sábado, 21 de janeiro de 2023

WRC 2023 - Rali de Monte Carlo (Dia 3)


Sebastien Ogier continua a liderar o rali de Monte Carlo, controlando os avanços de Kalle Rovanpera, o seu companheiro de equipa. Ambos estão separados por 16 segundos, com Thierry Neuville, no seu Hyundai, é o terceiro, a 32 segundos. Elfyn Evans é o quarto, a 56,5 segundos, os únicos que estão a menos de um minuto da liderança. 

Com mais seis especiais neste sábado, isto foi essencialmente um duelo à distância entre Ogier e Rovanpera, os pilotos da Toyota, que deixavam a concorrência sem muito com que fazer, excepto Thierry Neuville, que ganhou duas especiais neste sábado. O dia começou com Rovanpera a triunfar na primeira especial do dia, a primeira passagem por Le Fugeret/Thorame-Haute, antes de Ogier ganhar na primeira passagem por Malijai/Puimichel.

"É uma especial bonita - para mim uma das mais bonitas do rali. Divertimo-nos e houve um bom ritmo. Andei um pouco menos em locais onde pensei que havia risco de furos, mas tudo bem.", disse o francês no final da especial. 

Já Kalle também falou das suas impressões no final desta especial:

"Acho que deveríamos ter enrijecido o carro para esta etapa. É alta aderência com muitos pequenos solavancos aqui e ali - pelo menos sabemos para a próxima volta. Está tudo bem, muito melhor do que ontem."

Rovanpera acabou a manhã a ganhar, na primeira passagem por Ubraye/Entrevaux, com 4,6 segundos sobre Ogier e Evans. Oliver Solberg tocou contra a parede e danificou o seu Skoda. 

Na parte da tarde, com as segundas passagens pelas especiais da manhã, Neuville atacou e triunfou na 12ª especial, 1,1 segundos na frente de Evans. Esapekka Lappi teve um furo a perdeu 35,4 segundos. O belga voltou a triunfar na segunda passagem por Malijai/Puimichel, 0,2 segundos mais rápido que Rovanpera. 

"Fizemos uma boa especial, mas demos um grande salto e sinto um pouco de dor nas costas. Estamos aqui e tiramos um pouco de tempo de Elfyn, então não é tão mau. Estávamos um pouco no limite e acima do limite algumas vezes.", disse o belga.

No final do dia, Kalle Rovanpera triunfou na segunda passagem por Ubraye/Entrevaux, ganhando 6,7 segundos sobre Neuville e 8,7 sobre Evans. Ogier foi o quarto, a 9,8, e afirmou que andava cauteloso. "Acho que andei o suficiente. Foi a etapa mais perigosa para furos, então fui descontraído e estou feliz por esta etapa ter acabado."

Depois dos quatro primeiros, Ott Tanak é o quinto, a 1.37,3, no melhor dos Ford, na frente de Katsuta Takamoto, no seu Toyota, a 2.15,7. Dani Sordo é o sétimo, a 3.08,8, em luta com Esapekka Lappi, a 3.11,4. E a fechar o "top ten" estão o Skoda Rally2 de Nikolay Gryaxin (a 8.06.1) e o Citroen DS3 Rally2 de Yohan Rossel, a 8.21,3.

O rali de Monte Carlo termina neste domingo, com a realização das últimas quatro especiais. 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

WRC 2023 - Rali de Monte Carlo (Dia 2)


Sebastien Ogier domina Monte Carlo e no final do segundo dia, tem uma vantagem de 36 segundos sobre Kalle Rovanpera, com Thierry Neuville a ser terceiro, a 37,9 segundos, com Ott Tanak algo distante, a 54,2. Elfyn Evans é o quinto, a 1.02,3.

Com seis especiais nesta sexta-feira, passagens duplas por Roure/Roubion/Beuil, Puget-Théniers/Saint-Antonin e Briançonnet/Entrevaux, a manhã ficou marcada pelo domínio de Ogier, que triunfou nas classificativas da manhã, aumentando a diferença para 32,7 segundos para o belga da Hyundai. Contudo, à tarde, Elfyn Evans passou ao ataque e conseguiu ganhar uma das especiais, com Rovanpera a ganhar a última do dia. 

Entre a concorrência, a última especial da manhã - SS5 - foi agitada. Rovanpera tocou numa das bermas e danificou um pneu e parte do carro, Pierre-Louis Loubet teve problemas com a direção assistida e bateu contra os sinais de trânsito num dos cruzamentos, perdendo um minuto e meio, e Evans teve um furo e perdeu menos: 43,4 segundos.

No final do dia, Ogier estava feliz: 

"Estou muito satisfeito. Obviamente, o risco de furos era maior nesta [especial] aqui, fui mais calmo. Estou feliz por trazer o carro para o parque fechado esta noite."

Já Thierry Neuville queria saber porque é que as suas escolhas de pneus não se refletiam nos resultados, já que a Toyota parecia sempre levar a melhor. 

"Foi outra boa especial, mas obviamente não conseguimos igualar os tempos, não sei porquê. Estou a tentar arduamente e agora temos opções de pneus semelhantes. Sei que devíamos estar em vantagem, mas não estamos."

Depois dos cinco primeiros, Dano Sordo é o sexto, a 1.30,2. Sétimo é Katsuta Takamoto, a 1.33,1, não muito distante, e o oitavo é Esapekka Lappi, a 1.57,7. Dois WRC2 fecham o "top ten", com o Skoda de Nikoaly Gryaxin a 4.12,8 e o outro Skoda de Yohan Rossel, a 4.42,5.   

O rali de Monte Carlo prossegue amanhã com a realização de mais seis especiais.

Noticias: Alfa Romeo-Sauber anuncia carro para o dia 7


A Alfa Romeo-Sauber anunciou esta tarde nas suas redes sociais que o seu novo chassis, o C43, será mostrado no dia 7 de fevereiro, um dia depois da Williams. O carro, que será guiado pela segunda temporada consecutiba pelo finlandês Valtteri Bottas e pelo chinês Guanyou Zhou, terá a sua apresentação pelas 10 horas locais, em Zurique, na Suíça.

