! Você falou com o Reitor da minha faculdade de medicina, para conversarem sobre mim. Em seguida, viajou durante duas horas e meia... por minha causa. Eu ficaria lisonjeado se eu não estivesse assim... chocado. Mas não vamos debruçar sobre a diversão que poderiamos ter tido juntos em Liège, e olhar em vez de o que exatamente você veio aqui para isso. Eu acho que é importante que as pessoas entendam o quanto você e seu chefe trabalham.

Você veio aqui para tentar que me despedissem.

Não a partir do trabalho que você já me tinha despedido. Isso era basicamente um "hobby". Um "hobby" muito sério, muito custoso. Não, agora você veio com um objetivo maior. Você e seu chefe queriam que fosse despedido do emprego que paga as minhas contas. Aquele que tenho há 25 anos. Uau. Você estava usando um casaco preto e fedora? Talvez teria ficado feliz se eu não estava lá. Diabos, talvez também tivesse instruções para partir os meus joelhos!

Você veio aqui com um processo que consistia em cópias impressas de meus posts. E uma cópia de um e-mail pessoal para mim (!) vindo de Corinna Schumacher. Um e-mail que eu realmente... nunca recebi. Provavelmente porque foi dirigido ao "garry.hartstein@...". Sério? Eu recebo dezenas de e-mails todos os dias de pessoas vindas um pouco por todo o mundo, que gastam 30 segundos do seu tempo encontrar meu endereço de e-mail. Mas a esposa de um dos desportistas mais famosos e ricos do mundo não é capaz de realizar essa tarefa? Você tem que estar brincando comigo. Diabos, mesmo VOCÊ (confiável conselheiro para a "famíglia") tinha o meu e-mail (obviamente, foi assim que você me despediu!) (...)

No final, Hartstein ameaçou processar ambos os intervenientes:

(...) Então você vê, meu caro Gerard, se você teria posto sua cabeça a funcionar antes de ter vindo para "a Paris do norte", você teria percebido o quão absurdo era o seu projeto. O meu blog não tem nada a ver com o meu trabalho. Na verdade, coisas como "privacidade", e "livre expressão" vêm à mente - não como princípios estéreis, mas como LEIS QUE VOCÊ esteve à beira de os violar. Você e seu chefe.

Você agiu como um bandido. O que você fez não foi inesperado, mas foi repugnante. Você pode usar fatos caros e um Patek Philippe, mas suas táticas são da sarjeta.

Esteja ciente de que eu já remeti o "dossier" que você entregou ao Reitor para o meu advogado. Você está a passear por um gelo legal muito, muito fino.

Palavras sábias?

Cale-se, recue, e fique atento".

É verdade que Bernie Ecclestone não é "flor que se cheire", mas ele lida mais com finanças e com a maneira de levar as suas adiante, a bem ou a mal. Mas ele é corrupto, e não tenta despedir ninguém. Jean Todt é o contrário: não é corrupto, mas faz de tudo para dificultar as coisas aos seus opositores, ou criticos. E Hartstein é um critico. Como sabem, foi o sucessor do mítico Dr. Syd Watkins, e no final de 2012, foi dispensado do seus serviços, como ele diz, través de um e-mail.

A razão para tudo isto? Aparentemente, as suas criticas em relação ao relatório oficial sobre o acidente de Jules Bianchi. Podem ver as suas opiniões sobre ele por aqui, mas na verdade, culpar o "morto" pelo acidente parece mais um "lavar as mãos" ao melhor estio Pôncio Pilatos, dizendo que "foi um infeliz acidente" e que "tudo foi feito de acordo com as normas". A verdade é que Hartstein falava há muito tempo - ele refere que desde 2010 - que as medidas de segurança por parte da FIA estão a ser desleixadas. E de uma certa forma, a história de Bianchi poderia ter sido evitada.

Mas ele também fala que os seus comentários sobre Michael Schumacher poderiam ser uma razão para tal. É verdade que Todt é o antigo patrão de Schumacher na Ferrari, e que a família está fortemente a guardar e filtrar todas as noticias sobre o seu estado de saúde desde o seu acidente de ski, há quase um ano, nos Alpes franceses.

