sexta-feira, 30 de outubro de 2020

CPR 2020: Rali Terras D'Aboboreira (Dia 1)


O francês Adrien Formaux, num Ford Fiesta Rally2, é o líder do Rali Terras D'Aboboreira, realizadas estão as duas primeiras classificativas deste rali, enquanto Armindo Araújo é o melhor português, a apenas 0,3 segundos do líder. Ambos têm Ricardo Teodósio atrás deles, a 1,8 segundos do comando.

Com algumas ausências de peso - Pedro Meireles entrou em isolamento por ter entrado em contacto com uma pessoa contaminada com o Coronavírus, e Pedro Almeida teve problemas no seu Peugeot 208 Rally4 -  o rali começou com Armindo Araújo ao ataque, triunfando na primeira especial, 3,6 segundos na frente de Miguel Correia, no Skoda Fabia R5. Formaux foi o terceiro, a 4,5, na frente de ricardo Teodosio, a 5,6.

Formaux partiu ao ataque na segunda especial, conseguindo a vitória, 0,7 segundos na frente de Ricardo Teodósio, e 4,8 segundos de Armindo Araújo. Bruno Magalhãers foi quarto, já a 8,2 segundos do mais rápido.

"Foram dois troços bons a usufruir o carro. Fiquei surpreendido com a quantidade de terra solta que encontramos e a limpeza que se tinha de fazer no piso. Será um desafio abrir a o rali amanhã. Mas estou contente por liderar ainda que por curta margem, mas estamos aqui para lutar com os adversários portugueses.", comentou o piloto francês no final do primeiro dia.


Do lado dos portugueses, Armindo Araújo foi o primeiro a comentar sobre os troços do dia. "Entramos bem, fizemos uma boa entrada com os pisos ainda soltos, a técnica imposta foi boa. Na segunda passagem com os pisos mais limpos eu deveria ter metido mais energia no carro, não o fiz e acabei por perder algum tempo. Acaba por não ser negativo de todo porque não abriremos o rali amanhã, não foi premeditado mas acaba por dar jeito. Estamos contentes com as afinações do carro e está tudo em aberto.", comentou.

Já Ricardo Teodósio falou sobre como foi o dia e qual será a tática para a segunda parte do rali. "Entramos com uma toada viva a pensar que era suficiente, só que não chegou! Fizemos ajustes ligeiros no carro e atacamos mais um pouco, e ficamos a menos de um segundo de ganhar o troço. Estamos a 4 segundos do Armindo e estamos na luta. Amanhã será um dia diferente, porque o troço de Amarante é difícil e poderá decidir-se ali o rali. Vamos entrar ao ataque e vamos ser os terceiros na estrada, vão faltar as linhas, não sei se vai ser bom ou mau..."

Depois dos três primeiros, Miguel Correia é o quarto, a 8,1, na frente de Bruno Magalhães, a 13,9. José Pedro Fontes é um distante sexto, a 35,9 segundos, com o açoriano Luis Rego Jr. a ser o sétimo, a 41,5. Rafael Botelho é o oitavo, e a fechar o "top ten" estão os espanhóis José Lui Pelaye e Juan Carlos Quintana, este último num Ford Fiesta R5.

O Rali Terras D'Aboboreira termina amanhã, com a realização das restantes quatro especiais. 

WRC: Ypres cancelado


O Rali de Ypres, que faria a sua estreia no WRC esta temporada, foi cancelado esta sexta-feira devido ao segundo surto do coronavuirus que está a atravessar neste momento a Bélgica. A decisão foi tomada depois da presidente da câmara local ter decidido não autorizar a sua realização. 

"Sempre apoiamos o rali, mas desta vez ele não se pode realizar. Tomámos esta decisão em consulta com o Governador de Flandres Ocidental, Carl Decaluwé, e os Presidentes de Câmara de outros municípios", comentou, no comunicado oficial.

