sábado, 16 de julho de 2022

Formula E: Cassidy triunfou em Nova Iorque


Nick Cassidy, da Envision, foi o vencedor da primeira corrida da Formula E em Nova Iorque, que aconteceu neste sábado. Numa corrida encurtada pelo mau tempo e com uma carambola, o piloto britânico conseguiu bater Stoffel Vandoorne e Robin Frijns, também da Envision. Quanto a António Félix da Costa, não teve uma corrida memorável e acabou com uma colisão contra o muro, uma volta antes da proba ser interrompidas por causa da chuva e da carambola que aconteceu na travagem para uma das curvas, a pouco menos de dez minutos do final.  

Com Cassidy a partir da pole, este largou no comando, controlando a partir dali os seus adversários, nomeadamente o Mercedes de Stoffel Vandoorne, o Venturi de Lucas di Grassi e o outro Envision de Robin Frijns. Felix da costa partia mal e perdia posições para fora do "top ten". As coisas andaram assim na primeira meia hora, com as alterações no comando a acontecerem por causa dos Attack Modes, que nesta corrida eram dois.  

Contudo, quando faltavam 15 minutos para a meta, começou a chover ligeiramente na pista de New Jersey, fazendo com que a pista ficasse escorregadia. E o primeiro a cair nessa armadilha foi Félix da Costa, que escorregou e bateu na parede, acabando por abandonar. 

E com o passar dos minutos, chovia ainda mais, molhado a pista. E a oito minutos do final, a organização ordenou o Full Course Yellow, mas foi tarde para alguns pilotos, que perdiam o controlo dos seus carros. Stofel Vandoorne, Nick Cassidy, Sebastien Buemi e Lucas di Grassi batiam, e foi mais que suficiente para a organização mostrar a bandeira vermelha. Pascal Wehrlein parou na pista e foi batido por trás por Jake Dennis. 

Com os carros parados nas boxes, a organização tratou de limpar a pista dos destroços, mas com o passar do tempo, decidiu-se que o melhor seria não retomar a prova, porque já tinha decorrido mais de a distância necessária para receber os pontos por inteiro. 

Na geral, Mortara é o novo líder, com 140 pontos, contra os 137 de Vandoorne e 128 de Jean-Eric Vergne. A competição prossegue amanhã com a segunda corrida nas ruas americanas. 

sexta-feira, 15 de julho de 2022

A imagem do dia



Passa hoje meio século desde que, em Brands Hatch, Emerson Fittipaldi confirmou a sua candidatura ao título mundial. É certo que foi um triunfo herdado, mas a maneira como dominou a corrida convenceu muitos que ainda tinham dúvidas que o piloto brasileiro tinha a capacidade não só de vencer, como de ser um dos melhores do pelotão. 

E melhor ainda: foi uma corrida bem competitiva entre três dos melhores pilotos de então: Fittipaldi, o Ferrari de Jacky Ickx e o Tyrrell de Jackie Stewart.

O belga, que era o "poleman", partiu bem e ficou na liderança por muito tempo. Foi um duelo entre ele e Fittipaldi, um duelo à distância, e também é um duelo entre duas máquinas, o 312 contra o modelo 72, estreado em 1970, mas que é devidamente desenvolvido naquele ano para ser a máquina vencedora e memorável do qual todos conhecemos. E o duelo ainda foi observado à distância por Jackie Stewart, que estava em recuperação, depois de um úlcera que o deixou de fora por uma corrida e que regressou em triunfo em Charade, no GP de França.    

Na bolta 48, Ickx tem um problema no seu Ferrari e acaba por abandonar a corrida, deixando a liderança para Fittipaldi. Mas não o deixaram em paz: Stewart pressionou-o para o resto da corrida, não tendo uma prova tranquila, e o ritmo foi tal que ambos deram uma volta ao resto da concorrência, excepto o McLaren do americano Pete Revson. E este está mais de um minuto atrás dos dois primeiros.

No final, foi uma corrida bem disputada, algo do qual valeu a pena ter pago o bilhete, e aqueles que o viram em casa, numa televisão a cores, poderão afirmar que foi uma tarde bem passada. Para o piloto brasileiro, foi mais um passo rumo ao título, porque ali ele tinha triunfado pela terceira vez naquela temporada. E mais iriam seguir. 

