sábado, 5 de dezembro de 2020

Os avisos das construtoras sobre o futuro da Formula E


A semana que passou na Formula E foi marcada pelo anuncio do abandono da Audi e da BMW da competição no final da próxima temporada, e também a noticia de que apenas a Mahindra se comprometeu no desenvolvimento do carro da Gen3, numa altura em que decorriam os testes de pré-temporada em Valencia. Temeu-se que com estes anuncios, outras marcas se seguiriam, especialmente as alemãs, descontentes com o rumo seguido pela FIA, apesar de a partir de 2021, a competição será sancionada pela entidade máxima do automobilismo. 

Esta é uma situação que precisa ser entendida pela Fórmula E e pela organização da Fórmula E”, começou por dizer Toto Wolff logo após o anúncio do abandono da rival BMW. “Precisamos acelerar a discussão sobre os limites de custos para tornar o campeonato financeiramente mais sustentável. Precisamos discutir a distribuição das receitas. E precisamos discutir a estabilidade das regulamentações daqui para frente. Tudo isso está sobre a mesa e é importante para todos nós”.

Quem reagiu às palavras de Wolff foi a Porsche, que hoje, através de Fritz Enzinger, o Vice-Presidente da Porsche Motorsport, avisou que todos estes anuncios deveriam servir como aviso para que parem e pensem sobre o rumo que isto está a tomar e sobre a subida de custos da Formula E. 

"Nós concordamos com a Mercedes, devemos aproveitar a situação actual como uma oportunidade para nos sentarmos, avaliarmos e compreendermos [como explorar] mais potencial para tornar este jovem campeonato ainda mais forte num futuro próximo". Ou seja, apesar de ambas as marcas terem dito que ficariam em 2021, ainda não disseram se continuariam na competição ou se comprometeriam com os carros da Gen3.

Em suma: as marcas não gostam da maneira como a FIA está a encarar esta competição. Já descobriram que há mais maneiras de desenvolver os seus projetos elétricos, como o Extreme E, por exemplo, e a maneira como a competição foi afetada por causa da pandemia do coronavirus - que tirou a chance da competição no centro das cidades, algo do qual era a sua essencia - e o facto de ainda nada terem decidido sobre o futuro próximo poderá fazer, poderá ter colocado esta competição numa situação inesperadamente frágil.  

A nova temporada começa no fim de semana de 16 e 17 de janeiro, nas ruas de Santiago do Chile.  

Formula 1 2020 - Ronda 16, Shakir (Qualificação)


Sete dias bastam entre estas duas provas, ainda no mesmo sítio. ão dois desenhos diferentes porque os organizadores foram capazes disso, mas esse tempo entre corridas foi o suficiente para praticamente... alterar tudo. E não falo só sobre o episódio de Romain Grosjean e o facto de todos terem comemorado a sua sobrevivência a um acidente potencialmente grave, que nos assustou a todos, mas mostrou que a tecnologia funciona e dalva vidas.

Mas enquanto esperávamos pelo assentamento da poeira sobre Romain Grosjean, na terça-feira, soube-se que Lewis Hamilton, o campeão do mundo, o piloto mais veloz do pelotão, apanhou o coronavirus e iria ficar dez dias em isolamento. A sua sorte é que ele é o campeão do mundo, e todas estas provas só servem para comprir calendário. E o mais interessante no meio disto tudo é que, pela primeira vez desde... 2007, não haverá Hamilton no pelotão. Como seria que eles reagiriam sem ele? A sua ausência deu um enorme volta em todos os pilotos, com George Russell a ter a sua chance num carro competitivo, e muitos a dizerem que ele poderá ter a oportunidade de mostrar que tem talento, apeas o carro não ajuda.

Mas não foi só aí: com Grosjean de fora, Pietro Fittipaldi vai ter a sua chance para estrear na Formula 1. O primeiro brasileiro em três anos e um bocado, numa Haas que não é competitiva desde há algum tempo, e claro, com Russell na Mercedes, outro britanico, Jack Aitken, iria ter a sua chance para andar num carro que, como sabem não é muito competitivo. Resta saber se ele é melhor do que, por exemplo... Jaimie Chadwick. Mas isso sou eu.


