sábado, 9 de março de 2024

A imagem do dia


Penso neste sábado no Ollie Bearman.

Tem 18 aninhos. Se calhar ainda nem tem pelos no corpo, para não pensar noutra coisa. No dia em que nasceu. Fernando Alonso corria na Renault, por exemplo, contra o Ferrari de Michael Schumacher e os McLaren de Kimi Raikkonen e Juan Pablo Montoya.

Mas na quinta-feira, pensava que ia para correr na Formula 2... e marcou a pole da primeira corrida dessa competição. E tudo mudou por causa de uma apendicite. A má saúde de uns foram as sortes dos outros. E lá foi ele bater recordes: o mais novo desde 1962, o primeiro a estrear-se na Formula 1 pela Scuderia desde 1972 e o primeiro britânico desde 1999, batendo... Lewis Hamilton!

Muita coisa, de facto. Mas no final, um digno sétimo posto, depois de um 11º na grelha - e quase a deixar para fora da Q3... o Mercedes de Lewis Hamilton! Engraçado, não acham?

Estou um pouco cansado, provavelmente podem ver que não estou no meu melhor! Foi incrível, não consigo acreditar como consegui ser tão rápido.", começou por afirmar. "E no final, aqueles dois tipos [Lando Norris e Lewis Hamilton] com pneus macios, a contagem decrescente parecia estar a ir mais devagar do que o normal. Senti que tinha um pouco na mão para lidar com a situação, fiz a minha volta mais rápida na última volta, queria forçar e ver o que conseguia fazer”, concluiu.

Sim, é verdade. Bearman não errou, não penalizou, não meteu pé em ramo verde. Enzo Ferrari teria adorado. No final o sétimo posto na classificação foi um ótimo resultado, e claro, todos falam que "podemos dar um chuto no Sainz que ele toma conta de Maranello".

Não, não é assim que as coisas funcionam. Isto não é (mau) futebol. 

Os planos são outros, mas podemos ver que ele nem é mau piloto. Teve a sua chance e conseguiu muito melhor que Luca Badoer, por exemplo. Agora, resta regressar à Formula 2 e mostrar-se, para poder voltar sem ser de forma inesperada. E quem sabe... pode mostrar estofo de campeão! 

Formula 1 2024 - Ronda 2, Arábia Saudita (Corrida)


Segunda corrida do ano... e isto parece a longa jornada de um tetracampeonato. Porque a falta de interesse de um campeonato com 24 corridas, começa a ter de encontrar outros motivos de interesse noutros assuntos. Como, por exemplo, toda aquela trapalhada da Red Bull, no qual até Helmut Marko foi envolvido, passando a ideia de que a equipa, que ganha tudo, parece estar à beira da implosão, a acreditar em todos os rumores que pululam por ali no paddock.

Mas houve mais um motivo para não pensarmos na corrida: o azar de Carlos Sainz Jr, que sofreu uma apendicite e deixou o lugar para Oliver Bearman, o jovem britânico de 18 anos que decidiu bater alguns recordes... só de estar no lugar certo à hora certa. Claro, a qualificação até mostrou que está bem concentrado na tarefa e conseguiu um resultado dignificado.

E claro, pela segunda vez neste ano, a corrida acontecerá num sábado à tarde. Afinal de contas, é um pais muçulmano e o Ramadão está à esquina. Com o pôr do sol, máquinas e pilotos estavam prontos para aquela que poderia ser uma corrida previsível. 


A partida foi isso mesmo: Max foi-se embora, tentou ganhar pelo menos um segundo de distância de "Checo" Pérez para ter a distância necessária para ficar a salvo de alguma surpresa quando o DRS ficasse ativado. Um pouco atrás, Lando Norris deslargou o pedal do travão e avançou uns centímetros, sem sair (muito) do lugar. George Russell reclamou, mas os comissários acharam que não aconteceu nada penalizador. O piloto da Ferrari lutou para conseguir o segundo posto, e conseguiu após algumas curvas. Oscar Piastri era quarto, depois de ter passado o Aston Martin de Fernando Alonso. 