WRC 2022 - Rali da Estónia (Dia 1)


O finlandês Kalle Rovanpera lidera o rali da Estónia, cumpridas que estão as primeiras nove especiais da prova. O piloto da Toyota tem uma vantagem de 11,7 segundos sobre Elfyn Evans, com o local Ott Tanak na terceira posição, a 44,3.

Com passagens duplas por Peipisääre, Mustvee, Raanitsa e Vastsemõisa, todas classificativas muito rápidas e em terra, o rali começou com Evans a acelerar, triunfando na primeira especial, conseguindo uma vantagem de 7,8 segundos sobre Rovanpera, e 14,3 sobre Tanak. Ele e Breen foram penalizados em 10 segundos porque não usaram o modo elétrico na zona HEV. 

O galês não quis saber das desgraças dos outros e voltou a triunfar, desta vez com uma vantagem de um segundo sobre Tanak e 4,8 sobre Rovanpera. E repetiu o feito nas restantes especiais da manhã, em Raanitsa e Vastsemõisa. Na primeira especial, Evans conseguiu uma vantagem de 4,3 sobre Rovanpera e 5,2 sobre Tanak, e na segunda, a mesma hierarquia, com o galês na frente, 1,8 segundos na frente do finlandês e dois segundos do estónio da Hyundai.

"Tem sido muito bom no geral. O carro está funcionando bem e eu tenho confiança ao volante, então isso é bom. Precisamos mantê-lo esta tarde - tudo pode parecer completamente diferente e você não pode dar nada como garantido.", disse o galês da Toyota.

A tarde começa com as segundas passagens pelas classificativas da manhã. Evans continuou ao ataque, ganhando 1,2 segundos sobre Rovanpera e 6,5 sobre Tanak. Gus Greensmith e Oliver Solberg sofreram furos e atrasaram-se na classificação, enquanto Evans se queixava da aderência. "A aderência está a mudar o tempo todo, mas é assim mesmo.", disse no final da classificativa.

Na segunda passagem por Mustvee, Rovanpera partiu ao ataque, triunfando com 4,3 segundos de vantagem sobre Tanak e 5,5 sobre Evans. "A linha de direção parece que não tem aderência alguma. Mesmo quando não há lama, ainda está muito escorregadio. É complicado ter que abrir a estrada o tempo todo.", disse o finlandês da Toyota.

O finlandês ganhou outra vez, na segunda passagem por Raanitsa, 3,5 segundos na frente de Evans e 4,8 sobre Esapekka Lappi e no final, Rovanpera triunfou, 14,2 segundos na frente de Thierry Neuville e 19,9 sobre Adrien Formaux. Evans perdeu 22,6 segundos e a liderança, depois de um despiste onde perderam muito tempo.

"Acho que você pode ver qual é a história. Estávamos nos arbustos logo no início, então, depois disso, foi o caso de ter certeza de que passaríamos. Não há nada que você possa fazer quando as condições são assim.", lamentou o galês.

"A tarde foi boa. Fiquei feliz por podermos usar a nossa posição inicial um pouco melhor e começar a andar um pouco mais quando tínhamos aderência. Será interessante ver o que acontece com os pilotos [que estão] atrás.", afirmou o finlandês, líder do campeonato.

Depois dos três primeiros, Esapekka Lappi é o quarto, a 1.05,9, com Thierry Neuville em quinto, a 1.12,9, já distante de Adrien Formaux, a 2.08,1, no seu Ford Puma Rally1. Mas Katsuta Takamoto não está longe, sétimo a 2.10,9. Gus Greensmith é o oitavo, a 2.29,4, e a fechar o "top ten" estão o Ford de Pierre-Louis Loubet, a 3.59.0, e o Skoda Fabia de Andreas Mikkelsen, a 4.57,4.

