sábado, 9 de abril de 2022

Formula E: Evans foi o melhor na primeira corrida de Roma


O neozelandês Mitch Evans foi o triunfador do ePrix de Roma deste sábado, a primeira de duas corridas deste final de semana no campeonato de carros elétricos. O piloto da Jaguar levou a melhor sobre o Envision Racing de Robin Frijns e o Mercedes de Stoffel Vandoorne. Quanto a António Félix da Costa, o piloto português da DS Techeetah terminou a prova na sexta posição.

Com Vandoorne na pole, depois de bater na final o carro do piloto neerlandês, a partida começou com Frijns a pressionar para ficar com a liderança, enquanto atrás, Félix da Costa era pressionado por Jean-Éric Vergne, seu companheiro de equipa na DS Techeetah, e Jake Dennis, no seu Andretti.

Mas pouco depois, no segundo minuto da corrida, Max Gunther, no seu Nissan, ficou parado em pista, vitima dos toques, que o levaram para o muro. Primeiro, um Full Course Yellow, antes do Safety Car. As coisas ficaram assim por alguns minutos, antes de recomeçar. Quando aconteceu, Frijns regressou ao ataque a Vandoorne, com De Vries por perto e Félix da Costa à espera de ver o que aconteceria.


E ele foi dos primeiros a ir ao Attack Mode, perdendo um lugar para Vergne. Ao mesmo tempo, na frente, Frijns conseguiu passar Vandoorne e era o líder. AFC passou logo o seu companheiro e foi atrás de De Vries, terceiro no segundo Mercedes. Quando estes foram ao Attack Mode, ele aproveitou e subiu para segundo. Frijns foi ao Attack Mode, mas como estava longe de AFC, não perdeu o comando da corrida. 

Mas atrás dele, os Mercedes estavam energizados. Cedo passaram-no, com de Vries a ser mais musculado para o passar, fazendo-o cair para quinto, atrás de Vergne, que ia atacar o terceiro posto, que na altura pertencia a De Vries, mas este resistia aos ataques do piloto francês. Atrás, AFC ra afora assediado por Janes Dennis, que quando o passou, também foi de forma musculada, quase o colocando no muro. Ele perdeu tempo, passado por Mitch Evans, piloto da Jaguar, que só agora é que se via na pista.

Frijns foi ao Attack Mode na segunda vez, e perdeu temporariamente para Vandoorne. Passou o belga, e com a passagem de outros pelo Attack Mode, quem aproveitou foi Evans, que subia para quarto. Mas o carro estava bem, e o piloto geria bem a energia, e aos poucos, subia posições. E a dez minutos do final, passou Frijns e ficou com o comando da corrida.

Na parte final, ainda tivemos Edoardo Mortara a subir posições, sendo quinto quando Evans subiu ao comando. Na frente, Vergne tentava chegar a Frijns e conseguiu. Mas depois, o neerlandês superou-o e o francês da DS começou a ser pressionado por Vandoorne, que o passou, ficando com o lugar mais baixo do pódio. Sam Bird foi o quinto, na frente de AFC, enquanto nos restantes lugarws pontuáveis ficaram Mortara, o Porsche de Pascal Wehrlein, o segundo Envision de Nick Cassidy e o segundo Porsche de André Lotterer.

Na geral, Mortara lidera, com 49 pontos, contra os 46 de Stoffel Vandoorne e os 42 de Robin Frijns. Amanhã é a segunda corrida do ePrix de Roma.

Formula 1 2022 - Ronda 3, Melbourne (Qualificação)


Duas semanas depois da uma corrida polémica nas Arábias, a Formula 1 regressa a Melbourne, um lugar onde deveriam ter corrido em 2020, mas a pandemia os obrigou a cancelar tudo "em cima da hora", ou seja, na sexta-feira de manhã. Obrigadinho, Covid-19!

Mas em 2022, depois de três anos de ausência - a última corrida foi em 2019, o "último ano normal das nossas vidas" - a Formula 1 estava de volta a paragens "do outro lado da Terra. Os engraçadinhos que colocam os seus retratos de cabeça para baixo, ao falar do lugar, parece que acreditam na Sociedade da Terra Plana, mas tudo bem... prefiro falar do regresso de Sebastian Vettel ao carro da Aston Martin e dar uma volta ao circuito numa scooter (e pagar cinco mil euros de multa por desrespeitar as regras, pois circulou logo depois do final do treino) e reparar no violento "porpoising" dos carros da Ferrari - que não os impediu de fazerem os melhores tempos - para ficarmos com uma ideia do que poderá ser a qualificação neste circuito muito rápido, com... quatro zonas de DRS!

