sábado, 7 de julho de 2012

GP Memória - França 1957

A temporada de 1957 deveria ter tido dez corridas no calendário, mas na realidade acabou por ter apenas oito devido aos cancelamentos das corridas belga (em Spa-Francochamps) e holandesa (em Zandvoort) devido a divergências monetárias em relação aos prémios de participação dos pilotos. Assim sendo, havia um vazio de seis semanas entre as corridas do Mónaco e de Rouen, que iria ser o palco do GP de França.

Quinze pilotos estavam inscritos para a corrida francesa: na Maserati, Juan Manuel Fangio estava acompanhado por Jean Behra, o americano Harry Schell e o seu compatriota Carlos Menditeguy, enquanto que na Ferrari estavam os britânicos Peter Collins e Mike Hawthorn, o francês Maurice Trintignant e o italiano Luigi Musso.

A Vanwall estava reduzida em Rouen a dois carros, no meio de uma periodo agitado. Roy Salvadori tinha chegado da BRM e ia alinhar ao lado de Stuart Lewis-Evans, porque Striling Moss estava mal de saúde, com uma sinusite e Tony Brooks recuperava de um acidente ocorrido dias antes, em Le Mans. A BRM, por seu torno, também alinhava com dois carros, um para Ron Flockhart e outro para o americano Herbert McKay-Fraser, que fazia aqui a sua estreia.

Ainda havia mais um Maserati inscrito privativamente, para Horace Gould, e para finalizar, a Cooper tinha trazido dois carros, para Jack Brabham e para outro estreante, Mike McDowell.

Na qualificação, Fangio foi o melhor, batendo Behra e o Ferrari de Musso. O outro Maserati de Schell foi o quarto, seguido pelo Ferrari de Collins. Salvadori, no seu Vanwall, era o sexto, seguido por Hawthorn e Trintignant. A fechar o "top ten" estavam o Maserati de Menditeguy e o Vanwall de Lewis-Evans.

Na partida, Behra parte melhor, seguido de Musso e Fangio. O argentino perferiu observar o que se passaria, enquanto via os dois pilotos degladiarem-se, pois já tinham fama de impulsivos e agressivos. Na segunda volta, ataca Behra, e consegue passar, e na quarta volta consegue ultrapassar Musso e fica com o comando... até ao final da corrida.

Atrás, Musso era pressionado por Behra, que por sua vez eram assediados por Hawthorn, Collins e um veloz McKay-Fraser, no seu BRM, que tinha partido muito bem, para chegar rapidamente ao sexto posto, ao mesmo tempo que o seu companheiro de equipa Flockhart sofria um despiste a alta velocidade, sem se ferir. Pouco depois, na volta 24, McKay-Fraser desistia por falha de transmissão.

A meio da corrida, Collins começou a aproximar-se de Behra e pressionou-o no sentido de o ultrapassar, algo que iria conseguir logo depois. O francês continuou a perder posições, pois iria ser passado até ao final por Hawthorn. No final, Fangio era o vencedor, com os carros atrás de si todos da Ferrari: Musso e Collins acompanhavam o argentino no pódio, Hawthorn ficou com o quarto posto. Behra ficou com o ultimo lugar pontuável.

GP3: Antonio Felix da Costa vence em Silverstone

Foi à chuva e foi imperial: Antonio Felix da Costa venceu pela primeira vez nesta temporada na GP3, na primeira corrida do fim de semana, no circuito britânico de Silverstone. O piloto português da Carlin, agora apoiado pela Red Bull, bateu o australiano Mitch Evans e o finlandês Aaro Vaino, numa corrida onde ainda conseguiu fazer a volta mais rápida, conseguindo mais dois pontos aos 25 conquistados por ter chegado ao lugar mais alto do pódio.

Numa corrida à chuva, e partindo do terceiro lugar, Felix da Costa começou a corrida a passar Vaino nos primeiros metros e logo a seguir a pressionar o "poleman" Mitch Evans, para o passar na terceira curva. A partir dali, começou a afastar-se paulatinamente, rumo a uma corrida imperial e uma vitória merecida, depois de ter conseguido um segundo lugar no Mónaco. Evans e Vaino acompanharam-no no pódio, seguidos pelo alemão Daniel Abt e o americano Conor Daly.

O fim de semana da GP3 foi marcado pela não-qualificação da espanhola Carmen Jordá, da Ocean Racing, algo inédito até então. Quanto às ouras duas senhoras, a italiana Vicky Piria e a inglesa Alice Powell, a britânica levou a melhor, mas foi apenas a 17ª colocada, um lugar à frente de Piria.

Na classificação geral, Evans mantêm a liderança, com cem pontos, seguido de Vaino, com 87. Felix da costa agora ascendeu à terceira posição, agora com 54 pontos, em igualdade com o alemão Daniel Abt. A segunda corrida da GP3 acontece amanhã de manhã.

Formula 1 2012 - Ronda 9, Grã-Bretanha (Qualificação)

O verão britânico de 2012, no ano em que irão receber os Jogos Olimpicos pela terceira vez na sua história, está a ser dos mais chuvosos de sempre. Depois de se saber que o mês de junho foi dos mais chuvosos, ao longo da semana que passou houve inundações no centro do país. Os britânicos, que nunca gostaram muito deste tipo de tempo, tem de engolir isto, apesar de estar nos dias finais de Wimbledon e de faltarem três semanas para o inicio dos Jogos Olimpicos.

Já se sabia desde o inicio da semana que o tempo não seria bom em Silverstone, mas pensava-se que as coisas iriam ser relativamente calmas. Mas desde sexta-feira se viu que as condições na pista iriam ser más. Chegou a haver uma interrupção numa das sessões de treinos livres por dez minutos, quando Bruno Senna bateu na Hangar Straight. Para piorar as coisas, o estacionamento à volta de Silverstone, quase todo arrelvado, ficou lamacento e enterrou muitos carros. Tanto que a organização pediu a mais de vinte mil espectadores - com os bilhetes na mão, claro - que não aparecessem por lá.