O rali da Estónia continua amanhã, com a realização de mais nove especiais. 

quinta-feira, 14 de julho de 2022

A imagem do dia


Nunca uma personagem automobilística foi tão fascinante como Enzo Ferrari, o fundador da marca com o mesmo nome, em 1947. Como é sabido, Michael Mann está a fazer um filme sobre ele, com Adam Driver a encarná-lo, e as filmagens estão a decorrer por estes dias. E hoje soube-se que a Apple TV+, o canal de streaming, irá transmitir uma série sobre Ferrari, o Commendatore, que será feito por Steven Knight e Paolo Sorrentino. O primeiro é o mesmo criador de Pinky Blinders, e o segundo é um dos mais aclamados realizadores italianos da atualidade. 

A série terá como base o livro "Ferrari Rex", de Luca Dal Monte, onde se conta que entre 1956 e 1961, Ferrari construiu uma equipa de máquinas vencedoras, e uma constelação de estrelas, enquanto domesticamente sofria com a morte do seu primogénito, Dino Ferrari.  

Estou emocionado por contar uma história tão evocativa sobre esse homem lendário e sua marca icônica”, disse Knight. “A vida absolutamente extraordinária de Enzo Ferrari foi definida por sua dramática jornada pessoal e profissional, e a Ferrari é uma celebração de um ser humano incrivelmente complexo e fascinante.

Estou intrigado por saber quem farão os papeis de alguns dos pilotos desse tempo. Afinal de contas, falamos de gente como Mike Hawthorn, Luigi Musso, Eugenio Castelotti, Wolfgang Von Trips, Phil Hill, Alfonso de Portago... e quase todos tiveram acidentes mortais ao volante dos seus carros. Aliás, dessa lista, apenas o americano é que chegou a velho. 

Independentemente de quantas temporadas esta série tenha, espero que incide mais luz sobre uma das personagens mais fascinantes do automobilismo. 

Rumor do Dia: Portimão de regresso ao WEC?


O Autódromo de Portimão poderá ser palco de uma jornada do Mundial de Endurance em 2023, num alargamento do calendário de seis para oito provas, a pedido dos construtores. A vinda da competição ao Autódromo Internacional do Algarve pode acontecer numa data antecipada em Abril, ou seja, entre as corridas corridas confirmadas de Sebring - as 1000 Milhas - e Spa.

Outra prova que poderá regressar ao calendário do WEC poderá ser no Brasil, mais concretamente no Autódromo de Interlagos, restando saber se será uma prova de Seis ou Oito Horas. 

A competição de Endurance, as Oito Horas de Portimão, aconteceu em 2021 como substituto da corrida de Sebring, cancelado devido à pandemia. Com o regresso de Sebring ao calendário, a corrida portuguesa saiu do calendário, mas as negociações entre a ACO, FIA e a organização do circuito estão a decorrer a bom ritmo e este regresso é uma probabilidade cada vez mais crescente, ainda por cima num ano onde irão entrar uma mão cheia de construtoras para a classe LMDh e Hypercar. 

Formula E: Felix da Costa irá correr para triunfar


António Félix da Costa quer aproveitar o seu gosto pelas corridas na América para conseguir um bom resultado na jornada dupla em Nova Iorque, que acontecerá nesta final de semana. Sexto classificado no campeonato, o piloto da DS Techeetah está num bom momento de forma, depois do pódio conquistado na última prova, em Marraquexe. Em Nova Iorque, ele quer manter a boa energia este fim-de-semana, atacando para ganhar.

"[Estou] com muita vontade de correr novamente em Nova Iorque. Os Estados Unidos é um pais com uma paixão única pelo desporto motorizado, os fãs vivem intensamente todo o show das corridas. O ano passado subi ao pódio neste circuito e este ano, não escondo a minha vontade de vencer. Estamos a crescer, nas últimas corridas melhorámos bastante a nossa performance, portanto a mentalidade é mesmo essa: atacar, sem medos e sem pressão de campeonato. Infelizmente estamos longe da luta do título, mas isso permite-me encarar as corridas com uma agressividade e mentalidade mais atacante que os meus adversários que estão na luta do título!", referiu o piloto da DS Techeetah.

