Num calendário enorme como este, não há muito tempo para respirar. Claro, é de um lado ao outro da península arábica, a distância não é muita, mas uma semana entre duas corridas quase só há tempo de desmontar, guardar em aviões, chegar no dia seguinte, montar tudo e estar pronto à quinta-feira para os tempo livres, e hoje, a qualificação.
Despachem-se, despachem-se, a temporada será longa.
Mas ainda antes dos pilotos entrarem nos carros, agitação no paddock. Não as referentes à Red Bull, mas porque Carlos Sainz Jr ter ficado doente com apendicite - as melhoras! - e no seu lugar ir Oliver Bearman, um britânico que com 18 anos - nasceu no dia do GP de Espanha de 2005 - tornava-se não só no piloto mais novo a guiar um Ferrari desde o mexicano Ricardo Rodriguez, em 1961, como era o primeiro piloto a ter um lugar na Ferrari numa corrida de estreia na Formula 1 desde Arturo Merzario, em 1972.
E ainda antes da qualificação, um acidente sério no Sauber de Guanyou Zhou, que bateu contra a parede, interrompeu a terceira sessão de treinos livres e colocou em dúvida a sua participação nessa qualificação. A Sauber - que hoje se soube que a Audi comprara as 25 por cento que faltavam para ser a equipa alemã em 2026 - tentou o milagre de consertar o carro e entrar na pista e não acabar na última posição da grelha, mas aparentemente, não conseguiu. Agora, era saber quem lhe iria fazer companhia... depois do sol se por nas paisagens sauditas.
A qualificação começou depois da noite poisar, e algos pilotos foram para a pista, marcar tempos. Os Red Bull foram os últimos a entrar na pista, numa altura em que Fernando Alonso colocou a marca de referência, com 1.26,876, com Leclerc logo a seguir. Lewis Hamilton e George Russell realizaram a sua volta cronometrada com pneus médios, poupando os moles para amanhã.
Max Verstappen terminou a sua primeira volta cronometrada, faltando 9 minutos para o final da Q1, com 1.28,491, 177 centésimos na frente de Leclerc. Os Mercedes regressaram à pista com moles, com Russell a ficar com o quarto tempo, 258 centésimos na frente de Max.
No final, apesar de Zhou ter saído de pista, a tempo de marcar uma volta cronometrada, mas no fundo, foi insuficiente. Nesse fundo do pelotão, a fazer companhia ao piloto chinês da Sauber, foram o seu companheiro, Valtteri Bottas, os Alpine de Esteban Ocon e Pierre Gasly e o Williams de Logan Sargent. Bearman dignificava, com um nono tempo.
Pouco depois, começava a Q2, com esta a começar com Nico Hulkenberg a ter um problema no seu Haas VF-24 logo nos instantes iniciais, e ficou a assistir à restante sessão nas boxes, de fora do seu carro. Com as bandeiras vermelhas a serem mostradas, nessa altura, George Russell liderava a tabela de tempos, com 1.28,608.
Quando regressou, Max Verstappen e Fernando Alonso passaram para a frente da tabela de tempos, ambos com pneus macios novos. O neerlandês registou a marca de 1.28,078, enquanto o piloto espanhol ficou a 44 centésimos. Charles Leclerc é o terceiro, com pneus macios, mas usados, a 101 centésimos. Entretanto, na sua primeira volta rápida, Oliver Bearman teve de abortar a sua tentativa no seu Ferrari, depois de ter cometido um pequeno erro ainda na fase inicial.
No final, com os Red Bull mais uma vez no comando das coisas - embora a 79 centésimos de Charles Leclerc e 89 de Fernando Alonso - atrás, Oliver Bearman quase cometia uma surpresa: no limite para passar à Q3, ia eliminando Lewis Hamilton, o piloto da Mercedes que em 2025... será piloto da Ferrari! Foi por muito pouco - 36 centésimos de segundo - mas o jovem britânico iria fazer companhia aos Haas de Nico Hulkenberg e Kevin Magnussen, o Williams de Alexander Albon e o Racing Bull de Daniel Ricciardo.
E com isso, partimos para a Q3.
Os Red Bull foram logo para a pista e logo na primeira tentativa, Max Verstappen fez 1.27,472, 335 centésimos atrás do piloto neerlandês. Fernando Alonso foi o terceiro, a 516 centésimos. Pouco depois, a segunda tentativa, Leclerc colocou-se na segunda posição, atrás de Verstappen, que nem sequer precisou de fazer nova volta rápida, abandonando-a perto do final da sessão.
No final... o esperado. Max conseguiu a sua segunda pole do ano, 335 centésimos na frente do seu companheiro de equipa e 516 centésimos de Fernando Alonso, o único piloto do pelotão que competia... ainda antes de Bearman nascer. Leclerc foi quarto, a 0,8 segundos, na frente do Mercedes de George Russell e do McLaren de Oscar Piastri, os únicos que ficaram abaixo de um segundo em relação ao resto do pelotão.
E assim foi a qualificação saudita. Agora, para amanhã, ou apelam para um milagre, ou será mais uma tarde de passeio para Max.