Da parte da organização, Jan Huyghe, o seu diretor, afirmou que "neste momento a saúde da população, dos nossos empregados e voluntários, dos participantes e de todos os nossos adeptos está em primeiro lugar. Em conjunto com as autoridade locais estamos a monitorizar a crise sanitária e os números continuam a aumentar drasticamente".

Assim sendo, o Mundial WRC de 2020 fica reduzido a sete ralis.

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Youtube Motoring Video: A apresentação do Bugatti Bolide

Em segredo, a Bugatti decidiu construir algo parecido com um Hypercar, o Bolide, que foi apresentado esta semana. O carro é um monstro, a ser verdadeira a proporção anunciada de peso/potência de 0,67 por quilo, pois oferece 1850 cavalos em 1240 quilos, no habitual motor W16.

A marca anuncia que o carro consegue fazer a mítica marca dos 500 km/hora, tornando-se no carro de produção mais veloz do mundo, mas há quem ache que este carro deveria estar na categoria Hypercar e participar no Mundial de Endurance, nem que seja como um chassis privado. Aliás. está a anunciar que consegue fazer um tempo de 3.07.1 em Le Mans e  5.23.1 no Nurburgring Nordschleife.

Até lá, vejam este video.

CPR: Armindo Araújo lutará pelo triunfo no Terras D'Aboboreira


A duas provas do fim do campeonato, o Rali Terras D'Aboboreira assinalará o regresso do Campeonato de Portugal de Ralis aos pisos de terra. Para Armindo Araújo e o seu navegador, Luís Ramalho, esperam esperam voltar, agora na prova organizada pelo Clube Automóvel de Amarante, a bater toda a concorrência, e dar um passo decisivo na luta pelo título nacional.

O campeonato entra na sua fase decisiva e o resultado desta prova terá grande influência no desfecho da classificação final. O nosso grande objetivo é voltar a conquistar o título absoluto e tudo faremos para o conseguirmos”, começou por dizer.

A conquista do campeonato depende exclusivamente de nós e estamos focados nisso mesmo. Queremos recuperar a liderança e vamos tentar fazê-lo já nesta prova. Estivemos muito fortes na única prova disputada em pisos de terra e vamos tentar demonstrar o mesmo neste rali. Sabemos que os nossos adversários também se prepararam muito bem, mas queremos vencer em Amarante e, por isso, a ordem é atacar”, concluiu o piloto tirsense.

O Rali Terras D’Aboboreira disputa-se na sexta-feira e sábado, com seis classificativas, todas em piso de terra, que perfazem um total de 100,38 quilómetros cronometrados.

CPR: Teodósio conta com os azares dos outros


Nas vésperas do Rali Terras D'Aboboreira, penúltima prova do campeonato, Ricardo Teodósio e José Teixeira continuam a acreditar na revalidação do título nacional de ralis e vão entrar no Rali Terras D’Aboboreira, que vai se disputar neste fim de semana com um único objetivo: ganhar. Contudo, o segundo lugar no Rali Vidreiro – Centro de Portugal, acabaram por prejudicar a dupla campeã nacional em título, que estava em posição de chegar à vitória na Marinha Grande. 

Agora, no regresso aos pisos de terra no Campeonato de Portugal de Ralis, Ricardo Teodósio e José Teixeira voltam a apostar na luta pelo primeiro lugar, porque esse é praticamente o único caminho para terem alguma chance de triunfo no campeonato.

Na verdade, as contas são difíceis e a nossa matemática só pode ter êxito com os azares dos outros. Por isso, só temos um objetivo que é vencer. Estamos prontos para a guerra, depois de uns testes bastante positivos. Finalmente um rali de terra! Já tinha saudades de uma prova como esta em troços que fazem parte do Rali de Portugal. Este ano, infelizmente, os ralis de terra foram muito poucos”, começou por dizer.

