Neste domingo, para começar, o tempo não colaborou muito. As pessoas foram para lá, respeitado o distanciamento social, e foram brindados com vento frio e os pingos de chuva que poderiam mexer com o desempenho do Grande Prémio, e baralhar as coisas, esperando que os Mercedes não fossem os beneficiados. Provavelmente nada aconteceria, mas nunca se sabe...
A partida começou com os Mercedes na frente, mas Verstappen começou a tentar apanhar ambos os Flechas Negras, ficando de lado de Lewis Hamilton, que, cauteloso, pedia posições para o piloto finlandês. Verstappen tentou atacar, porque nas curvas 3 e 4, havia alguma chuva e humidade na pista, mas quem também atacava era Perez, que se colocava a seu lado quando ambos tocaram e o mexicano caía para o fundo do pelotão. Verstappen continuava, mas com danos, enquanto quem aproveitava bem foi Carlos Sainz Jr, que aproveitava algumas partes do asfalto húmido para chegar-se aos Mercedes... e passá-los. Um McLaren no comando da corrida, nada mau!
Atrás, no final do pelotão, Kimi Raikkonen aproveitava a sua veterania para fazer uma largada fenomenal e passando carro atrás de carro até chegar ao sexto posto no final da primeira volta. A pista húmida também ajudou muito para este espectáculo, antes do carro mostrar que é inferior a boa parte do pelotão, mas foi uma amostra da sua veterania e do seu talento.
As coisas ficaram assim até à volta seis, quando os Mercedes de Bottas e Hamilton foram ao ataque a Sainz Jr e o piloto da McLaren foi passado na liderança pelo finlandês. Os medios começavam a funcionar melhor que os moles, e duas voltas depois, Verstappen subia para terceiro, passando também Sainz Jr. E por alturas da volta dez, quando Leclerc passou Sainz Jr para ser quarto, Max Verstappen apanhava os Mercedes, mas não os passava. Os moles pareciam já ter perdido o seu encanto.
Na frente, Bottas comandava a corrida, mas Hamilton esperava pela sua vez. E isso aconteceu no inicio da volta 20, quando o passou no final da reta da meta, ficando com o comando, e não mais largando. Nessa mesma altura, Max Verstappen foi às boxes para trocar de pneus, a primeira de diversos pilotos a fazerem a sua paragem. A partir dali, Hamilton foi-se embora e não mais foi visto, nem por Bottas, que teve de aguentar ver mais um triunfo para as mãos do carro numero 44.
Atrás, passada a fase das trocas de pneus, o motivo de interesse era a recuperação de Sergio Perez do fundo do pelotão para chegar aos lugares pontuáveis. Na volta 34, Ocon defendia-se do mexicano pelo sexto posto, pois o francês não tinha parado para trocar de pneus. Aliás, iria ficar assim... até à volta 54! Em contraste, Lance Stroll não estava a ter uma grande tarde. Primeiro, com um toque no carro de Lando Norris, no inicio da corrida, que o obrigou a ter de trocar de asa, e depois uma penalização de cinco segundos por causa desse toque. A treze voltas do fim, encostou definitivamente às boxes, terminando ali uma péssima tarde da sua parte.
A parte final ficou marcado pelo duelo entre Pere e o Alpha Tauri de Pierre Gasly pelo quinto posto, com o mexicano a aguentar o mais que podia do seu oponente, mas os pneus já tinham dado o que tinham a dar e tee de ceder perante o francês.
Mas na frente, a história estava prestes a acontecer. Quando Hamilton cruzou a meta para receber a bandeira de xadrez, conquistava a sua 92ª vitória na sua carreira, elevando-se para o panteão do automobilismo mundial, passando Michael Schumacher. Agora, fala o oitavo título e colocar a fasquia tão alta que terá de aparecer alguém absolutamente inigualável, numa próxima geração.
De resto, foi ótimo ver a Formula 1 em Portimão. Por fim, o sonho de Paulo Pinheiro aconteceu. E o que se deseja agora é que fique por mais tempo, como fazendo parte do calendário e não como a excepção de um ano anormal.
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