Os receios, claro, foram cumpridos este sábado, mas mesmo assim, bateram todos os recordes. Tudo por culpa do tempo. Desde o GP do Canadá de 2011 que nunca se viu uma interrupção tão grande. Neste caso em concreto, foram 91 minutos de interrupção porque as condições da pista eram horriveis, com vários despistes dos pilotos que andavam por ali. Por essa altura, já tinha acontecido o Q1, com a pista húmida, com as três equipas novatas de fora, mais o surpreendente Jenson Button, que parece estar a viver o seu inferno pessoal, ao não conseguir se qualificar para a Q2. Por essa altura, já chovia, mas a intensidade aumentou de tal forma que a organização achou por bem interromper a sessão, pois já havia rios a atravessarem a pista.

Ali, na hora e meia onde a fleuma e a paciência dos britânicos foi colocada à prova, viu-se um pouco de tudo. Desde a "ola mexicana" feita pelos mecânicos da Mercedes - os pilotos, os mecânicos e Ross Brawn - até ver Kamui Kobayashi a afagar um jogo de pneus no interior das boxes. E Pastor Maldonado a comer uma banana para matar a fome. E por essa altura, o melhor tempo na tabela pertencia ao Sauber de Sergio Perez... Mas pelas 15:07, após hora e meia de espera, os comissários de pista deram a luz verde e a pista foi liberalizada.

Aí, aconterceu uma corrida contra o tempo para que se fizesse uma marca que os colocaria na terceira parte da qualificação. Todos deram o seu melhor e a pista secava um pouco mais à medida que os minutos passavam. No final, os Ferrari, o Williams de Pastor Maldonado, os Red Bull, os Lotus, o Force India de Nico Hulkenberg, os Mercedes, todos tinham conseguido a ambicionada passagem. Mas quando tinha acabado a Q2, o Lotus de Romain Grosjean foi à gravilha na curva Vale, ainda na altura em que Alonso e Hamilton faziam as suas voltas mais rápidas. E claro, a dúvida ficou no ar se ambos os pilotos travaram o suficiente para não serem penalizados...

Com a passagem para a Q3, sem chuva, os pilotos colocaram progressivamente os intermédios, sendo que Michael Schumacher o último a fazer. Chegou a fazer um tempo para a pole-position ainda com os "Full Wet", mas pouco depois, foi a vez de Fernando Alonso melhorar esse tempo, já com os intermédios. Com o tempo todo contado - e não só por causa do cronómetro, mas também por causa do tempo - foi uma corrida para ver quem baixava os tempos, com os Ferrari a estarem melhores à chuva, não só Alonso, como também Felipe Massa.

Por fim, a disputa ficou resolvida com Alonso a ser o melhor e a dar à Ferrari a sua primeira pole-position desde Singapura 2010. Se dúvidas existissem, esta é mais uma ocasião onde se pode demonstrar que o piloto espanhol é o melhor do pelotão, quando a máquina lhe proporciona tal coisa. E cada vez mais ele se demonstra que é o candidato numero um ao título mundial, apenas de todo este equilibrio que vemos nesta temporada. Mark Webber ficou com o segundo tempo, na frente de Michael Schumacher. Deve ser por causa do seu contrato renovado, como assobiou alguma imprensa este fim de semana...

Sebastian Vettel foi quarto e Massa quinto, sendo que o brasileiro fez a sua melhor qualificação do ano até agora. Kimi Raikkonen e Pastor Maldonado ficaram no sexto e sétimo postos, na frente de Lewis Hamilton e de Nico Hulkenberg, com Romain Grosjean no décimo posto, mesmo sem ter dado uma volta.

E assim foi uma das sessões de treinos mais longas da história da Formula 1. Sabe-se que este típico verão é assim nas Ilhas Britânicas, mas creio que isto até é exagerado para os padrões daquela zona. E com o dia de corrida pela frente, e com o tempo a prever ser o mesmo, ainda não se escreveu o último capítulo desta história. Algum de vocês quer apostar que a corrida começará amanhã atrás do Safety Car? 

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Nasser Al-Attiyah e os automobilistas olimpicos

O Regys Silva tem, desde o inicio do ano, um blog sobre os Jogos Olimpicos, o Surto Olimpico. É bem feito e muito informativo e está sempre aberto às colaborações dos outros. Ele já me tinha pedido desde há algum tempo para que colaborasse por lá, e aceitei. Só que o tempo e outros compromissos - o meu blog, a revista, etc... - fizeram com que esquecesse ou colocasse  para o último lugar a escrita de um post no blog. Até que duas coisas aconteceram: uma conversa com ele e uma noticia sobre Nasser Al-Attiyah, o homem que está metido em tudo, vencedor do Rally Dakar e piloto no WRC a bordo de um Citroen DS3, mas que é também praticante de tiro aos pratos. Foi um bom pretexto para escrever o seguinte para o blog:

"Automobilismo e olimpismo parecem ser duas modalidades à partida contraditórias e até imcompatíveis. Mas por estes dias há uma pessoa que consegue compatiblizar tudo isso sem problemas. Aliás, essa é uma das facetas de um dos desportistas mais importantes do seu país e uma das personalidades mais reconhecidas. É a personalidade menos conhecida de Nasser Al-Attiyah, vencedor do Rally Dakar em 2011 e atual piloto do Mundial WRC de ralis, a bordo de um Citroen DS3 WRC. 

Nascido há 42 anos em Doha, capital do Qatar, chega a Londres para participar na sua quinta olimpiada, depois de nos Jogos Asiáticos de Guangzhou, em 2010, ter conseguido duas medalhas na modalidade de Tiro aos pratos. Tem um historial olimpico relativamente modesto - nunca venceu uma medalha - mas em 2004, em Atenas, esteve prestes a alcançá-lo, quando terminou na quarta posição. Quatro anos antes, em 2000, nos jogos de Sydney, acabou no sexto lugar. Em 2008, apesar de ser o portador da bandeira do seu país na cerimónia de  abertura, falhou o acesso à final por apenas dois pontos, acabando na 15ª posição.

