sábado, 13 de abril de 2013

WRC 2013 - Rali de Portugal (Dia 2)

E no segundo dia do Rali de Portugal, parece que tudo poderá ter sido decidido. Dani Sordo abandonou quando disputava taco-a-taco a liderança do rali com Sebastien Ogier, e Thierry Neuville, que era o melhor dos Ford, também acabou por abandonar, deixando os Volkswagen de Sebastien Ogier e Jari-Matti Latvala sozinhos na frente e a caminho de dar à marca de Wolfsburgo a terceira vitória consecutiva no Mundial, e a terceira vitória de Ogier em terras portuguesas, colocando-o cada vez mais líder. E ele têm vindo a falar que não está em forma...

O dia começou com um duelo entre Sordo e Ogier, com Latvala e Mikko Hirvonen à espreita. Os quatro primeiros partiam para uma série de classificativas onde a sua dureza iria ser um grande teste aos carros e aos pneus. Contudo, a primeira grande baixa foi a de Thierry Neuville. O piloto belga da Ford, que tinha partido do quinto lugar no inicio do dia, bateu contra uma pedra na classificativa de Santa Catarina da Serra e danificou a sua suspensão frente-direita, obrigando-o a abandonar. 

A desistência de Neuville aliviou Hirvonen da pressão que fazia pelo quarto posto, mas o finlandês da Citroen não conseguia chegar-se à frente, apesar de estar perto do trio. Contudo, mais adiante, na primeira passagem por Santana da Serra, o desastre acontecia para a equipa francesa: Dani Sordo sofreu um acidente e os danos foram tais que foi obrigado a desistir. E logo na pior altura possível  pois ele já tinha recuperado três dos 4,4 segundos de desvantagem que tinha para Ogier.

E a partir dali, Sebastien Ogier destacou-se: na parte da tarde, o piloto francês da Volkswagen ganhou as quatro últimas classificativas do dia e conseguiu abrir uma vantagem superior a 30 segundos sobre Latvala, que lutou para o conseguir apanhar, mas de forma inutil. Mikko Hirvonen acompanhava-os, mas era mais pela sua consistência e não pela sua rapidez. Estava perto de Jari-Matti Latvala, mas já tem 39 segundos de atraso sobre Ogier.

Evgueny Novikov é quarto, e é o melhor dos Ford, mas a diferença é abismal: quase quatro minutos. E o russo "roda sozinho", pois o quinto classificado, o qatari Nasser Al-Attiyah, já está a seis minutos de Ogier e já tem mais de dois minutos de atraso sobre Novikov. O norueguês Anders Mikkelsen é sexto, no terceiro Volkswagen, na frente do holandês Denis Kuipers, que é sétimo neste seu regresso aos ralis e aproveitando os problemas de Martin Prokop, que desceu para o oitavo posto. O finlandês Esapekka Lappi é o nono e o melhor dos WRC2, enquanto que a fechar os pontos está o arabe Khalid al-Qassimi, num Citroen.

Quanto a Robert Kubica, depois de regressar à estrada via o Rally2, teve problemas ao longo do dia com a sua caixa de velocidades hidráulica, que o usa para poupar a sua mão direita, que está a recuperar do acidente, e acabou por passar para a caixa manual."É um milagre ter chegado ao final desta especial", referiu na altura o piloto polaco. "Pelo menos foi um bom exercício para o meu braço...". Contudo, isso não foi o suficiente para levar o seu carro adiante, pois acabou por desistir por alturas da última classificativa do dia.

O rali de Portugal termina amanhã.

Em direto: European Le Mans Series


European Le Mans Series 2013 - Live por ELMS
E se esta madrugada já mostrei a primeira corrida dos V8 Supercars no circuito neozelandes de Pukehoke, esta tarde mostro também por aqui a roda de abertura da European Le Mans Series, uma das corridas que fazem parte do fim de semana de Endurance em Silverstone, cujo auge será as Seis Horas de Silvberstone, prova de abertura do WEC, o campeonato do Mundo de Endurance.

E nos primeiros minutos, isto já te tornou interessante, com o asfalto húmido e um despiste logo nos primeiros metros...

Já agora, o Rodrigo Mattar também está a transmitir esta corrida no seu blog.

Formula 1 2013 - Ronda 3, China (Qualificação)

Xangai foi a qualificação de que muitos esperavam, mas não o seu resultado final. Não esperavam ver os Red Bull fora do "top three", não esperavam ver Lewis Hamilton na "pole-position", e não esperavam que o resultado final fosse tão "no fio da navalha". Mas aconteceu, e Hamilton deu à Mercedes a sua primeira pole-postion do ano, precisamente no mesmo local onde, doze meses antes, a marca de Estugarda venceu pela primeira vez desde o seu regresso à Formula 1.

Ao seu lado, no segundo lugar, está o Lotus de Kimi Raikkonen, fazendo o possível para que a velha profecia possa ser concretizada, enquanto que Fernando Alonso vai ser o terceiro na grelha, na frente de Nico Rosberg, Felipe Massa e Romain Grosjean.

Mas essencialnente, esta qualificação foi mais uma escolha entre os pneus mais macios e os mais duros. Quem usou os macios agora terá dificuldades em usá-los na corrida, pois poderão desfazer-se em menos de dez voltas, e foi por isso que muitos decidiram poupar nos pneus, ora reciclando, ora abdicando de dar voltas na Q3. 

E foi por causa disso que vimos por exemplo, pilotos como Daniel Ricciardo a entrarem na Q3, com o seu Toro Rosso - vai ser o sétimo na grelha - enquanto que Sebastian Vettel decidiu não fazer uma volta na Q3 para poupar nos pneus - depois de ter falhado uma travagem - tal como Nico Hulkenberg. Jenson Button fez uma volta muito lenta (dois minutos e cinco segundos!) e vai ser o oitavo na grelha.