Com uma das provas mais curtas de sempre na Formula 1, uma "oval" desenhada no anel externo do circuito de Shakir, esta qualificação sem Hamilton prometia ser mais equilibrada que o normal, o que mostra que Hamilton é realmente, um piloto invulgar e somos uns privilegiados por viver nesse tempo, tal como vivemos os tempos de Ayrton Senna e Michael Schumacher, entre outros.  

E foi assim que começou a qualificação "shakiriana". Aos poucos, todos viamos que eles davam a volta num piscar de olhos, na casa dos 54 segundos, a mais rápida de sempre - mas não em termos de velocidade - e também se poderia ver que... se quisessemos ser mauzinhos, poderemos dizer que a corrida acabará num abrir e fechar de olhos, e nao a lembraremos. Mas há uma semana, nesse mesmo circuito, voltamos a ver as chamas num bólido, e a corrida se tornou inesquécivel pelas piores razões.

Ao longo destes primeiros minutos, começou-se a ver uma competividade inesperada, entre não só os Mercedes, que usavam os pneus médios, como também com pessoal como os Red Bull, especialmente Max Verastappen, e gente como Daniil Kavyat e Sergio Perez, que com os moles, faziam tempos competitivos.   


No final, foi Valtteri Bottas o melhor, com George Russell a seguir, e Max Verstappen logo atrás, mas todos muitos muito juntinhos. Enquanto eles seguiam em frente, quem ficou de fora foram os Haas, os Williams e o Alfa Romeo de Kimi Raikkonen.

Na Q2, a velocidade continuou a ser rei. Pessoal como a Ferrari decidiu ir para médios, mas eles não conseguiam tempo para seguir em frente. Na frente, algo surpreendentemente, Sergio Perez estava no topo da tabela de tempos, parecendo que sem Hamilton, isto era à mão de semear... mas na parte final, os únios que tinham marcado tempo com os médios foram os Mercedes, e eles ficaram calmamente na Q3. E isso indicaria muita coisa em relação aos carros que tinham à mão.

No final, entre os eliminados, ficaram o McLaren de Lando Norris, o Red Bull de Alexander Albon, o Ferrari de Sebastian Vettel, o Renault de Esteban Ocon e o Alfa Romeo de Antonio Gioninazzi.

A Q3 tinha a expectativa de saber o que faria o novo recruta da Mercedes. Ficava-se com a ideia de que ele tinha guardado todos os seus trunfos para esta altura, para ele mostrar velozmente que tinha material de campeão. Bottas foi o primeiro, com 53,7 segundos, antes de Max Verstappen colocar 53,591, antes de Leclerc ficar um pouco mais abaixo. 22 centésimos mais abaixo. Russell era apenas quarto.

A parte final foi um esforço tremendo por parte dos Mercedes, primeiro foi Russell, mas depois Bottas, o "senhor Sábado", como disse um comentador televisivo britânico, conseguiu arrancar o seu melhor e conseguiu bater o novato e ficou com a pole-position, relegando Max Verstappen para o terceiro posto na grelha. Charles Leclerc conseguiu o quarto posto, na frente dos Racing Point, "Checo" na frente de "Sir Lancelot".


No final, foi por pouco que o finlandês mostrou que com o patrão fora, ele manda ali. Mas a corrida é outra história.

Amanhã veremos uma corrida muito veloz. Afinal de contas, 87 voltas em menos de 55 segundos poderá ter tudo resolvido em uma hora e um quarto. Talvez...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

WRC 2020 - Rali de Monza (Dia 1 e 2)


Dani Sordo é o líder do Rali de Monza, ao final dos dois primeiros dias de prova, mas o final da primeira etapa. Nessas seis especiais, o piloto espanhol tem uma vantagem de um segundo sobre Esapekka Lappi, no seu Ford Fiesta WRC. Sebastien Ogier é o terceiro, 12 segundos atrás do piloto espanhol.

Numa prova de encerramento, e cuja paisagem faz lembrar Monte Carlo, mas um mês antes, ou seja, alguma neve e gelo no asfalto, a prova começou numa especial de aquecimento, com Ogier na frente, 0,5 segundos sobre Thierry Neuville, enquanto Ott Tanak vinha a seguir, a dois segundos. 