Não sei o que alega para que a FIA force a despedir alguém que seja critico dos seus métodos. O que posso dizer e saber é que, de uma certa maneira, falamos de pessoas que não têm cultura democrática. As federações desportivas, de uma certa maneira, escapam um pouco às leis dos países onde se situam. Eles falam que é para evitar interferências politicas, mas por outro lado, são uma espécie de "último reduto" para que as pessoas ajam como se fosse um estado dentro de um estado". O caso da FIFA, no futebol, é um pouco isso, e falamos de coisas bem caras, como corrupção, manipulação de resultados nas candidaturas para os mundiais de futebol, numa lógica de "o melhor que o dinheiro poder comprar".

Mas a FIA odeia a critica e os críticos. Não têm uma cultura democrática, e se forem ver como são as coisas nos últimos tempos, a cultura democrática é pouco existente. Há mais do que um candidato, é certo, mas as eleições são tão democráticas como na Coreia do Norte ou Cuba, porque a corrida é "viciada" à partida, não há observadores e há sempre pessoas que "encorajam" os opositores a abandonar, "a bem do espectáculo". Resultado: os candidatos da oposição desistem pelo caminho, porque os resultados são "combinados", no sentido em que o candidato que queira a reeleição procura a lealdade unânime das federações. E em 90 por cento das vezes, consegue. Daí que em 35 anos, só tivemos três presidentes da FIA: Jean-Marie Balestre, Max Mosley e agora, Jean Todt, que provavelmente ficar´por mais vinte anos. Parece mais uma monarquia do que outra coisa.

Em suma, só falta a sede da FIA se mudar para Pyongyang para que o circulo foque completo. Mas para isso, o Bernie Ecclestone têm de colocar uma corrida no calendário...

Os novos processos contra Bernie Ecclestone

Começo por dizer que espero que Bernie Ecclestone tenha os bolsos bem fundos. Se em setembro desembolsou cem milhões de dólares (cerca de 75 milhões de euros) para evitar ir para uma prisão alemã, no processo de corrupção contra si, que foi denominado de "caso Gribowsky", hoje, a agência Reuters noticia que o banco BayernLB, onde trabalhava Gerhard Gribowsky, decidiu processar Ecclestone em 345 milhões de euros pelos prejuízos que causou no negócio que teve em relação aos direitos da Formula 1.

"A BayernLB entrou com uma ação judicial contra o Sr. Ecclestone, a fundação familiar Bambino e outros, pedindo uma indemnização de 345 milhões de euros (423 milhões de dolares), acrescidos de juros", disse um porta-voz do BayernLB nesta sexta-feira, em resposta a um pedido de comentário sobre o caso.

A BayernLB afirma que o bilionário britânico recebeu comissões injustificadas e subvalorizou a sua participação no negócio de automobilismo quando o fundo CVC Capital Partners se tornou no maior accionista da Formula 1, em 2006.

"Quando a participação do banco na Formula 1 foi vendida em 2005 e 2006, um membro do conselho foi subornado. O contrato de venda não foi negociado, mas sim finalizado nos termos ditados pelo Sr. Ecclestone, que eram uma desvantagem para o banco", acrescentou o porta-voz.

Estas acusações contra Ecclestone surgem um dia depois de um jornal espanhol ter dito que o procurador de Valência abriu um inquérito a alegadas acusações de corrupção e suborno contra o governo regional de Valência, em 2012, referentes à organização do GP da Comunidade Valenciana. A procuradoria acusa especialmente Francisco Camps, o então presidente da Cominutat, a responsavel pelo Turismo, Dolores Johnston, e Jorge Martinez Aspar, ex-motociclista e dono da Valmor Sports, de corrupção, no sentido de saber como é que uma firma sem experiência no desporto, e com apenass 12 funcionários, ficou com o cargo de organizar a corrida.