Em relação às corridas do fim de semana, no sábado, a corrida será transmitida na Eurosport 2 a partir das 17:50, hora de Lisboa, e mesma hora da corrida de domingo, no mesmo canal.

quarta-feira, 13 de julho de 2022

A imagem do dia


Thierry Boutsen faz hoje 65 anos, e hoje recorda-se este piloto, vencedor de três Grandes Prémios e que correu pela Arrows, Benetton, Williams, Ligier e Jordan, por onze temporadas. Um piloto que abrilhantava os lugares secundários, conseguiu, para além disso, dois segundos lugares nas 24 Horas de Le Mans, um deles em 1993 ao serviço da Peugeot.

Das suas três vitórias na Formula 1, duas delas aconteceram debaixo de chuva, nomeadamente o GP do Canadá e o GP da Austrália de 1989, ambos ao serviço da Williams. O GP da Hungria de 1990 foi alcançado contra todo um pelotão que o queria ultrapassar - de Mansell a Prost, de Senna a Piquet - depois de ter largado da pole-position, a única da sua carreira. 

Contudo, o seu primeiro pódio foi uma mistura de sorte, sobrevivência e uma desclassificação. Foi o que aconteceu no GP de San Marino de 1985. 

Tinha chegado à Formula 1 pela Arrows, depois de duas temporadas na Formula 2 - fora vive-campeão em 1981 - e depois de pagar meio milhão de dólares para ficar com o lugar e estrear-se no GP da Bélgica, no ano em que regressava Spa-Francochamps ao calendário. Em 1984, conseguiu cinco pontos, os primeiros na sua carreira, e continuava no ano seguinte, com um novo companheiro de equipa, o austríaco Gerhard Berger, vindo da ATS. 

Ali, em Imola, Boutsen começou a surpreender com o quinto melhor tempo, a quase seis centésimos da pole-position, conquistado por Ayrton Senna. Mas ficou a menos de um centésimo do terceiro posto, ocupado pelo Ferrari de Michele Alboreto. Aliás, a Ferrari tinha um novo piloto, na figura do sueco Stefan Johansson, depois de despedirem René Arnoux após o GP do Brasil, onde acabou a corrida em quarto lugar. Em contraste com Alboreto, Johansson largava de 15º

A corrida foi sem grande história... até cerca da volta 56, a quatro do fim. Nessa altura, Senna liderava, seguido de Johansson, Prost, De Angelis e Boutsen. Parecia que o brasileiro ia a caminho de ficar com o comando do campeonato, mas de repente, o carro começou a gaguejar, mostrando que estava a ficar sem combustível. Johansson passou-o, enquanto o brasileiro encostava, frustrado por não ter mais no seu depósito, numa altura em que eles estavam limitados a 195 litros para gastarem na corrida. E claro, os tiffosi entravam em delírio.

Mas foi por pouco. Nem uma volta fez na liderança, porque também ficou sem combustível e foi passado por Alain Prost, no seu McLaren, com Elio De Angelis atrás. O francês entrou em primeiro na última volta e cortou a meta como vencedor. Mas... havia mais drama. Até o próprio Boutsen se meteu nisso!

Terceiro na entrada da última volta, teve que levar o carro ao colo para cortar a meta - saiu do carro e empurrou-o! - porque também ficara sem combustível no seu motor BMW Turbo, desconhecendo se tinha perdido o pódio para o Renault de Patrick Tambay. No final, descobriu-se que o McLaren estava dois quilos mais leve que o mínimo permitido e acabou por ser desclassificado, dando a De Angelis a sua segunda vitória na sua carreira - e infelizmente, a última - e a Boutsen o primeiro pódio para a Arrows desde 1981... em Imola, com Riccardo Patrese ao volante. E o primeiro de 15 pódios na sua carreira. 

Youtube Formula 1 Vídeo: As comunicações do Red Bull Ring

A corrida austríaca foi bem agitada, com um vencedor inesperado - ainda por cima, passou o favorito por três vezes - mas para além disso, houve motores rebentados, batidas no muro e outras agitações do qual os pilotos comunicaram às boxes e o pessoal da Formula 1 andou a selecioná-las e fazer este vídeo. 

