A Gulf, mítica petrolífera texana que pintou os carros da Porsche na Endurance, entre 1969 e 1971, com os 917 inscritos pela John Wyer, já esteve na McLaren e saiu no final de 2022, parece procurar outro lugar para colocar as suas cores, e a Williams parece ser a favorita, ainda por cima com o facto de terem um americano nas suas fileiras, Logan Sargent. Contudo, a isto poderá estar atrelado à chegada da mesma marca que colocou as suas cores há mais de meio século. O acordo seria algo semelhante ao que aconteceu entre a Audi e a Sauber, com a marca alemã a ficar progressivamente com a equipa suíça e em 2026, correr com o mesmo conjunto chassis e motor.
Para além disso, a página do Instagram, que apareceu hoje, colocou um vídeo onde se mostra os seus feitos nas várias categorias, incluindo as mais recentes, com os Gen3 da Porsche e o 963 do WEC, com os seus chassis na classe LMDh. Mas nada de Formula 1.
Contudo, a Dorilton Capital, propriedade da Williams, não perdeu tempo em aparecer a público para desmentir - por agora - os rumores.
“Os rumores de que a Williams Racing está à venda são imprecisos”, disse o gabinete de imprensa da Williams ao GPblog. “Estamos abertos a qualquer discussão sobre o fornecimento de motores com fabricantes a partir de 2026, quando o novo regulamento de motores entrar em vigor. Estamos satisfeitos com a nossa relação com a Mercedes e apreciamos todos os seus esforços. Com isso, um possível acordo de parceria ou patrocínio ainda se encontra entre as opções.”
A ideia de um acordo semelhante a aquele que a McLaren ou a Red Bull conseguiu com a Honda é uma possibilidade bem forte, ou seja, os alemães forneceriam os motores com a equipa a controlar o resto. Contudo, quem se lembra das conversações que estavam a acontecer com a equipa energética, no verão passado, sabia que a marca de Estugarda queria uma participação maior do que mera fornecedora de motores. Uma das razões pela rutura das negociações foi a inflexibilidade em ficar com uma parte da equipa de Formula 1, falando-se até de 50 por cento.
Mas o grande problema é saber que tipo de acordo seria. É comum as marcas apostarem tudo - construir os seus chassis e motores, apostando em determinada tecnologia, aparecendo na categoria por cinco anos, tentando ganhar tudo, e depois de cumprir os seus objetivos - ou não - decidem abandonar tudo, alegando que já tinham desenvolvido o que queriam e era altura de colocar nos carros de estrada. E comprar a Williams - presumindo que essa chance exista - seria o equivalente a deitar 40 anos de Formula 1 pelo cano abaixo só para satisfazer um capricho de meia dúzia de anos, no máximo, seria um insulto a muita gente, a começar pela memória do próprio Frank Williams.
Também tem outra coisa. A Liberty Media, sendo americana, anda a querer fazer da Formula 1 algo equivalente às modalidades existentes no seu país: um modelo fechado, com limitações em termos de equipas, no sentido de distribuir uma fatia de 1,5 mil milhões de dólares anuais. Hoje em dia, há 10 equipas, e estão muito relutantes em deixar entrar mais uma ou duas equipas - pode-se ver o que se passa com a Andretti. A Liberty prefere que as equipas sejam adquiridas pelas marcas, as usem por algum tempo e quando fossem embora, entregassem a eles para poder colocar a placa de "lugar para preencher" a qualquer marca que estivesse interessada. Um pouco como está a acontecer na Formula E. Agora com o teto de gastos em vigor, poderão controlar as coisas à sua maneira. Contudo, esquecem que esta competição é sancionada pela FIA, e esta já disse que quer a Andretti. Mas isso é matéria para ser discutida noutro dia.
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