sábado, 24 de dezembro de 2016

É Natal!

Este ano temos sorte: o Natal calha num fim de semana. Dedicamos estes dias a comprar prendas, fazer o jantar da véspera, reunir a familia e simplesmente, conviver. E claro, olhamos para o ano que vai acabar dentro de uma semana e pensamos no que andamos a fazer.

Confesso que não tenho muito para dizer, é algo frustrante. Contudo, de certas coisas e atitudes que andei a ter, fico com a sensação de que estou a acumular para algo que vai acontecer mais tarde. Como cheguei este ano a uma idade marcante para toda a gente - hoje em dia, chegar aos 40 anos significa metade de uma vida - pensava que teria algo mais para apresentar. E se a frustração começa a acumular-se, é sinal de que as coisas tem de mudar um pouco para "abanar" a tua vida. Veremos, existem sinais nesse sentido.

Mas as frustrações nem sempre são materiais e monetárias. A falta de calor humano também ajuda nisso. Ter pessoas que amas longe de ti, e não vires se algum dia irás estar ao lado delas, faz-te perguntar se essas esperas valerão a pena, ou se, para amenizar essa falta, não seria melhor fazer outras coisas, esperando por dias melhores. Tenho de acreditar que esse dia chegará, para saber se toda essa espera vale a pena.

Contudo, não é altura de queixas. É altura de convívio, de fazer o melhor com aquilo que têm, desejar mais e melhor saúde - algo que tem vindo a faltar nestes últimos dez, doze dias - e esperar que em 2017, as coisas melhorem no campo pessoal. Sim, porque no resto do mundo, é melhor cavar o abrigo nuclear por causa do Presidente Trampa...

Enfim, desejo-vos um Bom Natal a todos.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

A imagem do dia

Se estivesse vivo, Michele Alboreto faria hoje 60 anos de idade. Um dos pilotos mais conhecidos dos anos 80, tornou-se num dos últimos pilotos italianos a correr na Ferrari - o último com Enzo Ferrari ainda vivo - e em 1985 foi vice-campeão do mundo, pagando o preço pela pouca fiabilidade do seu carro. Para terem uma ideia, não pontuou nas últimas cinco corridas dessa temporada.

Mas depois da Formula 1, o piloto italiano teve uma segunda carreira na Endurance, vencendo nas 24 Horas de Le Mans de 1997 e nas 12 Horas de Sebring de 2001, ambos pela Audi. Esta última vitória apareceu, tragicamente, um mês e meio antes do seu acidente mortal, a 25 de abril de 2001, no circuito de Lausitzring.

Onde quer que esteja, sempre o recordamos.

No The Grand Tour desta semana...



... os "Três Estarolas" foram a paragens finlandesas para passar o Natal, gozar com os romances policiais que são feitos por lá. Lá veremos Kimi Raikkonen morrer de frio, Jeremy Clarkson num Ford Focus para provar que é melhor do que um Mustang guiado por Richard Hammond (e a comer queijo!), tretas para oferecer no Natal e uma homenagem ao duelo Ford-Ferrari nas 24 Horas de Le Mans, que comemorar agora meio século.

Enfim, eis o programa desta semana. Bom Natal a todos!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

O delicado estado de Carlos Reutemann

Um dos heróis nacionais vivos da Argentina, Carlos Reutemann vive tempos complicados. Agora senador, o antigo piloto da Brabham, Ferrari, Lotus e Williams, de 74 anos, está desde o inicio do mês passado nos Estados Unidos a recuperar de uma operação à vesícula. O Senado argentino decidiu dar-lhe uma licença de 60 dias a "Lole" para tratar dos seus problemas de saúde.

O próprio Reutemann confirma os problemas de saúde, afirmando que "a recuperação será longa e lenta".

Nascido a 12 de abril de 1942, em Santa Fé, chegou à Formula 1 30 anos depois, alcançando uma inesperada pole-position no GP de Argentina. A sua primeira vitória aconteceu em 1974, no GP da África do Sul, e ganharia por mais três vezes até passar para a Ferrari a meio de 1976, como substituto de Niki Lauda durante o seu tempo de ausência. Manteve-se em 1977 e 78, acabando por vencer por mais cinco vezes. Em 1979, passou para a Lotus, mas apesar de ter conseguido quatro pódios, não venceu.