De facto, por causa da sua preparação para os Jogos, a sua paticipação no Mundial de Ralis será parcial. Devido a isso, vai falhar os ralis da Nova Zelândia e da Finlândia. No primeiro, o seu lugar foi ocupado pelo belga Thierry Neuville, enquanto que no segundo rali, esse lugar pertencerá ao australiano Chris Atkinson, com o qatari só a regressar a tempo inteiro no final de agosto, no Rali da Alemanha."

Havia mais, sobre os pilotos de Formula 1 que foram atletas olimpicos, mas o Regys disse-me que já tinha sido feito pelo meu amigo Paulo Abreu, do Volta Rápida, e assim sendo, decidi colocar esta segunda parte por estas bandas, nem que fosse para relembrar.

Assim sendo, escrevi Nasser Al Attiyah não tinha o unico piloto de automóveis que participou em Jogos Olimpicos. Antes dele, três pilotos de Formula 1 estiveram a repsresntar os seus países, todos eles depois de terem concluido as suas carreiras nas pistas. O holandês Ben Pon Jr., filho de Ben Pon, idealizador da Kombi, participou numa corrida na temporada de 1962, e dez anos depois, em Munique, participou na equipa holandesa de tiro aos pratos, a mesma modalidade de Nasser al Attiyah. Nesse concurso, terminou na 39ª posição, em 66 concorrentes.

Uma segunda participação acontecera antes, com principe tailandês Birabongse Bhanudej Bhanubandh, mais conhecido como "Principe Bira". Após ter completado a sua carreira nas pistas, em 1955, decidiu participar em quatro edições dos Jogos Olimpicos, na modalidade de vela, em várias classes. Em 1956 e 1960, participou na Star, enquanto que em 1964 esteve na modalidade de Dragon. Na sua última participação, em 1972, na cidade alemã de Munique, esteve na classe de Tempest. A sua melhor classificação foi um 12º posto em Melbourne.

Numa dessas participações, em 1960, o principe tailandês cruzou-se com outro ex-piloto: o argentino Roberto Miéres. Também retirado da competição, em 1958, competiu pelo seu país em Roma, pela classe Star. Nesta competição em particular, Miéres levou a melhor, conseguindo o 17º posto, dois lugares à frente de Bira.

Mas no meio disto tudo, por muito pouco estes nomes não eram acompanhados por outro piloto ilustre: Jackie Stewart. Em 1960, aos 21 anos, o escocês esteve muito perto de representar a Grã-Bretanha nos Jogos Olimpicos de Roma, também na modalidade de... tiro aos pratos. Por essa idade, tinha vencido competições nas Ilhas Britânicas - chegou a ser ao mesmo tempo o campeão inglês, galês e escocês - e competiu por um lugar nessa competição, mas foi dado a outro competidor. Provavelmente teria sido naturalmente escolhido para a delegação britânica para os Jogos Olimpicos de Tóquio, mas por essa altura, já se tinha envolvido no automobilismo.

GP Memória - França 1952

O pelotão da Formula 1 iria correr naquele fim de semana num novo circuito para o GP de França, mais concretamente na pista de Rouen-Les Essarts. Uma pista veloz, aberta dois anos antes, mas algo sinuosa, parcialmente a descer, até à um gancho, a Virage de Nouveau Monde, passando depois a subir em curvas como a Samson ou a Gresil, chegando até a novo gancho, a Virage du Paradis, para rumar até à meta.

Havia alguma expectativa em França pela pestação dos Gordini, pois algumas semanas antes, em Reims, Jean Behra tinha conseguido bater os Ferrari de Alberto Ascari e Nino Farina, que se afiguravam como os imbatíveis. E a equipa tinha inscrito três carros, para Behra, Robert Manzon e o nobre tailandês Bira. A Ferrari, como sempre, tinha três carros, para Alberto Ascari, Nino Farina e Piero Taruffi. Mas havia mais Ferraris, como o inscrito por Louis Rosier, o inscrito pelos suiços da Ecurie Espadon, para Rudi Fischer, bem como mais dois Ferraris da Scuderia Marzotto, para Gianfranco Comotti e Piero Carini.

Os britânicos da HVM estavam presentes com três carros, para os britânicos Peter Collins e Lance Macklin, bem como o francês Yves-Gerard Cabantous. Um Cooper-Bristol também estava presente, para o jovem Mike Hawthorn, enquanto que havia dois Simca-Gordini, para o belga Johnny Claes e o francês Maurice Trintignant. Para finalizar, existiam três Maserati inscritos, dois da Ecurie Platé, para o americano Harry Schell e o suiço Toulo de Grafenried, e outro para Philippe Etaincelin, inscrito pela Escuderia Bandeirantes.

Na qualificação, os Ferrari não deram hipóteses a ninguém, ao ficar com os três primeiros lugares. Ascari foi melhor do que Farina, com Taruffi no terceiro posto. Jean Behra e Robert Manzon ficaram a seguir, com Maurice Trintignant a ficar com o sexto posto. Peter Collins foi o setimo, seguido do Principe Bira e a fechar o "top ten" estavam o Ferrari de Louis Rosier e o HVM-Alta de Yves-Gerard Cabantous.

A corrida não teve história. Começou com os Ferrari de Ascari e Farina a partirem na frente, sem que mais fossem incomodados. Taruffi, o mais lento dos três, lutou pelo terceiro lugar com os Gordinis de Behra e Manzon, mas após algum tempo, conseguiu ganhar distância sobre eles. Na frente, Ascari ganhou uma vantagem tal que deu uma volta a toda a gente, incluindo os seus companheiros Farina e Taruffi.

Ao fim de 77 voltas, Ascari revelou-se o vencedor, seguido por Farina e Taruffi, num monopólio Ferrari. Robert Manzon foi o quarto, seguido pelo Simca-Gordini de Robert Manzon. Behra atrasou-se com problemas no seu carro, acabando no sétimo lugar final, a mais de sete voltas do vencedor.