Depois do que aconteceu na Marinha Grande [ndr, o rali foi encurtado por causa do acidente mortal de Laura Salvo] o Rali Terras D’Aboboreira vai ser quase uma final para nós. Temos de recuperar o máximo de pontos à concorrência direta e isso só será possível se vencermos os dois ralis que faltam. Não temos tanto conhecimento dos troços do Terras D’Aboboreira como os nossos rivais, mas isso não nos retira a ambição de lutar pela vitória”, concluiu.

O Rali Terras D’Aboboreira disputa-se nesta sexta-feira e sábado, com um total de seis classificativas de terra, que perfazem 100,38 quilómetros cronometrados.

Youtube Motorsport Vídeo: Que raio aconteceu a Andrea Moda?

O Josh Revell fez um video sobre a Andrea Moda no primeiro do seu canal, com um sucesso considerável - cerca de 450 mil visualizações das última vez que lá fui ver - e então, ele decidiu fazer um remake desse video, agora que ele tem mais de 118 mil inscritos no seu canal e está a ganhar "incontilhões" com o que anda a fazer. 

E agora que é famoso, decidiu regressar às suas origens para resgatar o video sobre a pior equipa da história da Formula 1: a Andrea Moda, que correu em 1992.  

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

A imagem do dia


Numa altura de pandemia, e também quando ele já não tem mais o poder que tinha antes, vale a pena falar de Bernie Ecclestone, no dia em que faz 90 anos. No ano em que foi pai mais uma vez - verdadeiro! - tenho de ser aqueles que, sendo critico dele e das suas politicas, não posso deixar de pensar que a Formula 1 moderna deve imenso a ele. Pela sua visão, em meados da década de 1970, ao trazer a televisão para o meio, como forma de comunicação para as massas, trazendo assim centenas de milhões de dólares para a competição e tirando-o do fundo da garagem para as luzes da ribalta.

Nunca escondeu que é de origem trabalhadora, e começou a interessar-se pelo meio depois do final da II Guerra. Primeiro como piloto, depois como empresário de pilotos - primeiro, Stuart Lewis-Evans, depois Jochen Rindt - e a década de ausência para enriquecer no meio do imobiliário e da venda de automóveis, chegando até a deixar circular o rumor de que ele tinha fornecido carros para o bando que fez o "Grande Assalto ao Comboio" de 1963, um dos roubos mais mediáticos da segunda metade do século XX. 

No final de 1971, deu 150 mil libras a Ron Tauranac para que este vendesse a Williams e entrasse na Formula 1 de modo mais permanente. Apesar das suas perdas pessoais - ele estava em Monza e carregou o capacete ensanguentado de Jochen Rindt minutos depois do seu acidente fatal - o apelo da Formula 1 era mais irresistível, e levou como sua a batalha para atrair mais dinheiro e mais construtores, e mexer no calendário. Brigou com quem tinha de brigar, ameaçou quem tinha de ameaçar e deu alguns passos em falso - a tentativa de cisão de 1981, no meio da guerra FOCA-FISA, foi uma delas - mas o final, conseguiu levar a sua água ao moinho, enquanto a Brabham era bem gerida nas mãos de Gordon Murray, que oficialmente era o projetista da marca, mas na realidade geria o dia-a-dia... excepto na parte dos dinheiros. Uma parceria que funcionou bem por 14 anos.

Depois de 1986, Ecclestone quis ser apenas o dono da Formula 1. Ali, expandiu fortemente para a Ásia e as Arábias, indo onde estava o dinheiro. Não quis saber dos direitos humanos para nada, pois competiu na África do Sul do regime do "apartheid", bem como na América do Sul no tempo das piores ditaduras, para não falar da China e Bahrein. Aliás, a sua politica do "quero, posso e mando" criou amores e ódios, mas ele, que sempre admirou Margaret Thatcher e Robert Mugabe - para não falar de  Adolf Hitler - achou que a sua palavra era lei numa competição sem os "checks and balances" típicos de uma democracia.