Na volta 4, Checo recuperou o segundo posto a Leclerc, e de uma certa forma, as coisas foram resolvidas, pelo menos no pódio. 

Mas logo nas primeiras voltas... os primeiros sarilhos. Lance Stroll foi uma das vítimas dos muros de Jeddah e bateu com o seu Aston Martin, causando a entrada do Safety Car.

Com isso, as primeiras paragens nas boxes, e claro, algumas estratégias entraram em jogo. Os Red Bull entraram ao mesmo tempo, mas não aconteceram nenhuns impedimentos, mas quando o mexicano saiu, quase colidiu com o Aston Martin do espanhol. Reações rápidas! Mas reações rápidas também toweram os comissários, quando deram cinco segundos de penalização a "Checo" Pérez. 

A corrida recomeçou na décima volta, com dois pilotos a não irem às boxes: Lando Norris e Lewis Hamilton, ambos com duros. Eles esperavam com mais algum acidente no futuro para, quem sabe, meter-se nas boxes com alguma vantagem. Max passou Hamilton com facilidade, mas Norris ainda iria aguentar mais um bocado. Atrás, Albon a "KMag" (Kevin Magnussen) tocaram-se, acabando o dinamarquês com uma penalização de 10 segundos. Mais tarde, ganharia outros 10 por causa de uma ultrapassagem a Yuki Tsunoda, que resultou numa saída da pista.

Isso deu mais tarde numa estratégia que iria beneficiar outro piloto.

Duas voltas mais tarde, Max voltou ao comando, passando Norris, e claro, começou a afastar-se. O piloto da McLaren começou a perder posições, ao ponto de, na volta 21, Leclerc ficar com o terceiro lugar, pertencente ao britânico.


Atrás, com Magnussen a ter a sua corrida, foi atrás de alguns pilotos. Mas... como, com as penalizações? Simples: Nico Hulkenberg, que estava na sua frente, tentava ganhar distância para eles porque estava nos pontos. E se Magnussen aguentasse e perdesse tempo com eles, ele era o maior beneficiado. Espertos, não são? Quando o alemão foi às boxes e fazer a sua troca, na volta 33, ele saiu de lá feliz da vida porque tinha o seu ponto garantido.

Na parte final, os pilotos que não foram às boxes na primeira passagem do Safety Car pagaram o preço. Norris, primeiro, e Hamilton, depois, começaram a cair posições, acabando quase no final dos lugares pontuáveis. Na frente, Max era o vencedor, numa corrida que... enfim, era previsível.


Agora, 15 dias até à Austrália. Mas a não ser que haja algo anormal, poderá ser mais do mesmo. E claro, lá iremos pensar que isto será uma looonga temporada...           

sexta-feira, 8 de março de 2024

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Soube-se hoje da morte de Akira Toriyama, o criador de Dragon Ball. Tinha 68 anos e morrera uma semana antes, vitima do rebentamento de um coágulo sanguíneo na sua cabeça. Um recluso na sua vida pessoal, apesar do sucesso das suas criações, o seu funeral foi também privado, e foi apenas dele acontecer é que a sua morte foi anunciada. 

Para quem esteja a coçar a cabeça por aqui sobre qual é a relação entre um criador de mangás e animes com o automobilismo, direi que Toriyama-san... adorava. Seu pai tinha sido mecânico de automóveis e competidor de motociclismo na sua juventude, e em especial, foi um dos muitos que admirawam Ayrton Senna, especialmente no seu período da McLaren-Honda. Milhões de posters oram imprimidos, e posso afirmar que no alto dos meus 14 anos, cheguei a ter um poster das personagens, com o McLaren MP4/6 pendurado na minha parede. 

Foi por essa altura que Toriyama encontrou-se com Ayrton Senna. Foi nos bastidores do GP da Alemanha de 1990, no circuito de Hockenheim, numa altura em que Dragon Ball, o anime criado em 1984, já tinha fama universal. Ele desenhou imagens da personagem principal, Goku, com o macacão da McLaren, e os restantes personagens a fazerem parte da McLaren, comemorando as vitórias do brasileiro como se fossem deles. Com isso, a personagem alcançou ainda mais fama quer dentro, quer fora de portas.