Noticias: De Villota já não está mais em estado critico

Maria de Villota foi de novo operada. A Marussia divulgou esta noite um novo comunicado em relação ao seu estado de saúde da piloto espanhola, onde afirma que foi esta manhã submetida a nova operação à cabeça, para diminuir as suas fraturas. Após isto, a sua condição passou agora a ser séria mas estável.

"Os cirurgiões completaram sucessivamente uma nova cirurgia em relação às suas lesões faciais. Após uma primeira operação demorada na madrugada de quarta feira, esta segunda operação demorou significativamente menos tempo. Desde então, a condição de Maria de Villota em relação Às suas lesões na cabeça melhorou de forma a podermos dizer que agora, a sua situação é séria, mas estável.", afirma o comunicado da equipa. 

"Numa nota mais pessoal, ficamos muito encorajados com os desenvolvimentos de hoje, bem como os incentivos por parte dos familiares de Maria De Villota", concluiu.

Recorde-se que a piloto de 32 anos, filha do ex-piloto Emilio de Villota, era uma das pilotos de teste da equipa e estava a andar no carro em testes aerodinâmicos no aeródromo de Duxford quando - ainda por razões por explicar - perdeu o controle do seu carro e atingiu a porta de um camião, causando lesões graves na cabeça e na face, fazendo com que perdesse o seu olho direito. 

Formula 1 2012 - Ronda 9, Grã-Bretanha (Treinos)

Já se sabia que o verão britânico iria vira aí em toda a sua força, com o seu tempo maravilhosamente... inclemente, com chuva e tempo relativamente frio durante os três dias que vai durar este fim de semana de Grande Prémio. Com um tempo destes - e num pais que dentro de quatro semanas receberá pela terceira vez na sua história os Jogos Olimpicos - os pilotos tiveram de se sujeitar à falta de tração na pista e os inevitáveis piões e despistes, sempre que tentavam carregar no acelerador um pouco mais do que deviam...

E isso aconteceu nas duas sessões de treinos livres. No primeiro, o melhor foi o Lotus do recém-casado Romain Grosjean, que apesar de uma pequena saída de pista, sem consequências, fez o melhor tempo na frente do Toro Rosso de Daniel Ricciardo, que fez anos nesta semana. Os tempos, claro, foram os esperados em termos de chuva, pois o francês obteve 1.56,552 segundos, mais 275 centésimos do que o australiano da Toro Rosso.

Lewis Hamilton foi o terceiro nesta sessão e o ultimo a ficar no mesmo segundo do melhor tempo, a 672 centésimos, já que Sérgio Perez, o mexicano da Sauber, foi o quarto, a 1,1 segundos de Grosjean. Felipe Massa foi o quinto, a 1.56 segundos, seguido pelo Red Bull de Mark Webber e o segundo Sauber de Kamui Kobayashi. Nico Rosberg e Jean-Eric Vergne, no segundo Toro Rosso, fecharam o "top ten"

Essa sessão teve três novidades, que foram os terceiros pilotos da Force India, o francês Jules Bianchi, o da Williams, o finlandês Valteri Bottas, e o da HRT, o espanhol Dani Clos. Bianchi não marcou qualquer tempo, Bottas foi 13º, enquanto que Clos conseguiu um tempo... 8,4 segundos mais lento do que Grosjean. Em contraste, os Caterham deram nas vistas, com Vitaly Petrov a ser 12º e Heikki Kovalainen um pouco atrás, na 16ª posição, imediatamente na frente de Jenson Button, que apenas fez o 17º melhor tempo...

Pouco depois, foi a segunda sessão de treinos livres, e as coisas não mudaram. O mesmo tempo péssimo, a mesma pista molhada e mais alguns despistes. Fernando Alonso bateu e perdeu a asa da frente, Bruno Senna bateu forte na zona de Hangar Straight - fazendo parar a sessão - e os deslizes do costume. A sessão de treinos não viu nenhum carro a rolar durante 40 minutos, porque se esperava que a chuva parasse para que pudesse rolar em segurança. Quando regressou, foi por pouco tempo, pois Bruno Senna bate e tudo volta à estaca zero por cerca de dez minutos.

Quando os destroços foram recolhidos, e verificando-se que a chuva não tinha voltado, muitos colocaram pneus intermédios, para resguardar os pneus de chuva para a qualificação. E o melhor foi Lewis Hamilton, que conseguiu 1.56,345 segundos com os pneus de chuva forte, ficando na frente do Sauber de Kamui Kobayashi, a 129 centésimos, e do Mercedes de Michael Schumacher, a precisamente 200 centésimos de segundo.

Nico Rosberg foi o quarto, a 222 centésimos, seguido por Sergio Perez, Jenson Button e o Caterham de Heiki Kovalainen, que parece estar a proveitar muito bem esta situação para marcar excelentes tempos. Veremos se isso será suficiente para amanhã... Kimi Raikkonen foi o oitavo no seu Lotus-Renault, atrás de Nico Hulkenberg e Fernando Alonso, que marcou o tempo com intermédios, antes de se despistar e perder o seu aileron dianteiro.

Quatro pilotos não marcaram tempo nesta segunda sessão: o HRT de Pedro de la Rosa, o Red Bull de Mark Webber, o Toro Rosso de Daniel Ricciardo e o Lotus-Renault de Romain Grosjean.

Amanhã é dia de qualificação, e se o boletim meteorológico foi acertado, vai ser outra sessão à chuva. Como será que eles se adaptarão?  

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Noticias: familia de De Villota agradece apoio

Enquanto não surgem novidades sobre a evolução do estado de saúde de Maria de Villota, a familia, na figura da sua irmã Isabel, decidiu emitir esta noite um comunicado sobre a situação geral, agradecendo aos médicos a assistência proporcionada pelo hospital de Addenbrooke, bem como agradecer pelo carinho e pelas mensagens de apoio vindos de todos os cantos do mundo.