Acrescento: antes a qualificação, uma das zonas foi desligada, alegando “motivos de segurança”...

Mas foi debaixo de um céu de inicio de outubro que a Formula 1 os acolheu para a qualificação. E claro, com milhares de pessoas felizes por verem os carros de novo na pista. 

Foi alguns minutos dentro da Q1 que Charles Leclerc marcou os seus primeiros tempos, com 1.19,391. O seu colega de equipa, Carlos Sainz Jr., melhorou, mas depois, o monegasco fez 1.18.881. Red Bull, primeiro com Sergio Perez primeiro, e Max Verstappen, depois, saltaram para o topo da tabela de tempos, antes dos Mercedes saírem para a pista e... foram oitavos e nonos, com Lewis Hamilton a ser mais rápido que George Russell.


Enquanto tudo isto acontecia, atrás, havia sarilhos. A dois minutos do final, Nicholas Latifi se envolveu num incidente com o Aston Martin de Lance Stroll, obrigando à interrupção da sessão. 

Foi tudo um mal-entendido: inicialmente, Stroll ultrapassou Latifi e parecia estar a iniciar uma volta rápida, mas acabou por abortar. Poucos metros à frente, o piloto da Williams quis iniciar ele próprio uma volta rápida e enquanto Latifi tentava ultrapassar Stroll, este fechou a trajetória, possivelmente sem ter visto o seu compatriota, e bateu na roda traseira direita do Williams, levando-o a bater no muro. Nicholas Latifi ficou com o carro destruído e Lance Stroll parou um pouco mais à frente, com danos no Aston Martin. Um incidente entre canadianos...

No final, depois de recolherem os carros, os que sobraram, lá saíram para tentar algo nos dois minutos que faltavam. E quando o tempo chegou ao fim, além dos canadianos, ficaram na Q1 Sebastian Vettel - ainda a pagar pelos problemas de ontem -  Alexander Albon (que cumpria uma penalização de Jeddah) e Kevin Magnussen

Chegado à Q2, este começou atrasado porque o carro de Albon ficou parado no final da boxe quase no final da Q1, mas quando retomou, as coisas começaram com os Red Bull a quererem marcar um tempo para seguirem adiante, mas George Russell estragou as coisas, quando seguiu em frente numa das curvas, causando bandeiras amarelas. Sergio Pérez, que teve de abrandar na sua primeira tentativa, na segunda, conseguiu 1.18,340 e foi para a frente da tabela de tempos. Atrás, de modo surpreendente, Fernando Alonso conseguia o terceiro melhor tempo, mostrando que o Alpine parecia estar bem nesta pista. Mais tarde, os Ferrari melhorariam os seus tempos e relegariam o piloto espanhol mais abaixo, mas na frente dos Mercedes. Quem diria!

Na parte final, Yuki Tsunoda saiu de pista quando tentava marcar um tempo que o colocasse na Q3. Não conseguiu, e fez companhia a Pierre Gasly, seu companheiro de equipa, Mick Schumacher, e os Alfa Romeos de Valtteri Bottas e Zhou Guangyou.

Para a fase final, com os Red Bull, Ferrari, Mercedes, Alpine e McLaren, o neerlandês abriu as hostilidades com a marca de 1.18,399, para ser batido por Perez pela menor diferença possível: um milésimo de segundo! Depois, Charles Lelcerc, com uma volta muito boa, melhorou o seu tempo, superando os Red Bull, com 1.18,239, e o primeiro lugar era dele.

Mas a seguir, vieram as bandeiras vermelhas: Fernando Alonso, que tinha estado em destaque na Q2, fazia uma excelente volta quando perdeu o controlo do monolugar na curva 11, seguindo em frente e batendo nas proteções do circuito australiano. Alonso explicou depois que foi por causa do sistema hidráulico, que o impedia de mudar de velocidade. Ele disse depois que ia para um tempo na primeira fila, mas o provável era ser quinto. Quem saiu prejudicado por isso foi Sainz Jr, que ia fazer o seu tempo quando o acidente aconteceu. 

Com alguns minutos perdidos para retirar o carro de Alonso, quando recomeçou, ps dois pilotos da Mercedes foram os primeiros a sair para a pista para marcar tempo. Hamilton ficou atrás de Ricciardo, mas Russell conseguiu melhor, com o quarto melhor tempo. Depois, Lando Norris e Hamilton conseguiram melhor, relegando Russell para sexto. 


Na frente, Leclerc comemorava mais uma pole para a Ferrari, mas os Red Bull espreitam, sabendo que estará sozinho, pois Sainz Jr conseguiu apenas o nono tempo, atrás até de Esteban Ocon.