Toriyama, nas poucas ocasiões em que dava entrevistas, sempre que falava desse encontro, afirmava que foi um momento muito especial, que guardou no seu coração. Ele afirmava que quando acontecia um Grande Prémio - que naquela parte do mundo acontece aos domingos à noite - largava os desenhos e ia ver o Grande Prémio, só para ver Senna a correr. 

Mas não foi só com esse carro que desenhou as suas personagens. Se pode ver Goku a bordo de um Porsche 911, também se pode ver outra personagem, a Bluma, que tinha como "daily driver" um Renault 5 Turbo2, de 1984, mostrando o seu amor por carros desportivos e pelo automobilismo.

Um dos grandes nomes no seu meio, a sua morte está a ser muito sentida, mas as suas criações perdurarão. Ars longa, vita brevis.       

Youtube Motorsport Vídeo: Vizinhos vs Laguna Seca

Laguna Seca é das mais icónicas pistas do automobilismo californiano e americano, que já recebeu Can-Am, IndyCar e MoroGP, entre outros. E recentemente, foi submetida a um processo judicial da parte de alguns vizinhos que se queixam do barulho. Vizinhos... muito ricos, diga-se de passagem. E claro, o risco da pista ser fechada poderá ser real.

E é sobre isso que se trata deste vídeo da Donut Media. É que eles decidiram investigar o processo para saber até que ponto isto tem algum sentido... ou não. E garanto-vos, é bem interessante!  

Formula 1 2024 - Ronda 2, Jeddah (Qualiicação)


Num calendário enorme como este, não há muito tempo para respirar. Claro, é de um lado ao outro da península arábica, a distância não é muita, mas uma semana entre duas corridas quase só há tempo de desmontar, guardar em aviões, chegar no dia seguinte, montar tudo e estar pronto à quinta-feira para os tempo livres, e hoje, a qualificação. 

Despachem-se, despachem-se, a temporada será longa. 

Mas ainda antes dos pilotos entrarem nos carros, agitação no paddock. Não as referentes à Red Bull, mas porque Carlos Sainz Jr ter ficado doente com apendicite - as melhoras! - e no seu lugar ir Oliver Bearman, um britânico que com 18 anos - nasceu no dia do GP de Espanha de 2005 - tornava-se não só no piloto mais novo a guiar um Ferrari desde o mexicano Ricardo Rodriguez, em 1961, como era o primeiro piloto a ter um lugar na Ferrari numa corrida de estreia na Formula 1 desde Arturo Merzario, em 1972. 


E ainda antes da qualificação, um acidente sério no Sauber de Guanyou Zhou, que bateu contra a parede, interrompeu a terceira sessão de treinos livres e colocou em dúvida a sua participação nessa qualificação. A Sauber - que hoje se soube que a Audi comprara as 25 por cento que faltavam para ser a equipa alemã em 2026 - tentou o milagre de consertar o carro e entrar na pista e não acabar na última posição da grelha, mas aparentemente, não conseguiu. Agora, era saber quem lhe iria fazer companhia... depois do sol se por nas paisagens sauditas. 

A qualificação começou depois da noite poisar, e algos pilotos foram para a pista, marcar tempos. Os Red Bull foram os últimos a entrar na pista, numa altura em que Fernando Alonso colocou a marca de referência, com 1.26,876, com Leclerc logo a seguir. Lewis Hamilton e George Russell realizaram a sua volta cronometrada com pneus médios, poupando os moles para amanhã.


Max Verstappen terminou a sua primeira volta cronometrada, faltando 9 minutos para o final da Q1, com 1.28,491, 177 centésimos na frente de Leclerc. Os Mercedes regressaram à pista com moles, com Russell a ficar com o quarto tempo, 258 centésimos na frente de Max. 

No final, apesar de Zhou ter saído de pista, a tempo de marcar uma volta cronometrada, mas no fundo, foi insuficiente. Nesse fundo do pelotão, a fazer companhia ao piloto chinês da Sauber, foram o seu companheiro, Valtteri Bottas, os Alpine de Esteban Ocon e Pierre Gasly e o Williams de Logan Sargent. Bearman dignificava, com um nono tempo. 