A Maria permanece em estado crítico, mas estável no hospital de Addenbrooke. Enquanto não existem mais notícias, pelo menos sentimo-nos encorajados pelo facto da Maria permanecer estável, especialmente na noite após a operação cirúrgica que foi alvo. 

Nós, a família, estamos a apoiar-nos uns aos outros e sentimos grande conforto pelo facto dela estar a receber cuidados médicos excecionais. Continuamos a acreditar, e isso deve-se, em muito, ao fenomenal apoio e manifestações de ternura que temos recebido um pouco de todos os cantos do mundo. 

Queremos agradecer a todos na Marussia F1 Team por todo o cuidado e atenção que têm mostrado nos últimos dias. 

Com a nossa mais sincera gratidão. 

Isabel De Villota"

Entretanto, um dos jornais em Espanha explicou através deste gráfico o que aconteceu naquela terça-feira no aeródromo de Duxford e tentou avançar com uma explicação plausível sobre o que causou o acidente, sendo a melhor hipótese aquela do mecanismo anti-stall. Mas a Marussia ainda está - oficialmente - a investigar o que sucedeu para que o acidente tivesse tido as consequências que sabemos agora. 

GP Memória - França 1992

Depois de três semanas onde tinham estado no Canadá - e onde a corrida foi atípica - máquinas e pilotos estavam de regresso à Europa, para correr no centro de França, mais concretamente em Magny Cours. Só que nesse mês de julho de 1992, a Formula 1 tinha-se envolvido em algo que lhe era alheio, mas que poderia perjudicar gravemente a sua realização: uma greve de camionistas, que em protesto, tinham decidido bloquear durante alguns dias a grande maioria dos cruzamentos nas principais auto-estradas do hexágono.

Grande parte dos camiões das equipas de Formula 1 conseguiram chegar ao circuito graças ao uso das estradas secundárias existentes no centro de França, apesar de terem chegado lá alguns dias antes. Quem não conseguiu chegar - com um certo alivio para algumas pessoas - foi o camião que transportava os carros da Andrea Moda, impedindo-os de participar no fim de semana francês. E  com o pelotão reduzido a 30 carros, isso também fez com que a pré-qualificação não fosse realizada.

A qualificação foi algo atribulada, especialmente para Christian Fittipaldi, que ao evitar bater no Footwork-Arrows de Michele Alboreto, acabou por bater o seu Minardi no muro de proteção e fraturar a quinta vértebra, fazendo com que não participasse no resto do fim de semana e ficar afastado durante algumas semanas.

No final, o melhor foram os Williams, com Nigel Mansell a ficar na frente de Riccardo Patrese. Ayrton Senna foi o terceiro, tendo a seu lado o seu companheiro de equipa Gerhard Berger. O Benetton de Michael Schumacher era o quinto, seguido do Ferrari de Jean Alesi. O segundo Benetton de Martin Brundle era o sétimo, seguido pelo segundo Ferrari de Ivan Capelli, e a fechar o "top ten" estavam os Ligier-Renault de Thierry Boutsen e Eric Comas.

Quatro pilotos ficaram de fora: um por lesão - o Minardi de Christian Fittipaldi - e os outros três foram os Brabham de Eric Van de Poele e Damon Hill, bem como o March-Ilmor de Paul Belmondo.

Debaixo de céu nublado e ameaças de chuva, a largada começou com Patrese a ser melhor do que Mansell, enquanto que Berger foi melhor do que Senna, com Schumacher a tentar aproveitar para passar o brasileiro no gancho Adelaide, mas as coisas correram mal, com ambos a baterem. O brasileiro desistiu na hora, enquanto que o alemão caiu para o fundo do pelotão. A colisão entre ambos causou confusão nas últimas filas, fazendo com que mais três pilotos fossem afetados numa colisão separada: o Fondmetal de Andrea Chiesa, o Jordan-Yamaha de Mauricio Gugelmin e o Larrousse de Bertrand Gachot. Os três abandonaram na hora.

Nas voltas seguintes, Patrese manteve-se na liderança, e a próxima grande novidade surgiu na volta 11, quando o motor de Berger falhou, obrigando o austriaco a abandonar. Pouco depois, os céus desabaram sobre Magny-Cours, obrigando à paragem da corrida na volta 20, com Patrese na frente de Mansell por menos de um segundo, seguido por Brundle, Alesi, o Lotus de Mika Hakkinen e Boutsen.

A segunda parte da corrida começaria com menos três voltas - iria acabar com 69 - com Patrese a deixar passar Mansell para a liderança, fazendo com que se afastasse e vencesse no conjunto das duas partes. Mais atrás, Brundle manteve o terceiro lugar, mas a meio da corrida, a chuva voltou a fazer a sua aparição, fazendo com que todos colocassem pneus mais apropriados. Alesi tentou manter-se o mais possivel, mas a opção foi desastrada e caiu do quarto para o sexto lugar. Pouco depois, na volta 61, o seu motor falhou e viu o resto da corrida do muro das boxes.

No final, sem problemas, a Williams fez dobradinha, com Mansell na frente de Patrese. Martin Brundle foi o terceiro - o seu primeiro pódio da sua carreira - seguido pelo Lotus de Mika Hakkinen, o Ligier de Eric Comas e o segundo Lotus de Johnny Herbert

Noticias. Atkinson na Finlândia com um Citroen

O australiano Chris Atkinson terá um Citroen DS3 WRC à sua espera na Finlândia. A noticia foi anunciada hoje e o piloto de 32 anos vai aparecer a substituir o qatari Nasser Al Attyah, que por esses dias irá representar o Qatar nos Jogos Olimpicos, mais concretamente na modalidade de tiro, onde é campeão asiático.

Competir no melhor rali do mundo, a Finlândia na melhor equipa é uma soberba oportunidade e não vejo a hora de testar o carro. Penso que podemos alcançar um bom resultado”, referiu Atkinson.