A Alfa-Sauber torna-se na nona equipa a anunciar a data da apresentação, deixando apenas a Haas à espera de anunciar quando mostrará o seu carro. E espera-se que seja melhor que o C42 (na foto), que em 2022, deixou a equipa no sexto posto do campeonato de Construtores, com 55 pontos, empatado com a Aston Martin, mas com melhores resultados.     

Noticias: Jeddah no calendário até 2027


A Arábia Saudita anunciou nesta sexta-feira que o seu Grande Prémio acontecerá no circuito de Jeddah por mais cinco temporadas, pelo menos até 2027. Isto porque existe um projeto da construção de um circuito permanente de Qyddiah, mas o projeto é enorme e está atrasado e não estará pronto, pelo menos, até ao final da década. 

Contudo, o problema mais imediato é a corrida de 2024, que poderá calhar com o Ramadão. O que se fala é o de trocar a corrida de abertura com o GP da Austrália, e ter a distancia necessária para poder acontecer sem obstáculos. Sobre isso, só será decidido mais tarde no ano. 

Obviamente, devido à santidade do Ramadão seria impossível receber um Grande Prémio durante esse tempo, mas em última análise qualquer decisão sobre os horários da corrida do próximo ano está nas mãos da Fórmula 1 e da FIA”, disse Martin Whitaker, diretor executivo da Saudi Motorsport Company, promotor da corrida. “Portanto, estamos à espera de esclarecimentos por parte do promotor e do órgão federativo no que respeita à nossa data de 2024. Como é habitual, isto só será anunciado muito mais tarde durante o ano”, concluiu.

O GP da Arábia Saudita acontecerá a 19 de março, e será a segunda corrida do campeonato. 

Youtube Formula 1 Vídeo: O mistério do diamante desaparecido

Lembram-se da Jaguar na Formula 1? Para quem não se lembra, digo-vos que era aquela equipa financiada pela Ford e que no final de 2004 foi comprada pela Red Bull para que eles pudessem se estrear na categoria máxima do automobilismo com os resultados que conhecemos.

Mas pouco antes da Ford se livrar da equipa, eles aproveitaram o GP do Mónaco para ceder espaço para que um estúdio de Hollywood pudesse dar publicidade a um "blockbuster" como era o "Ocean's Twelve". E uma das coisas que eles fizeram foi colocar diamantes de 250 mil dólares - falsos ou não, nunca se soube - nos narizes dos carros de Mark Webber e Christian Klien

E o inevitável... aconteceu. Como explica o Josh Revell, no seu mais recente vídeo.

WRC 2023 - Rali de Monte Carlo (Dia 1)


Sebastien Ogier lidera o rali de Monte Carlo, cumpridas que estão as duas primeiras especiais noturnas à volta o Col de Turini. O francês da Toyota tem uma vantagem de seis segundos sobre Elfyn Evans, e Ott Tanak, no seu Ford Puma Rally1, é o terceiro, a 15,4, 0,1 segundos na frente de Thierry Neuville, que é o quarto. Kalle Rovanpera, o atual campeão do mundo, é o quinto, a 17,1. 

Com o cair da noite nos Alpes franceses, depois de se apresentarem ao mundo em Monte Carlo, máquinas e pilotos apresentaram-se na especial de La Cabanette/Col de Castillon, onde fica o Col de Turini, com 25 quilómetros de extensão... menos 10 metros!

Aí, num troço completamente seco, ainda que com o asfalto muito frio, Ogier cumpriu o seu favoritismo à vitória, já que Sebastien Loeb não participa no rali por causa do Dakar. Num duelo entre Toyotas, Ogier levou a melhor sobre Evans, 1,3 segundos de diferença, deixando e Neuville a 6,8 e Rovanpera a 7,4, em quinto, batido por Takamoto, quarto a 6,9

A segunda especial viu os pilotos a terem de lidar agora com água gelada no asfalto, com tendência a escorregar e acabar na berma, com a suspeita a recair sobre os espectadores, por causa das suas preferências. Neuville perdeu oito segundos à custa de um despiste, Jourdan Seideridis despistou-se e perdeu muito tempo, e Takamoto perdeu tempo por causa de uma avaria no seu travão de mão. 

Depois dos cinco primeiros, o sexto é Dani Sordo, noutro Hyundai, mas já longe, a 32,1 segundos. Pierre-Louis Loubet é o sétimo, a 40,1, na frente de Esapekka Lappi, a 41,4, e a fechar o "top ten" estão o Toyota de Katsuta Takamoto, a 57 segundos, e o carro do russo Nikolay Gryazin, a 1.06,6.

O rali de Monte Carlo prossegue nesta sexta-feira com a realização de mais seis troços. 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

A imagem do dia


Hoje em dia, quando caminhamos alegremente para o primeiro quartel do século XXI, mesmo os que tem um conhecimento profundo do automobilismo tem alguma dificuldade em saber dos pilotos de há cem anos, e do seu palmarés. Pode-se ler numa enciclopédia sobre o piloto, mas se quiser saber sobre "como chegou lá", dessa parte, 99 em 100 amantes do automobilismo não te consegue responder. Para ver que a memória só irá até certo ponto. Quando desaparecem as últimas testemunhas oculares, sem outros testemunhos - cinematográficos e fotográficos, essencialmente - o nome pode estar lá nos livros, mas o entusiasmo não é grande. 

O que é pena, porque desse tempo dos "gloriosos malucos das máquinas rolantes" existiram gente que fariam mossa a alguns dos pilotos de hoje em dia, e é por isso que a discussão sobre "o melhor piloto de todos os tempos" é tão estéril quando saber o sexo dos anjos. Porque... daqui a cem anos, gente como Lewis Hamilton, Sebastien Loeb ou Kalle Rovanpera continuarão a ser saudados como são agora? 

Daí hoje falar de Ray Harroun. Para quem não sabe, o primeiro triunfador em Indianápolis. Mas foi muito mais que isso. 

Nascido a 12 de janeiro de 1879, ele se apaixonou pelo automobilismo no final da adolescência. Começou a correr em 1903, quando começou a dar nas vistas batendo o recorde de distância entre Chicago e Nova Iorque. Repetiu o feito no ano seguinte, estabelecendo nas 58 horas e 36 minutos. 