Em 2017, após três décadas de liderança, a Liberty Media comprou as ações da CC Capital Partners e Ecclestone saiu de cena para dar lugar a Chase Carey. Por esta altura, ele já estava desfasado com a realidade, não tendo tido a mesma visão em relação às redes sociais que teve quatro décadas antes com a televisão e o "pay per view", que praticamente cortou o acesso às novas gerações, que não tem o mesmo poder de compra que os mais velhos, "os velhotes com um Rolex no pulso", como disse certa vez. E ao mesmo tempo, ele, que nos anos 90, ao lado de Max Mosley, seu advogado nos anos 70 e depois o colocou como presidente da FIA, no lugar de Jean-Marie Balestre, tinha desertificado outras categorias que poderiam ser uma ameaça, como a Endurance e a IndyCar, agora observava a ascensão da Formula E e a chegada de marcas em catadupa sem fazer frente.

Agora, sem Bernie no caminho, a Liberty Media corrigiu essa parte das redes sociais, melhorando a sua comunicação e recuperando boa parte da juventude. Mesmo com um evento único como o coronavírus, onde a competição foi adiada, o calendário refeito e existiram imensas condicionantes para a presença de espectadores nos circuitos, a Formula 1 está mais ativo que nunca.

Mesmo assim, tiremos o chapéu ao que fez, no seu dia de aniversário.      

Noticias: GP de Imola sem espectadores


O governo local decidiu hoje que o GP de Emiglia-Romagna, no circuito de Imola, não terá espectadores. Numa altura em que a Europa enfrenta a segunda vaga da pandemia do Covid-19, estava prevista a presença de 13 mil espectadores para a corrida que acontecerá no fim de semana de 31 de outubro e 1 de novembro. Houve uma contra-proposta de reduzir esse numero para metade, mas a decisão foi mais radical, dado o agravamento da situação.

A Formula 1 afirmou "entender a decisão tomadas pelas autoridades", enquanto a organização está agora a avaliar as formalidades legais relativas ao “cancelamento extraordinário da presença do público” e prometeram reembolsar os bilhetes “no menor tempo possível”.

A corrida marca o regresso de Imola ao calendário depois de 14 anos de ausência, quando recebeu ali o GP de San Marino, algo que fazia desde 1981. Um ano antes, recebeu o GP de Itália, no único ano em que não aconteceu em Monza. 

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Formula E: Rast continua na Audi para 2021


O alemão René Rast continuará como piloto da marca, ao lado de Lucas di Grassi, depois de ter participado no final da temporada nas seis provas que houve no ex-aeroporto de Tempelhof, em Berlim. O piloto de 34 anos, e atualmente a competir no DTM, irá substituir Daniel Abt, despedido a meio da temporada depois de ter enganado a equipa, ao colocar outro pilto no seu lugar durante uma competição virtual no confinamento desta primavera. 

“As corridas em Berlim definitivamente aumentaram meu apetite por mais, então agora estou ansioso para minha primeira temporada completa na Fórmula E”, começou por dizer Rast, no comunicado oficial da equipa. “Começar neste campeonato mundial para a Audi é o próximo capítulo emocionante na minha carreira e estou realmente ansioso por isso.”, continuou. 

Rast é membro da família de pilotos Audi desde 2009. Além das vitórias nas corridas de 24 Horas em Daytona, Spa e Nürburgring, ele ganhou o título ADAC GT Masters e foi duas vezes coroado como o campeão do DTM, sendo o atual líder da classificação antes das duas últimas corridas da atual temporada, que ocorrerão em Hockenheim.

Para mim, foi extremamente importante ter dois motoristas que se pressionam para obter o máximo desempenho”, diz Dieter Gass, o chefe do departamento motorizado da Audi. “Com Lucas e René, conseguimos fazer isso de maneira brilhante. Lucas é o piloto de maior sucesso em campo e está extremamente ansioso para ganhar seu segundo título. René já deixou uma marca impressionante em Berlim. Estamos desfrutando de sua determinação ano após ano no DTM. Já estou ansioso para experimentá-lo na Fórmula E.”, concluiu.