Na próxima madrugada, veremos quem serão os melhores, ou se quiserem, até que ponto a Ferrari aguentará os Red Bull, que tem carro para triunfar em Melbourne.

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Youtube Formula 1 Vídeo: O invulgar regresso de Vettel às boxes

Uma das coisas do qual os treinos livres desta sexta-feira está nas bocas do mundo foi a maneira como Sebastian Vettel regressou às boxes, depois de ter tido um problema com o seu Aston Martin. Depois do carro ter ficado parado na berma, esperou até ao final da sessão para se poder movimentar. E como fez? Usou uma scooter! 

De facto, pode-se dizer que é algo invulgar, mas tem um problema: é ilegal. E como resultado dessa "brincadeira", foi multado em cinco mil euros - é menos uns cafés para o alemão...

As regras - para ser mais especifico, o artigo 26.7 do regulamento desportivo - estabelece que ninguém pode entrar na pista num período de cinco minutos do final de uma sessão, mas uma das exceções é “condutores em condução ou a pé, tendo recebido autorização prévia de um comissário”.

Vettel defendeu-se que o comissário lhe tinha dado a autorização para o passeio, mas a verdade é que o alemão foi multado em 5,000 euros. Claro, sempre pode recorrer.

Diz o relatório do Colégio de Comissários de Pista que “Um comissário estava no local com uma scooter. Vettel perguntou se poderia conduzir a scooter para retornar às suas boxes. O comissário assentiu. Vettel subiu na scooter, esperando que o comissário subisse atrás dele. Como não conseguiu subir, Vettel partiu sozinho para as boxes, sem autorização prévia para isso.", começa por explicar o comunicado oficial da Formula 1 sobre este assunto.

Enquanto isso, o comissário estava a tentar entrar em contato com a direcção de corrida para obter instruções. Ao conduzir na pista para as suas boxes, em vez da rota designada, Vettel violou o Artigo 26.7 do Regulamento Desportivo da Fórmula 1, que proíbe qualquer pessoa de estar na pista no período de cinco minutos após o final de uma sessão, com exceção de pessoal especificamente identificado, o que não prevê que os pilotos tenham esse acesso, a menos que especificamente autorizados”, conclui.

A qualificação acontece na próxima madrugada.

Youtube Motoring Vídeo: um teste ao Rivian R1T

 Há muito "hype" sobre o Rivian R1T, o "pickup" elétrico feito pela Rivian, do qual se espera que temha um alcance superior a 650 km - pelo menos na versão dos 180 kW - e que começou a ser fabricado este ano na fábrica que a marca têm em... Normal, Illionis. Ou seja, algo do qual o Tesla terá de ser muito melhor, na sua versão Cybertruck. 

E foi por causa disso que o pessoal do Fully Charged foi experimentar um jipe que comparam... a um canivete suíço!


quinta-feira, 7 de abril de 2022

Formula E: Felix da Costa quer regressar ao pódio em Roma


Depois de quase dois meses de ausência, a Formula E está de regresso, agora em solo europeu e nas ruas de Roma. Num traçado com 3385 metros e 19 curvas, o  circuito citadino dell’EUR é um dos maiores do calendário, com um misto de curvas rápidas, outras mais técnicas e algumas ondulações, sendo um dos mais interessantes do calendário.

Nesta jornada dupla, a segunda do campeonato, depois de Ad Diyriah, na Arábia Saudita, António Félix da Costa, piloto da DS Techeetah que teve um bom resultado no México, onde foi quarto classificado, encara esta pista com confiança, devido ao andamento competitivo do seu carro em relação à concorrência, bem como a fome de vitória que a equipa têm, depois de um mau começo no campeonato.  

“[Roma trata-se de] um circuito muito desafiante, numa cidade mítica, onde o ano passado mostrámos um forte andamento. Trabalhámos muito no simulador e acredito que vamos dar mais um passo competitivo com o nosso carro. A equipa está muito motivada e todos queremos muito ganhar. Há três ou quatro equipas muito fortes neste momento, mas a DS Techeetah também o é e vamos lutar para mostrar isso este fim-de-semana. Sendo uma jornada dupla exige máxima concentração e foco para estarmos fortes em ambas as corridas”, referiu AFC.

O programa começa com as sessões de treinos livres, e no sábado, o dia começa bem cedo, com duas sessões de treinos livres, seguidas de qualificação. A corrida, com duração de quarenta e cinco minutos + 1 volta, está marcada para as 14h00, com transmissão em direto no Eurosport. A mesma coisa acontecerá no domingo, com outra qualificação, seguida da corrida, novamente com inicio às 14h00 e com transmissão em direto no Eurosport 2.