Quando Carl Fisher decidiu construir uma pista oval em Indianápolis, no final da primeira década do século XX, não era por acaso: a cidade era o centro de uma industria automóvel emergente, ainda antes de Detroit levar a melhor. Ter uma pista por ali seria excelente para testar as inovações que esses pioneiros tinham em mente e melhorar os carros que fabricavam. E um deles era a Marmon, no qual Harroun era um dos seus pilotos de testes e um engenheiro qualificado. 

Em 1911, Harroun já tinha 32 anos, mas tinha pendurado o capacete no final da temporada anterior - onde acabou campeão da AAA, a associação automobilística americana, a antecessora da IndyCar - ajudando na fábrica. Contudo, a corrida de 500 Milhas - 800 quilómetros - era algo bem interessante porque testava a resistência e durabilidade dos carros, algo que era importante nesses tempos onde as estradas eram pouco mais que carreiros de terra batida. Marmon decidiu construir o Wasp, e cedo se tornou um dos favoritos. A razão? Enquanto todos os outros eram alargados para poder ter um mecânico no lugar do passageiro, o carro colocava um espelho retrovisor em cima do piloto, tornando-o num monolugar, bem mais leve. Foi a primeira vez que se correu um monolugar tal como conhecemos hoje em dia. 

Das 200 voltas, Harroun liderou em 88 e a uma média de 120,060 km/hora, triunfou, entrando na história por ser o primeiro vencedor naquela que viria a ser a corrida mais importante nos Estados Unidos. 50 anos depois, em 1961, foi homenageado, aparecendo na televisão ao lado do triunfador desse ano. O nome? A.J. Foyt, então no começo da sua lendária carreira no automobilismo.  

E Harroun não era um mero piloto: era um excelente engenheiro. Para terem ideia fundou a sua própria marca de automóvel, que durou quatro anos, entre 1916 e 1920, e dos menos de três mil carros fabricados, apenas existem... dois, que sobreviveram até aos dias de hoje. Um deles foi vendido em leilão em 2019 por 39 mil dólares.

Ray Harroun morreu pouco depois de fazer 89 anos, a 19 de janeiro de 1968. Faz agora 55 anos que desapareceu de cena um dos pioneiros do automobilismo americano, cuja contribuição é mais duradoira que se pensa.  

Ralis: Evans está confiante nesta temporada


Depois de uma temporada abaixo do esperado em 2022, alegando a sua adaptabilidade aos Rally1, Elfyn Evans acha que em 2023, as coisas serão melhor e será mais competitivo, esperando lutar por vitórias e títulos com os seus companheiros na Toyota. O piloto galês, que competirá em Monte Carlo ao lado de Katsuta Takamoto, Sebastien Ogier e Kalle Rovanpera, acha que os erros foram corrigidos, a adaptação já acabou e basta achar consistência para tudo regressar ao normal.

A época baixa do WRC é sempre bastante curta, mas foi bom fazer uma pequena pausa e agora sinto-me pronto para entrar na nova época. O ano passado ficou aquém das minhas próprias expectativas, em termos pessoais, mas conseguimos fazer alguns progressos e espero ser capaz de obter melhores resultados esta época. A equipa está sempre a trabalhar para fazer evoluir o carro, e doze meses na era do Rally1, agora compreendemos muito melhor as coisas." começou por dizer.

"Sinto que estamos num lugar melhor para ir à luta, e lutar pelo título continua a ser o meu objetivo. O Rallye Monte-Carlo é um evento clássico e um evento que todos querem vencer. É sempre um grande desafio, especialmente com as condições mutantes, mas é um desafio de que gosto e espero que possamos começar o ano com um resultado positivo”, finalizou.

O rali de Monte Carlo, proba de abertura do mundial de 2023, terá 18 especiais e acabará no domingo, com uma Power Stage no Col de Turini. 

Noticias: Pierre-Louis Loubet entusiasmado com a nova temporada


O francês Pierre-Louis Loubet irá encarar o rali de Monte Carlo como nunca encarou anteriormente, porque agora é piloto oficial da M-Sport e terá uma temporada completa à sua frente, como tem Ott Tanak, algo que nunca tinha tido antes. Os dois quatros lugares em 2022, o facto de Craig Breen ter ido embora e ele ter ganho o duelo interno com o seu compatriota Adrien Formaux e sido mais rápido que Gus Greensmith, tiveram isto como recompensa.  

Logo, ele encara este rali e o resto da temporada como o aproveitar de uma oportunidade fantástica. 

Estou a tentar manter a calma, é uma oportunidade fantástica de ter a minha primeira temporada completa com a M-Sport, mas é também uma grande responsabilidade e levo isso muito a sério. Por isso, estou a tentar manter a cabeça fria, e vamos ver como nos vamos sair durante toda a temporada. Temos todas as ferramentas necessárias para nos sairmos bem”, afirmou.

O rali de Monte Carlo inicia-se esta noite com uma passagem dupla pelo Col de Turini, um dos lugares míticos da prova, o mesmo local onde no domingo se disputará o Power Stage. 

WRC: Rovanpera diz que defender o título será dificil


Nas vésperas do rali de monte Carlo, Kalle Rovanpera, o atual campeão do mundo, afirma que não será fácil defender o título mundial de 2022, com uma concorrência que quererá provar ter tanto direito ao primeiro lugar que ele. O piloto da Toyota - que não corre com o número 1 nesta temporada - diz que a competição é alta e terá de estar totalmente concentrado para poder renovar o título.
 
O meu sentimento é bom antes do início da nova época. Sabemos que não vai ser fácil defender o campeonato. Vimos que o nível de competição está cada vez mais alto, por isso temos de também tentar elevar o nosso ‘jogo’ e continuar a forçar. A equipa está novamente a fazer um excelente trabalho para tentar maximizar o desempenho e tornar o carro mais rápido e mais forte.", começou por dizer, ele que terá como companheiros de equipa o galês Elfyn Evans, o japonês Katsuta Takamoto e o francês Sebastien Ogier, que pretende ganhar o rali de Monte Carlo.  

"O Rallye Monte-Carlo é um evento especial, e normalmente redunda num início um pouco complicado e nervoso para a época. Mas estou mais confiante a entrar no rali do que estava no ano passado quando tudo era novo. Agora sei que devemos ter tudo na direção certa e ser capazes de ter uma prova mais fácil. Nunca é simples ter um Monte Carlo limpo, mas esse será o nosso plano, para começar a época da melhor forma”, concluiu.