A nova temporada da Formula E começa em janeiro, numa ronda dupla em Santiago do Chile.

Youtube Formula One Video: Os onboards de Portimão

O fim de semana português providenciou algumas boas comunicações entre os pilotos e as boxes, principalmente acerca dos momentos mais complicados, com toques, bloqueios e outras coisas mais.  

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Noticias: Russell não está preocupado com os rumores


O lugar de George Russell na Williams é cobiçado. Pilotos como Sérgio Perez e eventualmente, Nico Hulkenberg, poderão querer o lugar do qual Nicholas Lattifi têm-o seguro graças aos seus milhões. Mas o piloto britânico já disse que sobre isso, está tranquilo que terá volante em 2021, e todas estas noticias têm como base o próprio Perez, que está de saída da Racing Point.  

Nada mudou”, disse Russell ao site The Race quando questionado se houve alguma mudança. “Procuro falar na pista e, como disse antes, não estou preocupado com o próximo ano. Eu sei que a Mercedes e o Toto [Wolff] me protegem, o próprio Toto me disse isso, no qual eu confio totalmente. Acho que toda esta especulação provavelmente foi alimentada pelo lado do Perez, que está a tentar colocar pressão sobre outras equipas, potencialmente [para] um conseguir um lugar da Red Bull, então essa é minha opinião sobre isso.”, continuou.

Eu tenho um contrato, não tenho nada com que me preocupar e estou aqui apenas concentrado no meu trabalho. Eles [Williams] disseram que não têm ideia de onde vieram esses rumores. Eles nunca gostam de comentar sobre situações contratuais, obviamente após a conferência de imprensa de Simon [Roberts] na sexta-feira, as coisas foram levadas um pouco para fora de contexto, o que a equipa não queria fazer. No final das contas, a equipa não quis comentar sobre isso porque sentiu que não era necessário”.

Mas, como eu disse, tenho um contrato e estarei no grid no próximo ano e estou muito confiante disso. Acho que algo muito substancial teria que acontecer nas próximas semanas para que isso mudasse.”, concluiu.

O piloto britânico também disse na entrevista que recebeu garantias dos novos proprietários da Williams, Dorilton Capital.

Eles estiveram aqui, falei com eles”, disse Russell. “Eles disseram ‘não te preocupes, tudo vai ficar bem’. Tivemos uma pequena conversa sobre isso e passamos a falar sobre o resto deste ano passando para o próximo ano e como vamos levar a equipa mais para frente, o que é suficiente para mim.

Youtube Formula One Video: A história dos recordes de vitórias na F1

Setenta anos de Formula 1 fizeram com que existissem dezenas de recordes ao longo da sua existência. Mas um dos que faz despertar mais atenção é o de vitórias, pois a partir de ontem, Lewis Hamilton é o novo detentor. Mas até chegarmos lá, tivemos outros que o alcançaram, desde o primeiro, Giuseppe "Nino" Farina", até Michael Schumacher. E este video conta essa história. 

domingo, 25 de outubro de 2020

A(s) image(ns) do dia

 


Trinta a três anos passam entre estes dois momentos. Claro, outros aconteceram, mas o que têm em comum é que acontecerem em Portugal. Em 1987, Alain Prost passou Jackie Stewart para conseguir ali a sua 28ª vitória na sua carreira, batendo um recorde com 14 anos, estabelecido no Nurburgring Nordschleife, um dos circuitos mais icónicos do automobilismo, numa das corridas mais dominantes até então.