O Circuito do Sol, a quarta pista em solo português


Há anos que se fala do projeto do "Circuito do Sol", nos arredores de Serpa, onde a pista serviria para corridas, testes e "track days", e claro, seria o quarto circuito permanente em território português, depois de Estoril, Braga e Portimão. Com quase seis mil metros de extensão, a pista terá um centro de desenvolvimento e produção de componentes para carros elétricos — em parceria com o Instituto Politécnico de Setúbal — e uma unidade hoteleira associada. E também será um lugar ideal para as marcas poderem fazer os seus "testes secretos" e apresentar os novos modelos à imprensa mundial. 

Segundo conta o site Razão Automóvel, o investimento do projeto será superior a 16 milhões de euros até 2024, e poderá criar 40 postos de trabalho, no mínimo.

O responsável máximo pelo empreendimento, Lars Lindberg, explicou-nos os motivos que levaram à escolha desta localização:

"Decidimos desenvolver este projeto em Serpa devido à sua localização, boa gastronomia e excelentes condições climatéricas durante todo o ano. E o facto de estarmos a desenvolver este projeto numa localização onde já existia uma infraestrutura com um fim similar, também facilitou todo o processo em termos de licenciamento."

Na primeira fase, o circuito terá meros 1600 metros e 11 curvas - aproveitando um antigo kartódromo - e o novo tapete de asfalto será feito pelo mesma firma responsável pelo capeamento do circuito de Jerez, no sul de Espanha. Mais tarde, a pista se expendirá para os quase seis quilómetros que pretendem alcançar, e o "layout" do circuito terá um pouco de outras partes, como Laguna Seca e Spa-Francochamps.

"A qualidade do alcatrão é um fator crítico de sucesso em qualquer circuito, foi por isso que escolhemos uma empresa com créditos firmados nesta área para completar o Circuito do Sol.", explicou Lindberg. "Queremos que o Circuito do Sol seja um verdadeiro 'resort' para quem gosta de automóveis durante todo o ano. Venho do norte da Europa, onde durante muitos meses do ano é impossível pilotar um automóvel em pista ou até mesmo, no caso das marcas e das equipas de competição, testarem os seus automóveis e aqui estamos a criar todas as condições para que isso aconteça", concluiu.

quarta-feira, 6 de abril de 2022

Esticando a corda...


Outra vez, e parece que está situação foi séria. Li isto primeiro no Twitter, mas agora, o site wtf1.co.uk tem hoje os pormenores. Aparentemente, algumas das equipas estiveram perto de não ter todo o equipamento em Melbourne a tempo do GP da Austrália, e a situação foi resolvida com uma solução de emergência. 

A história é contada de forma simples: três das 10 equipas tinham os seus equipamentos num barco no qual esperavam que fizesse a viagem a Melbourne em 42 dias. Contudo, esse barco atrasou-se e quando estava perto de Singapura, esse atraso era de... uma semana. O resultado? Desvio do barco para a cidade-estado, onde três aviões da DHL carregaram os itens esperados e os levaram diretamente para a cidade australiana. 

Claro que as pessoas ficam um pouco espantadas por ter um barco que os leve de uma ponta a outra do mundo em mês e meio. A razão é simples: os equipamentos são divididos em três, para localizações diferentes, uns para a Austrália, outro para o Médio Oriente, o terceiro para as Américas, para os ter no lugar a tempo. E nenhum deles tem o essencial - estes são transportados de avião de circuito para circuito - mas sim, peças sobressalentes, como por exemplo, os pedaços necessários para a reconstrução do chassis de Mick Schumacher, destruído na Arábia Saudita, por exemplo.

Estas noticias cada vez mais frequentes de "close calls", que se acumulam desde o ano passado, com o episodio dos aviões em terra em Miami por causa de um furacão, ou dos outros aviões parados no Quénia, quando transportavam o material da MotoGP de Indonésia para a Argentina, na semana passada, aliado à falta de aviões russos por causa das sanções devido ao embargo por causa da guerra com a Ucrânia, faz com que ideias somo o alargamento das provas para 25, passando cada vez mais por corridas fora da Europa, não faça lá muito sentido. 

Parece que a Formula 1 não entenderá as coisas até ao dia em que toda esta logistica falhar redondamente.  

WRC: Novo duelo de Sebastiões em Portugal?


Depois de Monte Carlo, parece que o próximo cenário onde os "sebastiões" estarão em duelo um contra o outro poderá ser as estradas portuguesas. Com Sebastien Loeb e Sebastien Ogier a fazer uma programa parcial - Loeb, por exemplo, estará em Portimão para correr no DTM a bordo de um Ferrari - ambos os pilotos poderão pegar nos carros do WRC noutro dos clássicos: o Rali de Portugal, em maio.