Depois disso, a prova começou com as duas primeiras passagens por Scorpion e Cinturato, para acabar no PZero Grand Prix. Em Scorpion 1, Sordo parrtiu para o ataque e triunfou, com 4,6 segundos na frente de Esapekka Lappi. Kalle Rovanpera era o terceiro, a 8,6, e Sebastien Ogier o quarto, a 10,8. Lappi reagiu, triunfando em Scorpion 2, conseguindo uma vantagem de 7,9 segundos sobre Sordo, ficando assim com a liderança, enquanto Sebastiem Ogier era apenas oitavo, perdendo 19,9 segundos e caindo para o quarto posto. Aliás, os maiores beneficiados eram pilotos como Andreas Mikkelsen, terceiro num Skoda Fabia R5 Evo2!

Evans, discreto até ali, mostrou-se na quarta especial, na primeira passagem por Cinturato, triunfando na especial com um segundo de vantagem sobre Sebastien Ogier, enquanto Sordo e Lappi encontravam-se empatados na terceira posição, porque entretanto, Thierry Neuville despistou-se e o carro ficou no meio da estrada. A especial foi neutralizada para poder tirar o Hyundai, e os carros de Suninen, Lappi, Dordo e Kalle Rovanpera ficaram com o mesmo tempo, para não serem prejudicados.

Ogier triunfa na segunda passagem por Cinturato, desta vez com três segundos de vantagem sobre Kalle Rovanpera, enquanto Elfyn Evans era terceiro, a 3,1. Sordo era sexto, a 9,1 segundos, na frente de Lappi, sétimo a 9,6. E no final, Sordo sprintou para o triunfo, na frente de Katsuta Takamoto, a 0,2, e de Ott Tanak, a 0,9. E claro, o piloto espanhol da Hyundai ficou com o comando da prova, superando Lappi.

Depois dos três primeiros, Elfyn Evans é o quarto, a 17,1, tentando ver se gere até chegar ao fim, mas tem Ott Tanak logo atrás, a 17,7. Kalle Rovenpera é o sexto, a 24,8, já bem distante de Andreas Mikkelsen, a 1.04,2, e o melhor no WRC2. Ole Veiby é o oitavo, a 1.14,3, enquanto a fechar o "top ten" estão os Skoda Fabia Evo2 de Emil Lindholm e de Olivier Solberg.

O rali de Monza prossegue amanhã, com mais sete especiais.    

Youtube Formula 1 Video: O testemunho de Romain Grosjean depois do seu acidente em Shakir

Neste domingo, vimos algo impressioinante com o acidente e subsequente incêndio do Haas de Romain Grosjean, no qual durou quase 30 segundos até sair do seu carro em chamas. O francês sovbreviveu com queimaduras ligeiras nas mãos, mas por causa disso, não irá correr este GP de Shakir, onde o seu lugar será preenchido por Pietro Fittipaldi.

E num exclusivo da Sky Sports, o piloto francês falou sobre aquilo que viveu naqueles segundos infernais. 

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Youtube Motorsport Video: Será Nikita Mazepin um bom piloto?

A pergunta é colocada pelo Josh Revell, no seu mais recente video. Na realidade, até pode ser, mas o facto de ter um pai rico - é o dono do maior conglomerado quimico russo - coloca dúvidas em toda a gente, porque já andamos a ver demasiadamente o dinheiro levar a melhor sobre o talento. Mas como gente do género Lance Stroll já ter mostrado que até tem talento, pode ser que Nikita Mazepin, que vai para a Haas, poderá mostrar que baterá o pé a alguém como Mick Schumacher, por exemplo. 

Enfim, vejam o video. 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Formula E: BMW anuncia que sai no final de 2021


Depois da Audi, a BMW anunciou esta quarta-feira que irá sair da Formula E no final de 2021. A marca de Munique afirmou no seu comunicado oficial que o seu foco irá ser, a partir de agora, na produção de automóveis de estrada. A marca afirma também que precisa agora de novas descobertas relativas à gestão e eficiência energética, transferência de software e uma melhoria dos e-motores, e segundo a BMW as oportunidades para esta forma de transferência de tecnologia no ambiente competitivo da Fórmula E esgotaram-se.

Assim sendo, no final de 2021, termina a sua aventura na competição elétrica, bem como a sua colaboração com a Andretti Autosport, que está na competição desde a sua primeira temporada, em 2014. 

Após sete anos de sucesso, o BMW Group encerrará seu envolvimento no Campeonato Mundial de Fórmula E da ABB FIA no final da próxima temporada”, começaram por afirmar no comunicado oficial da marca.