Noticias: Norris quer os limites removidos em Monza


Mesmo sendo um acidente de Endurance, o seu impacto foi sentido na Formula 1, ao ponto de um dos seus pilotos, Lando Norris, pedir para que os limitadores sejam removidos, em nome da segurança. O acidente que o piloto Henrique Chaves sofreu no domingo, durante as Seis Horas de Monza, por causa dos limitadores que estavam colocados na segunda chicane, e que serviram de "rampa de lançamento", foi o suficiente para que o piloto da McLaren escrevesse na sua coluna no "The Daily Telegraph", apelando para a sua remoção.

Felizmente, apesar de uma das portas do carro ter sido cuspida, e de haver destroços a voar por todo o lado, Chaves foi capaz de sair ileso”, começou por escrever Norris no jornal. “Mas o carro nunca deveria ter levantado voo. Certamente não de uma forma tão violenta. Estas coisas são sempre mais complexas do que parecem, mas há uma coisa que me preocupa: os limitadores.", continuou. 

"Fui crítico em relação aos limitadores no passado, mas penso que é altura de agirmos e de os retirarmos do nosso desporto. O acidente de Chaves foi o segundo grande acidente em duas semanas após o incidente na corrida de Fórmula 2 em Silverstone, quando o carro de Dennis Hauger levantou voo, colidindo com o Halo do rival Roy Nissany. Mais uma vez, felizmente, ambos os pilotos conseguiram sair ilesos, mas já vimos outros pilotos feridos no passado. Em 2019, Alex Peroni teve um grande acidente quando bateu num limitador durante uma corrida de Formula 3. Isso terminou a sua época.", declarou.

"Com os carros de Fórmula 1 mais baixos do que nunca, e mais duros do que nunca, temos de agir porque quando os carros batem nesses limitadores, podem ser lançados ao ar. Os carros podem também ressaltar, o que pode ser muito doloroso nas costas. O acidente de Chaves é um lembrete de que não podemos deixar que isto se arraste. Questões como os limitadores são, pelo menos aos meus olhos, um tópico crítico que precisamos de resolver mais cedo possível.”, concluiu.

terça-feira, 12 de julho de 2022

A imagem do dia


Na altura, não achei muita graça. Ainda por cima, sendo adolescente e admirador de Ayrton Senna, ver Nigel Mansell, um dos seus oponentes, a triunfar de modo tão óbvio ao ponto dos fãs invadirem a pista, ainda fez piorar um pouco mais a minha disposição nesse meu dia de aniversário. Contudo, 30 anos depois, mais distanciado e menos apaixonado em relação aos pilotos, posso afirmar que este momento era a da consagração de um piloto que procurou muito por este momento, e quando alcançou, já foi numa idade avançada, e depois de ter perdido muito. 

Mansell foi um piloto de duas equipas e de duas personagens: Lotus, com Colin Chapman, e Williams, com Frank Williams. O primeiro deu-lhe uma chance de correr na categoria máxima do automobilismo, mas apanhou-o na fase descendente da sua carreira. E pior: quando o seu patrono morreu, no final de 1982, ficou sem rumo e a lidar com alguém que definitivamente, não gostava dele, Peter Warr. Mas quando foi para a Williams, em 1985, tee a sorte de lá chegar quando a Honda finalmente acertou a mão com o seu motor Turbo. 

E sempre adorou correr em terras britânicas: o seu primeiro triunfo foi em Brands Hatch, no GP da Europa de 1985, depois ganhou de novo, no GP britânico em 1986, também em Brands Hatch, e no ano seguinte, numa corrida incrível, apanhou Nelson Piquet e regressou ao lugar mais alto do pódio na sua primeira vitória em Silverstone, precisamente cinco anos antes desta cena. E no ano anterior, com mais uma vitória, a cena da boleia a Ayrton Senna no final da prova, que deu em modelos, pinturas  desenhos gráficos. Uma daquelas cenas para a história.

E mesmo alguns "quases" foram épicos. O quarto lugar na corrida de 1983, ainda no seu Lotus, e a desistência na corrida de 1990, correndo na Ferrari, depois de uma pole e uma carreira onde ele quis triunfar com o carro que o tinha, e que foi traído pela mecânica. Foi depois dessa corrida que anunciou que iria abandonar a Formula 1, decisão do qual voltou atrás quando Frank Williams lhe deu um lugar para 1991, com os resultados que conhecemos. 