O rali de Monte Carlo começará esta noite com uma passagem dupla pelo Col de Turini. 

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Noticias: Neuville espera um campeonato mais equilibrado


Thierry Neuville encara a temporada de 2023 como aquela onde tem a sua grande chance de alcançar o título ao serviço da Hyundai. Agora como primeiro piloto da marca e com um novo patrão, na figura de Cyril Abiteboul, o piloto belga acha que o carro e a equipa o poderá ajudar na sua luta por um título que tanto busca. 

O desafio deste ano é muito semelhante ao das épocas anteriores; a competição vai ser novamente muito dura, mas após uma segunda metade competitiva de 2022 para nós, penso que podemos esperar uma luta mais equilibrada em 2023." começou por dizer, na antevisão do rali de Monte Carlo. 

"O objetivo permanece inalterado: ganhar ambos os campeonatos. O [dos] fabricantes é muito importante para a Hyundai Motorsport, e o título de pilotos é um objetivo pelo qual tenho lutado. Penso que temos condições para lutar na frente em cada ronda.", continuou. 

"Começamos do zero, mas o nosso desempenho na última ronda da época anterior [o rali do Japão] ajudou certamente à motivação da equipa. Não foi apenas uma vitória, mas um 1-2 final, e o ‘bloqueio’ do pódio na Grécia foi outro ponto alto. Isto foi um bom impulso para nós, especialmente para os membros da equipa que trabalharam tão arduamente, para nos levar onde estamos hoje com o Hyundai i20 N Rally1 Hybrid”, concluiu.

O rali de Monte Carlo começa amanhã à noite, com uma dupla especial noturna no Col Turini. A Hyundai parte nesta temporada com uma equipa constituída por Neuville, o irlandês Craig Breen, o finlandês Esapekka Lappi e o espanhol Dani Sordo.

Ralis: M-Sport tem esperanças em Tanak


Nas vésperas do rali de Monte Carlo, a M-Sport espera que a temporada que aí vêm seja melhor para a marca e o seu carro, o Ford Puma Rally1. Com apenas uma bitória na temporada que acabou, e batido fortemente quer pela Hyundai e sobretudo, pela Toyota, esperam que com Ott Tanak como piloto, as suas esperanças em fazer melhor nesta temporada são bem grandes. 

Pelo menos são os desejos de Richard Millener, o diretor de equipa da marca. 

Estamos entusiasmados por começar esta nova temporada com o Ott [Tanak] a liderar as fileiras. Foram uns meses produtivos, que culminaram no teste pré-evento desta semana, e estamos prontos para assumir o que está para vir. Penso que já estamos a ver os benefícios de trabalhar com a Ott, e espero que Pierre [Louis Loubet] também venha a ganhar com isto." começou por dizer. 

Todos em Dovenby têm trabalhado arduamente tanto nos programas de Rally1 como de Rally2 para nos preparar para esta nova temporada. Quero agradecer a todos pelo seu empenho até agora e juntos devemos ser capazes de produzir alguns resultados muito fortes este ano”, concluiu.

Porém, o piloto estónio, campeão do mundo em 2019 e novo recruta da M-Sport, afirma que entrar no ritmo do rali não será fácil, especialmente com ele consciente de que tem todo o peso da equipa nas suas costas contra uma Hyundai e especialmente, uma Toyota Yaris com um piloto que poderá marcar toda uma geração, como é Kalle Rovanpera.

O Rallye Monte-Carlo é uma prova em que é sempre difícil de esperar algo, pois é o rali mais complicado da época. Desta vez não será tão fácil entrar logo no ritmo, por isso não esperamos nada menos do que outro fim-de-semana complicado nas montanhas.", começou por dizer o piloto estónio.

Tentámos tirar o melhor partido dos nossos primeiros dias de teste e tivemos a sorte de experimentar o carro em condições diferentes. Nunca é fácil começar a temporada a partir da página em branco e construir o cenário, mas na M-Sport estão a trabalhar arduamente e esperamos estar bem preparados para o desafio que se avizinha. Estou realmente ansioso pela nossa primeira corrida juntos”, concluiu.

O rali de Monte Carlo de 2023 terá 18 especiais entre quinta à noite e domingo. No primeiro dia, terá duas passagens noturnas pelo mítico Col de Turini.

Noticias: Ogier deseja triunfar em Monte Carlo


Aos 39 anos, e mesmo em part-time, Sebastien Ogier afirma que deseja ganhar o rali de Monte Carlo. Triunfador por sete ocasiões do rali de Monte Carlo, o piloto de 39 anos espera começar 2023 com a oitava vitória ao serviço do WRC e a nona da sua carreira, superando Sebastien Loeb como o maior triunfador. Ainda por cima, quando Loeb não estará presente no rali. 

"Ainda estou muito entusiasmado no início da época, embora já não participe durante todo o ano. É sempre um prazer sentar-me atrás do volante de um carro de topo do WRC. O ano passado gostei muito de fazer os cinco ralis.", começou por dizer, na antevisão do rali de Monte Carlo

"Foi bom ver que ainda podia ser competitivo e o objetivo é tentar manter-me num nível semelhante este ano e lutar por mais algumas vitórias. Sei que a equipa nunca relaxa, embora as últimas épocas tenham sido muito bem sucedidas, ainda estão a trabalhar arduamente.", continuou.

"O Rallye Monte-Carlo é provavelmente aquele que eu mais quero ganhar e farei o meu melhor mais uma vez. A preparação tem sido mais difícil porque todos estão limitados a um dia de testes, o que é difícil para um evento tão complexo com condições e opções de pneus diferentes. Mas é o mesmo para todos, e vou tentar aproveitar ao máximo a minha experiência”, concluiu.

O rali de Monte Carlo começa nesta quinta-feira à noite, com duas passagens pelo Col de Turini. 

WRC: Latvala espera uma temporada desafiante


Nas vésperas do Rali de Monte Carlo, o diretor desportivo da Toyota, Jari-Matti Latvala, espera que a nova temporada seja mais desafiante que a última, e que os títulos sejam mais saborosos que os que alcançou da última ves. Com dois títulos de Pilotos e outros tantos de Construtores desde a sua chegada ao cargo de diretor desportivo, a sua responsabilidade está a ficar cada vez maior, porque a concorrência irá aplicar-se para os bater. E ele sabe disso. 