Mark Webber não conseguiu entrar, mas aí, ele vítima de um problema com a pressão de combustivel no Q2. Por causa disso, ele será apenas o 14º a largar. Mas isso não acabou por aqui, porque algum tempo depois, descobriu-se que ele não tinha combustivel suficiente no seu carro e foi relegado para a última posição da grelha.

Atrás, no final da grelha, entre os que ficaram no Q1, estão (quase) todos os "rookies": o Williams de Valtteri Bottas e o Sauber de Esteban Gutierrez, bem como os Marussia e os Caterham. Mas desses dois, a Marussia está bem melhor, e Jules Bianchi é definitivamente o melhor deles todos.

A corrida de amanhã, apesar de se ir disputar em piso seco, poderá ser outra lotaria com o tipo de pneus que os pilotos irão usar. Como já foi dito atrás, poderemos ver pilotos a irem para as boxes nas primeiras seis ou oito voltas porque os pneus moles se irão degradar de um modo atroz, enquanto que os que pouparam pneus, ou os que partirão com duros, serão largamente recompensados. 

Em suma: quem poupar mais nos pneus será o vencedor. 

V8 Supercars, ao vivo!


Este fim de semana não é só Formula 1 e Rali de Portugal. Também podem ver os V8 Supercars australianos, em direto do circuito... neozelandês de Pukehoke. E a V8 vale sempre a pena! Em direto aqui no blog.

Youtube Rally Crash (II): O acidente de Mads Ostberg

Um dos grandes destaques no primeiro dia deste Rali de Portugal foi o acidente do piloto da Ford, Mads Ostberg, que liderava este rali no inicio da quarta classificativa. Na segunda passagem por Mú, o norueguês, que tinha vencido na edição do ano passado, entendeu mal uma nota e acabou a capotar fortemente o seu carro. Apesar dos danos não serem aparentemente grandes, caiu muito e acabou por abandonar.

Contudo, Ostberg poderá regressar amanhã sob o "Rally2". Veremos. 

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Youtube Rally Crash: uma curva demasiado apertada para Kubica

A passagem de Robert Kubica pelo Rali de Portugal está a ser atribulada: o piloto polaco teve três furos em quatro classificativas e acabou por desistir quando fazia a ligação a Lisboa para fazer a classificativa de encerramento do primeiro dia do rali. O motivo? Mais um furo! Ficou sem pneus suplentes e decidiu não arriscar. Apesar de tudo, ele irá regressar amanhã no modo "Rally2".

De uma ceta maneira é pena, porque o piloto polaco era o segundo classificado na classificação do WRC2, atrás apenas do finlandês Esapekka Lappi. Para quem se estreava em classificativas de terra, até nem era mau, apesar destes excessos como mostro neste video...

Kimi Raikkonen vai vencer o GP da China!

O titulo provocador só será verdadeiro se a tendência acontecer. É uma noticia da Reuters e quem me mandou esta noticia foi o meu camarada Daniel Médici: sempre que morre um primeiro-ministro britânico, um carro da Lotus vence um Grande Prémio nas semanas a seguir em que tais eventos acontece.

Segundo o jornalista Alan Baldwin, existe uma coincidência entre o desaparecimento de uma personalidade tão importante e a vitória de um carro da marca fundada por Colin Chapman. Quando Clement Attlee morreu, a 8 de outubro de 1967, Jim Clark foi o vencedor do GP do México, realizado quase duas semanas depois, e que foi também a corrida de encerramento dessa temporada.

Claro, em 1995 a Lotus desapareceu de cena, voltando apenas em 2010. Mas nessa altura, a equipa que iria herdar o nome, a Benetton, estava por lá, a vencer corridas com Michael Schumacher. E em 2002 a Benetton saiu de cena para dar lugar à Renault, que ficou com o mesmo nome até à temporada de 2012. Em 1995, quando morreu Harold Wilson, isso aconteceu quatro dias antes do GP do Mónaco. O vencedor? Michael Schumacher. Poucos meses depois, em outubro, foi a vez de Alec Douglas-Home, e isso aconteceu quinze dias antes do GP do Pacifico, outra corrida ganha por... Michael Schumacher.

Em 2005, outros dois primeiros ministros britânicos acabaram por morrer: James Callaghan e Edward Heath. O primeiro morreu a 26 de março, poucos dias antes de Fernando Alonso vencer o GP do Bahrein, a bordo do seu Renault. E a 17 de julho desse mesmo ano foi a vez de Heath, poucos dias antes de o piloto das Asturias vencer o GP da Alemanha.

E ainda há mais uma coincidência interessante: Mark Thatcher, o filho de Margaret, e que na sua juventude esteve interessado no automobilismo - e perdeu-se nas areias do deserto argelino durante um Rally Dakar - foi o representante da... Lotus na América do Norte.

A única coincidência não existente foi em 1965, quando Winston Churchill morreu. Mas mesmo ali há uma nuance: a primeira corrida após a morte do estadista foi o GP do Mónaco, a 30 de maio, e foi vencida pelo BRM de Graham Hill. Jim Clark estava ausente, pois disputava nesse mesmo dia as 500 Milhas de Indianápolis, a bordo de uma Lotus. E ele foi... o vencedor.

Assim sendo, temos de começar a olhar com maior atenção a Kimi Raikkonen e a Romain Grosjean. E como sabem, o piloto finlandês foi o vencedor da prova de abertura, na Austrália...

WRC 2013 - Rali de Portugal (Dia 1, manhã)

A manhã do primeiro dia do Rali de Portugal, em terras algarvias, está a demonstrar que isto está a ser um duelo a dois entre o Citroen de Dani Sordo e o Volkswagen de Sebastien Ogier. Agora é o francês da Volkswagen a levar a melhor, mas nas quatro classificativas realizadas durante a manhã, Sordo venceu duas, com uma do Ford de Mads Ostberg, que é a primeira grande baixa, já que saiu de estrada na quarta classificativa.