Esta vai ser a segunda participação de Atkinson no WRC nesta temporada, depois de ter participado no Rali do México, a bordo de um Ford Fiesta WRC inscrito pela Monster World Rally Racing, de Ken Block, uma participação do qual não chegou ao fim. O piloto australiano tem estado ausente do WRC desde 2009, tendo apostado no campeonato Asia-Pacifico, a bordo da equipa oficial da Proton, onde em 2011 foi vice-campeão.

5ª Coluna: Não precipitar as coisas em momentos de crise

Na segunda-feira, estava a escrever sobre o GP de França de 1972, que decorreu no circuito de Charade. Por causa da sua extensão e da sua natureza desafiadora, era considerado como "o Nurburgring francês", mas nessa edição de 1972, ficou marcada por diversos furos, dois dos mais famosos envolveram Chris Amon e Helmut Marko. O neozelandês, a bordo do seu Matra, perdeu ali a sua oportunidade de vencer uma corrida de Formula 1, apesar de ter feito a pole-position e depois a volta mais rápida. 

E em relação ao piloto austriaco, então a pilotar pela BRM, uma das pedras que foram atiradas pelo carro de Emerson Fittipaldi atingiu a viseira de Marko, fazendo um buraco e atingindo o seu olho esquerdo, perdendo em consequência a sua visão. Um acidente bizarro, numa era onde as mortes no automobilismo eram frequentes, mas mesmo assim, o suficiente para terminar com a sua carreira competitiva, ele que era visto como um valor en ascensão, após ter vencido no ano anterior as 24 Horas de Le Mans, a bordo de um Porsche 917.

A imagem do capacete do piloto austriaco, com o buraco do meio, impressiona mesmo após 40 anos, portanto, os eventos de terça-feira no aeródromo de Duxford, no sul britânico, envolvendo a piloto espanhola Maria de Villota, constituem para mim uma coincidência bizarra, e como no caso de Marko, teve consequências: a filha de Emilio de Villota perdeu o olho direito e a sua carreira de piloto deve ter chegado ao fim.

O acidente em si deverá entrar na galeria do bizarro: não se sabe como - se por azelhice ou por alguma falha em algum controlo no carro - o carro guinou para a direita, quando estava em "ponto morto" e no momento em que os mecânicos se preparavam para recolher o carro para a garagem. Azar dos azares, bateu na porta do camião que transporta o chassis, atingindo-a a nível da face. Teve fraturas cranianas e foi operada na madrugada seguinte, infelizmente com a perda do seu olho direito.

O automobilismo foi, é e será sempre um desporto de risco. Nunca haverá cem por cento de segurança neste tipo de coisas, quer em termos de pilotos, mecânicos, quer até em termos de espectadores. Haverá sempre um Acaso que mostrará a fragilidade e de uma certa forma, a inutilidade dos equipamentos de segurança. Os chassis são muito leves e resistentes e isso é uma grande vitória perante ao que acontecia nos anos 60 e 70, onde em média, morriam seis pilotos por temporada em várias modalidades, quer fosse na Formula 1 ou na Endurance, por exemplo. Nesse aspecto, creio que não se pode ceder ao pânico e criar dispositivos absolutamente bizarros, feitos em "cima do joelho". Bom senso é o que se pede agora.

Contudo, há uma coisa que se pode mudar: a história dos testes. A FIA aboliu desde há algum tempo os testes durante a temporada nas pistas ditas de Grau 1, ou seja, as que podem albergar a Formula 1, em nome do controle de custos. Falar sobre isso é um equilíbrio delicado: a razão que isso foi colocado tinha a ver com o evitar de uma "corrida aos armamentos" que poderia fazer com que as equipas mais pequenas saíssem de cena, pois essas não angariavam dinheiro suficiente para, por exemplo, sustentar uma equipa inteira só para os testes de pista. E certas equipas, como a Ferrari, faziam testes exaustivos ao longo do ano porque tinham os meios para tal.

Como sabem agora, desde 2009 que os testes agora acontecem durante um mês, em fevereiro, e são coletivos, para os limitar e juntar toda a gente. A partir do inicio da temporada, com a excepção do "rookie test" em Abu Dhabi, no final da temporada, onde se dá a chance a jovens pilotos de entrar num carro de Formula 1, a proibição é formal, com a excepção dada a um piloto caso haja uma substituição a meio da temporada. Há os simuladores que as equipas têm dentro das fábricas, mas não é propriamente a realidade pura e dura.

Mas há um facto que é preciso falar: o teste de De Vilotta estava a acontecer num aeródromo, num "teste em linha reta" em claro contorno da Marussia à proíbição dos testes colocado pela FIA. Tal coisa nunca iria acontecer se a entidade máxima do automobilismo deixasse que este teste ocorresse numa pista que tem todas as condições para tal. Em suma, a haver um "budget cap", tem de haver cortes noutras áreas que não prejudiquem a segurança. E agora, por causa disso, vai haver quem defenda o levantamento da proíbição dos testes nas pistas. Mas como o fazer sem que volte ao que era dantes? Um solução seria, provavelmente, conceder às equipas determinado número de testes - três ou quatro - em circuitos selecionados fora do calendário, ao longo da temporada.

Em suma, eis algo que deve ser solucionado, mas com cabeça, trono e membros. Qualquer decisão que se tome nesta altura irá soar a "cedência ao pânico". A FIA, nestas situações criticas, deve ter cabeça fria nestes assuntos e tomar uma decisão baseada no bom senso. Para pânico, já bastou o que se viu nas semanas a seguir aos eventos de 1994, e não é isso que a Formula 1 necessita neste momento.

Youtube Le Mans Testing: O Lola elétrico da Drayson Racing


Vi este video através do José Fiuza, que participa no Sportscar Portugal. Ele colocou os testes feitos esta semana por Lord Paul Drayson, da Drayson Racing, do Lola B12/69EV, construido com colaboração com a Lola Cars. O teste é feito na MIRA, no centro de Inglaterra, um centro especializado em testes automotivos. Para quem segue regularmente o Top Gear, reconhecerá certamente esta sigla.