Em 1980, passou para a Williams, onde venceu no Mónaco, e no ano seguinte, causou polémica ao desobedecer as ordens de ceder a vitória para Alan Jones no GP do Brasil. Voltou a vencer na Bélgica, e lutou pelo titulo mundial até perder a favor de Nelson Piquet. A sua última corrida foi o GP do Brasil de 1982, com quase 40 anos de idade.

Para além disso, Reutemann tornou-se num dos poucos pilotos de pista a conseguir pontuar nos ralis (outros foram os finlandeses Leo Kinnunen e Kimi Raikkonen), ao ser terceiro classificado nas edições de 1980 e 85 do Rali da Argentina. 

Noticias: Wolff acha dupla Hamilton-Wehrlein "instável"

A cada dia que passa, parece que a Mercedes irá escolher Valtteri Bottas para o lugar de Nico Rosberg, e a equipa de Grove irá prolongar a presença de Felipe Massa em 2017. Isto é cada vez mais possível depois das noticias que indicam que Massa já assinou para continuar na Formula 1 e que a marca dos Flechas de Prata ter adiado o anuncio do segundo piloto para 2017, o que descarta cada vez mais a ideia de que ele será o escolhido, já que o piloto faz parte dos quadros da marca, e ele seria uma escolha ideal.

Toto Wolff diz que quer tranquilidade na equipa na proxima temporada. “Lewis e Pascal seria uma combinação explosiva. O que eu quero evitar é o cenário ‘Alonso-Hamilton’ [em 2007 na McLaren]”, declarou o chefe da Mercedes em entrevista ao diário ‘Kolner Express’. Segundo se fala na imprensa local, Wehrlein vai ser piloto da Sauber em 2017, apesar de não haver qualquer ligação da Mercedes com a equipa suíça, neste momento.

Contudo, David Ryan, diretor de corrida da Manor, acha que a Mercedes faz mal se não escolher Wehrlein ja em 2017, para substituir Nico Rosberg,  pois acredita que as pessoas têm uma impressão errada do piloto alemão. “Ele é um grande talento, um excelente rapaz, e parece-me que há pessoas que têm uma opinião errada sobre ele. Eu parece-me que ele é um piloto de topo, está completamente focado no seu trabalho. Não sei como a Force India chegou à decisão que tomou, mas isso é problema deles” disse Ryan à imprensa alemã.

Bottas, contudo, tem uma coisa interessante sobre ele: Toto Wolff é o seu "manager" e caso ele seja o escolhido, a sua relação teria de ser diferente. Deixaria de ser o seu "manager" e limitaria a ser o seu patrão na Mercedes devido aos conflitos de interesse que pairariam na marca. Até poderá ser profissional e tomar decisões inatacáveis, mas caso cometesse um erro, as criticas apareceriam logo por cima...

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Youtube Motorsport Movie: O inicio de Grand Prix

Faz hoje precisamente 50 anos que, nos Estados Unidos, estreava-se no cinema um dos filmes mais memoráveis do automobilismo, "Grand Prix". Realizado por John Frankenheimer, com James Gardner, Yves Montand e Toshiro Mifune como atores principais, data a vida do uma eventual temporada de 1966 de Formula 1.

A história é simples: Pete Aron, piloto americano da Jordan, é despedido depois de provocar um acidente com o seu companheiro de equipa, o britânico Scott Sttodard, no GP do Mónaco. Desempregado, vai para a Yamura, de um ambicioso construtor japonês, e começa a envolver-se na luta pelo titulo entre Sttodard e o Ferrari do francês Jean-Pierre Sarti. A luta é a três, que terá um auge em Monza, onde Aron supera Sttodard, enquanto que Sarti sofre o seu acidente fatal. A cena final é Aron, na meta, com a pista vazia, contemplando o horizonte com alguma angustia, mas com esperança de uma nova temporada, onde defenderá o seu título.