Como adepto dos ralis, o início da época é sempre um momento muito emocionante e este ano não é diferente. Cada equipa é capaz de vencer, pelo que esperamos que esta época seja mais dura e mais desafiante. Mas gostamos deste desafio e gostamos de ter de lutar realmente por vitórias.", começou por dizer o ex-piloto.

"É claro que temos de voltar a ter os três títulos como nosso alvo. Sabemos que temos um carro forte mas também sabemos que precisamos de continuar a trabalhar arduamente e que há áreas em que temos de melhorar em comparação com o ano passado. Todos os anos temos de procurar onde podemos melhorar o nosso carro e há algumas coisas que mudámos para este ano. Temos tudo pronto; temos um carro que tem sido competitivo e fiável e os nossos pilotos estão todos familiarizados com esse carro e famintos por resultados”, continuou o finlandês de 37 anos. 

Para concluir, Latvala afirmou que sempre viu o Rali de Monte Carlo como o mais difícil de toda a temporada: 

Será um grande desafio para os nossos pilotos, pois eles farão os primeiros troços à noite, mas no final do fim-de-semana queremos terminar com um bom resultado, para começar a época”.

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Acerca da homenagem da FIA a Ken Block


Quase duas semanas após o acidente trágico de Ken Block, e na semana em que começa o Mundial de Ralis, a FIA e o WRC decidiram que o número 43, o número que o piloto americano usou ao longo da sua carreira, não seria mais usado. É o primeiro número a ser retirado no Mundial de ralis, porque isto é algo que começou muito recentemente, a dos números fixos. Creio que seja algo com pouco mais que uma década, e são ainda poucos os números identificativos. Por exemplo, tirando o 69 de Kalle Rovanpera, quem acompanha o Mundial de ralis há quase quatro décadas, como eu, não conhece qualquer piloto com determinado número. Colin McRae? Durante muito tempo andou com o número 3, nos tempos da Subaru, mas quando foi para a Ford, usou o 4. É um exemplo.

Mas faço a pergunta: que razão alguém como a FIA e o WRC decide tomar uma atitude destas, de um piloto que só conseguiu 18 pontos no total e como melhor resultado um sétimo lugar no Rali do México de 2013? Um piloto cuja carreira foi muito marginal, que começou muita tarde, nunca foi um piloto oficial de qualquer marca e sequer foi campeão nacional na América?

A resposta foi uma: impacto. Ou se preferirem, as "Ghynkhanas"

A primeira aconteceu, salvo erro, em 2008. Block, um dos fundadores da DC Shoes e com experiência no skate, tinha-se apaixonado pelos ralis e começara a experimentar graças ao seu contacto com Travis Pastrana, descobriu o poder das redes sociais, em especial, do Youtube. A primeira experiência foi um sucesso, mas no ano seguinte, mostrou-se ao mundo graças à sua passagem pelo programa Top Gear, quando guiou James May num percurso feito de propósito para ser visto na televisão. Foi outro enorme sucesso, e Block regressou em 2015, para andar pelas ruas de Londres a bordo de um Mustang modificado de primeira geração, e sempre com o 43.

Pelo meio, outra grande acrobacia, mas esta... involuntária. Quando em 2010 decidiu inscrever-se no Mundial de ralis, numa altura em que Sebastien Loeb dominava e tinha a presença de Kimi Raikkonen, que tinha tirado férias da Formula 1, Block, no alto dos seus... 42 anos, seria mais outra curiosidade para arrastar fãs que já tinha conseguido um pouco por todo o mundo, do que alguma ameaça para os pilotos profissionais.

Quando se preparava para o rali de Portugal, que naquele ano era no sul do país, Block estava a dar cem por cento no "shakedown" quando exagerou numa parte e capotou o carro algumas vezes no ar, acabando totalmente destruído. Os estragos foram mais que suficientes para impedir de alinhar na prova, ainda antes de começar, e o vídeo do seu acidente deu a volta ao mundo. 

Com o passar dos anos, Block dividiu-se pelo rallycross - com alguns pódios - e um melhor palmarés que o WRC. A sua última participação foi em 2018, no rali da Catalunha. Não deixou de tentar a sua sorte no Rally America, tendo até a temporada de 2022 sido filmada para fazer (mais um) documentário no Youtube. Podia não ser o melhor piloto do mundo, mas sabia mostrar-se e "vender-se" aos apreciadores de emoções fortes. E no tempo onde ver é tudo, fazer parar as imagens para ver o pneu a milímetros do abismo é o que conta. 


Ultimamente, tinha trocado os carros da Ford pelos Audi elétricos e um Hyundai WRC de 2021 na sua última aventura americana. E até começava a passar a ideia de que haveria uma sucessora na sua filha mais velha, que agora tem 15 anos. Até a mais recente "ghynkhana" já nem foi ele como protagonista, acabou por ter Travis Pastrana como piloto. 

Apesar do escasso palmarés, e tentar encontrar algo que justifique tal decisão, entende-se o gesto da FIA e do WRC: conhecem alguém que tenha colocado os ralis de forma tão mediática como ele? Parecendo que não, será o legado de Ken Block para o resto dos tempos.   

Noticias: Formula 1 confirma 23 corridas


Apesar dos rumores que aconteceram nas passadas semanas, a FOM voltou hoje a confirmar que em 2023, haverá 23 corridas no calendário. A ideia de ter a Formula 1 em Portimão ou até em Xangai foram deitadas por terra, depois de rumores nesse sentido por alturas do Natal. Apesar do levantamento da politica de "CoVid zero" na China, o facto dos casos terem aumentado fortemente nestas últimas semanas, e a relutância de equipas, mecânicos, e pilotos de fazerem um calendário de 24 corridas, fizeram que, agora em definitivo, a Formula 1 tenha tomado esta decisão.

Contudo, 23 corridas fazem deste calendário no maior de sempre, começando a 5 de março no Bahrein e a terminar no dia 26 de novembro em Abu Dhabi, com um intervalo de quatro semanas entre as corridas de Melbourne, a 2 de abril, e a de Baku, a 30 do mesmo mês. E para além disso, o calendário contará com o regresso a Losail, no Qatar, a 8 de outubro, e a chegada de Las Vegas, a 18 de novembro.