Foi uma corrida onde ele não tinha nada para vencer. O seu McLaren-TAG Porsche já estava desfasado em relação aos Williams-Honda e ainda por cima, o Ferrari de Gerhard Berger estava numa fase ascendente e liderou durante grande parte da corrida. Apenas a três voltas do fim, um erro cometido pelo austríaco o fez perder o comando a favor o piloto francês e claro, fazer a festa no Estoril.

Hoje, não foi uma corrida desse tipo. Não foi no Estoril, foi no regresso da Formula 1 ao nosso país, foi numa temporada onde já sabemos quem será o campeão. Se calhar saberemos que vencerá no ano que vêm se nada for mudado. Vivemos na sua era, que é mais uma na história da competição. Que sempre viveu desses domínios, só que o público não sabe, não entende. Mas Lewis Hamilton mereceu bater esses recordes e chegar onde chegou. O excelente circuito onde o alcançou foi num cenário ideal. Imaginem que alcançasse em Abu Dhabi? Não iriam achar muita piada, pois não?

Em suma, o regresso da Formula 1 em Portugal tee sabor a História. Em muitas maneiras.

Formula 1 2020 - Ronda 12, Portimão (Corrida)


Começo por dizer que a minha geração esperou quase um quarto de século para voltar a ver corridas neste canto à beira-mar plantado. Vinte e quatro anos para isso, e doze depois de ter sido inaugurado o autódromo de Portimão, um lugar onde tinha a certeza que quando a Formula 1 corresse por ali, os pilotos e os fãs se apaixonariam por ela. E do que andei e ler ao longo deste fim de semana... não me enganei. Mais do que encaixar um excelente circuito na paisagem e ser elogiado por tudo e por todos, hoje era o dia ideal para ver como as coisas se comportariam. E depois de 66 voltas, não me enganei. E os eventos desta tarde também ajudaram um pouco nisso. 

Neste domingo, para começar, o tempo não colaborou muito. As pessoas foram para lá, respeitado o distanciamento social, e foram brindados com vento frio e os pingos de chuva que poderiam mexer com o desempenho do Grande Prémio, e baralhar as coisas, esperando que os Mercedes não fossem os beneficiados. Provavelmente nada aconteceria, mas nunca se sabe... 


A partida começou com os Mercedes na frente, mas Verstappen começou a tentar apanhar ambos os Flechas Negras, ficando de lado de Lewis Hamilton, que, cauteloso, pedia posições para o piloto finlandês. Verstappen tentou atacar, porque nas curvas 3 e 4, havia alguma chuva e humidade na pista, mas quem também atacava era Perez, que se colocava a seu lado quando ambos tocaram e o mexicano caía para o fundo do pelotão. Verstappen continuava, mas com danos, enquanto quem aproveitava bem foi Carlos Sainz Jr, que aproveitava algumas partes do asfalto húmido para chegar-se aos Mercedes... e passá-los. Um McLaren no comando da corrida, nada mau!

Atrás, no final do pelotão, Kimi Raikkonen aproveitava a sua veterania para fazer uma largada fenomenal e passando carro atrás de carro até chegar ao sexto posto no final da primeira volta. A pista húmida também ajudou muito para este espectáculo, antes do carro mostrar que é inferior a boa parte do pelotão, mas foi uma amostra da sua veterania e do seu talento.

As coisas ficaram assim até à volta seis, quando os Mercedes de Bottas e Hamilton foram ao ataque a Sainz Jr e o piloto da McLaren foi passado na liderança pelo finlandês. Os medios começavam a funcionar melhor que os moles, e duas voltas depois, Verstappen subia para terceiro, passando também Sainz Jr. E por alturas da volta dez, quando Leclerc passou Sainz Jr para ser quarto, Max Verstappen apanhava os Mercedes, mas não os passava. Os moles pareciam já ter perdido o seu encanto.   