O fator que decidiu esta manhã de rali foram os pneus, com Ogier a escolher uma mistura mais macia, para poder superar Sordo, que partia imediatamente atrás de si e queria aproveitar a limpeza dos troços para ser o melhor e ficar no comando do rali, mas o francês da Volkswagen fez o melhor tempo no primeiro troço e conseguiu passar para a frente, resistindo aos ataques de Sordo, que venceu os troços seguintes

O norueguês Mads Ostberg, o vencedor no ano passado, tentou acompanhar os dois outros pilotos e conseguiu vencer um dos troços da manhã, mas na nova passagem por Mú, perdeu o controle do seu carro e capotou com o seu carro. Depois de ver os estragos, colocou as fotografias do carro e comentou no Twitter: “Isto é o que acontece quando se entra em quinta velocidade, numa curva 'cega' de quarta velocidade. Acabamos fora de estrada. Sinto-me um pouco em baixo neste momento...”, referiu.

Outro que tem tido problemas foi o norueguês Anders Mikkelsen, que tem problemas na direção assistida do seu Volkswagen, perdendo mais de três minutos para os da frente. Quanto a Robert Kubica, o piloto polaco está a tentar arranjar o radiador, que tem um grande buraco, provocado provavelmente por uma pedra. Por causa disso, reduziu o andamento para evitar o sobreaquecimento do motor.

Na classificação geral, depois dos dois primeiros vêm Jari-Matti Latvala, que está a dar-se bem com a prova portuguesa, pois é terceiro, a 11,3 segundos do seu colega de equipa, e à espera que algum dos pilotos cometa um deslize para poder aproveitar: “O 'feeling' do carro está a melhorar, mas podemos melhorá-lo. Vou fazer algumas laterações na suspensão, talvez resultem.”, afirmou o piloto finlandes. O seu compatriota Mikko Hirvonen é o quarto, a 17,1 segundos, na frente de Thierry Neuville, agora o melhor dos Ford, e a 28 segundos da liderança. 

O rali prossegue esta tarde com uma classificativa especial em Lisboa.

Youtube Movie Trailer: O segundo "trailer" de Rush

Segunda feira saiu o trailer de "Rush", o filme de Ron Howard sobre a temporada de 1976 e a disputa entre Niki Lauda e James Hunt., bem como o acidente de Nurburgring, onde o piloto austriaco ficou entre a vida e a morte e regressou à competição 40 dias depois. 

Todos já o viram o primeiro trailer, mas não esperava que quatro dias depois, os produtores do filme colocassem um segundo trailer no ar. Com Chris Hemsworth como James Hunt e Daniel Bruhl como Niki Lauda, este é um pouco mais longo e mais interessante de se ver.

O filme estreará nas salas de cinema um pouco por todo o mundo a 13 de setembro.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Youtube Motorsport Crash: Ingo Hoffman, Formula 2, Estoril 1977

O Adriano Favetta meteu este video no Youtube sobre uma corrida de Formula 2 em 1977, onde Ingo Hoffman se safou de boa de um capotamento. 

Existem algumas coisas interessantes neste video. Primeiro, a corrida foi no Autódromo do Estoril. A segunda, o contraste entre a apresentação a cores e as imagens a preto e branco é que por essa altura, em Portugal, ainda estavam a escolher o sistema que iria receber a transmissão a cores. Só em 1980 é que começaram as emissões a cores em Portugal, e escolheram a alemã PAL.

Terceiro: o narrador da corrida é o saudoso Adriano Cerqueira, um dos melhores a comentar o automobilismo durante mais de vinte anos no canal do Estado, a RTP.

E na 5ª Coluna desta semana...

(...)"A corrida, para quem se lembra, foi disputada sob tempo intermitente. Os pilotos trocavam frequentemente de pneus, dependendo das condições da pista, ora secava, ora ficava molhada com a chuva miudinha que caia ali. Senna trocou menos vezes de pneus porque houve uma altura em que preferiu ficar na pista um pouco mais de tempo para ver se voltava a chover, enquanto que Prost e Hill trocaram de pneus. Quando voltou a chover, Senna sentiu-se recompensado, enquanto que os pilotos da Williams faziam nova troca e perdiam imenso tempo para o piloto da McLaren. 

O mais bizarro daquela corrida - e que poucos lembram, mas essa nunca esqueci - foi uma passagem abortada pelas boxes. Senna fez uma volta completa na pista, dando o máximo, e na parte final, passou pelas boxes sem parar, e toda a velocidade (ainda não havia o limite de velocidade nas boxes). O resultado foi ele ter feito a volta mais rápida da pista e demonstrando que existia um atalho suficientemente curto para que as pessoas que se lembrassem de passar por ali, conseguissem ser bem mais velozes e ganhassem mais tempo aos que estavam na pista. Curiosamente, ninguém mais usou esse truque..." (...)

Esta semana, aproveitando a coincidência do aniversário e o numero redondo que ela significa, recordeiu a corrida e pensei o quanto tempo é que já passou desde daquele dia, daquela volta e dos feitos de pilotos como Ayrton Senna, Rubens Barrichello, da face de contentamento de Tom Wheatcroft, o homem que levou a Formula 1 até aquela pista, do troféu do Sonic, e de muitas outras coisas mais. E até que ponto em que notamos a passagem do tempo e que, parecendo que foi no ano passado, afinal de contas, passaram-se vinte anos.

Tudo isso e muito mais, podem ler aqui.  