Como parceira desde o início, a BMW tem apoiado consistentemente o projeto da Fórmula E e sido fundamental na história de sucesso da série. A BMW conquistou vitórias e pódios com a equipe BMW i Andretti Motorsport. O BMW Group sempre usou a Fórmula E como um laboratório de tecnologia para a produção ”.

Atualmente com o alemão Max Gunther e com o britânico Jake Dennis, o envolvimento da BMW começou na temporada 2018-19, com Sims e o português António Félix da Costa, vencendo quatro provas, ficando nestas últimas duas temporadas no quinto lugar dos Construtores.  

Formula 1: Russell na Mercedes no lugar de Hamilton, Aitken na Williams


A doença de Lewis Hamilton causou uma reação em cadeia na Formula 1. Sem ele no GP de Shakir, George Russell, piloto da Williams, estará no seu lugar no próximo domingo, enquanto para o seu posto na equipa de Grove irá outro britânico, Jack Aitken.

Este resultado era esperado, dado que Russell faz parte do programa júnior da Mercedes desde o final de 2016, e a sua estadia desde a temporada de 2019 é a concretização desse acordo. 

Toto Wollf começou por agradecer à Williams a sua abertura para esta troca: 

Quero agradecer aos nossos leais parceiros na Williams pela sua colaboração ao tornar possível a participação de George pela Mercedes neste próximo fim-de-semana. Não será uma tarefa simples para o George fazer a transição do Williams para o W11, mas ele está pronto e tem uma compreensão detalhada dos pneus de 2020 e do seu desempenho nesta geração de carros. Temos muito trabalho para fazer este fim-de-semana”, disse Wolff.

Em primeiro lugar, quero agradecer a todos na Williams por me permitirem ter esta oportunidade. Posso estar a usar um fato de competição diferente este fim-de-semana, mas sou piloto da Williams e vou aplaudir a minha equipa a cada passo. Vejo isto como uma grande oportunidade para aprender com os melhores da grelha e quero voltar como um piloto melhor, com ainda mais energia e experiência para ajudar a levar a Williams mais para cima na grelha. Um grande obrigado também à Mercedes por depositar a sua confiança em mim”, respondeu, por seu lado, George Russell.


No seu lugar na Williams aparecerá Jack Aitken, de 25 anos e origem coreana, compete atualmente na Fórmula 2 pela Campos Racing. Passou pela Academia de Jovens Pilotos da Renault, onde este até 2019, depois de ter estado na GP3 Series em 2016 e 2017 progrediu para a Fórmula 2 em 2018 e atualmente é piloto de reserva da Williams, ao lado de outra britânica, Jamie Chadwick.

Estou absolutamente grato por esta oportunidade de fazer a minha estreia com Williams e também feliz pelo facto do George [Russell] também ter a sua oportunidade. Farei tudo o que estiver ao meu alcance para me preparar nos próximos dias, mas na verdade, sinto-me como se estivesse pronto, desde Melbourne”, disse Aitken.

Noticias: Mick Schumacher será piloto da Haas em 2021


Trinta anos depois, a história repete-se: um Schumacher fará a sua estreia na Formula 1. Mick Schumacher, filho de Michael e atual lider da Formula 2, será piloto da Haas na próxima temporada, correndo ao lado do russo Nikita Mazepin

A perspetiva de estar na grelha da Fórmula 1 no próximo ano deixa-me incrivelmente feliz e estou simplesmente, sem palavras”, começou por dizer Mick Schumacher após a sua confirmação oficial. “Gostaria de agradecer à Haas F1 Team, Scuderia Ferrari e à Ferrari Driver Academy por depositarem a sua confiança em mim. Também quero reconhecer e estender o meu amor aos meus pais – eu sei que lhes devo tudo. Sempre acreditei que iria realizar o meu sonho da Fórmula 1.", continuou.

"Um enorme obrigado a todos os fantásticos adeptos dos desportos motorizados que me têm apoiado ao longo da minha carreira. Darei tudo de mim, como sempre faço, e estou ansioso por começar esta viagem juntamente com a Haas F1, e eles”, concluiu.

Gunther Steiner, o diretor de equipa, afirmou que Schumacher chegou onde chegou pelos seus méritos e não pelo sobrenome que carrega.

Estou muito satisfeito por podermos confirmar Mick Schumacher no nosso line up de pilotos para a próxima temporada. Estou ansioso por recebê-lo na equipa”, começou por dizer Guenther Steiner: “O Campeonato de Fórmula 2, há muito que serve de campo de teste de talentos, onde os jovens mostram as suas credenciais e o plantel deste ano tem sido, sem dúvida, um dos mais competitivos das últimas temporadas.", continuou.

