sexta-feira, 6 de julho de 2012

Nasser Al-Attiyah e os automobilistas olimpicos

O Regys Silva tem, desde o inicio do ano, um blog sobre os Jogos Olimpicos, o Surto Olimpico. É bem feito e muito informativo e está sempre aberto às colaborações dos outros. Ele já me tinha pedido desde há algum tempo para que colaborasse por lá, e aceitei. Só que o tempo e outros compromissos - o meu blog, a revista, etc... - fizeram com que esquecesse ou colocasse  para o último lugar a escrita de um post no blog. Até que duas coisas aconteceram: uma conversa com ele e uma noticia sobre Nasser Al-Attiyah, o homem que está metido em tudo, vencedor do Rally Dakar e piloto no WRC a bordo de um Citroen DS3, mas que é também praticante de tiro aos pratos. Foi um bom pretexto para escrever o seguinte para o blog:

"Automobilismo e olimpismo parecem ser duas modalidades à partida contraditórias e até imcompatíveis. Mas por estes dias há uma pessoa que consegue compatiblizar tudo isso sem problemas. Aliás, essa é uma das facetas de um dos desportistas mais importantes do seu país e uma das personalidades mais reconhecidas. É a personalidade menos conhecida de Nasser Al-Attiyah, vencedor do Rally Dakar em 2011 e atual piloto do Mundial WRC de ralis, a bordo de um Citroen DS3 WRC. 

Nascido há 42 anos em Doha, capital do Qatar, chega a Londres para participar na sua quinta olimpiada, depois de nos Jogos Asiáticos de Guangzhou, em 2010, ter conseguido duas medalhas na modalidade de Tiro aos pratos. Tem um historial olimpico relativamente modesto - nunca venceu uma medalha - mas em 2004, em Atenas, esteve prestes a alcançá-lo, quando terminou na quarta posição. Quatro anos antes, em 2000, nos jogos de Sydney, acabou no sexto lugar. Em 2008, apesar de ser o portador da bandeira do seu país na cerimónia de  abertura, falhou o acesso à final por apenas dois pontos, acabando na 15ª posição.

De facto, por causa da sua preparação para os Jogos, a sua paticipação no Mundial de Ralis será parcial. Devido a isso, vai falhar os ralis da Nova Zelândia e da Finlândia. No primeiro, o seu lugar foi ocupado pelo belga Thierry Neuville, enquanto que no segundo rali, esse lugar pertencerá ao australiano Chris Atkinson, com o qatari só a regressar a tempo inteiro no final de agosto, no Rali da Alemanha."

Havia mais, sobre os pilotos de Formula 1 que foram atletas olimpicos, mas o Regys disse-me que já tinha sido feito pelo meu amigo Paulo Abreu, do Volta Rápida, e assim sendo, decidi colocar esta segunda parte por estas bandas, nem que fosse para relembrar.

Assim sendo, escrevi Nasser Al Attiyah não tinha o unico piloto de automóveis que participou em Jogos Olimpicos. Antes dele, três pilotos de Formula 1 estiveram a repsresntar os seus países, todos eles depois de terem concluido as suas carreiras nas pistas. O holandês Ben Pon Jr., filho de Ben Pon, idealizador da Kombi, participou numa corrida na temporada de 1962, e dez anos depois, em Munique, participou na equipa holandesa de tiro aos pratos, a mesma modalidade de Nasser al Attiyah. Nesse concurso, terminou na 39ª posição, em 66 concorrentes.

Uma segunda participação acontecera antes, com principe tailandês Birabongse Bhanudej Bhanubandh, mais conhecido como "Principe Bira". Após ter completado a sua carreira nas pistas, em 1955, decidiu participar em quatro edições dos Jogos Olimpicos, na modalidade de vela, em várias classes. Em 1956 e 1960, participou na Star, enquanto que em 1964 esteve na modalidade de Dragon. Na sua última participação, em 1972, na cidade alemã de Munique, esteve na classe de Tempest. A sua melhor classificação foi um 12º posto em Melbourne.

Numa dessas participações, em 1960, o principe tailandês cruzou-se com outro ex-piloto: o argentino Roberto Miéres. Também retirado da competição, em 1958, competiu pelo seu país em Roma, pela classe Star. Nesta competição em particular, Miéres levou a melhor, conseguindo o 17º posto, dois lugares à frente de Bira.

Mas no meio disto tudo, por muito pouco estes nomes não eram acompanhados por outro piloto ilustre: Jackie Stewart. Em 1960, aos 21 anos, o escocês esteve muito perto de representar a Grã-Bretanha nos Jogos Olimpicos de Roma, também na modalidade de... tiro aos pratos. Por essa idade, tinha vencido competições nas Ilhas Britânicas - chegou a ser ao mesmo tempo o campeão inglês, galês e escocês - e competiu por um lugar nessa competição, mas foi dado a outro competidor. Provavelmente teria sido naturalmente escolhido para a delegação britânica para os Jogos Olimpicos de Tóquio, mas por essa altura, já se tinha envolvido no automobilismo.

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