sexta-feira, 8 de março de 2024

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Soube-se hoje da morte de Akira Toriyama, o criador de Dragon Ball. Tinha 68 anos e morrera uma semana antes, vitima do rebentamento de um coágulo sanguíneo na sua cabeça. Um recluso na sua vida pessoal, apesar do sucesso das suas criações, o seu funeral foi também privado, e foi apenas dele acontecer é que a sua morte foi anunciada. 

Para quem esteja a coçar a cabeça por aqui sobre qual é a relação entre um criador de mangás e animes com o automobilismo, direi que Toriyama-san... adorava. Seu pai tinha sido mecânico de automóveis e competidor de motociclismo na sua juventude, e em especial, foi um dos muitos que admirawam Ayrton Senna, especialmente no seu período da McLaren-Honda. Milhões de posters oram imprimidos, e posso afirmar que no alto dos meus 14 anos, cheguei a ter um poster das personagens, com o McLaren MP4/6 pendurado na minha parede. 

Foi por essa altura que Toriyama encontrou-se com Ayrton Senna. Foi nos bastidores do GP da Alemanha de 1990, no circuito de Hockenheim, numa altura em que Dragon Ball, o anime criado em 1984, já tinha fama universal. Ele desenhou imagens da personagem principal, Goku, com o macacão da McLaren, e os restantes personagens a fazerem parte da McLaren, comemorando as vitórias do brasileiro como se fossem deles. Com isso, a personagem alcançou ainda mais fama quer dentro, quer fora de portas.

Toriyama, nas poucas ocasiões em que dava entrevistas, sempre que falava desse encontro, afirmava que foi um momento muito especial, que guardou no seu coração. Ele afirmava que quando acontecia um Grande Prémio - que naquela parte do mundo acontece aos domingos à noite - largava os desenhos e ia ver o Grande Prémio, só para ver Senna a correr. 

Mas não foi só com esse carro que desenhou as suas personagens. Se pode ver Goku a bordo de um Porsche 911, também se pode ver outra personagem, a Bluma, que tinha como "daily driver" um Renault 5 Turbo2, de 1984, mostrando o seu amor por carros desportivos e pelo automobilismo.

Um dos grandes nomes no seu meio, a sua morte está a ser muito sentida, mas as suas criações perdurarão. Ars longa, vita brevis.       

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