Segundo conta o jornal "El Mundo", Ecclestone já respondeu por escrito a todas as perguntas mandas pela procuradoria local.

Camps é um homem que está debaixo dos holofotes pelas piores razões. Desde que abandonou o cargo de presidente que é acusado de financiamento ilegal do Partido Popular, conhecido como o escândalo Gürtel, e também de envolvimento no escândalo Noos, do qual Iñaki Urdangarin, ex-andebolista e marido da Infanta Cristina, é acusado de desvio de dinheiro.

Veremos como é que estas investigações irão acabar. Mas se a ideia é de fazer com que Ecclestone pague, estão no bom caminho.

Noticias: Jean-Eric Vergne vai ser piloto de testes da Ferrari

Alguns dias depois da Scuderia ter anunciado o mexicano Esteban Gutierrez como terceiro piloto da marca, e no meio de uma verdadeira revolução dentro da marca, a marca de Maranello anunciou que o francês Jean-Eric Vergne será o piloto de desenvolvimento e de testes da marca, em substituição do espanhol Pedro de la Rosa, que aparentemente sairá da marca para ajudar no projeto da Nissan na Endurance.

"É um dia importante e uma nova etapa na minha carreira. Eu me sinto muito honrado de ser parte da família Ferrari e tornando-se uma parte da equipe de maior prestígio na história da Formula 1. O objetivo é unânime e que está a ajudar a Scuderia voltar ao degrau mais alto do pódio", afirmou o piloto francês no seu comunicado oficial.

Com esta contratação, para além dos seus deveres na Ferrari, os rumores poderão indicar que poderá fazer uma perninha na WEC, ao serviço da AF Corse, bem como poderá ser uma hipótese para um dos lugares que a Haas terá em 2016, quando ingressar na categoria máxima do automobilismo.

Vergne, de 24 anos (nascido a 25 de abril de 1990), esteve nas últimas três temporadas na Toro Rosso, onde conseguiu como melhor resultado dois sextos lugares no GP do Canadá de 2013, e no GP de Singapura deste ano. Após isso, não conseguiu renovar o contrato com a equipa, sendo preterido na subida à Red Bull pelo russo Daniil Kvyat. Após isso, alinhou na semana passada na prova de Formula E em Punta del Este, no Uruguai, onde fez a pole-position, mas não terminou a prova.


quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Berta: quando a Argentina quase esteve na Formula 1

(...) Oreste Berta, engenheiro de formação, começou a trabalhar na industria automóvel em 1962, ao serviço da Renault. Cedo a sua área tornou-se a preparação de motores, que conseguiu fazer sucessos com o motor Tornado de 4 cilindros em linha. Alejandro De Tomaso, outro argentino, mas radicado em Itália, queria-o para os seus serviços, mas a Renault decidiu ajudá-lo a montar a sua oficina, na cidade de Cordoba. Em principio, começou a preparar motores renault, mas a seguir, no final dos anos 60, começou a montar motores de 4 cilindros em linha baseados na Ford.

(...) Com um chassis leve - 620 quilos - e adaptando o carro para as regulamentações da Formula 1, montou os seus motores Berta no chassis, e apresentou à imprensa com pompa e circunstância a 16 de dezembro desse ano no Autódromo Oscar Galvez, onde andou a testar. Cedo se revelou que o carro não era competitivo: apesar da leveza do chassis, o motor apenas tinha uma potência de 400 cavalos, bem menos do que os 450 que normalmente davam os Cosworth DFV.

Para piorar as coisas, alguns dias mais tarde, os seus motores começaram a explodir uns atrás dos outros, apesar de uma mudança no lubrificante. Num só dia, tinha rebentado quatro deles! As coisas pareciam algo desesperadoras quando recebeu uma oferta de Wilson Fittipaldi: um motor Cosworth DFV para eles correrem em Buenos Aires. Contudo, a oferta vinha com um senão: teriam de o devolver como novo. (...)

