domingo, 20 de maio de 2007

As história da Indy 500 - Edição de 1911



A história de uma das mais míticas corridas de automóveis, e agora a mais antiga competição a correr de forma continuada (somente interrompida durante as duas guerras mundiais) começou muito antes de 1911, data da primeira corrida oficial.

Com o inicio das corridas automobilísticas, no inicio do século, e o seu sucesso nos dois lados do Atlântico, as várias cidades queriam ter a sua corrida, não só para apoiar a nascente industria automobilística, como também para garantir uma imensa receita financeira, e atrair os adeptos.

Em 1909, um grupo de industriais de Indianápolis decide investir numa pista de 2,5 milhas, com o intuito de melhorar a qualidade dos carros de competição. A primeira corrida ocorreu a 19 de Agosto, e o vencedor recebeu uma medalha. Contudo, a superfície era feita numa mistura de brita e asfalto, e com as corridas, aliado ao imenso calor, ficou destruída, causando vário acidentes. Um mecânico e dois pilotos morreram devido aos vários acidentes. Sendo assim, os organizadores decidiram cobrir a superfície com 3,2 milhões de tijolos, dando à pista a sua alcunha: “The Brickyard”.

Em 1910, a pista foi testada em várias corridas durante esse ano, e no final, o seu proprietário, Carl Fischer, decidiu concentrar todas essa corridas numa só, que iria acontecer no último Domingo de Maio. Isso iria acontecer no ano seguinte.

A 30 de Maio de 1911, 80 mil espectadores assistiram, ao preço unitário de um dólar, à primeira corrida de algo que iria marcar a história do automobilismo na América e no Mundo. Os organizadores deram mais de 27.500 dólares em prémios, o maior “prize-money” até então. Quarenta carros qualificaram-se para esta corrida, a uma média de 75 milhas por hora.

Contudo, a grelha era definida pelas inscrições, em vez de ser pelos tempos feitos na qualificação. O “pole-position” era ocupado pelo “pace-car”, a primeira vez em que foi usado. A partida foi lançada, um procedimento que ficou até hoje.

Nessa corrida, alinhou a fina-flor do automobilismo americano de então: Ralph de Palma, David Bruce-Brown, Joe Dawson, Howdy Wilcox, Bob Burman, Arthur Chevrolet e Ray Haroun. Este último inovava em dois aspectos: o seu carro, o Marmon Vespa, era o único que corria sozinho (todos os outros transportavam mecânicos), e decidiu instalar um espelho retrovisor: era a primeira vez que tal coisa era usada em corridas.

A corrida foi disputada a alta velocidade, mas plena de incidentes. À volta 13, o Amplex de Arthur Greiner perdeu o controlo quando o aro da sua roda se partiu. Ele e o seu mecânico, Sam Dickinson, foram projectados e este morreu. Quando a corrida atingiu as 300 milhas, o carro de Joe Jagesberger teve problemas na coluna de direcção. Contudo, conseguiu parar o carro sem bater. O seu mecânico, John Anderson, saiu do carro para virar manualmente as rodas. Mal ele fez isso, Jagesberger acelerou em direcção das boxes… e esmigalhou as pernas do seu mecânico. Estendido na pista, Harry Knight, no seu Weston, vinha na sua direcção a 130 Km/hora. Anderson tentou levantar, mas não conseguiu, e para o evitar, Knight guinou o carro para as boxes, batendo no Apperton de Herbert Lyttle, que estava estacionado. Não morreu ninguém, mas a confusão foi total.


Imune a tudo isto estava Ray Harroun, que liderava desde as 200 Milhas. Ao fim de seis horas, 42 minutos e oito segundos, Harroun cortou a meta no primeiro lugar, a uma velocidade média de 120,8 km/hora. O segundo classificado, a mais de um minuto, ficou Ralph Mulford, num Lozier. Harroun ganhou um prémio de 10 mil dólares, e retirou-se da competição.

Esta primeira edição das 500 Milhas de Indianápolis foi um sucesso imediato, definindo a competição para os anos vindouros: grandes multidões, muito dinheiro, drama, tragédia humana e controvérsia. E mais uma corrida que irá povoar as mentes de milhões de pessoas, nos anos e gerações seguintes…

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