Pouco depois, começava a Q2, com esta a começar com Nico Hulkenberg a ter um problema no seu Haas VF-24 logo nos instantes iniciais, e ficou a assistir à restante sessão nas boxes, de fora do seu carro. Com as bandeiras vermelhas a serem mostradas, nessa altura, George Russell liderava a tabela de tempos, com 1.28,608.

Quando regressou, Max Verstappen e Fernando Alonso passaram para a frente da tabela de tempos, ambos com pneus macios novos. O neerlandês registou a marca de 1.28,078, enquanto o piloto espanhol ficou a 44 centésimos. Charles Leclerc é o terceiro, com pneus macios, mas usados, a 101 centésimos. Entretanto, na sua primeira volta rápida, Oliver Bearman teve de abortar a sua tentativa no seu Ferrari, depois de ter cometido um pequeno erro ainda na fase inicial.


No final, com os Red Bull mais uma vez no comando das coisas - embora a 79 centésimos de Charles Leclerc e 89 de Fernando Alonso - atrás, Oliver Bearman quase cometia uma surpresa: no limite para passar à Q3, ia eliminando Lewis Hamilton, o piloto da Mercedes que em 2025... será piloto da Ferrari! Foi por muito pouco - 36 centésimos de segundo - mas o jovem britânico iria fazer companhia aos Haas de Nico Hulkenberg e Kevin Magnussen, o Williams de Alexander Albon e o Racing Bull de Daniel Ricciardo.     

E com isso, partimos para a Q3.

Os Red Bull foram logo para a pista e logo na primeira tentativa, Max Verstappen fez 1.27,472, 335 centésimos atrás do piloto neerlandês. Fernando Alonso foi o terceiro, a 516 centésimos. Pouco depois, a segunda tentativa, Leclerc colocou-se na segunda posição, atrás de Verstappen, que nem sequer precisou de fazer nova volta rápida, abandonando-a perto do final da sessão.

No final... o esperado. Max conseguiu a sua segunda pole do ano, 335 centésimos na frente do seu companheiro de equipa e 516 centésimos de Fernando Alonso, o único piloto do pelotão que competia... ainda antes de Bearman nascer. Leclerc foi quarto, a 0,8 segundos, na frente do Mercedes de George Russell e do McLaren de Oscar Piastri, os únicos que ficaram abaixo de um segundo em relação ao resto do pelotão. 

E assim foi a qualificação saudita. Agora, para amanhã, ou apelam para um milagre, ou será mais uma tarde de passeio para Max.   

Noticias: Sainz Jr de fora, Bearman estreia-se na Ferrari


A Ferrari anunciou esta manhã que Carlos Sainz Jr foi substituído pelo britânico Oliver Bearman, devido a problemas de saúde do piloto espanhol. Ele sofreu uma apendicite aguda, foi operado e nesta corrida será substituído pelo piloto britânico de 18 anos.

Com isto, Bearman bate alguns recordes: será o terceiro piloto mais novo de sempre à partida de um Grande Prémio, será o mais novo de sempre a bordo de um Ferrari, batendo um recorde com 61 anos, e será o primeiro britânico ao volante de um carro da Scuderia num Grande Prémio desde Eddie Irvine, em 1999. Ou seja, bateu até... Lewis Hamilton

Por causa disso, o piloto britânico não participará na ronda saudita da Formula 2, que aconteceria neste final de semana. 

No comunicado oficial, a equipa de Maranello explicou o sucedido:

Carlos Sainz foi diagnosticado com apendicite e vai precisar de cirurgia. A partir do terceiro treino livre e no resto do fim de semana, ele será substituído pelo piloto reserva Oliver Bearman. Oliver, portanto, não participará mais na ronda da Fórmula 2”, informou a escuderia de Maranello em nota. “A família Ferrari deseja a Carlos uma rápida recuperação”, finalizou.


Nascido a 8 de maio de 2005, em Chelmsford, no Essex britânico, Bearman começou a sua jornada competitiva no karting em 2013, passando gradualmente por vários campeonatos. A sua transição para os monolugares ocorreu em 2020, competindo na Fórmula 4. Na sua temporada de estreia, o britânico conquistou vitórias nas séries regionais alemã e italiana, mostrando seu potencial e chamando a atenção da Ferrari, que no final de 2021, o incluiu na Ferrari Driver Academy.