Há quase 40 anos, a Argentina ia seguindo o Brasil no sonho de construir o seu próprio chassis. Mas ao contrário de Wilson Fittipaldi e de Ricardo Divila, o argentino Oreste Berta tinha o sonho de fazer tudo argentino: chassis e motor. Baseado no Brabham BT34 de 1971, adaptou um chassis de Formula 5000 para adaptar um dos seus motores e correr as duas primeiras corridas da temporada de 1975, com o local Nestor Garcia Veiga ao volante. Contudo, o seu motor era mais fraco do que os Cosworth DFV V8 em cerca de 50 cavalos, e era demasiado fraco. A salvação poderia ter vindo de Wilson Fittipaldi, que ofereceu um motor DFV para as corridas da Argentina e do Brasil, mas com a condição de devolver inteiro. Berta decidiu declinar a oferta e o sonho do Formula 1 argentino terminou ali.

Para ler o resto da história, podem seguir por aqui, na "Memorabilia" do site Motordrome.

Noticias: Ford estará em Le Mans em 2016

Os rumores voavam há dias (podem ler um deles no Motordrome), mas esta tarde, a Ford confirmou esta tarde que irá apresentar um novo Ford GT no mês que vêm, no Salão Automóvel de Detroit. E este carro correrá em 2016 nas 24 Horas de Le Mans, para comemorar os 50 anos da sua primeira vitória em La Sarthe. O carro será preparado pela Chip Ganassi Racing, segundo conta a americana Autoweek.

De acordo com a mesma publicação, o chassis vai ser preparado pela canadiana Multimac Motorsports, que têm uma longa parceria com a marca americana, e a fábrica irá apoiar um programa com dois carros ao longo da temporada da TUSSC (Tudor United States SportsCar Championship) com um salto para as 24 Horas de Le Mans. Dois pilotos poderão ser confirmados na apresentação: o veterano Scott Pruett, ex-IndyCar e com cinco vitorias nas 24 Horas de Daytona, com a hipótese de Joey Hand, o americano ex-DTM, ser o segundo elemento da equipa, em substituição de Memo Rojas.

A segunda aventura da Ford acontece mais de 50 anos após a primeira, que começou em 1963, quando Henry Ford II tentou comprar a Ferrari, oferta recusada pelo seu fundador, Enzo Ferrari. Determinado a vingar-se, vencendo no terreno onde a Scuderia dominava, Ford recorreu aos serviços de Carrol Shelby em 1964, e com a ajuda de pilotos como John Miles, conseguiu a vitória em 1966, com os seus GT40 a ficar com os três primeiros lugares. A aventura ganhou notoriedade recentemente com o livro "Go Like Hell", que poderá em breve ser realizado por Hollywood, e com Tom Cruise no papel principal.  

Uma coisa é certa: as coisas no mês que vêm serão bem mais interessantes em Detroit. E claro, quem sai a ganhar é a Endurance.

O cartão de Natal do Tio Bernie

O cartão de natal do Tio Bernie tornou-se num ritual anual por esta altura do campeonato. E que o velhadas têm bom humor, isso têm, especialmente quando leva as coisas para o seu lado. e este ano não foge á regra, especialmente com o julgamento por corrupção na Alemanha, o caso Gribowsky.

Apesar de ter pago cem milhões de dólares para ter o cartão "está livre da prisão", ele ainda vê as coisas como se fosse o velhadas injustiçado, com um "Robin Hood" a dizer que levou o cacau em nome do estado da Baviera, local onde o julgamento ocorreu... 

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Rumor do Dia: Toyota prepara-se para regressar aos ralis

Desde meados do ano que a Toyota testa um modelo Auris nas estradas europeias, com Stephane Sarrazin ao volante, mas até agora nada se sabia sobre se iriam ou não fazer o regresso ao Mundial. Pois bem, a Autosport britânica fala hoje no seu site que o regresso poderá ser anunciado no inicio do ano que vêm, e o alvo será a temporada de 2017. Tanto que fontes bem colocadas na administração disseram que o programa de testes da marca será intensificado.