"O Mick ganhou corridas, alcançou pódios e destacou-se contra alguns dos excecionais talentos de 2020. Acredito firmemente que ele ganhou a oportunidade de se formar na Fórmula 1 com base nos seus desempenhos. Temos uma oportunidade à nossa frente, como equipa, de avaliar e alimentar um novo piloto. Estamos a criar condições para a continuação da construção e crescimento contínuo a longo prazo da equipa, e aguardo com expectativa a contribuição do Mick, tanto dentro como fora da pista, nesse processo”, concluiu Steiner.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Formula 1: Nikita Mazepin vai ser piloto da Haas em 2021


O russo Nikita Mazepin será piloto da Haas F1 na temporada de 2021 da Formula 1, sendo um dos pilotos estreantes na nova temporada. O anuncio foi feito hoje de manhã entre as duas corridas no Bahrein, e o russo substituirá ou o francês Romain Grosjean, ou o dinamarquês Kevin Magnussen, que sairão de cena no final desta temporada.

O anuncio de Mazepin é o primeiro, os entendidos afirmam que o segundo piloto poderá ser o alemão Mick Schumacher, filho de Michael Schumacher, sete vezes campeão do mundo.

Virar piloto de Fórmula 1 é um sonho que se tornou realidade”, começou por comemorar o quarto russo na história, depois de Vitaly Petrov, Serguei Sirotkin e Daniil Kvyat. “Agradeço muito a confiança depositada em mim por Gene Haas, Guenther Steiner e toda a equipe. Eles estão dando a um jovem piloto uma oportunidade e eu sou grato por isso. Estou ansioso para começar nosso relacionamento juntos, dentro e fora da pista, e muito ansioso para seguir demonstrando meu talento após uma forte temporada na Fórmula 2.”, declarou o novo piloto da Haas.

Aos 21 anos de idade - nasceu a 2 de março de 1999 - o piloto, filho de Dimitri Mazepin, dono de um conglomerado petroquimico na Rússia, a Uralchem, anda em monolugares desde 2015, na MRF Formula Challenge 2000, para depois passar em 2016 na Formula 3 europeia, onde começou a subir na categoria, com bons resultados. Foi segundo classificado em 2018, na GP3, vencendo em quatro provas.

Desde 2019 que Mazepin é piloto na Formula 2, tendo esta temporada vencido em duas corridas, estando agora na terceira posição, com 162 pontos, não muito longe do britânico Calum Iott e do atual líder, o alemão Mick Schumacher, que tem 205 pontos.

Noticias: Hamilton testa positivo e não corre em Shakir


O britânico Lewis Hamilton, que triunfou este domingo no primeiro GP do Bahrein, testou positivo ao CoVid-19 e não participará na segunda prova da temporada na pista barenita. O anuncio foi feito esta terça-feira e a Mercedes ainda não disse quem será o seu substituto, mas as chances são entre o belga Stoffel Vandoorne, o mexicano Esteban Gutierrez, o britânico George Russell e o alemão Nico Hulkenberg

Contudo, as últimas noticias afirmam que o piloto belga Stoffel Vandoorne, o piloto da marca na Formula E, abandonou os testes em Valência e apanhou um voo com destino ao Bahrein, dando ideia de que ele poderá ter sido a escolha da marca para a prova seguinte, ou para o resto da temporada. 

O heptacampeão do mundo tem sintomas leves e já se encontra em isoloamento profilático, que irá durar cerca de dez dias. 

A Mercedes afirmou que Hamilton foi testado três vezes na semana passada, incluindo no domingo no Circuito Internacional do Bahrein, tendo o resultado sido negativo nessa altura. A marca alemã ainda não garante que o piloto de 36 anos esteja presente na última corrida do ano, em Abu Dhabi.

"A FIA, Fórmula 1 e a equipa Mercedes-AMG Petronas F1 podem hoje confirmar que durante o teste de PCR obrigatório pré-corrida para o Grande Prémio de Sakhir, Lewis Hamilton testou positivo para COVID-19. De acordo com os protocolos COVID-19 e as diretrizes da autoridade de saúde pública no Bahrein, ele agora está isolando. Todos os contatos foram declarados. Os procedimentos estabelecidos pela FIA e a Fórmula 1 não garantirão um impacto maior no evento deste fim de semana.", diz o comunicado oficial.


