A foto de hoje, tirada por Bernard Cahier, serve para homenagear Clay Regazzoni, morto faz hoje oito ano numa autoestrada italiana, após ter assistido ao Salão do Automóvel de Bolonha. Isto foi no fim de semana do GP de Itália de 1975, a corrida onde ele acabou por vencer, a sua unica vitória do ano, quando foi dominado pelo austríaco Niki Lauda.
Chegou tarde à Formula 1 (aos 30 anos de idade), mas teve tempo para ficar por uma década, não só ao serviço da Ferrari, mas também a correr por BRM, Shadow, Ensign e Williams, onde deu à equipa do Tio Frank uma inesperada primeira vitória, em Silverstone, em 1979 a dois meses de fazer 40 anos. Pela sua rapidez, pensava-se que tinha estofo para ser campeão do mundo, mas Lauda o colocou no seu lugar. Era um excelente piloto, que num dia bom era capaz de ser imbatível, mas quando foi necessária a sua presença nos momentosa decisivos, não foi capaz. E isso foi verdade me 1976, nas corridas onde Niki Lauda esteve ausente após o seu acidente no Nurburgring. Ausente em Zeltweg, em Zandvoort lutou contra Hunt, mas este levou a melhor sobre ele, impedindo-o de vencer.
As aventuras na Shadow e Ensign pareciam que teriam assinalado a decadência, mas no inicio de 1979, a Williams alargada, graças aos petrodólares árabes, precisava de um segundo piloto para andar ao lado de Alan Jones, e ele era o ideal: veloz e veterano. No Mónaco, lutou até ao fim com Jody Scheckter pela vitória, que seria alcançada em Silverstone, aproveitando os problemas mecânicos de... Jones.
Cinco anos antes, em 1974, a sua regularidade quase o fez... campeão do mundo. Parelhando com Lauda na ressuscitada Ferrari, conseguiu sete pódios, mas apenas uma vitória, em Nurburgring. E após um segundo lugar em Mosport, batido apenas por Emerson Fittipaldi, ele estava igualado nos pontos com o piloto brasileiro, 52 com 52. Watkins Glen seria a corrida de desempate, mas no momento decisivo, ele teve problemas e terminou num pálido 11º posto, a quatro voltas do vencedor, Carlos Reutemann.
Apesar de tudo, Regazzoni foi um dos pilotos que ajudaram a moldar os anos 70 na Formula 1. Fazia-o por paixão, acima de tudo, e foi apenas um acidente grave, em Long Beach, que o tirou de vez do automobilismo, num acidente bizarro. Anos depois, um jornalista do Blick suiço (cujo nome me varreu da cabeça) contou que ele de facto conseguia andar. Pouco, mas conseguia. Só que não quis trabalhar nisso na terapia (esteve mais de meio ano no hospital) por mera preguiça. E ele, grande amigo pessoal dele, era dos poucos que sabia dessa "nuance". Mas de resto, sempre disse que fazia por paixão. Tal como a sua vida.
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