Rali de Portugal - Qualifying Stage

E o melhor foi... Dani Sordo. Embalado pela vitória no fim de semana passado em Fafe, o piloto espanhol da Citroen deu o seu melhor e estabeleceu o melhor tempo na Qualifying Stage desta manhã, disputada no troço de Vale do Judeu. Sordo completou os 4,98 quilómetros desta especial em 3.01,618 segundos, batendo os Volkswagen de Sébastien Ogier por 700 centésimos e o de Jari-Matti Latvala por 855 centésimas. O Ford de Mads Ostberg, e vencedor do Rali de Portugal no ano passado, ficou no quarto lugar, a 901 centésimos de Sordo, na frente do segundo Citroen de Mikko Hirvonen, que não conseguiu acompanhar o ritmo dos mais rápidos, ficando a 1,3 segundos de Sordo.

Após a qualificação, os pilotos poderiam escolher os lugares em que desejam arrancar para o rali, amanhã. E Sordo resolveu arrancar do 13º posto, o último dos WRC, para tentar beneficiar da limpeza dos troços. O piloto da Citroën explicou depois que "as previsões dão pouca chuva ou nenhuma para amanhã pelo que penso que a melhor posição para sair é o mais atrás possível". Sebastien Ogier vai ficar imediatamente à sua frente, no 12º lugar, enquanto que Jari-Matti Latvala será o 11º a partir. Mads Ostberg será o décimo, enquanto que o primeiro a partir será o holandês Dennis Kuipers, da Ford.

O piloto holandês do Ford Fiesta WRC que veio substituir o finlandês Juho Hänninen, referiu que "atentendo ao estado dos troços não seria muito prejudicado por ser o primeiro carro na estrada e, por isso, vou tentar fazer o melhor possível, apesar de ter consciência que nunca serei muito beneficiado".

O rali de Portugal parte amanhã para a estrada.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Uma parceria improvável

Jarno Trulli parece que se afastou de vez do automobilismo, depois de ter sido dispensado da Caterham no inicio de 2012. Nascido e criado em Pescara, no Abruzzo italiano, a familia Trulli tem uma vinha do qual faz vinhos e parece que esse está a ser cada vez mais o seu negócio. E agora, apresentou uma garrafa de vinho com um parceiro improvável: o ator de filmes pornográficos Rocco Siffredi.

A garrafa especial, uma variedade do Montepulciano D'Abruzzo, será chamada de "Rocco", em homenagem ao ator. "O vinho tem um erotismo profundo e, ao lado da pessoa certa, é capaz de criar uma atmosfera perfeita para uma noite de diversão. Meu caro amigo Jarno produz excelentes vinhos e foi pago para produzir esta nova etiqueta com o meu nome", disse Siffredi durante a sua apresentação.

Quanto a Trulli, o ex-piloto afirmou que o conheceu há muito tempo, durante um fim de semana do GP da Hungria. A amizade surgiu pouco depois, e foi fácil passarem a parceiros de negócio. Quando perguntaram sobre o melhor acompanhamento. as respostas foram diferentes: Trulli comentou que "um bom queijo pecorino" seria o ideal, enquanto que Siffredi afirmou que “esse vinho é feito para tomar com mulheres”.

Trulli, atualmente com 38 anos, correu entre 1997 e 2011 em equipas como Minardi, Prost, Jordan, Renault, Toyota, Lotus e Caterham, e teve uma vitória em toda a sua carreira, no GP do Mónaco de 2004.

Helmut Marko: "Não daremos mais ordens de equipa"

Três semanas depois da polémica de Sepang, Helmut Marko, o consultor da Red Bull, disse agora, a poucos dias do GP da China, que a equipa austríaca não dará mais ordens de equipa. “Nunca mais daremos ordens de equipa”, garantiu numa entrevista ao diário alemão Sport Bild. A decisão tomada pela cúpula serve para que a equipa não se envolva em mais polémicas como a que aconteceu há três semanas, na pista malaia.

Durante quatro anos, Vettel e Webber correram juntos na nossa equipa. Sebastian foi vice-campeão uma vez e três vezes campeão. As estatísticas falam por si só. Não há motivos para pensar que o equilíbrio de forças vai mudar”, afirmou o ex-piloto e agora consultor da Red Bull.

As declarações de Marko surgem na mesma altura em que Sebastian Vettel disse à BBC que não iria pedir desculpa por ter vencido na corrida malaia.“Não me desculpo por vencer. Em primeiro lugar, fui contratado para isso e é por essa razão que estou aqui”, declarou. “Eu adoro correr e foi isso que fiz”, justificou.

O GP da China é neste domingo, e Vettel é o lider, com 40 pontos. 

Youtube Racing Test: dos 0 aos 300 por hora em menos de 13 segundos

Estes tempos andam algo loucos com esta "corrida de velocidade" para sabem quem tem o carro de produção mais veloz do mundo. Se noutro dia coloquei aqui o video sobre o Hennessey Venom GT, um supercarro de chassis Lotus Exige, com um motor de sete litros, que é capaz de fazer 427 km/hora em duas milhas (3200 metros), agora surgiu um video vindo da "Mãe Russia" de um Nissan GT-R preparado pela russa Alpha 12+, que tem... 1700 cavalos.

Com essa impressionante cavalagem, consegue alcançar os 300 km/hora em meros 12.87 segundos, o que faz ser mais veloz do que o Hennessey Venom GT (13.6 segundos), que o Koeingsseg Agera R (14.5 segundos) ou o Bugati Veyron SS (14.6 segundos). Contudo, o Hennessey continua a ser o carro de produção mais veloz, pois mesmo com esta cavalagem, o Nissan modificado alcançou "apenas"... os 374 km/hora. 

O feito aconteceu no passado dia 19 de março, e o piloto (que não usou capacete, apenas o cinto de segurança...) já prometeu que irá voltar à carga em maio. Cá estaremos para ver.

Vi isto no Jalopnik. 