Apesar de as inscrições encerrarem a 19 de abril, e a sua publicação a 29 de abril, 10 dias mais tarde, ambos os pilotos já demonstraram querer participar com os novos carros de Rally1 na prova. Ogier, cinco vezes triunfador as estradas portuguesas, disse em janeiro que sempre quis participar nesta prova. “O Rali de Portugal sempre esteve na minha cabeça, como sabem tenho uma relação especial com a prova, posso confirmar que está na minha lista para esta época”, afirmou na altura.


Com olhos na Endurance - ele quer participar nas 24 Horas de Le Mans pela Toyota, mas este ano andará num LMP2 - este rali não irá interferir com os testes da marca. E como ele gosta de correr nas estradas portuguesas - foi vitorioso em cinco ocasiões - ele afirma que a única coisa no qual estará aliviado será o facto de ele não abrir a estrada, como costumava fazer quando era piloto a tempo inteiro. 

terça-feira, 5 de abril de 2022

A imagem do dia


Nigel Mansell triunfava neste dia, há 30 anos, em Interlagos, palco do GP do Brasil, ainda por cima, no mesmo lugar onde Ayrton Senna teve a sua vitória épica, a tal da sexta marcha. Mas o mais interessante foram os bastidores, onde personagens bem interessantes andaram pelo paddock e... disseram coisas marcantes. 

Um deles foi o comediante Bussunda, um dos participantes da série "Casseta e Planeta", fez a famosa pergunta a Ayrton Senna: 

- Alguma das suas namoradas já disse "Acelera, Ayrton"?

- Já.

Mas também houve quem foi lá para "xingar", ou "zoar", se quiserem. Bem mais forte que a comédia dita "normal". João Gordo, vocalista do grupo punk "Ratos do Porão" foi a Interlagos a convite do jornal "Noticias Populares", um periódico para lá de sensacionalista. E lá, ele foi atrás da noticia, trazendo coisas... fora do vulgar. 

Esta descobri no grupo F1 Lado B, graças ao Lucas Carioli, a quem dou o devido crédito. 

Aqui está: 

"Nessa época, o Notícias Populares me chamou para fazer a cobertura da Fórmula 1. Foi uma zoeira do cacete. Eu estava andando pelo paddock, do lado dos carros, atraindo mais atenção que os pilotos. O pessoal da arquibancada ficava me xingando e eu mandando todo mundo tomar no cu, foi divertido demais. Lembro que um fã gritou: 'ô piloto de provas da Sadia!' e eu quase  caí no chão de tanto rir."

"Essa cobertura da F1 foi demais. Foi ali que percebi que tinha jeito para comunicação, para fazer entrevistas. Lembro que tentei uma entrevista com o Senna, mas ele foi o maior babaca e me ignorou, nem olhou na minha cara. 'Ah é, seu viadinho?', falei. 'Então vou torcer pro Mansell, seu playboy cuzão'. E passei a semana toda enchendo a bola do Mansell, que foi o maior gente fina e deu uma entrevista exclusiva. Eu o chamava de 'Cornell Mansell'. O papo começou assim: 'E ai, Cornell Mansell, como está?' e o cara riu pra cacete. Minha mandinga contra o Senna deu certo: ele saiu da prova com problemas de motor e o Mansell venceu. Bem feito."

"Passei a semana toda indo ao autódromo as sete da manhã, virado do Retrô e travado de pó. Fiz tanta merda que no último dia a FIA cassou a minha credencial. Naquela época, cada jornal estrangeiro tinha um telefone exclusivo na sala de imprensa. Eu aproveitava quando não tinha ninguém para telefonar para meus amigos na Europa e Estados Unidos. Os pilotos ficavam putos com as matérias que a gente fazia. Tinha um piloto que era um galazinho, filho daquele ator Jean-Paul Belmondo e eu fiz uma foto servindo churrasco para ele nos boxes. Olha a legenda que o NP botou: "Gordo soca a picanha na boca do galã.'"

"Naquela temporada tinha uma pilota, uma italiana chamada Giovanna Amati, da Brabham. Ela vinha de uma família ricaça e tinha uma história terrível - ela tinha sido sequestrada na Itália e tinha se envolvido com um dos sequestradores. Descobrimos, nos boxes, um playboy de Ribeirão Preto que disse que tava pegando a Giovanna. O cara era tão filho da puta que revelou que iria buscá-la no hotel naquela mesma noite. Deixamos um fotógrafo de butuca e ele flagrou os dois saindo juntos do hotel. O playboy fez um texto pro NP contando a 'noite de amor' deles, assinando como 'Ricardão da Giovanna - Especial para o NP'. Ela ficou nos últimos três lugares nos treinos e não se classificou para a prova. A Brabham despediu a mulher."