Campeão do mundo, o piloto de 35 anos alcançou neste domingo a sua 11ª vitória nesta temporada e a 95ª da sua carreira. Para além disso, conseguiu dez pole-positions e seis voltas mais rápidas, tendo agora 332 pontos, mais 131 que o segundo classificado, Valtteri Bottas.

Nas redes sociais, Hamilton revelou estar desolado com o que aconteceu, lamenta não poder competir neste final de semana e pediu aos seus fãs para que levem a sério esta pandemia.

"Estou desolado por não competir neste fim de semana”, começou por escrever ele. “Desde que começamos a temporada em junho, a minha equipa e eu temos tomado todas as precauções possíveis, seguindo os regulamentos em todos os lugares para ficarmos seguros. Infelizmente, embora eu tenha tido três resultados negativos na semana passada, acordei ontem de manhã com sintomas leves e solicitei outro teste que deu positivo. Imediatamente entrei em autoisolamento por 10 dias. Estou arrasado por não poder correr este fim-de-semana”, admitiu, “mas a minha prioridade é seguir os protocolos e conselhos para proteger os outros. Tenho muita sorte de me sentir bem com apenas sintomas leves e farei o meu melhor para ficar em forma e saudável.

Por favor, cuidem de vocês, nunca somos cuidadosos demais. Estes são tempos preocupantes para todos e devemos ter certeza de que estamos a cuidar de nós mesmos e uns dos outros.

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Youtube Formula 1 Videos: As comunicações do Bahrein

Num fim de semana agitado em paragens barenitas, eis as comunicações entre os pilotos e as boxes durante a prova, desde o cão que invadiu a pista até ao acidente da primeira volta.

Noticias: Audi regressa à Endurance e ao Dakar


A Audi anunciou que irá regressar à Endurance com um LMPh, e irá construir um protótipo elétrico para o Dakar, enquanto abandonará oficialmente a Formula E, voltando a entregar a equipa a privados. 

A saída da marca alemã encerrará um ciclo de quatro temporadas como equipa de fábrica, embora tenha estado presente desde o começo da Fórmula E em 2014, como Audi Abt Sport, e pilotos como Lucas di Grassi e Rene Rast no alinhamento. Em contraste, a aposta no endurace surge sem surpresa, na nova era dos Hipercarros e dos LMDh, que abre uma nova janela de oportunidades.

A Fórmula E acompanhou a fase de transformação da Audi. Hoje, a mobilidade elétrica não é mais um sonho no futuro, mas algo do presente. É por isso que estamos dando um passo para o esporte a motor elétrico encarando condições extremas. As muitas liberdades técnicas que o Dakar oferece será o laboratório perfeito para nós”, declarou Markus Duesmann, presidente do Conselho de Administração e Desenvolvimento Técnico da Audi.

A entrada da Audi no WEC seria motivo de regozijo para o ACO que veria assim o seu portfolio de marcas aumentar com mais um nome de peso, a juntar à Toyota e à Peugeot. A experiência acumulada no WEC e a relativa facilidade de montar um programa LMDh, numa plataforma cuja relação custo/benefício é interessante faz todo o sentido para a estrutura germânica, que deverá irá para a pista com o objetivo de conquistar Le Mans, Daytona e Sebring.

Em relação ao Dakar, a partir de 2022 a marca usará um protótipo com motor elétrico, cuja energia será fornecida por um motor de combustão TFSI de alta eficiência.

Noticias: Pietro Fittipaldi vai substituir Romain Grosjean na Haas


O brasileiro Pietro Fittipaldi vai correr no lugar de Romain Grosjean na corrida de Shakir, no próximo domingo. Piloto de reserva da Haas, costuma fazer simulador durante a temporada e agora será o quarto membro do clã a entrar num Formula 1, depois de Emerson Fittipaldi, seu avô, Wilsinho, e Christian Fittipaldi, seu tio.

Antes de tudo, estou feliz que Romain [Grosjean] esteja são e salvo. Estamos felizmente que os ferimentos foram consideravelmente pequenos após um grave acidente. Obviamente, não é a condição ideal para ter minha primeira oportunidade de competir na Fórmula 1, mas sou extremamente grato ao Gene Haas e ao Guenther Steiner pela confiança de me colocarem no carro neste fim de semana”, disse Fittipaldi, no comunicado oficial da marca.

