No ano em que se comemoram 25 anos sobre a sua coroação como
Campeão do Mundo de Formula 1, e também quando o seu apelido está de volta, através do seu filho Nico, é altura de lembrarmos a carreira e os feitos deste extrovertido finlandês de origem sueca, que foi um dos campeões mais inesperados de todos os tempos, num dos anos mais atribulados que a Formula 1 jamais teve.
Keijo Erik Rosberg nasceu a
6 de Dezembro de 1948 em Solna, arredores de Estocolmo, na Suécia. Começou a sua carreira na Formula Vê finlandesa, onde foi campeão nacional em
1973. Depois foi correr para a Formula Atlantic e Formula 2, sem grandes resultados. Quando chega à Formula 1, em
1978, tem 29 anos, e parece que vai ser mais um piloto sem grande história. Os resultados nesse primeiro ano, em que corre por duas equipas (Theodore e ATS), onde acumula não-qualificações e chegadas nos últimos lugares, são o espelho disso. Resultado: zero pontos.
Em
1979 não tem colocação na Formula 1… até que
James Hunt decide abandonar a Wolf a meio da temporada! Sem corredor à altura, decidem contratar Keke para seu primeiro (e único) piloto da equipa. A partir do GP do Mónaco, Rosberg tenta levar o seu carro ao fim, mas o melhor que conseguiu foi um nono lugar no GP de França, e pouco mais.
No final da temporada,
Walter Wolf decide vender a sua parte a
Emerson Fittipaldi, que funde ambas as equipas e fica com Rosberg para a temporada de
1980. A escolha veio a ser acertada: o finlandês termina em terceiro no GP da Argentina, dando o primeiro pódio de sempre à Finlândia. Segue-se um quinto lugar em Imola, e no final da temporada, fica em 10º lugar do campeonato, com
seis pontos, e
um pódio.
No ano seguinte, com Fittipaldi de saída, Rosberg ascende ao estatuto de primeiro piloto. Contudo, a equipa de origem brasileira debate-se com graves problemas quer em termos financeiros, quer em termos competitivos. No final da temporada, fica com zero pontos.
Contudo, as suas proezas não passam despercebidas a
Frank Williams, que anda à procura de um substituto para o retirado
Alan Jones. Escolhe Rosberg, e não se arrepende na escolha. Consegue dois segundos lugares nas três primeiras corridas do ano (Brasil e Long Beach), o que lhe coloca na liderança do campeonato, mas alguns dias mais tarde é desclassificado no GP brasileiro devido a ilegalidades relacionados com o lastro dos carros, cheios de água, que eram largados durante a corrida para os tornar mais leve...
Após o boicote de
San Marino, Rosberg repete um segundo lugar no tristemente célebre GP da Belgica, em Zolder, é terceiro em Zandvoort, faz a pole-position em Brands Hatch, disputa a liderança com Elio De Angelis na Austria, mas perde por poucos centímetros. Em Dijon-Prenois, palco do GP da Suiça, Rosberg domina e consegue almejar algo de inédito: uma vitória. A sua primeira e a de sempre para um piloto finlandês. Afinal, eles também podiam ganhar em pistas que não de terra...
Essa vitória colocava-o na liderança, disputando-a com
John Watson e um
Didier Pironi que não podia mais competir, devido ao seu acidente em Hockenheim. Em
Las Vegas, numa prova disputada no parque de estacionamento do Ceasar’s Palace, Rosberg chega em quinto e consegue os pontos suficientes para ser
Campeão do Mundo,
um dos mais inesperados de todos os tempos! Obteve
44 pontos,
uma vitória,
uma pole-position, e
cinco pódios.
Em
1983, a Williams ainda não tinha um motor Turbo, capaz de enfrentar a concorrência de
Renault,
Brabham e
Ferrari. Sendo assim, as hipóteses de defender o título eram escassas. Mas ainda teve bons resultados... fez a pole-position em Jacarépaguá, e ganhou no Mónaco, uma vitória só possível devido ao seu motor aspirado e à sinuosidade da pista monegasca... ainda chega em segundo em Detroit, mas é o último resultado de relevo até ao final do ano e a chegada dos motores Honda à equipa. No final da temporada, consegue um bom
quinto lugar na classificação,
com 27 pontos,
uma vitória,
uma pole-position e
dois pódios.
Para
1984, Rosberg tinha motores Turbo da Honda, mas eram pouco fiáveis. Para piorar as coisas, o chassis não era grande coisa. Mas isso não o impediu de fazer bons resultados em corrida. Foi segundo no Brasil, e ganhou no GP de Dallas, após uma luta feroz contra
Nigel Mansell... e o asfalto. No final da época, conseguiu
20,5 pontos, que lhe deram o
oitavo lugar na classificação.
Em
1985, Rosberg ganha um novo companheiro de equipa:
Nigel Mansell. Depois de um mau inicio de época, os Williams finalmente acertaram em termos de chassis e de motor, e os resultados apareceram naturalmente. Ganha em Detroit, faz a pole-position em Paul Ricard e Silverstone ( a sua média foi a mais alta de sempre durante 16 anos...), foi segundo no GP francês e na Africa do Sul, e inaugura a galeria dos vencedores do GP da Australia. Os
40 pontos conquistados dão-lhe o
terceiro lugar no campeonato, com
duas vitórias,
duas pole-positions e
cinco pódios.
Era a altura de partir para outras paragens, e em
1986 foi para a McLaren, coadjuvar o campeão do Mundo Alain Prost, pensando que com os motores
TAG-Porsche, poderia voltar a ser um sério candidato ao título. Contudo, os McLaren tiveram numa época atípica, constantemente batidos pelos... Williams. Rosberg só conseguiu
um pódio (2º no Mónaco), e no final da época, aos
38 anos, decidiu acabar com a sua carreira na Formula 1. Na sua época final, ficou no sexto lugar da classificação, com
22 pontos, e
um pódio.
A sua carreira na alta competição foi a seguinte:
114 Grandes Prémios, nas oito épocas em que competiu,
cinco vitórias, cinco pole-positions, 17 pódios e três voltas mais rápidas, com 159,5 pontos no total.
Nos anos seguintes, decidiu ser “manager” de jovens promessas do automobilismo do seu país, como
J.J. Letho e
Mika Hakkinen. Mas em
1989, decide voltar às pistas, conduzindo os Peugeot de Sport-Protótipos nas
24 Horas de Le Mans e no Mundial de Endurance. Em
1993, passou para o DTM, correndo na Opel e formando o
Team Rosberg. Dois anos mais tarde, decide arrumar de vez o capacete, concentrando-se na equipa e em ser o “manager” do seu filho Nico, preparando-o para entrar na Formula 1, onde está agora, ao serviço... da Williams.