Antes do inicio da temporada, a Formula 1 fará testes coletivos entre os dias 23 a 25 de fevereiro no Bahrein.  

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

A imagem do dia


Os divórcios são um pesadelo. Nem todos acabam em atritos, zangas e vinganças, é verdade, mas muitas vezes, lavar roupa suja em público porque uma das partes levou com os palitos na testa, por exemplo, é uma vingança do qual nenhum dos lados sai bem na fotografia. Claro que há separações mais "benignas", onde os bens são divididos de forma mais pacifica, a custódia dos garotos é mais civilizada, sem tribunais. E até, anos depois, ambas as partes continuam a dar tão bem que passam tempos juntos. E digo isto pelos casos pessoais que conheço.

Então, porque falo disto? Por causa de um evento mediático e também, pela defesa da honra de um carro. E passar a limpo alguns mitos. 

Por estes dias, soubemos do final do casamento entre a colombiana Shakira e o catalão Piqué. Quem lê as colunas sociais, aparentemente, o rapaz colocou os palitos na senhora e trocou por uma garota de 22 anos, bem mais discreta do que ela. As partilhas foram feitas, as comissões foram pagas aos advogados, as custódias foram elaboradas, mas a cantora queria ter a última palavra. E decidiu escrever uma musiquinha, onde a certa altura canta que "trocou um Ferrari por um Twingo". Lavagem de roupa suja pura e dura, sejamos honestos. 

OK... alto e para o baile! A partir daqui, passo à defesa da honra do minorca. 

Eu adoro o Twingo. Tive dois, herdados da minha mãe. O primeiro era verde, e depois, passeei num bordeaux, com direção assistida e vidros elétricos. Não direi que aprendi a conduzir nesses carros - o primeiro data de abril de 1994 - mas andou lá perto. É um carro que, embora pouco potente (meros 55 cavalos na primeira geração), é ágil, estaciona facilmente - isto, antes de aparecer o Smart - e consegue ser futurista. Não só por ser um monovolume, mas também porque o seu ar espartano adiantou em 30 anos ares como o dos Tesla, por exemplo. Aliás, os Twingo são agora elétricos, como o próprio Piqué já mostrou por estes dias

Ou seja, a uma indireta, responde com outra indireta. 

E claro, no meio disto tudo, a Renault esfrega as mãos de contente com esta publicidade inesperada. A marca tem 30 anos, é verdade, mas já está a prazo. A marca substituirá pelo Renault 5 em 2024, e sendo elétrico, juntará o zoe com o Twingo. Ainda por cima, desde que substituíram a primeira geração em 2004, nunca mais tiveram o sucesso e as vendas que tiveram no final do século passado. Se calhar, a motorização elétrica era o ideal para o tipo de carro que é, mas chegou 20 anos tarde demais. O que é pena.    

Mesmo assim, faço a defesa do Twingo. Faz parte de uma espécie em vias de extinção: a dos carrinhos carismáticos, como o Carocha (Fusca para vocês, brazucas), o Mini, o Renault 4, o Citroen 2 Cavalos ou o Smart FourTwo. E falamos de carros que têm clubes, por exemplo. Todas estas marcas que falei tendem a ter clubes próprios, que atraem centenas de orgulhosos donos, que contam as suas histórias. Andei tempo suficiente para saber que meter a quinta marcha era um inferno, ao ponto da minha mãe se recusar a engatar - eu fazia por teimosia, e compensava! - e tinha um espaço enorme, à custa da bagageira minúscula. 

E é por causa do espaço que tenho o meu maior desgosto no quesito quatro rodas e um volante: nunca fiz amor dentro desse boguinhas. Tibe o meu primeiro carro com 19 anos, e andei com ele até aos meus 23, quando troquei por um carro maior e melhor equipado, o Seat Toledo que era do meu pai. Eu até aos meus 28 anos, trocava de carro a cada dois ou três anos, parando num Ibiza de cor prata, que usei até um dia me fartar dele, entre uma viagem longa e cheia de problemas, uma inspeção chumbada uma reparação custosa e consequente venda, concluída num dia de chuva intensa, onde reparei que se calhar, havia bida para além do automóvel individual.

Mas então, porquê o Twingo e não o Cavalino Rampante? Tive a sorte de conduzir carros de Maranello, graças a um vizinho. São potentes, barulhentos e ágeis. Mas são muito baixinhos e só podem andar em determinados lugares, em determinadas situações. Só na autoestrada, se quiserem.

Fora dela? Olha, para começar... estacionar é um pesadelo. Para nem falar da conta, quando se estraga algo. É mesmo para milionários, mesmo quando são acessíveis. É outro pesadelo, não é um sonho. Pensas que é um sonho, andar num supercarro, mas... não é. Benderam-nos pesadelos embrulhados em sonhos. E não falo só dos Ferrari. Substituam por Lamborghini, Bugatti, Bentley, Porsche... todo e qualquer supercarro. Talvez agora, com a moda dos jipes, as coisas amainem um pouco, mas se alguém algum vez vos disser que mandou uma dentro de um desses supercarros, estará a mentir com todos os dentes deles.  

E um boguinhas como o Twingo, para mim, mais de 20 anos depois de o conduzir pela última ocasião, sempre que vejo um, viro a cabeça para os admirar, querer saber onde mora essa pessoa e perguntar por quanto quer o seu veículo. Com ideia de salvar os que andam por aí da trituradora, porque os merecem.

E quem sabe, um dia, se conseguir, ajusto algumas injustiças minhas. E trocaria todos os dias qualquer supercarro por um boguinhas carismático que me deixasse à vontade no interior. Para conduzir, descansar... e relaxar. :)    

Aí está a Porsche?


As redes sociais ganharam tração nesta segunda-feira com o rumor de que a Williams e a Porsche poderiam estar prestes a chegar a um acordo com a compra da equipa de Grove no sentido de entrar em 2026. E o rumor começou por causa de... um patrocinador, e de uma página no Instagram.

A Gulf, mítica petrolífera texana que pintou os carros da Porsche na Endurance, entre 1969 e 1971, com os 917 inscritos pela John Wyer, já esteve na McLaren e saiu no final de 2022, parece procurar outro lugar para colocar as suas cores, e a Williams parece ser a favorita, ainda por cima com o facto de terem um americano nas suas fileiras, Logan Sargent. Contudo, a isto poderá estar atrelado à chegada da mesma marca que colocou as suas cores há mais de meio século. O acordo seria algo semelhante ao que aconteceu entre a Audi e a Sauber, com a marca alemã a ficar progressivamente com a equipa suíça e em 2026, correr com o mesmo conjunto chassis e motor.