Estive muito com a equipa nesta temporada, na pista e trabalhando no simulador, então estou familiarizado com as operações e procedimentos de um fim de semana de corrida. Vai ser muito empolgante fazer minha primeira corrida na Fórmula 1 e vou dar o máximo, começando pelo treino livre de sexta-feira no Bahrein”, complementou.

Gunther Steiner disse que Fittipaldi é o substituto ideal e está pronto para o desafio.

Após decidirmos que a melhor coisa para Romain [Grosjean] seria descansar pelo menos por uma corrida, a escolha pelo Pietro [Fittipaldi] foi bem fácil. Pietro vai pilotar o VF-20 e ele está familiarizado conosco ao redor nas últimas duas temporadas como piloto de testes e reserva. É a coisa certa a fazer e obviamente uma grande oportunidade para ele. Foi paciente e sempre se preparou para esse momento. E agora chegou”, começou por dizer.

É por isso que o queremos no carro e estamos certos de que vai fazer um grande trabalho. É muito difícil ser chamado de última hora, como eu disse, mas acredito que seja a coisa certa para a Haas”, acrescentou o dirigente italiano.

Aos 24 anos (nasceu a 25 de junho de 1996), será um dos primeiros pilotos de terceira geração a entrar num carro de Formula 1, e provavelmente também poderá correr em Abu Dhabi, a última prova de 2020, apesar de a Haas ainda não ter dito nada sobre essa situação. A sua carreira começou em 2011, na... NASCAR Wheelen All-American Series, para depois passar à Formula Renault, onde foi campeão em 2014, e em 2015-16, ter triunfado na MRF Formula Challenge Series. Em 2017, venceu a World Series by Renault, antes de fazer meia temporada na IndyCar Series, pela Dale Coyne.

Em 2019, Fittipaldi andou num Audi da DTM, quer pela Audi Sport Team WRT, quer pela Team Rosberg, conseguindo 22 pontos e o 15º posto da geral. Este ano, fez a Formula 3 asiática, onde acabou na quinta posição.

domingo, 29 de novembro de 2020

A(s) image(ns) do dia




Ontem à noite, calhei ver as imagens do GP dos Estados Unidos de 1976, do ano que nasci, ganho pelo James Hunt. E ali houve um acidente bem feio por parte do Jacky Ickx, onde ele saiu do seu Ensign destruido em dois, a coxear, antes de se deitar no lado de lá das barreiras de proteção, com fraturas no tornozelo direito, creio eu.

Mal eu sabia que pouco mais de doze horas depois, iria ver Romain Grosjean a bater forte contra os rails de proteção, ver o seu Haas cortado em dois e o carro a pegar fogo por causa do depósito rompido. E depois observar os ocupantes do carro médico, o britânico Ian Roberts, o médico de serviço e o substituto do Dr. Syd Watkins, e o seu condutor, o sul-africano Alan Van der Merwe, filho de uma lenda local do automobilismo, Sarel van der Merwe, a pegarem literalmente o piloto francês das chamas, ele que tinha já conseguido retirar-se do seu carro destruido.

Há quem se tenha lembrado de Roger Williamson, Niki Lauda, Ronnie Peterson, Francois Cevért, qualquer acidente horrivel nos anos 70 com chamas à mistura. Alguns desses acidentes foram fatais, mas Grosjean teve mais o desfecho de Ickx, o belga vencedor de cinco 24 Horas de Le Mans. Não ficou preso,  o seu capacete não voou, não se queimou, não se sufocou com os fumos, e ainda o ajudaram a tirar daquele inferno naquele canto o deserto, à noite, num dos circuitos mais improváveis para se ter um acidente.

Muitos podem dizer, aliviados, que "ainda bem pela segurança", mas eu pergunto isto: como é que foi possivel um acidente daqueles cortar um chassis pelo meio, preciamente onde não se deve quebrar, e acabar pasto das chamas? É veradade que agora temos Halos e "celulas de sobrevivência" para aguentar impactos deste tipo - não há milagres, há imensa competência - mas eu pensava que não voltaria a ver carros a explodir no ecrã numa corrida de Formula 1. Estava enganado.