Para quem não sabe - ou já esqueceu - a apresentação deste carro aconteceu no inicio do ano, na cidade inglesa de Birmingham, durante o MIA Low Carbon Racing Conference, onde Lord Drayson, um ex-ministro com pedegree automobilsitico, quer apostar neste projeto para um futuro mais próximo, leia-se, 2014, para além de uma participação na Formula E, a nova competição que a FIA quer lançar a partir de 2013. E na altura, Drayson afirmou: "A competição com tecnologia eléctrica representa uma considerável oportunidade de negócio para o automobilismo e sublinha o crescente potencial comercial da competição e tecnologia 'verde',". 

Depois disto, Drayson tem outros objetivos: quer levar o protótipo para o circuito de Nurburgring e bater o recorde mundial nessa classe. E pelos vistos, esse objetivo está mais perto... 

GP Memória - França 1987

Três semanas depois da Formula 1 ter feito a sua travessia do Atlântico, para correr nas ruas de Detroit, máquinas e pilotos estavam de regresso à Europa para disputar no circuito de Paul Ricard, o GP de França. Sem alterações de monta em termos de pelotão, todos esperavam que neste tipo de circuito, os motores Turbo iriam colocar os carros aspirados no fundo do pelotão, dado o facto da diferença entre eles em termos de potência ser enorme.

E assim foi, mas com uma pequena surpresa: os motores Honda, que dominavam as primeiras filas da grelha desde meados do ano anterior, foram surpreendidos pela performance de Alain Prost. não fizera a pole-position - esse tinha ido parar às mãos de Nigel Mansell - mas ver o motor TAG Porsche na frente de três dos quarto carros com motor Honda era inédito. Ayrton Senna era o terceiro, seguido pelo seu compatriota Nelson Piquet, enquanto que na terceira fila estavam o Benetton de Thierry Boutsen e o Ferrari de Gerhard Berger. Teo Fabi, no segundo Benetton, era o sétimo, na frente de do segundo Ferrari de Michele Alboreto. A fechar o "top ten" estavam o segundo McLaren-TAG Porsche de Stefan Johansson e o Arrows-Megatron de Derek Warwick.

Os carros aspirados estavam longe: o melhor tinha sido o March de Ivan Capelli, mas apenas com o 22º melhor tempo.

Debaixo de um calor mediterrânico, tipico de julho no sul de França, a partida foi dada com Mansell a largar melhor do que Piquet, que tinha conseguido passar Prost. Berger tinha ficado parado na partida, enquanto que o seu companheiro Alboreto parecia ter saltado cedo demais. A primeira retirada da corrida aconteceu com Eddie Cheever, mas de uma forma estranha: acendeu o extintor pensando que era a ignição...

Na segunda volta, Johansson batera no Brabham de Andrea de Cesaris, obrigando a que o sueco passasse pelas boxes para substituir o nariz do seu carro. Quanto ao italiano, iria desistir instantes depois, com um problema no seu turbo. Poucos instantes depois, Mansell iria passar por cima dos destroços do McLaren, causando-lhe alguns problemas.

Na volta 19, Piquet distrai-se com um piloto atrasado e deixa que Prost aproveite a situação para que ele fique com o segundo lugar. Contudo, o brasileiro da Williams tem uma paragem mais veloz do que Prost e Mansell, conseguindo ficar com o comando da corrida. O britânico, que tinha caído para a terceira posição depois de uma paragem mais demorada, acelerou o seu ritmo e passou Prost. Cedo se aproximou de Piquet, mas este se fez dificil em termos de o ultrapassar. Contudo, o britânico persistiu e na volta 46, na zona de Le Beausset, o brasileiro erra e o seu companheiro de equipa volta ao comando.

Na segunda paragem para trocar de pneus, na volta 65, Piquet deixa o motor morrer, perdendo oito segundos no processo para o voltar a ligar. Isso deu a Mansell vantagem suficiente para vencer a corrida, mas fez com que Piquet voltasse furioso para recuperar o tempo perdido. Fazendo constantemente a volta mais rápida, Piquet - que tinha caído para o terceiro lugar - apanhou Prost e depois tentou chegar-se a Mansell, mas isso já veio tarde. No final, a diferença entre os dois tinha sido de menos de oito segundos, favorável ao britânico.

Com os Williams a fazerem dobradinha, Alain Prost ficou com o terceiro posto. Ayrton Senna foi o quarto, seguido pelo Benetton de Teo Fabi e o Tyrrell de Philippe Streiff, que do fim da grelha aproveitou as desistências dos carros com motor Turbo para ficar com o último ponto disponivel.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Revista Speed - Edição numero um

Depois da edição zero, obviamente eis a edição numero um, de julho. Desta vez, a capa fala sobre um evento marcante: os 35 anos do inicio da era Turbo, que será comemorado a 16 de julho. Também há destaques sobre outras matérias, como as 24 Horas de Le Mans, sobre a IndyCar Series, uma materia a recordar Riccardo Paletti, piloto italiano que morreu há 30 anos, e uma matéria sobre a preparação física dos pilotos. 

É uma edição mais recheada do que a anterior - mais vinte páginas - e com mais assuntos para falar. Para ler a revista, pode ver a partir deste link. http://www.youblisher.com/p/375019-Speed-1-Julho-2012/

Noticias: Chevrolet abandona o WTCC

De forma surpreendente, a Chevrolet anunciou esta tarde que irá abandonar o WTCC no final desta temporada, após ter dominado o campeonato nos últimos anos. A equipa onde aloja os pilotos Yvan Muller, Rob Huff e Alain Menu decidiu que era altura de rever a sua politica e apostar noutras áreas, não especificando quais.

Estamos bastante orgulhosos do duplo título mundial que vencemos nesta competição e das 59 vitórias alcançadas nos últimos oito anos. O WTCC tem sido uma plataforma poderosa e com muito sucesso para a Chevrolet na Europa e em mercados mundiais”, referiu Susan Docherty, presidente e diretora executiva da Chevrolet Europa.