Para além disso, a página do Instagram, que apareceu hoje, colocou um vídeo onde se mostra os seus feitos nas várias categorias, incluindo as mais recentes, com os Gen3 da Porsche e o 963 do WEC, com os seus chassis na classe LMDh. Mas nada de Formula 1. 

Contudo, a Dorilton Capital, propriedade da Williams, não perdeu tempo em aparecer a público para desmentir - por agora - os rumores.    

Os rumores de que a Williams Racing está à venda são imprecisos”, disse o gabinete de imprensa da Williams ao GPblog. “Estamos abertos a qualquer discussão sobre o fornecimento de motores com fabricantes a partir de 2026, quando o novo regulamento de motores entrar em vigor. Estamos satisfeitos com a nossa relação com a Mercedes e apreciamos todos os seus esforços. Com isso, um possível acordo de parceria ou patrocínio ainda se encontra entre as opções.

A ideia de um acordo semelhante a aquele que a McLaren ou a Red Bull conseguiu com a Honda é uma possibilidade bem forte, ou seja, os alemães forneceriam os motores com a equipa a controlar o resto. Contudo, quem se lembra das conversações que estavam a acontecer com a equipa energética, no verão passado, sabia que a marca de Estugarda queria uma participação maior do que mera fornecedora de motores. Uma das razões pela rutura das negociações foi a inflexibilidade em ficar com uma parte da equipa de Formula 1, falando-se até de 50 por cento. 


É verdade que a ideia de ter uma marca como a Porsche na Formula 1 seria muito tentador. Com enormes pergaminhos no automobilismo, especialmente na Endurance - é a equipa mais triunfadora nas 24 Horas de Le Mans, com 19 vitórias entre 1970 e 2017, em máquinas como o 917, o 935, o 956, o 962 e o 919 Hybrid - também teve uma pequena história na Formula 1, entre 1958 e 1962, com um triunfo, nas mãos de Dan Gurney, no GP de França de 1962. Também forneceu motores à McLaren, entre 1983 e 1987, mas foi uma encomenda de Mansour Ojjeh, o dono da TAG, Techniques D'Avant Garde, dando dois títulos de Construtores e três de pilotos. 

Mas o grande problema é saber que tipo de acordo seria. É comum as marcas apostarem tudo - construir os seus chassis e motores, apostando em determinada tecnologia, aparecendo na categoria por cinco anos, tentando ganhar tudo, e depois de cumprir os seus objetivos - ou não - decidem abandonar tudo, alegando que já tinham desenvolvido o que queriam e era altura de colocar nos carros de estrada. E comprar a Williams - presumindo que essa chance exista - seria o equivalente a deitar 40 anos de Formula 1 pelo cano abaixo só para satisfazer um capricho de meia dúzia de anos, no máximo, seria um insulto a muita gente, a começar pela memória do próprio Frank Williams

Também tem outra coisa. A Liberty Media, sendo americana, anda a querer fazer da Formula 1 algo equivalente às modalidades existentes no seu país: um modelo fechado, com limitações em termos de equipas, no sentido de distribuir uma fatia de 1,5 mil milhões de dólares anuais. Hoje em dia, há 10 equipas, e estão muito relutantes em deixar entrar mais uma ou duas equipas - pode-se ver o que se passa com a Andretti. A Liberty prefere que as equipas sejam adquiridas pelas marcas, as usem por algum tempo e quando fossem embora, entregassem a eles para poder colocar a placa de "lugar para preencher" a qualquer marca que estivesse interessada. Um pouco como está a acontecer na Formula E. Agora com o teto de gastos em vigor, poderão controlar as coisas à sua maneira. Contudo, esquecem que esta competição é sancionada pela FIA, e esta já disse que quer a Andretti. Mas isso é matéria para ser discutida noutro dia.  


O que quero dizer é que a Porsche poderia fazer uma parceria com a Williams, fornecendo exclusivamente os motores durante o tempo em que eles estariam na Formula 1, a partir de 2026, fazendo um motor competitivo. Seria melhor para todos, bem melhor que comprar uma equipa, investir centenas de milhões e depois, quando fechasse a loja, deitasse tudo fora. Ainda por cima, a marca alemã está a fazer um grande investimento no automobilismo - sempre o fez - e a Formula 1, sendo uma grande montra, não pode ser encarada como "apenas mais uma".     

Youtube Rally Vídeo: As cores da M-Sport para 2023

A M-Sport, preparadora que coloca os Ford Puma Rally1 nas estradas para o Mundial WRC de 2023, mostrou esta segunda-feira as cores que terá no campeonato que começará no final da semana, em Monte Carlo. E de uma carta maneira, os carros que serão guiados por Ott Tänak e Pierre-Louis Loubet terão patrocínios conhecidos, como a Red Bull, embora a Ford esteja em destaque, também.

Segundo o comunicado oficial da M-Sport, na apresentação das novas cores:

"Inspirado pelo estilo synthwave e mantendo seu visual eletrificado como um aceno para a era híbrida, a pintura de 2023 apresenta raios neon de rosa vibrante e azul elétrico numa tela do icónico azul Ford. A equipa carrega o sucesso da impressionante decoração de 2022 e dá um passo adiante, na expetativa de causar impacto tanto na cor quanto no desempenho em 2023. O novo design impressionante sobe aos palcos pela primeira vez em Monte-Carlo nas mãos de Ott Tanak e Pierre-Louis Loubet."

Já agora, para além de Tanak e Loubet, o grego Jourdan Serderidis também correrá nas estradas alpinas. 

domingo, 15 de janeiro de 2023

A imagem do dia


Stefan Johansson a caminho do seu melhor resultado ao serviço da Spirit, no GP dos Paises Baixos de 1983. O piloto sueco largou da 16ª posição da grelha, para acabar no sétimo lugar, à beira dos pontos, guiando o carro com motor Honda Turbo. 