"Grand Prix" tornou-se num filme inesquecivel devido às suas sequências filmadas dos cockpits dos carros. Não eram Formula 1 verdadeiros - muitos eram carros de Formula Junior - e outras cenas foram filmadas no cockpit de um Ford GT40 guiado por Phil Hill, que atuou como um dos conselheiros do filme. Outros pilotos ajudam no filme, como Bruce McLaren, que cede os seus carros da sua recém-criada equipa. Aron (Gardner) usa o capacete de outro neozelandês, Chris Amon.

Inicialmente, havia planos para filmar no Nurburgring Nordschleife, mas isso acabou por não acontecer porque Steve McQueen queria fazer o seu filme automobilístico. Tinha um projeto com John Sturgis chamado "The Day of The Champion", e a ideia era de filmar no circuito alemão. A equipa de filmagens entregou bobines dessas filmagens, mas por esta altura, McQueen filmava "The Sand Pebbles" e os atrasos nas filmagens tornaram-se tais que o projeto acabou por ser arquivado de vez. Só quatro anos depois é que conseguiu fazer esse seu projeto. Seria "Le Mans".

Estreado nos Estados Unidos a 21 de dezembro de 1966, foi um sucesso de bilheteira, sendo um dos dez filmes mais rentáveis do ano. E acabou por ganhar três prémios da Academia, melhores efeitos sonoros, melhor edição e melhor som. E claro, também entrou na mente de todos os que já viram ao longo destes 50 anos.

A(s) image(ns) do dia








Depois da Ford, Toyota e Hyundai, já faltava vermos a nova máquina da Citroen, já que o carro da Volkswagen para 2017 vai para o museu sem se estrear nos ralis. Com Kris Meeke como piloto principal, espera-se que recupere a hegemonia perdida nos últimos anos para os alemães da Volkswagen, a partir do Rali de Monte Carlo. 

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Formula 1 em Cartoons: Convencer Massa a ficar (Pilotoons)

Para a Williams convencer Felipe Massa a ficar por mais uma temporada, parece que vale tudo, como mostra o Bruno Mantovani.

A anatomia de um regresso?

Vimos no passado mês de Novembro Felipe Massa a despedir-se, emocionado e à chuva, do público brasileiro, depois de bater forte na volta 49 daquele que era o seu último GP do Brasil. Debaixo de fortes aplausos do público e de toda a Formula 1, parecia que a carreira do piloto de 35 anos, e desde 2002 na categoria máxima do automobilismo, tinha alcançado o seu final.

Pois bem, isso poderá ter sido... prematuro. A (inesperada) retirada de Nico Rosberg baralhou tudo, e apesar da Mercedes ter dito que a escolha do seu substituto só será feita em 2017, muitos acreditam que Toto Wolff fez uma oferta à Williams para que liberte Valtteri Bottas por uma soma de dinheiro equivalente a aquilo que a equipa de Grove paga pelos seus motores. E como eles não querem outro junior ao lado do estreante Lance Stroll, eles decidiram virar-se para Felipe Massa, que seria pago pelo patrocinador principal, a Martini, e claro, pelo pessoal que colocou o jovem canadiano na equipa. Assim, a retirada seria adiada para 2018, altura em que o pelotão da Formula 1 estará bem mais agitado do que agora.

A hipótese foi levantada no final da semana passada pelo jornalista brasileiro Livio Orrichio, que no seu sitio, compara Massa a D.Pedro de Alcântara, o futuro D. Pedro I do Brasil (e IV de Portugal) no seu "dia do Fico", a 9 de janeiro de 1822, sete meses antes da independência. Ou seja, a sua carreira seria prolongada por um ano e em troca, teria melhores condições das que tem agora. Ainda por cima, também veria regressar à Williams o engenheiro Paddy Lowe, que esteve na equipa até ao final do ano. E o detalhe é que iria para lá sem "anos sabáticos", do qual alguns engenheiros tem de passar, para evitar segredos industriais e algo semelhante. E também porque Pat Symmonds deseja reformar-se dentro em breve. 

Quanto a esta última parte... hoje foi confirmado. Symmonds vai se embora no final do ano e é uma questão de tempo até Lowe ir para ali. O resto, a acontecer, será por um valor interessante: sete milhões de euros. Pelo menos é isso que a Martini, o "major sponsor" da equipa, pretende pagar para manter Massa, porque pretende ter um piloto maduro para mostrar... o seu produto. É que Lance Stroll tem apenas 18 anos, e há certos lugares do mundo em que essa idade ainda não é a legal para que possam consumir álcool...