"As coisas estão se movendo dentro da Toyota. Toyoda-san nunca escondeu ou o seu amor de ralis ou seu desejo de colocar a Toyota de volta aos ralis", começou por dizer essa fonte.

"O que ele queria ver era esse entusiasmo tanto dentro, como fora da empresa, para tomarmos uma decisão nesse sentido. Acreditamos que o momento é agora."

Contudo, a mesma publicação disse que apesar da Toyota estar presente nas reuniões da comissão do WRC relativos aos regulamentos dos novos carros para 2017, não exigiu a entrada dos híbridos nos carros de ralis

Quanto ao modelo, apesar de ser um Auris o carro a ser testado, pode não ser esse o modelo que estará na estrada, mas sim uma nova geração de Corolla, como aconteceu da última vez em que esteve no WRC, em 1999.

Os números da Endurance


Esta foto é bem interessante sobre as audiências nas corridas do Mundial de Endurance na temporada de 2014. Com a notável excepção do Bahrein, todas as outras corridas receberam um aumento de público entre 2013 e esta temporada. E pelos vistos, Jean Todt fez muito bem ao reavivar o Mundial de Endurance no final de 2012, vinte anos após a última vez que aconteceu.

Quando tal aconteceu, a Le Mans Series já tinha Audi e Toyota, com a Porsche a espreitar o regresso, só na categoria LMP1. Agora, teremos a Nissan a correr em 2015, com noticias de mais projetos em varias categorias de Endurance. Hoje por exemplo, surgiu na imprensa o rumor do regresso da Ford à clássica francesa, provavelmente em 2016, para comemorar os 50 anos da sua primeira vitória em La Sarthe.

Em apenas duas temporadas, poderemos dizer que a Endurace "está de volta". Pensava que teriamos de demorar mais tempo, mas parece que os construtores estão cada vez mais interessados na ideia. As razões são muitas, mas há em particular: existe uma maior liberdade de projetar os carros e colocar o tipo de motor dentro deles, algo que já não existe na Formula 1. E as unidades híbridas que andam por aí são mais potentes do que na Formula 1, para além de haver maior possibilidade de os colocar nos seus modelos de estrada.

E ainda não falamos dos numeros da European Le Mans Series, onde há corridas de quatro horas, como no Estoril. Para quem viu a prova no final de outubro, via-se o mar de gente que estava presente para ver os carros a passar. E era numa primeira edição, com bilhetes acessíveis, mostrando que a ideia é vencedora, desde que se mantenha assim.

Mas tudo isto acontece numa altura em que todos falam que há uma inversão de valores. A Formula 1 ornou-se num nicho elitista, governada por pessoas que lá estão há mais de 40 anos e não desejam mudar. Têm vindo a perder público e os pilotos, para irem lá, têm de pagar para correr. Pelo contrário, na Endurance, são pagos pelos construtores para correr como pilotos de fábrica.

Mas não é só a Endurance que está a ressurgir. A IndyCar e até a Formula E começam a ser alternativas viáveis à Formula 1, em maior ou menor grau. Se no caso dos elétricos, ainda falta muito para caminhar - e não estão em concorrência direta, pois as corridas acontecem quando esta está entre temporadas - no caso da IndyCar, mesmo com carros iguais e apenas dois tipos de motores, começam a atrair pilotos europeus para a competição.

Para finalizar, ao ver os números de espectadores no Bahrein, poderemos dizer que é são os petrodólares a grande razão para termos a corrida por lá. A grande concessão de Jean Todt, pois eles ficarão até 2017. Não sei quanto é que colocam por lá, mas se metem 50 milhões para ter a Formula 1 - e até têm o poder de veto para impedir que o seu vizinho Qatar tenha as mesmas coisas que eles - quanto meterão para ter por lá e mostrar ao resto do mundo?

Procura-se: presidente da Formula 1

A história de Paul Walsh no comando da Formula 1 pode ter acabado... ainda antes de começar. A BBC conta hoje que ele decidiu não concorrer ao cargo de "chairman" em substituição de Peter Brebeck-Lemathe, que se vai embora devido a razões de saúde. Aparentemente, Bernie Ecclestone falou com os membros da CVC Capital Partners, que na reunião que tiveram recentemente, não falaram sobre esse assunto.