Para Eric Neve, o diretor da Chevrolet Motorsport, esta decisão resulta “em sentimentos contraditórios. Foi uma viagem fantástica desde a nossa primeira temporada até à conquista de dois campeonatos com o Cruze. Estamos muito satisfeitos com o sucesso que alcançamos, incluindo ao darmos à GM o seu primeiro título da FIA, e gostaríamos de prestar homenagem ao WTCC, RML, aos nossos pilotos, parceiros e adeptos. Agora, estamos concentrados no resto da temporada e em conseguir o terceiro duplo título [pilotos e construtores] para a Chevrolet”, concluiu.

A marca americana era, de facto, a unica que estava presente a nível oficial na competição, mas já se sabia que a Honda e a Lada iriam fazer a sua aparição oficial a partir do ano seguinte, depois de algum envolvimento em termos exploratórios. Assim sendo, a Chevrolet vai provavelmente fazer a partir de 2013 a mesma coisa que fez a Seat, Ford e a BMW, cuja participação é agora feita a nível semi-oficial, respectivamente com o Leon, o Focus e o modelo 320i. 

E provavelmente vai ser assim que Yvan Muller, Rob Huff e Alain Menu irão continuar...

Noticias: Marussia confirma que De Villota perdeu o olho direito

A Marussia acaba de confirmar esta tarde, através de um comunicado, que a piloto espanhola Maria de Villota perdeu o olho direito após o acidente de ontem, no aeródromo de Duxford, e respectiva operação esta madrugada. John Booth, diretor da equipa, afirmou em comunicado oficial que o estado dela permanece "critico, mas estável".

Maria [De Villota] encontra-se neste momento a recuperar da extensiva operação a que foi submetida no Adenbrooke's Hospital devido às sérias fraturas que sofreu na cabeça e na face, ontem, no aeródromo de Duxford. Estamos gratos pela atenção médica que a Maria teve, e a sua familia quer agradecer o cuidado que as equipas médicas tiveram em relação a ela. 


Contudo, é com grande tristeza que temos de informar que devido aos ferimentos que sofreu, Maria perdeu o seu olho direito. A familia está no hospital, a fazer o seu melhor para lhe dar todo o seu apoio moral. Iremos, sempre que puder, fornecer qualquer informação em relação ao estado de saúde da Maria. 

Queremos pedir a paciência e compreensão de todos em relação a isso. Queremos também aproveitar esta ocasião para agradecer aos serviços de emergência presentes no aerodromo de Duxfield, que estiveram de prevenção ontem e deram os primeiros socorros, como acontece habitualmente em qualquer teste de Formula 1. 


Em relação ao acidente, estamos neste momento a fazer uma análise exaustiva para saber o que correu de errado. 


 Por fim, queremos dizer que estamos sensibilizados pelas mensagens de apoio por ela. A sua familia e a equipa querem expressar a nossa sincera gratidão." concluiu.

Maria de Villota, atualmente com 32 anos, é filha do ex-piloto espanhol Emilio de Villota, que tentou a sua sorte em monolugares de Formula 1 entre 1977 e 1982, sem grandes resultados. Depois de passagens pelo WTCC e pela ADAC Procar Series, participou em algumas corridas da Superleague Formula em 2010, ao serviço do Atletico de Madrid. No verão de 2011, testou um Renault em Paul Ricard, antes de no inicio de 2012, a Marussia ter anunciado a sua contratação como terceiro piloto da marca, a primeira mulher desde 1992 a tripular um carro de Formula 1.

Noticias: De Villota operada ao crânio

As noticias sobre a situação clinica da piloto espanhola Maria de Villota continuam a ser escassas, e aparentemente, pouco boas. Segundo o jornal espanhol AS, a piloto espanhola de 32 anos foi submetida esta noite a uma intrevenção cirurgica para reduzir uma fratura ao crânio. Essa informação foi confirmada pelo presidente da Federação, Carlos Garcia.

A Marussia decidiu também que não iria fazer qualquer comunicado nas próximas horas, atendendo a um pedido da familia, que pediu privacidade neste momento delicado. Recorde-se que a piloto espanhola, filha de Emilio de Villota, sofreu ontem um acidente no aeródromo de Duxford, na Grã-Bretanha, quando efetuava testes de linha reta. Ela atingiu a porta do camião que estava estacionado depois de ter perdido o controle do seu carro, por razões ainda desconhecidas.

ULTIMA HORA: A Marrussia acaba de confirmar, em comunicado, que a piloto Maria de Villota, perdeu a visão no olho direito em consequência do seu acidente de ontem. Mais pormenores para daqui a pouco.

terça-feira, 3 de julho de 2012

As melhoras, Maria!

De facto, começamos a ter noticias sobre o estado de saúde de Maria de Villota. Aparentemente, as  suas lesões na face são mesmo graves, mas agora está consciente e estável no hospital onde está internada após o acidente que sofreu esta manhã no aeródromo de Duxford. 

Aproximadamente pelas 9.15 da manhã, a piloto reserva da Marussia, Maria de Villota, sofreu um acidente com o MR-01 no aeroporto de Duxford quando testava o carro pela primeira vez. O acidente aconteceu na volta de instalação quando se envolveu num impacto com o camião de apoio. Maria foi transferida para o hospital. Uma vez munidas de0 informações médicas, um novo boletim será divulgado.", afirmou a Marussia num comunicado divulgado à imprensa. 

Como sabem, ao longo do dia, o pessoal quis saber sobre o estado de saúde da piloto espanhola, filha de outro piloto com experiência na Formula 1, Emilio de Villota, e os desenhistas de pelotão não se esqueceram de manifestar a sua solidariedade, como o Bruno Mantovani, em cima, e o Hector José Garcia, do GP Toons, em baixo. E esperamos todos que a voltemos a ver dentro de um carro de Formula 1, claro!