A história da Spirit é a de muitas que apareceram nos anos 80, começando por baixo com o objetivo de chegar à Formula 1 e conseguir resultados que permitiram ficar por mais tempo. Equipas como a Toleman, Onyx, Jordan ou a própria Spirit seguiram esse caminho o longo dessa década, com resultados variados, mas com gente sólida em termos técnicos e mecânicos.

Fundado em 1981 por Gordon Coppuck, o homem que desenhou o McLaren M23, e John Wickham, ambos estavam na March quando deram este passo. A ideia era de chegar à Formula 1, mas começaram primeiro pela Formula 2, criando chassis próprios para os seus pilotos na temporada de 1982, Johansson e o belga Thierry Boutsen. O carro, Spirit 101, foi desenhado por Coppuck e John Baldwin, e estreou-se numa temporada onde acabou com três vitórias da parte do belga, e o terceiro lugar na geral, batido apenas pelo italiano Corrado Fabi e pelo venezuelano Johnny Ceccoto.

Em 1983, decidem dar o passo seguinte, ainda por cima com a ajuda da Honda, que decidira regressar à Formula 1, 15 anos depois da última ocasião. No tempo em que se efetuava a transição para os motores Turbo, ter o peso da marca japonesa era excelente, mas eles queriam fazer tudo de forma muito discreta. A estreia do carro, o mesmo da Formula 2, mas modificado fortemente para acolher esse motor, foi em Silverstone, onde partiu de 14º, e acabou na quinta volta, com problemas na injeção de combustível.

Apesar dos resultados discretos, eles esperavam melhorar, mas a Honda estava preocupada com a falta de progresso. Ao mesmo tempo, a Williams procurava um motor Turbo, e eles eram os ideais. A sede ficou tentada e assinou um contrato com Frank Williams para os fornecer a partir da temporada de 1984, de forma exclusiva, para desgosto da própria Spirit, que tinha esperanças com este motor.

Ficaram com os Hart Turbo, e fora, buscar o italiano Mauro Baldi, vindo da Alfa Romeo, depois de tentativas goradas com o brasileiro Emerson Fittipaldi e o italiano Fluvio Ballabio. A meio da temporada foram buscar o neerlandês Huub Rothengatter, a conseguiram como melhor resultado quatro oitavos lugares, sempre fora dos pontos. 

Para 1985, o chassis 101 tinha sido ainda modificado, adaptado às especificações da temporada, e com Baldi como piloto. Contudo, depois da corrida de Imola, Wickham decidiu vender o seu contrato de pneus da Pirelli para a Toleman e fechou as portas de forma definitiva, depois de 25 corridas e nenhum ponto.

Mas a carreira de Wickham, o co-fundador da Spirit, que morreu na sexta-feira aos 73 anos, quatro anos depois de ter sido diagnosticado com uma doença do foro neurológico, foi muito além desta aventura. Começou em meados dos anos 70, na Surtees, antes de passar para a March, na Formula 2, onde deu ao suíço Marc Surer o título em 1979. Depois da Spirit, passou para a Endurance, trabalhando na TOM's, e no inicio de 1990, regressou à Formula 1, sendo o diretor desportivo da Footwork-Arrows e ficou até 1994. Depois, passou para a Audi UK, onde correu no BTCC britânico e deu a vitória a Frank Biela, com o seu Audi A4.

Depois, regressou a Le Mans, ajudando na Audi para os seus triunfos nas 24 Horas de Le Mans, e em 2003, a mesma coisa ao serviço da Bentley. Depois, foi contratado como o diretor da A1GP, a competição de países que durou até 2009. Passagens fugazes pela HRT e Lotus, em 2011, fechou a porta nessa competição, antes de regressar à Bentley, no projeto com Continental GT3, onde ficou até 2017, com muito sucesso. 

Uma carreira longa e variada, e muitas das pessoas que andaram a deixar tributos a ele nestes últimos dias falaram do excelente patrão e ser humano, do qual todos sentem a sua falta.  

Youtube Formula 1 Vídeo: 10 regressos à Formula 1

Na nova temporada iremos ter um regresso à Formula 1, graças a Nico Hulkenberg, que depois de algum tempo como piloto de reserva pela Force India e pela Aston Martin, volta a tempo inteiro como piloto da Haas F1 ao lado de Kevin Magnussen, curiosamente, outro regressado à Formula 1, em 2022. 

Mas este é apenas o mais recente dos regressos na história da Formula 1, que começou há uns bons 40 anos, quando Niki Lauda entrou na McLaren depois de três anos a fazer outras coisas na vida. E nem todos esses regressos foram bem sucedidos. 

Noticias: Felix da Costa mostrou estar competitivo


O sétimo lugar de António Félix da Costa mostrou que conseguiu ser competitivo numa corrida em alta altitude como é no México. Com o pódio à vista - pelo menos da maneira como acabou a proba - depois de ter largado de nono na grelha, o piloto de Cascais pode não ter ficado muito feliz, em relação ao pódio que Pascal Wehrlein, o seu companheiro de equipa, alcançou. Aliás, ele foi o piloto pior classificado dos quatro pilotos com motor Porsche que ficaram nos sete primeiros, graças à vitória de Jake Dennis e o quinto posto de André Lotterer, ambos nos seus carros da Andretti. 

No final da prova, ele falou sobre a prova mexicana, afirmando ter sido exigente, de forma física e psicológica.

"Depois da qualificação, senti que tinha carro para ir mais para a frente na corrida. O início correu bem, recuperei alguns lugares, mas depois fiquei preso atrás do [Sascha] Fenestraz e acabei por perder dois lugares nessa batalha e terreno na luta pelo pódio.", começou por dizer. 

"Consegui novamente recuperar e no final ainda me colei ao grupo que discutia o pódio, portanto dadas as circunstâncias foi um bom início de campeonato, e mais importante, sabemos que temos um carro competitivo e isso dá-me otimismo para a próxima corrida na Arábia Saudita.", continuou.

"O campeonato é longo e é importante marcar pontos constantemente, como o fizemos hoje, e quando surgir a oportunidade de estar no pódio ou vencer, cá estaremos, mas nestes dias de luta, estes pontos são muito importantes.", concluiu, resumindo o que foi a sua corrida de estreia ao serviço da Porsche. 

A próxima prova do campeonato mundial de carros elétricos terá lugar em Riade, numa jornada dupla marcada para daqui a duas semanas, no fim-de-semana de 27 e 28 de Janeiro.