Youtube Formula 1 Classic: Copersucar-Fittipaldi, Interlagos, 1974

Não posso negar que a história da Copersucar-Fittipaldi me fascina a cada dia que passa. Agora surgiu nesta semana umas imagens inéditas - ao que parece, são "brutos", ou seja, imagens não editadas - de um dos primeiros testes do FD01, guiado por Wilson Fittipaldi, no circuito de Interlagos, algures em 1974. Ali estavam, para além de Wilsinho, Jo Ramirez e Ricardo Divila, o projetista do FD01, que iria durar apenas até à primeira corrida, o GP da Argentina, onde se despistou e pegou fogo, ao fim de treze voltas.

É uma belo pedaço da história do automobilismo brasileiro. E acho que já é altura de se fazer um documentário, pelo menos.

Youtube Rally Video: Os saltos de Fafe, em câmara lenta

É um video curto, mas ver os saltos de Fafe em câmara lenta vale sempre a pena.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Youtube Movie Trailer: Turbo


Ontem falei-vos de "Rush", o filme de Ron Howard sobre o campeonato do mundo de 1976 entre Niki Lauda e James Hunt, bem como o acidente de Nurburgring que quase matou o piloto austríaco  O filme vai-se estrear em setembro, mas dois meses antes, em julho, outro filme sobre automobilismo aparecerá nas salas de cinema. E é um filme de animação, de seu nome "Turbo".

O filme, da Dreamworks, fala sobre o sonho de um caracol - sim, um caracol - de participar - e vencer - as 500 Milhas de Indianápolis. O caracol terá a voz de Ryan Reynolds, e acho que idntifiquei as vozes de Samuel L. Jackson e de Snoop Dogg no trailer.

Parece que vai ser outro filme interessante de se ver. 

The End: Luiz Pinto Freitas (1949-2013)

Luiz Pinto Freitas, o presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), morreu ontem à noite em sua casa, vítima da AVC. Um dos braços-direitos do carismático César Torres, Pinto Freitas já estava desde 2006 à frente dos destinos da organização do automobilismo em Portugal. Tinha 63 anos.

O Automóvel Clube de Portugal, entidade organizadora do Rali de Portugal, manifestou já esta tarde em comunicado o seu pesar pela morte de Luiz Pinto de Freitas, sublinhando que “dedicou a sua vida ao automobilismo e foi uma das personalidades que mais lutou pela visibilidade do desporto automóvel português”.

Ligado ao automobilismo desde muito cedo, primeiro como praticante e depois como dirigente, Pinto Freitas era também dirigente da FIA e um dos representantes de Portugal junto do seu organismo máximo, a FIA, onde cumpria funções de conselheiro. A sua chegada ao poder, em 2006, tinha sucedido a Vasconcelos Tavares, e com ele, apesar de ter ajudado a colocar Portugal no mapa de algumas competições, foi durante o seu mandato que o automobilismo interno chegou ao ponto de definhamento, quer em termos de pista, quer em termos de rails. 

Controverso e teimoso até quase ao limite, os seus criticos afirmaram que foi graças a ele que o automobilismo nacional chegou, de uma certa forma, até ao seu estado atual. Apesar de rumores sobre uma tentativa de destituição da presidência, no final do ano passado, nada foi feito nesse sentido, mas parece que este ano se notou alguma flexibilidade, com a fusão parcial do Campeonato Português de Ralis e do Open, e que causou um certo revivalismo nesse campo.

O velório de Luiz Pinto de Freitas realiza-se esta 4ª feira às 17 horas na Igreja de Santo António do Estoril, junto aos Salesianos, e o funeral será na 5ª Feira, com missa a partir das 12 horas, seguida de cremação.

WRC: Hyundai anuncia parte da sua estrutura técnica

A Hyundai está avançando no seu projeto do i20 para a temporada de 2014 do WRC. E enquanto não são anunciados os pilotos para este projeto - fala-se de Juho Hanninen e de Jari Ketomaa - a marca faz anuncios em termos da sua equipa técnica. Esta segunda-feira, a marca coreana anunciou a contratação de Bertrand Vallat como projetista-chefe, bem como Stephane Girard como projetista de motores. Sobre o primeiro, pode-se dizer que veio da Peugeot Sport, e cujo último projeto foi o 207 S2000.

Para além disso, a Hyundai contratou Alain Penasse, atualmente promotor do Ypres Rally, e com passagens pela Peugeot, Toyota e Michelin, como o diretor administrativo da equipa. 

Estamos evoluindo rapidamente desde o início do ano e progredimos bastante na ocupação dos principais cargos para estabelecer nossa equipa. Estamos enfrentando um grande e emocionante desafio, construindo uma equipa do zero. Temos agora nove meses para se preparar para o ano que vem”, comneçou por dizer Michel Nandan, o chefe da Hyundai neste projeto da WRC.

Estou cercado pelas melhores pessoas no mercado e confiante de que vamos estar prontos para cumprir nossa meta ambiciosa no início de 2014. Embora tenhamos um ano ocupado pela frente, creio que o trabalho em equipe, com comprometimento e paixão pelo automobilismo, são as chaves para o sucesso”, acrescentou.

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana, em semana de Rali de Portugal e GP da China, que estão bem próximos de acontecer, tem o Fafe Rally Sprint e o carro de António Félix da Costa em destaque com um título simples: "Portugal no seu Melhor". No caso do rali, fala-se que "Mais de 100 mil vibraram com o aperitivo do Mundial", e que isso fez com que o "ACP quer o regresso ao Note e Centro em 2014".

Na parte de cima, há uma frase de Pedro de Almeida, um dos diretores do Rali de Portugal, a afirmar que "Sinto as equipas nervosas com a Power Stage".

Em baixo, com o carro de António Félix da Costa em grande plano, fala-se sobre o seu fim de semana na ronda inaugural da World Series by Renault em Monza, onde foi o vencedor, para depois afirmar que foi "Confirmado como terceiro piloto da Red Bull", no GP da China, neste domingo.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

The End: Margaret Thatcher (1925-2013)

Morreu esta manhã, aparentemente a ler um livro na cama. Teve um AVC e morte quase imediata. Foi assim um final simples para uma senhora que marcou toda uma geração de pessoas, aquelas que cresceram nos anos 80. Para o mal e para o bem, foi marcante para a Grã-Bretanha e para o Mundo. Para os neoliberais, foi uma campeã. Para os trabalhadores das minas e dos sindicatos, foi o Diabo em pessoa, que destruiu os seus postos de trabalho e mergulhou as suas regiões na pobreza e no desemprego.