Com esta confirmação, Bernie conseguiu o que queria, e o seu substituto será uma pessoa de confiança dele, Sacha Woodward-Hill, quando ele se retirar de cena, o que acontecerá quando morrer. Mas os observadores deste processo afirmam que esta decisão só mostra a incapacidade da CVC Capital Partners de tomar decisões em relação à pessoa que lhes deu uma "mina de ouro" do qual recebem lucros fabulosos a cada ano que passa.

Mas como diz hoje o Joe Saward, a decisão desta quarta-feira demonstra que neste mundo da Formula 1, o desejo de mudança esbarra na figura deste anão de 84 anos, e o medo de o enfrentar é o mais forte do que o desejo de mudança de um desporto que é crescentemente opaco na maneira como fere os seus negócios. E já agora, amanhã irá haver uma reunião do Grupo de Estratégia em relação a certos aspectos dos motores, como o seu descongelamento e até certas sugestões de Ecclestone poderão vir a ser debatidas. 

E cada vez mais se pode ver que as pessoas querem ganhar tempo, esperando que a Ceifadora vá buscá-lo, para fazer as mudanças que aparentemente esta Formula 1 muito necessita. Resta saber é, quando tal acontecer, se a Formula 1, mais do que ser salva, se merece ser salva.  

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Youtube Motorsport Video: O video de Natal do DTM

O DTM decidiu fazer um vídeo adequado à quadra, com os seus carros a fazerem a habitual "dança das cadeiras", com um final surpreendente.

O vídeo é excelente, pena que a Formula 1 nunca fara isso enquanto o anão estiver vivo...

Noticias: Haas vai participar no leilão de bens da Marussia

As noticias desta manhã de que a novata Haas poderá participar no leilão de bens da Marussia, que começou hoje na Grã-Bretanha, poderá significar que a equipa poderá querer algum do material para se adiantar em termos de trabalho para a sua estreia, que só irá acontecer em 2016.

"Haverá coisas [do leilão da Marussia] do qual estaremos interessados, portanto vamos licitar por algum item", começou por dizer Gene Haas ao jornal britânico The Guardian. Nessa entrevista, Haas revelou que procura um local na Grã-Bretanha onde poderá servir como base europeia para montar os seus carros.

"Procuramos um lugar na zona de Abingdon, no Oxfordshire. As equipas compram os bens uns dos outros, e temos também em vista coisas como a própria sede da Marussia, também", continuou o patrão da equipa americana, que quererá entrar na Formula 1 em 2016 evitando repetir os erros das equipas anteriores.

O projeto de Gene Haas, que arrancará dentro de um ano, terá a sua sede em Charlotte e terá motores Ferrari.

Noticias: Policia recupera parte dos troféus da Red Bull

A policia inglesa anunciou hoje que conseguiu recuperar 20 dos 60 troféus da Red Bull que foram roubados há pouco mais de uma semana na sua sede, em Milton Keynes. Os troféus foram recuperados do fundo de um lago perto de Sandhurst, alguns deles com danos.

"Alguns dos troféus foram recuperados no lago Horseshoe, perto de Sandhurst. Nós estimamos que 20 troféus foram recuperados, mas estamos averiguando com a Rred Bull para termos um número exato, já que algumas delas estão danificadas" - disse o porta-voz da Thames Valley Polica à BBC.

Apesar de ainda não se saber o numero exato, sabe-se que entre os que não foram recuperados, encontram-se os troféus de Construtores das temporadas passadas.

Apesar de terem sido encontrados os troféus, não foram feitas quaisquer prisões.