E resta saber se eles vão receber os motores de 2017 de graça. Pelos vistos, parece que sim, o que seria um grande alivio para o orçamento da marca.  

Claro, é uma grande história. Mas há quem afirme que tudo isto pode não passar de uma bela história... de Natal. Pelo menos, é o que se pode ler no sitio do Joe Saward. Segundo ele, um post escrito no mesmo dia em que o Livio Orrichio escreveu aquele que vos referi anteriormente, ele afirma que entre "clickbaits" para atiçar o pessoal em alturas do Natal para não deixarem de visitar os seus lugares - e até afirma que em breve ouviremos o mesmo em relação a Maurizio Arrivabene... - até considerar que as chances de Valtteri Bottas de aterrar naquele lugar são tão boas como as de... Forrest Gump. E ainda acaba com uma citação de Oscar Wilde, afirmando que "pior do que falar mal é não falar de forma alguma".

O sarcasmo britânico no seu melhor...

Mas, por muito que isto tenha mais ficção do que realidade (ou o seu contrário), isto é como as lendas: há sempre um fundo de verdade. Pode ser que é real, mas não da maneira como um "pinta". Pode ser que no final está tudo decidido a favor da solução mais simples, aquela que todos esperam desde o dia em que Nico Rosberg anunciou inesperadamente a sua retirada. E que só o vão anunciar mais tarde porque querem ver o circo a arder. É tão simples quanto isso.

Enfim, Bom Natal a todos.

O cartão de Natal do Tio Bernie, versão 2016

Por fim, chegou o tão aguardado cartão de Natal do Tio Bernie, e este ano, não desiludiu, pois falou sobre o famoso final do GP do México de 2016, onde tivermos três terceiros classificados por causa da confusão das últimas voltas e dos insultos do Sebastian Vettel a mandar o Charlie Whitting à aquela parte.

Claro, os pilotos da Red Bull a olharem-se uns aos outros para saber se tem lugar por ali, e o velhote de óculos espreitando na parte de baixo da árvore. Ao menos podiam ter desenhado a cena em que o Nico o pega ao colo, como fez em Abu Dhabi... 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

A(s) image(ns) do dia







Daqui a duas semanas, em Assuncion, a capital do Paraguai, a Peugeot começará a tentar alcançar a vitória no Rali Dakar de 2017. Sebastien Loeb, Carlos Sainz e Stephane Peterhansel vão andar pelo deserto sul-americano para tentar superar os Mini e os buggy, entre outros.

A máquina parece ser agressiva e os treinos extensivos parece indicar que eles são os favoritos para a vitória. Mas como todos nós sabemos, estes ralis são verdadeiras caixinhas de surpresas...

domingo, 18 de dezembro de 2016

Este circuito pode ter os dias contados

É famoso, mas nunca vimos ali qualquer corrida. Aparece duas vezes por ano, durante algumas semanas, e a sua fama é tal que já apareceu em jogos. E tal como a esmagadora maioria das pistas na Grã-Bretanha, já foi um aeródromo. A pista de Dunsford é o local ponde são filmados os testes para o programa de televisão Top Gear desde que foi reinventado, em 2002, e que continuou a ser usado mesmo após a saída dos "Três Estarolas", Jeremy Clarkson, Richard Hammond e James May, em 2015. 

Mas poderá ter os dias contados: a Jalopnik anunciou este sábado à noite que a pista poderá ser demolida para dar lugar a um complexo habitacional. A votação aconteceu esta quarta-feira, no conselho local de Waverly Borough, no condado de Surrey, e a decisão não foi unânime. Aliás, dez votaram a favor e oito votaram contra. 

A ideia, caso vá para a frente, é de construir um complexo habitacional com cerca de cem casas para pessoas de baixos rendimentos, para complementar o complexo industrial existente à volta da pista, que alberga cerca de cem industrias.

Veremos até que ponto isto vai para a frente. Caso aconteça, é o final de uma certa era.