Entre 1979 e 1990, ela geriu os destinos da Grã-Bretanha. Nunca procurou consensos, quis fazer as coisas à sua maneira. Achava que, depois de um período de decadência e desemprego, as coisas tinham de dar uma volta enorme. Para terem uma ideia: no inverno de 1978-79, que ficou na história como o "Inverno do Descontentamento", toda a gente fez greve. Até os coveiros, que decidiram que não iam enterrar os mortos. O lixo acumulou-se nas ruas das principais cidades, as pessoas tinham de trabalhar três dias por semana porque tinham de poupar energia, pois a Grã-Bretanha estava dependente do carvão, vindo das minas do centro de Inglaterra, que por sua vez estavam controladas pelos poderosos sindicatos, que faziam greves para reivindicar (quase) tudo e mais alguma coisa.

Thatcher, quando chegou ao poder, tinha de enfrentar tudo isso e mais alguma coisa. Enfrentou-os e foi teimosa. Foi por isso que os soviéticos a cunharam de "A Dama de Ferro", pela sua teimosia e coragem em os enfrentar. 

Aliás, enfrentou toda a gente, para demonstrar que, tendo nascido mulher, não era do "sexo fraco". Enfrentou os argentinos, nas Falkland, para demonstrar que a Grã-Bretanha continuava a ser capaz de defender a sua soberania, mesmo a mais de dez mil quilómetros dali e enfrentando o outono e inverno austrais. Enfrentou os sindicatos, que mesmo quando eles decidiram fazer uma greve por tempo indeterminado - quase um ano em greve! - e ela acabou por vencê-los. Enfrentou a oposição trabalhista, ainda demasiado socialista, que a tentou derrubar, mas que no final acabou sempre a ser derrubada, pois Thatcher venceu três eleições legislativas, ficando no poder por onze anos e meio, saindo apenas em novembro de 1990, depois de uma traição por parte dos seus membros do Gabinete, que um dia se fartaram da maneira mandona que fazia as coisas.

Houve imensas coisas do qual se pode apontar defeitos, e já coloquei alguns por aqui. Mas a minha favorita é o seu eurocepticismo. Nunca gostou da Europa, porque ainda pensava no Império Britânico e ainda pensava como em 1914, em que a Europa continental era algo do qual os britânicos nunca se deveriam meter. Para ela, a cooperação europeia e simples um mercado livre seria a única forma da Europa alcançar a paz, sem largar ou sem conceder qualquer espaço de soberania. O facto da libra ainda se manter como moeda e não ter aderido ao euro é graças aos seus esforços. Mas curiosamente, nunca quis ou se esforçou o suficiente para que o Reino Unido saísse da então Comunidade Económica Europeia (CEE) e seguisse o seu caminho.

Em suma, a altura da sua morte tem um simbolismo interessante. Por um lado, ela morre numa altura em que o neoliberalismo vive a sua pior crise desde os anos 80, e por outro, desaparece numa altura em que não vimos líderes - pelo menos na Europa - que sejam mais políticos e menos tecnocratas. A União Europeia caminhou para um equilibrio preverso, onde para conseguirem uma união monetária, abdicaram de muito poder para os dar para o motor da Europa, chamado Alemanha. E no poder está um grupo de pessoas do qual a obsessão é o equilibrio das contas, do qual tem de ser feito, custe o que custar. De uma certa forma, Angela Merkel é a herdeira da Dama de Ferro. E não falo só por ser alemã e ser mulher.

Para finalizar, tenho de dizer que, a mal ou a bem, Margaret Thatcher irá marcar uma geração. Não conheço nenhum líder que tenha tantas musicas dedicadas a ela, a maior parte delas a dizer mal dela. E nunca tiveste, como tiveste esta tarde, 250 pessoas a celebrar a sua morte numa praça escocesa ou uma festa marcada esta noite em Brixton. Falando mal ou bem dela, ninguém a esquecerá. Ars lunga, vita brevis.

As outras personagens de "Rush"

O trailer de "Rush", lançado hoje, fez com que esta fosse a melhor oportunidade para falar sobre as personagens secundárias do filme realizado por Ron Howard e escrito por Peter Morgan, e cuja estreia mundial acontecerá a 20 de setembro. Se todos sabem que Daniel Brühl vai ser Niki Lauda e Chris Helmsworth será James Hunt, outras personagens secundárias aparecerão neste filme, a preencher os papéis das pessoas que fizeram parte deste tempo, desta história. Algumas são algo conhecidas, outras só são famosas nos seus países, e ainda não se sabem quem serão as pessoas que - se é que aparecerão - nesta história.

Assim sendo, começo por Pierfrancesco Favino. O ator italiano é conhecido dos filmes de Ron Howard como "Anjos & Demónios", e ele interpretará o papel de Clay Regazzoni, o companheiro de Lauda na BRM, em 1973, e depois na Ferrari, entre 1974 e 1976. Depois temos Christian McKay, um promissor ator inglês que fará o papel de Alexander, Lord Hesketh, o homem que dá a Hunt o seu primeiro carro na Formula 1 e cujo estilo de vida fez com que colocassem os holofotes sobre a equipa, que correu entre 1973 e 1976, conseguindo uma vitória no GP da Holanda de 1975. McKay, de 39 anos, tornou-se conhecido em 2008 por fazer de Orson Welles no filme de Richard Lintaker, "Me and Orson Welles". E por causa disso, McKay recebeu uma nomeação para os BAFTAS, os prémios do cinema britânico.