Em 2022, progrediu para o Campeonato FIA de Fórmula 3, terminando em terceiro lugar na sua temporada de estreia, e na temporada seguinte, subiu para a Formula 2, ganho quatro corridas, sendo o sexto classificado no campeonato. No final da temporada, teve a chance de experimentar um carro de Formula 1 da Haas nos treinos livres das corridas do México e Abu Dhabi. Em 2024, passou a ser piloto de reserva, enquanto continua a correr na Formula 2, pela Prema.

quarta-feira, 6 de março de 2024

A imagem do dia


A prevenção salva vidas. E o melhor exemplo soube hoje. 

O finlandês Heikki Kovalainen, atualmente com 42 anos, anunciou que foi descoberta um aneurisma na aorta durante um exame de rotina e que iria se submeter a uma cirurgia de peito aberto. Ele afirmou que foi um mero acaso, já que não tinha tido qualquer sintoma, e se encontra em forma. A cirurgia acontecerá dentro em breve e, se tudo correr bem, regressará às competições.

Atualmente radicado no Japão, onde se dedica aos ralis e o SuperGT, Kovalainen foi piloto da Renualt, McLaren, Caterham e Lotus, entre 2006 e 2013, onde conseguiu uma vitória, o GP da Hungria de 2008, quatro pódios e duas voltas mais rápidas. Em 2010, com ele na Lotus de Tony Fernandes, estewe envolvido no acidente com Mark Webber, no circuito de Valência, onde o Red Bull deu uma pirueta no ar antes de cair com estrondo no solo. Ambos os pilotos saíram ilesos. 

Depois, passou para os Super GT japoneses, onde se tornou piloto da Toyota, primeiro como Lexus, onde foi campeão em 2015, e depois da casa-mãe. Ganhando cinco corridas e conseguindo outros tantos pódios, ficando até 2021, altura em que se dedicou aos ralis a tempo inteiro.

Ali, correndo pela equipa Aciello, num Skoda Fabia Rally2, acabou por ganhar o campeonato, depois de alguns anos onde competiu a tempo parcial, desde 2015. E em 2022, participou no Rally Japan, onde foi décimo e se tornou um dos poucos pilotos de Formula 1 que passou... e pontou nos ralis.    

Rumor do Dia: Loeb pode regressar aos ralis em Portugal?


O último rali de Sebastien Loeb foi em 2022, onde desistiu no rali da Grécia, mas por estes dias, rumores apontavam sobre uma possível participação no Rali de Portugal, num Ford Puma Rally1, marcando um eventual regresso ao WRC. Contudo, o piloto francês teve de desmentir por completo essas alegações, afirmando que o seu contrato com a Dacia o impede de participar noutras competições com outras marcas.  

"Isso posso negar em absoluto", e explicou o piloto francês de 50 anos à revista italiana de desporto motorizado Autosprint. Loeb afirmou que "tenho um contrato com a Dacia e não posso correr com outras marcas noutros campeonatos. Portanto, de momento não há corridas no Campeonato do Mundo de Ralis e também não há Extreme E, onde, pelas mesmas razões, não vou competir este ano", concluiu.

Loeb participou este ano do Dakar, onde foi terceiro classificado.

Youtube Rally Vídeo: A história do "Peugeot do aço"

O Salto da Pedra Sentada, no Confurco, em Fafe, foi saltado por lendas. Walter Rohrl, Michele Mouton, Ari Vatanen, Markku Alen, Colin McRae, Carlos Sainz, Tommi Makinen, Sebstien Ogier, Kalle Rovanpera... e pilotos nacionais como Rui Madeira, Joaquim Moutinho, Joaquim Santos, Carlos Bica, Armindo Araújo, Bruno Magalhães, “AllSpeedDrive”...

Hein? Quem?

Alegadamente, é uma pessoa que tem o “Peugeot do aço” e deu um salto. É um canal do Youtube português, que por estes dias, pegou num Peugeot 206 com algumas alterações e decidiram fazer o mesmo percurso que os carros de rali competem, num dos locais míticos da história do WRC. 