Na frente, Bottas comandava a corrida, mas Hamilton esperava pela sua vez. E isso aconteceu no inicio da volta 20, quando o passou no final da reta da meta, ficando com o comando, e não mais largando. Nessa mesma altura, Max Verstappen foi às boxes para trocar de pneus, a primeira de diversos pilotos a fazerem a sua paragem. A partir dali, Hamilton foi-se embora e não mais foi visto, nem por Bottas, que teve de aguentar ver mais um triunfo para as mãos do carro numero 44.

Atrás, passada a fase das trocas de pneus, o motivo de interesse era a recuperação de Sergio Perez do fundo do pelotão para chegar aos lugares pontuáveis. Na volta 34, Ocon defendia-se do mexicano pelo sexto posto, pois o francês não tinha parado para trocar de pneus. Aliás, iria ficar assim... até à volta 54! Em contraste, Lance Stroll não estava a ter uma grande tarde. Primeiro, com um toque no carro de Lando Norris, no inicio da corrida, que o obrigou a ter de trocar de asa, e depois uma penalização de cinco segundos por causa desse toque. A treze voltas do fim, encostou definitivamente às boxes, terminando ali uma péssima tarde da sua parte.

A parte final ficou marcado pelo duelo entre Pere e o Alpha Tauri de Pierre Gasly pelo quinto posto, com o mexicano a aguentar o mais que podia do seu oponente, mas os pneus já tinham dado o que tinham a dar e tee de ceder perante o francês.


Mas na frente, a história estava prestes a acontecer. Quando Hamilton cruzou a meta para receber a bandeira de xadrez, conquistava a sua 92ª vitória na sua carreira, elevando-se para o panteão do automobilismo mundial, passando Michael Schumacher. Agora, fala o oitavo título e colocar a fasquia tão alta que terá de aparecer alguém absolutamente inigualável, numa próxima geração.

De resto, foi ótimo ver a Formula 1 em Portimão. Por fim, o sonho de Paulo Pinheiro aconteceu. E o que se deseja agora é que fique por mais tempo, como fazendo parte do calendário e não como a excepção de um ano anormal.

A súbita partida de Vitaly Petrov


O atual comissário de pista para este GP de Portugal vai ser Bruno Correia, o atual piloto de Safety Car da Formula E e natural de Portimão. Mas não deveria ser ele a fazer essas funções, na realidade, a pessoa inicialmente escolhida para fazer tal função era Vitaly Petrov. Contudo, eventos neste fim de semana na Rússia fizeram com que tivesse de abandonar o evento de forma inesperada, ainda por cima depois de criticas vindas por parte de Lewis Hamilton sobre as suas atitudes perante o anti-racismo, por exemplo.

É que este fim de semana soube-se que o pai de Petrov, Alexandr, foi morto a tiro na sua cidade natal, Vyborg, perto da fronteira finlandesa. Apesar de nada indicar no comunicado oficial, senão "razões pessoais", a coisa foi mesmo grave.

A FIA confirma que, devido a razões pessoais, o Comissário Convidado ao Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1 da FIA 2020, Vitaly Petrov, não continuará as suas funções até ao fim do fim-de-semana. Os pensamentos da FIA estão neste momento com Vitaly e sua família.

A história de Alexasandr Petrov tem a ver com a divulgação de um escândalo de corrupção na antiga cidade finlandesa de Viipuri. Segundo conta a imprensa local, cerca de 1,5 mil milhões de rublos (cerca de 16 milhões de euros) destinados à restauração dos prédios da cidade foram desviados, o equivalente a todo o orçamento anual da cidade. O presidente do Comité local de Finanças, Alexander Bolutyevsky, foi detido, bem como Guennady Orlov, o atual presidente da câmara. 

Petrov pai, que contava 61 anos de idade, foi abatido quando saía da sua sauna na sua mansão nos arredores da cidade. Ele era o homem mais rico da cidade, dono de hotéis, postos de gasolina e casinos e os elementos que estão a seguir este caso afirmam que era o que mexia os cordelinhos nos bastidores da administração municipal.