Recorde-se que o roubo aconteceu na noite de 6 de dezembro, na sede da equipa em Milton Keynes, quando um grupo de homens armados arrombou as portas da sede com um carro, tendo levado os troféus para outro veículo, de onde fugiram sem deixar rasto. A Red Bull e a policia local lançaram informações para ajudar nas buscas, quer para apanhar os ladrões, quer para recuperar os troféus furtados.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

A foto do dia

A foto de hoje, tirada por Bernard Cahier, serve para homenagear Clay Regazzoni, morto faz hoje oito ano numa autoestrada italiana, após ter assistido ao Salão do Automóvel de Bolonha. Isto foi no fim de semana do GP de Itália de 1975, a corrida onde ele acabou por vencer, a sua unica vitória do ano, quando foi dominado pelo austríaco Niki Lauda.

Chegou tarde à Formula 1 (aos 30 anos de idade), mas teve tempo para ficar por uma década, não só ao serviço da Ferrari, mas também a correr por BRM, Shadow, Ensign e Williams, onde deu à equipa do Tio Frank uma inesperada primeira vitória, em Silverstone, em 1979 a dois meses de fazer 40 anos. Pela sua rapidez, pensava-se que tinha estofo para ser campeão do mundo, mas Lauda o colocou no seu lugar. Era um excelente piloto, que num dia bom era capaz de ser imbatível, mas quando foi necessária a sua presença nos momentosa decisivos, não foi capaz. E isso foi verdade me 1976, nas corridas onde Niki Lauda esteve ausente após o seu acidente no Nurburgring. Ausente em Zeltweg, em Zandvoort lutou contra Hunt, mas este levou a melhor sobre ele, impedindo-o de vencer.

As aventuras na Shadow e Ensign pareciam que teriam assinalado a decadência, mas no inicio de 1979, a Williams alargada, graças aos petrodólares árabes, precisava de um segundo piloto para andar ao lado de Alan Jones, e ele era o ideal: veloz e veterano. No Mónaco, lutou até ao fim com Jody Scheckter pela vitória, que seria alcançada em Silverstone, aproveitando os problemas mecânicos de... Jones.

Cinco anos antes, em 1974, a sua regularidade quase o fez... campeão do mundo. Parelhando com Lauda na ressuscitada Ferrari, conseguiu sete pódios, mas apenas uma vitória, em Nurburgring. E após um segundo lugar em Mosport, batido apenas por Emerson Fittipaldi, ele estava igualado nos pontos com o piloto brasileiro, 52 com 52. Watkins Glen seria a corrida de desempate, mas no momento decisivo, ele teve problemas e terminou num pálido 11º posto, a quatro voltas do vencedor, Carlos Reutemann.

Apesar de tudo, Regazzoni foi um dos pilotos que ajudaram a moldar os anos 70 na Formula 1. Fazia-o por paixão, acima de tudo, e foi apenas um acidente grave, em Long Beach, que o tirou de vez do automobilismo, num acidente bizarro. Anos depois, um jornalista do Blick suiço (cujo nome me varreu da cabeça) contou que ele de facto conseguia andar. Pouco, mas conseguia. Só que não quis trabalhar nisso na terapia (esteve mais de meio ano no hospital) por mera preguiça. E ele, grande amigo pessoal dele, era dos poucos que sabia dessa "nuance". Mas de resto, sempre disse que fazia por paixão. Tal como a sua vida.

domingo, 14 de dezembro de 2014

A(s) foto(s) do dia



As 24 Horas de Le Mans foram há seis meses, mas este domingo surgiram nas redes sociais as fotos do acidente de Löic Duval durante um dos treinos para a clássica da Endurance. As imagens falam por si e como é que o carro ficou fortemente danificado naquela semana anterior à corrida...

Formula 1 em Cartoons: A tarefa inacabada de Alonso (Riko)

Quando foi para a McLaren, Fernando Alonso disse que tinha regressado para completar um trabalho que ficou a meio em 2007, na sua primeira passagem. Lembrando-se do que aconteceu nas altura, o cartoonista "Riko" decidiu fazer isto...

Youtube Motorsport Race: A corrida de Punta del Este na integra

Para quem não viu a corrida em direto, coloco aqui a corrida de Punta del Este da Formula E na integra. Vale a pena, claro!