E o resultado é este vídeo, publicado no canal deles há quatro dias e desde então, conseguiu cerca de 50 mil visitas. Já agora, o canal tem cerca de 125 mil inscritos e mais de 800 vídeos publicados. É já alguma coisa!

terça-feira, 5 de março de 2024

Rumor do Dia: FIA dificultou homologação do circuito de Las Vegas


Como se um rumor não vem só... surgiu hoje outro envolvendo o presidente da FIA, Mohammed ben Sulayem. Depois de ontem, o primeiro rumor ter a ver com a tentativa de alterar uma penalização a Fernando Alonso no GP da Arábia Saudita de 2023, desta vez tem a ver com o circuito de Las Vegas. Segundo conta hoje Andrew Benson, jornalista da BBC, que terá tido acesso ao relatório do Compliance Officer’ da FIA – que supervisiona e controla o cumprimento das normas éticas daquela entidade federativa – apresentados ao comité de ética, e descobriu que ele, alegadamente, deu instruções aos funcionários da FIA para não homologarem o circuito de Las Vegas para a sua corrida do ano passado.

À BBC, um porta-voz da FIA negou qualquer irregularidade na certificação do circuito de Las Vegas para a sua corrida no ano passado, na sequência destas acusações contra o presidente da FIA. Esse mesmo porta-voz afirmou que a aprovação do circuito cumpriu o protocolo em termos de inspeção e certificação, apesar de na altura, ter havido um atraso devido às obras de construção em curso. 

Curiosamente, o circuito de Las Vegas foi uma aposta pessoal da Liberty Media, que pagou a conta das obras feitas para fazer o "paddock" para acolher as equipas - ao todo, mais de 500 milhões de euros - logo, quer as receitas, quer as despesas, pertencem à competição. E claro, a ideia era de promover a competição nos Estados Unidos. 

Na sua primeira corrida, existiram problemas no primeiro dia de treinos livres quando uma das tampas de esgoto saiu do seu lugar na passagem do carro de Carlos Sainz Jr, que o destruiu. s tampas foram coladas com cimento, e eles aguentaram o resto do fim de semana.  

Noticias: Apresentado o circuito de Qiddiya


A Arábia Saudita apresentou esta terça-feira o circuito de Qiddiya, a pista que substituirá Jeddah a partir de 2027, altura em que este projeto estiver terminado. Desenhada pelo gabinete de Hermann Tilke, com a ajuda do ex-piloto Alexander Wurz, um dos elementos que pretendem apontar é que existirá um ganho de 108 metros de altura ao longo das suas 21 curvas, graças a uma delas, apelidada de "The Blade".  

Segundo Abdullah Aldawood, responsável do Qiddiya Investment Company, isto estará no centro do entretenimento saudita e mundial: 

“[A pista] posicionará a cidade de Qiddiya como a casa do desporto automóvel saudita e um dos principais locais de desporto automóvel do mundo. Os visitantes e os espectadores serão brindados com uma das experiências de corrida mais únicas do mundo, com uma pista pioneira que estará pronta para acolher alguns dos maiores eventos de desportos motorizados do mundo”, afirmou, no comunicado oficial.

"Não é apenas um local; é o culminar de nossos esforços para posicionar a cidade de Qiddiya no centro do automobilismo global. Nossa visão para a pista vai além da emoção das corridas - os espectadores poderão testemunhar uma das experiências de corrida mais elevadas e envolventes do mundo, reinventando o desporto como o conhecemos.", continuou Aldawood.

"Nosso objetivo é fornecer uma experiência imersiva incomparável que os fãs de todo o mundo possam desfrutar. Juntamente com sua tecnologia de ponta, a versatilidade única da pista garantirá que os espectadores possam ser tratados com uma experiência de automobilismo inovadora, diferente de qualquer outra. outros. Isso permitirá que os visitantes desfrutem de ofertas complementares no local e estendam sua visita além da experiência de corrida.", concluiu.