Para terem uma ideia, dois anos depois, o Noticias Populares repetiu a graça, com o José Mojica Marins, o "zé do Caixão", onde esteve um dia na boxe da Simtek e "abençoou" o carro de Roland Ratzenberger. Deu no que deu... e não falo da não-qualificação na corrida brasileira. 

Noticias: Albert Park terá... quatro zonas de DRS


Isto é inédito: uma pista com quatro zonas de DRS. Mas é o que irá acontecer a Albert Park, lugar onde decorrerá o GP da Austrália, que regressa após dois anos de ausência. Na realidade, por causa das alterações à pista, tornando-a mais rápida - 2400 metros de reta! - isso irá significar que o DRS será usado em cerca de 45 por cento do traçado. 

O resultado? Muitas ultrapassagens, especialmente no segundo pelotão, segundo contam Ferrari e Red Bull. E claro, os tempos por volta irão baixar significativamente. 

As quatro zonas serão na reta da meta, depois da curva 2, até à 3, entre a 8 e a 9, e por fim, entre a 10 e a 11. Também haverá duas zonas de deteção de DRS, entre as curvas 6 e 7, e entre as curvas 12 e 13.

O GP da Austrália acontecerá na madrugada de domingo, pelas seis da manhã. 

Magnussen: Três meses para estar a cem por cento


Apesar de Kevin Magnussen ter pontuado nas duas primeiras corridas do ano, depois de uma chegada inesperada à Haas F1, para substituir o russo Nikita Maxepin, o seu corpo humano não estava preparado para as exigências de um carro de Formula 1. Quem o diz é o seu fisioterapeuta, Thomas Jorgensen

Numa entrevista, ele conta que, apesar de ter corrido em 2021 na Endurance, que não é uma tarefa simples a nível físico, a Formula 1 tem uma exigência diferente, e ele afirma que precisa de três meses para o colocar a cem por cento.

Não é que ele seja inapto”, disse o seu fisioterapeuta Thomas Jorgensen, citado pela as-web.jp. “O problema é que ele não usou os músculos de que precisava para a F1. Os protótipos não requerem tanta força física como em F1. Vai levar algum tempo para o Kevin recuperar totalmente. Normalmente exige dois meses durante o Inverno, quando se pode treinar todos os dias, mas agora que a época começou e há mais dias de viagem e corridas, é ainda mais difícil fazer as rotinas habituais. Por isso, serão necessários mais três meses até Kevin estar em boa forma”, acrescentou.

Apesar de sua "inaptidão", "KMag" conseguiu 12 pontos nesta temporada, os únicos que a Haas têm até ao momento.   

segunda-feira, 4 de abril de 2022

A imagem do dia


Há 40 anos, a Formula 1 corria em Long Beach para o primeiro de três probas nos Estados Unidos, algo do qual só repetirá em 2023. E nessa prova, há muitas coisas dos quais merecem registo, desde a vitória de Niki Lauda, a primeira desde 1978 e a que mostrou que o regresso foi uma boa escolha, o terceiro lugar de Gilles Villeneuve, que depois foi desclassificado por causa de uma asa traseira irregular, depois de um duelo com Keke Rosberg pelo segundo posto, e antes, a surpreendente pole-position e Andrea de Cesaris, a bordo do seu Alfa Romeo, que o tornou por 12 anos o mais jovem poleman da Formula 1. 

Mas hoje falo de Ricciardo Patrese, que de um lugar modesto conseguiu um pódio numa antiga, mas fiável máquina. Numa Brabham em crise por causa do seu motor BMW Turbo, no qual se estreou em Kyalami, na África do Sul, a equipa liderada por Bernie Ecclestone decidiu que o melhor seria retomar ao fiábel BT49, com o seu motor Cosworth, e as coisas deram certo no Brasil, às mãos de Nelson Piquet... até que foi desclassificado por causa dos "lastros" que serviam para "arrefecer os travões". Pois...

Contudo, quando a BMW ameaçou retirar-se do acordo, Ecclestone decidiu fazer um compromisso. Patrese andaria com os motores Cosworth, com Piquet a andar com os BMW, eles aceitaram. Mas até lá, iriam correr com o carro antigo em paragens americanas. Piquet conseguiu o sexto melhor tempo, enquanto Patrese era apenas o 18º.