Há mais outras personagens secundárias: o ator francês Xavier Laurent será Patrick Depailler, que em 1976 era um dos pilotos da Tyrrell P34, o carro de seis rodas que a equipa desenhou. Laurent aparecerá mais tarde este ano no filme "The Monuments Man", produzido e realizado por George Clooney, onde se trata de um grupo de homens do Exército Americano cujo objetivo é de encontrar a arte roubada pelos nazis na II Guerra Mundial.

Mais dois atores italianos, Alessandro de Marco e Ilario Calvo, serão respectivamente, Daniele Audetto e Luca di Montezemolo. A personagem de Alastair Caldwell, o diretor desportivo da McLaren, será interpretada por Steve Mangan, e um finlandês, Antti Hakala, será Hans-Joachim Stuck, e até há um ator nipo-americano, Zack Eisaku Niizato, que fará o papel de Masahiro Hasemi.

Ainda faltam imensas personagens, e provavelmente não serão preenchidas, dado que será uma história sobre o duelo entre Lauda e Hunt. Mas creio que há duas personagens que não foram cobertas, ou do qual nada ouvi ainda: Enzo Ferrari e Teddy Mayer. Estarão no filme? E se sim, terão papel de relevo? 

Só em setembro saberemos tudo.

Youtube Formula 1 History: Magaret Thatcher e Ron Dennis, McLaren, 1986

Magaret Thatcher, a Dama de Ferro, morreu esta manhã aos 87 anos, após um AVC que sofreu em sua casa. Primeira ministra entre 1979 e 1990, marcou toda uma geração, para o mal e para o bem. Um bom exemplo disso é fazer uma curta pesquisa no Youtube e ver quantas musicas é que foram feitas a lembrar dela, ao longo destes tempos, a grande maioria contra ela...

Sobre a senhora, escreverei mais tarde. Até lá, fico com este video da visita que a então primeira-ministra fez às instalações da McLaren em 1986, na companhia de um jovem - e com muito cabelo... - Ron Dennis, onde ele mostra o processo de construção de um Formula 1. E também se pode ver ela a conversar com John Barnard, o projetista do McLaren MP4/2, que daria dois títulos mundiais a Alain Prost (que esteve presente na visita), e que antes, tinha dado o tricampeonato a Niki Lauda.

Detalhe final: não sei se é do salto que a senhora levava, mas ela é mais alta que Prost... 

Noticias: António Félix da costa será terceiro piloto da Red Bull em Xangai

Depois de ter tido um bom fim de semana no arranque da World Series by Renault, em Monza, onde venceu uma das corridas do campeonato, António Félix da Costa estará em Xangai para ser o terceiro piloto da Red Bull e da Toro Rosso no GP da China, no lugar de Sebastien Buemi, que no próximo domingo estará em Silverstone para a prova de abertura do Mundial de Endurance, pela Toyota. Quem confirmou isso foi o próprio Dr. Helmut Marko, ao site português Sportmotores.com.

O próprio Marko não deixou de tecer elogios ao piloto português pela sua performance: “O António tem vindo a evoluir progressivamente desde que começámos a trabalhar com ele e estamos em querer que continuará a desenvolver-se enquanto piloto. No entanto, queremos que todas as etapas sejam ultrapassadas passo a passo. Neste momento realizou apenas uma ronda da Fórmula Renault 3.5, portanto, a possibilidade de realizar treinos-livres de sexta-feira ainda não está em cima da mesa. Quando estiver pronto para a Fórmula 1 terá a sua oportunidade”, afirmou, não descartando a hipótese de participar no primeiro treino livre pela Toro Rosso.

Com esta noticia, fica cada vez próxima a ideia de que o piloto de Cascais estará num Formula 1 a partir de 2014, se não for antes...   

Youtube Movie Trailer: Rush (2013 film)


É oficial: saiu esta manhã o trailer de "Rush", o filme de Ron Howard sobre a historia do mundial de Formula 1 de 1976 e do duelo entre James Hunt e Niki Lauda, bem como o acidente que quase lhe custou a vida, no circuito alemão de Nurburgring. Hunt é interpretado por Chris Helmsworth, enquanto que Lauda é protagonizado pelo ator hispano-alemão Daniel Brühl.

Vale um minuto e 53, mas cria altas expectativas para o dia 13 de setembro, dia da sua estreia nos cinemas. A banda sonora é composta por Hans Zimmer.

domingo, 7 de abril de 2013

Jim Clark, 45 anos depois

Hoje faz 45 anos que Jim Clark morreu. Já falei sobre esse assunto ao longo da história do meu blog, e sobre isso, vou recuperar o testemunho de um dos que viveu esse dia, o do jornalista português Francisco Santos, que estava em Brands Hatch em 1968, para assistir às 500 Milhas dessa pista, onde Clark deveria ir num Ford, numa das raras aparições num carro sem ser num Lotus:

"Estava eu sentado na primeira fila da sala de imprensa das '1000 Milhas BOAC' em Brands Hatch. O grid era aliciante e a corrida emocionante. Jim Clark deveria correr no novo P68 Ford preparado por Alan Mann para o Mundial GT desse ano e para uma vitória em Le Mans. Clark aceitou o convite, já que esse carro era apadrinhado por Walter Hayes, a quem o escocês devia bastante do seu sucesso graças ao motor DFV. Segundo o seu amigo Gerard Crombac, desagradou ao piloto que Alan Mann não tivesse confirmado o convite e decidiu pilotar o Lotus F2 em Hockenheim no mesmo dia. (...) 

 As 'BOAC 1000' estavam emocionantes. Ao meu lado, um colega puxou o telefone directo para a redação do 'Daily Mail' e eu senti um vazio, um longo silêncio entre o ronco dos V8. Perguntei 'o que se passa?', e meio gaguejado, respondeu-me 'Clark acaba de morrer'. De repente, toda a sala parou. Em estado de choque."