A ambição é de receber as três principais categorias da FIA: Formula 1, MotoGP e World Endurance Championship, o WEC. Quanto ao GP saudita, continuará em Jeddah, e acontecerá este sábado, pelas 17 horas.  

segunda-feira, 4 de março de 2024

Rumor do Dia: Ben Sulayem manipulou os resultados?


No meio de polémicas e rumores sobre a Red Bull, mais uma: esta segunda-feira, a BBC publicou que o presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, interferiu no resultado do GP da Arábia Saudita do ano passado, impedindo que Fernando Alonso levasse uma penalização de 10 segundos, para assim poder subir ao pódio com a Aston Martin. Quem deu essa informação foi um denunciante, que entregou evidências ao comitê de ética da FIA.

Ambas as partes não comentaram sobre o assunto, mas o comitê anunciou que está a investigar, e levará quatro a seis semanas para apresentar um relatório com as conclusões deste inquérito.

Segundo conta a noticia, o denunciante afirma que Ben Sulayem ligou para o "sheikh" Abdullah bin Hamas bin Isa Al Khalifa, vice-presidente desportivo da FIA para a região do Oriente Médio e Norte da África, que estava na Arábia Saudita para a corrida em caráter oficial, com uma mensagem para que a penalização de Alonso deveria ser revogada.


Alonso tinha recebido uma penalização de dez segundos por trabalhos realizados no seu carro enquanto cumpria uma penalização anterior de cinco segundos. Caso tivesse cumprido, Alonso teria caído do terceiro lugar - atrás dos pilotos da Red Bull, Sérgio Pérez e Max Verstappen - para o quarto posto, ficando atrás de George Russell, da Mercedes.

Youtube Automotive Vídeo: A limousine de Erich Hoenecker (e mais)

A RDA acabou há 35 anos, com a queda do Muro de Berlim e a demissão de Erich Hoenecker, o seu líder, que tentou evitar a "perestroika" até ao limite, mesmo quando centenas de milhares de alemães fugiam pelo buraco que os húngaros e os checos abriram na Cortina de Ferro, no verão de 1989. 

Mas se achavam que os líderes andavam em carros russos... treta. Eles andavam em carros ocidentais, nomeadamente, um Citroen CX. E antes disso, iam em Volvos suecos. E alguns deles foram preservados, mesmo depois da unificação, em 1990. 

E claro, como já falei aqui no passado, todos os líderes do Leste gostavam de viver com todos os luxos, e isso inclui o Dacia 2000 (um Renault 20) de Nicolae Ceausescu, o ditador da Roménia. 

Para além disso, mostra-se um Volvo 760 GLE, que foi usado pelos membros do Volkskammer der DDR, ou seja a Assembleia do Povo da RDA.

Mas agora, mostro aqui o vídeo do carro de uma elite comunista... que gostava de coisas ocidentais.   

domingo, 3 de março de 2024

A(s) image(ns) do dia




Nesta história toda da polémica da Red Bull e dos ficheiros que foram parar aos mails de praticamente toda a Formula 1, mais os jornalistas que acompanham o circo, aparentemente, uma pessoa começa a aparecer como o "mau da fita". 

E é um Verstappen. Não Max, mas o seu pai, Jos Verstappen

E quem está a seguir a história desde o inicio, faz sentido. Reparem: onde é que a história surgiu, no mês passado? No "De Telegraaf", um jornal neerlandês. E quem estava no Bahrein neste fim de semana, para além de Horner e da sua mulher, Geri Halliwell, a ex-Spice Girl? "Jos, the Boss". Ele não aparece tanto nas boxes, é mais a namorada, a Kelly Piquet, que curiosamente, tem mãe neerlandesa. 

Agora, se ele fez isto, foi para quê? Ninguém tem uma ideia definida, mas uns afirmam que é por poder, outros falam que é para sacar ainda mais dinheiro para ele - Max ganha cerca de 70 milhões, entre salário, prémios e bónus de desempenho - outros afirmam que é porque quer ver a Red Bull a pegar fogo, para que o filho saia antes do final do contrato, por um valor baixo. E ir para onde? Mercedes. 