Ao longo da corrida, o italiano evitou as armadilhas e claro, aproveitou as desistências dos outros para fazer uma corrida de recuperação, chegando a meio da corrida aos pontos. Na volta 59, conseguiu passar o Tyrrell de Michele Alboreto para ser quarto, depois do italiano ser mais um dos prejudicados pela corrida de combate do canadiano da Ferrari, que defendia toda e qualquer posição com unhas e dentes. Ele lá tentou passá-lo, mas o quarto lugar final dera à Brabham os seus primeiros pontos do ano, mas quando Villeneuve foi desclassificado, o primeiro pódio do ano era dele. Inesperadamente. 

Mas isto iria ser apenas o principio de o que era capaz de fazer com este chassis. Pelo meio... haverá um boicote.

O primeiro dos Ascaris



Há 70 anos, Alberto Ascari tornava-se no primeiro italiano a triunfar na Ferrari como campeão do mundo. Um dos grandes pilotos a levar o nome da Scuderia aos quarto cantos do mundo, conseguiu dar dois títulos mundiais em 1952 e 53, num domínio que só voltou a repetir-se uma década depois. Contudo, ele não era o primeiro a alcançar o feito, nem em Itália... nem na família. 

Não. 

Na verdade, Alberto era o filho de outro grande piloto de automobilismo: Antonio Ascari. Um dos grandes pilotos dos anos 20 do século XX, um dos Quatrofoglio originais, a par de Ugo Sivocci e Enzo Ferrari, que mais tarde... iria dar uma oportunidade ao filho. E teve uma carreira do qual o seu trágico fim iria deixar marcas no seu filho, anos depois.

(...)

Nascido a 15 de setembro de 1888 em Bonefarro, perto de Mântua, e filho de um comerciante de trigo, saiu cedo da escola para trabalhar como ajudante de ferreiro, antes de se mudar para Milão e começar a observar os automóveis. Em 1911, teve a chance de guiar um e ficou apaixonado. A sua primeira corrida foi uma prova em Modena, a bordo de um Di Vecchi, e passou os anos seguintes a trabalhar como mecânico, quer em automóveis, quer em aviões, algo que iria continuar durante a I Guerra Mundial. O seu filho Alberto nascerá quase no final dela, a 13 de julho de 1918.

Com o final do conflito, tem dinheiro o suficiente para abrir um concessionário da Alfa Romeo, mas quando a Fiat decide retirar-se da subida Parma–Poggio di Berceto, adquire um dos seus Fiat Grand Prix 4500 e o pilota, acabando por triunfar. O gosto ficou e tempos depois, inscreveu-se para a Targa Florio desse ano. Correu entre os da frente até se despistar e acabar fora da estrada, felizmente sem ferimentos. Contudo, a sua performance foi suficiente para que a Alfa Romeo ficar interessada nele, bem como outro piloto que dera nas vistas: Enzo Ferrari. 

Como Ascari trabalhava para eles nas vendas dos carros, a negócio foi fácil: seria seu piloto em troca das vendas dos carros em toda a região da Lombardia. Tudo isto em 1920.

(...)

Em 1924, o projetista da marca, o lendário Vittorio Jano, projetou o P2, sucessor do P1. A ideia nesse ano era de triunfar na Targa Florio, e as coisas pareciam que corriam bem para ele, mas na última volta, o carro falhou de novo. Ele e o seu mecânico, Giulio Ramponi, saíram para o empurrar, mas teve a ajuda de alguns espectadores, e os regulamentos não permitiam isso. 

A seguir, a Alfa Romeo colocou quatro carros para o GP de França, em Lyon. Ao lado de Ascari estava Ferrari, Campari e o francês Louis Wagner. Campari acabou por vencer, enquanto a Ascari, uma falha no motor o deixou num frustrante nono lugar final. 

No final do ano, em Monza, com quatro carros para Campari, Ascari, Wagner e Fernando Minoia, Ascari teve aquilo que pretendia: uma vitória. Dominando do principio até ao final, foi o comandante da equipa, que ficou com os quatro primeiros lugares. Era uma grande temporada para os Alfas, e com os novos regulamentos, onde os pilotos iriam guiar sozinhos, sem mecânicos. (...)

As pessoas pensam que as dinastias automobilísticas são uma coisa recente. Na realidade, nem por isso. Pilotos que correram nos anos 50, 60 e 70, como por exemplo Hans-Joachim Stuck, na realidade, eram filhos de pilotos que tiveram sucesso duas ou três décadas antes, nas pistas europeias. Alberto Ascari foi um deles, embora hoje em dia, poucos saibam que foi filho de um dos maiores pilotos da Alfa Romeo nos anos 20, e companheiro de equipa de Ferrari. Que teve uma carreira fulgurante, a sua maior frustração foi o de não ter nunca triunfado na Targa Florio, e no final, teve um trágico fim num dia 26, exatamente 30 anos antes do seu filho ter o mesmo destino. 