E ainda tivemos um carro de cabeça para baixo noutro incidente, com o Lance Stroll

Em jeito de "moral da história", mais uma vez, podemos dizer que o automobilismo continua perigoso, e que por muito que se faça para proteger o piloto, o risco zero está fora do nosso alcance. Hoje, tivemos heróis e a tecnologia a funcionar bem. 

Formula 1 2020 - Ronda 15, Bahrein (Corrida)


O Bahrein - dizendo melhor, o circuito de Shakir - tem tudo para ser aborrecido. Apesar de este ano ser a terceira corrida em ronda dupla - petrodólares oblige - todos têm a ideia de que, se não existir uma luta por um lugar qualquer da liderança, de forma constante, como aconteceu em 2014, não será uma prova emocionante, bem pelo contrário, um suporífero.

No final, não foi. Bem pelo contrário: foi arrepiante. E foi graças à ciência e à tecnologia que se salvou uma vida. E nem foi o único acidente daquela prova, apenas o primeiro.

As coisas explicam-se em poucas linhas: depois da partida, onde Lewis Hamilton partiu bem e Valtteri Bottas mal, Max Verstappen ficou com o segundo posto, seguido pelo Racing Point de Sergio Perez. Atrás, havia a confusão do costume, mas o Haas de Romain Grosjean, ao evitar um carro que tinha parado à sua frente, desviou-se e tocou na roda do Alpha Tauri de Pierre Gasly, acabando nos guard-rails de proteção da Curva 3. O impacto foi forte, o chassis foi arrancado em dois precisamente na parte do depósito de gasolina, e uma bola de fogo se via no lado de fora dos guard-rails. Depois de alguns segundos de angustia, e de respiração suspensa, Grosjean saiu do carro pelo seu próprio pé, e arrancado do local pelo Dr. Ian Roberts, o médico de serviço, e o piloto do carro médico, o sul-africano Alan ven der Merwe.

No final, escriações nas pernas e ligeiras queimaduras nos braços foi apenas o resultado de um impacto que uma geração antes, teria mandado o piloto para a sepultura, fosse queimado, sufocado ou destruido com o impacto contra os guard-rails. Mas graças à tecnologia, que nos deu coisas como o Halo, a celula de sobrevivência, a o chassis de fibra da carbono, Romain Grosjean vive para continuar a correr, seja aqui ou noutro lado.

Corrida interrompida, bandeira vermelha. E respirar fundo enquanto se pensa que o automobilismo continua a ser perigoso.


Demorou até recolher tudo e reparar o guard-rail na zona afetada, e quando puderam, houve nova partida. Hamilton voltou a largar bem, com Perez a assediar Verstappen, mas o holandês levou a melhor. Atrás, Bottas era assediado por Albon, mostrando que hoje, aparentava não ter um grande carro para acompanhar os da frente. Mas afinal, tinha um furo e iria recolher às boxes.

Mas... atrás, novo acidente. Daniil Kvyat tocava em Lance Stroll na curva 8, e o canadiano da Racing Point acabou de cabeça para baixo, que deu em Safety Car e não acabou pior porque... o Halo fez o seu trabalho. Mais uma vez.

Apenas na nona volta é que a corrida recomeçou, com Hamilton á frente de um comboio de pilotos, e aos poucos, o que se via eram os Ferrari a ficar acada vez mais para trás, enquanto os McLaren iam para a frente. Um pouco como está a ser a temporada, não é?


Com o passar das voltas, a emoção foi-se. O britâico ia para ma vitória que ninguém o contestava, apesar de Verstappen. As trocas de pneus, dos médios para os duros, após a passagem pelas boxes, era mais para ver se iam até ao fim ou não. E parecia que as coisas iriam assim até ao fim, até que a três voltas do final, o motor Mercedes de Sergio Perez entregou a sua alma ao Criador, algo bem raro hoje em dia. Aliás, se não estiver enganado, a última vez que vimos um motor a explodir na pista não foi com Lewis Hamilton, em Sepang, em 2016?

Claro, Alex Albon foi o grande beneficiado. E a Racing Point, que poderia ter somado muito, ficou sem nada e pior, viu os McLaren serem quarto e quinto, conseguindo 22 pontos, decidivos na luta pelo terceiro posto no Mundial de Construtores. O piloto tailandês subiu de novo ao pódio, num duplo pódio que já não acontecia desde o GP do Japão de 2017, numa final que acabou debaixo de bandeiras amarelas. E provavelmente, com um enorme sinal de alivio.