Se for a última parte, tem algum sentido. Horner é uma das "colas" que une a coloca a Red Bull nos eixos, a par do Adrian Newey e Helmut Marko. Desde a morte de Dietrich Mateschitz, em outubro de 2021, que a equipa se manteve na mesma, a ganhar corridas e campeonatos. Mas Marko tem 80 anos, Newey está cada vez mais fora dos assuntos do dia-a-dia, porque quer desenhar outras coisas, como barcos, logo, sobra Horner. 

Muitos falam que isto pode ter sido um golpe dentro da Red Bull que deu muito errado. Este "lavar de roupa suja" faz parte disto tudo. E se não é dinheiro, é poder. Só que... se for poder, então, muito provavelmente, Horner terá alguma proteção. Exceto por Toto Wolff, por mero aproveitamento maquiavélico - o fogo na casa do meu vizinho só melhora a minha casa. Rumores vindos de Milton Keynes falam que a relação com a Ford está sob tensão, e não falo só da carta: o motor, por agora, não é grande coisa. Quem fala disso é a Julianne Cerasoli, na sua conta do Twitter.

Ainda falta um bocado para 2026, mas é um sinal de alerta.

Todos entendem que Horner é muito melhor a liderar que o Verstappen mais velho. 20 anos no posto mostram tudo. E Jos? Como piloto, quem andava no paddock no inicio do século dizia e sabia que ele tinha a pior personalidade do pelotão. E ainda por cima, ele tem cadastro como agressor de mulheres, com pena de prisão e tudo. E muitos sabem que Jos foi o grande educador de Max para ser piloto. E ele foi muito agressivo, colaborou para a personalidade abrasiva do atual piloto da Red Bull. Mas foi Jos que conseguiu fazer com que Max seja excelente na pista, dominando sobre o pelotão, num campeonato onde poderá estar a caminho do tetracampeonato.

Mas acho que Jos não quer poder. Quer ver o mundo a arder. É desse tipo de pessoa. 

Claro, resta saber como isto acabará. Porque isto não acabou nem na quarta-feira, nem neste sábado. Se ainda não sabem, digo agora: foi declarada a guerra civil na Red Bull. Aliás, enquanto escrevia estas linhas, soube-se pela BBC que o Mohammad Ben Sulayem, o presidente da FIA, perguntou ao Max se iria apoiar publicamente o Christian Horner. Lealdades...     

CPR: Araújo acha que Meeke é inalcançável


Armindo Araújo afirma que Kris Meeke está num campeonato à parte e parece ser "inalcançável" para os pilotos nacionais. Numa entrevista publicada pelo site sportmotores.com, o piloto de Santo Tirso fez o rescaldo do rali Serras de Fafe, onde foi segundo classificado, a mais de um minuto do vencedor, o Hyundai do piloto britânico, e afirmou que a grande razão tem a ver com o seu profissionalismo, e, contraste com os pilotos nacionais, pouco mais do que amadores, com poucas chances de testar nos seus carros e com um programa limitado.

"O Kris Meeke é um excelente piloto, com uma velocidade fantástica, mas está num patamar diferente dos pilotos portugueses. Tem estatuto de WRC e trabalha como piloto de testes de um construtor de carros de ralis. Corre em Portugal pela Hyundai, mas é o piloto de testes e de desenvolvimento da Skoda a nível internacional.", começou por afirmar.

"Portanto, o Meeke passa a sua vida a conduzir e a correr, dispondo de condições únicas para tal. É pago para isso e não tem qualquer tipo de responsabilidades ou de preocupações. Vive num mundo, em termos de competição, diferente do nosso. Cá, em Portugal, os pilotos testam pouco, devido aos orçamentos baixos, e fazem apenas as provas do CPR, além de pequenos testes. Em suma, são realidades muitos díspares. Temos que viver com elas e é o que é... O Kris Meeke fez agora uma excelente prova e vai continuar a fazê-las no futuro", continuou.

Apesar de tudo, o piloto não baixa os braços, afirmando que ainda acredita no oitavo título. 

"Nunca baixar os braços, lutar sempre e acreditar sempre, dando sempre o nosso melhor!"

O Campeonato de Portugal de Ralis continua com o Rali do Algarve, entre os dias 15 e 16 de março.