E é sobre o pai Ascari que escrevo este mês no Nobres do Grid.   

Youtube Motoring Vídeo: A nova Ferrari

A Ferrari e uma marca mítica, que faz 75 anos em 2022, e parece que está a caminho de um "revival" na Formula 1. Mas a marca, que construiu carros de estrada para poder financiar as suas aventuras nas corridas, entre os quais a Formula 1 e a Endurance, parece não ser mais a companhia que todos conhecemos. 

A começar... iremos ter uma carrinha. Algo do qual, uns anos antes, seria considerado um sacrilégio, mas com os sucessos os outros, o pragmatismo levou a melhor. Para além de outras coisas. 

E é por causa disso que o Donut Media fez este vídeo sobre a nova Ferrari.  

domingo, 3 de abril de 2022

A imagem do dia


Na semana em que a Formula 1 confirmou uma terceira corrida em solo americano, falo hoje de outra corrida, mas no estado vizinho do Nevada: a Califórnia. Mais concretamente, Long Beach. Pois foi há 45 anos que aconteciam duas coisas: a primeira vitória de um americano numa corrida de Formula 1 no solo pátrio, e a primeira vitória de um carro com efeito solo, nomeadamente o Lotus 78. 

Mas o triunfo de Mário Andretti na pista californiana foi obra do acaso. Tudo por causa de um furo lento. 

É que, esta corrida tinha tudo para acabar nas mãos de Jody Scheckter. Liderado desde a primeira volta, depois de ter sido mais rápido que Niki Lauda, o poleman, Andtetti andou atrás dos dois para saber se eles teriam algum problema do qual pudesse aproveitar. O sul-africano da Wolf começava a consolidar a diferença quando a 22 voltas do final, começou a sofrer de um furo lento no pneu traseiro direito. O americano sabia que ele estava em sarilhos, mas o sul-africano aproveitou o circuito para se defender nas travagens para manter a liderança.

"Não é que ele tenha alargado [na travagem]", disse ele depois, "eu apenas o afastei no ponto de travagem e, depois que o passei, distanciei-me.", disse no final da corrida. 

Perante 70 mil pessoas em delírio, Andretti triunfava, e Scheckter ainda iria perder o segundo posto para Lauda, ficando ele com o lugar mais baixo do pódio. Patrick Depailler, Emerson Fittipaldi, e Jean-Pierre Jarier, no Penske comprado pela ATS, ficaram os restantes lugares pontuáveis. 

Para Andretti, era historia que tinha feito, e não sabia que tinha começado uma nova era no automobilismo, e a última vez em que a Lotus - e Colin Chapman - estariam no topo do mundo.

Youtube Motorsport Vídeo: Como andaria um carro com pneus de Formula 1?

O que aconteceria se puséssemos pneus de Formula 1 num carro que não é? Bom, o pessoal do Driven Media decidiu fazer tal coisa, ao colocar quatro pneus Pirelli num Caterham, e começou a andar quer em pista, quer na estrada. 

Não é fácil, pois para poderem ser colocados, os eixos tinham de ser adaptados para poderem receber esses pneus, e depois disso, ver se têm a aderência necessária para 

Os resultados podem ver neste vídeo, e são bem engraçados!

Noticias: Sepang não quer regressar


Com a chegada das corridas americanas, e a ideia da Formula 1 a querer alargar o calendário para 25 provas, há quem se lembre da Malásia para receber a competição, algo do qual fez até 2017. Contudo, apesar dessas lembranças e apelos, os organizadores do GP malaio e do circuito de Sepang afirmam que não tem planos para o regresso.

Azhan Shafriman Hanif, diretor executivo do circuito, afirmou aos jornais locais que precisaria de um apoio significativo da comunidade empresarial malaia para poder trazer a Fórmula 1 de volta ao país. E quanto? Segundo eles, cerca de 43 milhões de euros. 

Devemos olhar para o panorama geral de forma holística, como a Fórmula 1 pode beneficiar não só a empresa mas também a Malásia em termos de marca, capacidade de proporcionar oportunidades de emprego, desenvolvimento de talentos e outros”, disse Hanif em entrevista a meios de comunicação locais. “Assim, quando pagamos pelos direitos de organização relativamente elevados [da Fórmula 1], o retorno deve ser alto em geral, não só do ponto de vista do SIC [Sepang International Circuit]”.

É por causa disso que a Malásia prefere receber a MotoGP, que é mais barato e mais popular, do que ter a Formula 1, cujo retorno é duvidoso, apesar da presença da Petronas, a petrolífera malaia, nos flancos dos carros da Mercedes há quase uma década, depois de ter ficado outra década nos da Sauber.