Naquela corrida fatal estavam pilotos como Henri Pescarolo e Jean-Pierre Beltoise, Clay Regazzoni e Piers Courage, Graham Hill e um jovem piloto de 28 anos chamado Max Mosley. A Lotus estava lá devido a obrigações com a Firestone, e foi algo irónico saber que Clark morreu devido a um furo a alta velocidade, que causou o despiste e subsequente embate contra duas árvores, que desfizeram o carro, matando-o de imediato.

O tal silêncio que se viveu e o impacto que a morte de Clark teve só pode ser comparado - e com justiça, diga-se - à morte de Ayrton Senna, 26 anos depois. E deixou a comunidade da Formula 1 em transe. Um bom exemplo foi o que disse o neozelandês Chris Amon: “Muitos de nós achávamos que éramos inatingíveis, e isso acabou aí…”. Amon tinha razão. Por exemplo, um ano antes, no Mónaco, tinha passado nos restos carbonizados do seu companheiro de equipa, Lorenzo Bandini. E para piorar as coisas, nos três meses seguintes, outros três pilotos iriam perder a vida, todos num dia 7: Mike Spence em Maio, Ludovico Scarfiotti em Junho e Jo Schlesser em Julho… 

O impacto de Clark teve sobre todos nós, "petrolheads", é tal que mesmo os que nunca viram correr ao vivo o colocam entre os grandes. Esta tarde, por exemplo, o meu amigo Daniel Médici escreveu a seguinte frase na sua página do Facebook:

"Há 45 anos, Jim Clark largava em Hockenheim para nunca mais voltar. Foi um gênio. Certa vez, ele passou tão à frente dos demais em frente aos boxes na primeira volta que a organização achou que um acidente tivesse bloqueado a pista. Ninguém que assistiu corridas como o GP da França de 63, o da Holanda em 66 ou o da Itália em 67 jamais esqueceu do talento do escocês -- e, pasme, ele nem sequer as venceu! Ainda assim, ele subiu 25 vezes no alto do pódio em GPs do Mundial, e morreu recordista. Mas continua a viver um pouco em cada bandeira quadriculada, em cada gota de champagne."

Aquela "certa vez" que o Daniel fala em cima era uma corrida em Spa-Francochamps, circuito onde Clark nunca escondeu que detestava... e venceu por quatro vezes seguidas, entre 1962 e 1965. Ganhou à chuva, daquela forma tão convincente que ele refere.

Deixa-me acrescentar mais umas pinceladas a essa genialidade que Daniel fala. Ele vencia em todas as máquinas que ele entrava. Seja num carro nas Tasman Series, seja num carro de Turismo, seja quando ele atravessava o Atlântico e ia para as provas americanas mostrar aos locais como se guiava. E muitas das vezes, vencia. A sua vitória nas 500 Milhas de Indianápolis de 1965 foi marcante, porque foi o primeiro carro com motor traseiro a vencer no "Brickyard" e foi uma demonstração não só da sua pilotagem mas da tecnologia que já se desenvolvia na Europa, o do motor traseiro. A partir dali, graças a Clark e a Chapman, nunca mais um carro com motor à frente venceu em Indianápolis.

O mais interessante disto tudo é que Clark fez tudo sendo fiel a uma marca: a Lotus. E o seu fundador - e alma da equipa - Colin Chapman, estava tão dependente de Clark que pensou seriamente em abandonar tudo quando Clark teve o seu acidente fatal em Hockenheim. Foi Graham Hill que ajudou a colar a equipa e a levá-la aos títulos de pilotos e Construtores. Um titulo que tudo parecia ser de Clark, para que ele pudesse retirar-se e passar o resto dos seus dias na sua quinta escocesa. Para ser agricultor, como gostava de se afirmar.

Jim Clark foi um dos grandes. Mas demonstrou de uma forma que muitos não conseguem imaginar. Não correu por outras marcas, como fez Fangio, não empurrou alguém para a berma para vencer, como fez Schumacher, não precisou de politicagem para levar a sua avante, como fez Prost. Não precisou de vencer pela Ferrari ou BRM para mostrar ser alguém, e não precisou de ser fiel à Formula 1 e deixar as outras competições de lado, como muitos são obrigados a fazer agora. Bastou ele guiar e Chapman desenhar. E era uma parceria perfeita, como provavelmente não existirá mais na Formula 1 ou no automobilismo.

WSR: Félix da Costa foi o melhor, Vandoorne lidera

A segunda corrida da primeira jornada da World Series by Renault, em Monza, demonstrou que, para António Félix da Costa, a desistência na corrida anterior foi um percalço e que assim que pudesse, iria corrigir esse erro. E foi assim: venceu com autoridade sobre o dinamarquês Kevin Magnussen e o belga Stoffel Vandoorne, que não teve ritmo para acompanhar os dois primeiros, mas sairá de Monza com mais um pódio e a liderança do campeonato.

Largando da pole-position (a primeira na sua carreira da WSR), o piloto de Cascais partiu mal e permitiu que fosse apanhado por Vandoorne. Contudo, logo a seguir pressionou o piloto belga até que na segunda chicane da pista, por alturas da terceira volta, conseguiu ultrapassá-lo e ficar com a liderança. Pouco depois, Magnussen também passou Vandoorne e partiu na perseguição a Félix da Costa.

A partir dali, foi um duelo à distância entre estes dois pilotos, mas nunca houve um desafio a sério à liderança, foi mais uma perseguição entre pilotos, com o português a levar a melhor, quando atravessou a meta. Magnussen foi o segundo e Vandoorne o terceiro, incapaz de acompanhar o ritmo dos dois primeiros, mas o piloto da Fortec estava contente na mesma, pois saia da pista italiana na liderança do campeonato.

A competição prossegue no fim de semana de 27 e 28 de abril, na pista espanhola de Motoland Aragon.