Trinta anos depois, Mansell andou por Silverstone como um herói que é. O seu FW14B, o mesmo que guiou na vitória de 1992, foi guiado por Sebastian Vettel, um admirador do "brutânico" e as pessoas deram-lhe um tratamento de "rockstar". E ele, com 68 anos, estava embevecido com a recepção, porque... bem vistas as coisas, ele é daqueles "working class heroes" que os britânicos gostam... apesar de adorar jogar golfe. 

Youtube Motorsport Video: Os Peugeot em Monza

As Seis Horas de Monza, que aconteceram neste domingo, foram uma corrida onde muitos dos olhares estavam nos Hypercar da Peugeot, que se estreavam por ali, e claro, não existiam grandes expectativas sobre os bólidos franceses. Um deles acabou mais de 40 voltas atrás do vencedor, enquanto que o segundo carro pouco andou a desistiu a meio. 

O video que eles colocaram aqui mostra os bastidores do que foi essa prova para eles e o aviso que deixaram: eles regressarão, mais fortes e mais treinados. Afinal de contas, o objetivo são as 24 Horas de Le Mans de 2023, a edição do centenário. 

Noticias: Masi sai da FIA


Sete meses depois de ter sido o diretor de corrida no GP da Abu Dhabi, o australiano Michael Masi decidiu abandonar a FIA para voltar ao seu país natal, desconhecendo-se se regressará às funções que tinha anteriormente, de ser o diretor de corrida dos V8 Supercars.

A FIA confirma que Michael Masi decidiu deixar a FIA e mudar-se para a Austrália para estar mais perto da sua família e enfrentar novos desafios”, começa a ler-se no comunicado oficial.

Ele assumiu os cargos de diretor de corrida da Fórmula 1 e delegado de segurança durante um período de três anos após o súbito desaparecimento de Charlie Whiting em 2019, desempenhando as numerosas funções que lhe foram confiadas de forma profissional e dedicada.

A FIA agradece-lhe pelo seu empenho e deseja-lhe o melhor para o futuro.”, conclui o comunicado.

Após a corrida árabe, que decidiu o campeonato de 2021 a favor de Max Verstappen, a FIA decidiu fazer uma investigação ao seu comportamento e chegou à conclusão de que ele errou na maneira como lidou com os acontecimentos, especialmente depois do último Safety Car, nas voltas finais dessa corrida. Em consequência, dispensou-o do cargo, substituindo-o pelo alemão Niels Wittich e pelo português Eduardo Freitas, ao mesmo tempo que afirmou estar disposto a dar um outro cargo na estrutura da FIA.

Contudo, Masi não quis esperar e decidiu de sua própria vontade que iria regressar a terras australianas, para estar junto da sua família. 

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Os novos sarilhos de Bernie Ecclestone


Bernie Ecclestone está novamente em sarilhos. A caminho dos 92 anos - que comemorará a 28 de outubro, caso lá chegue - o bilionário britânico, afastado da Formula 1 desde 2017 - mas não quer deixar de mandar as suas bocas, quando vê um microfone pela frente - agora tem um novo problema nas mãos. Ele, cuja fortuna anda pelos 2,5 mil milhões de libras, está a ser investigado pelo fico britânico por fraude, ao não divulgar cerca de 400 milhões de libras em investimentos estrangeiros, nomeadamente no Brasil, onde passa boa parte do ano por causa da sua terceira mulher, Fabiana Floisi.

O Crown Prosecution Service emitiu esta segunda-feira um comunicado confirmando que “autorizou a acusação de Bernard Charles Ecclestone de fraude por falsa representação, após uma investigação do HMRC”.

Andrew Penhale, o procurador-chefe da coroa britânica, afirmou no comunicado oficial: “O CPS [Serviços de Investigação da Coroa, em português] reviu um arquivo de evidências do HMRC [His Mejesty's Revenue and Customs, ou Serviços de Impostos e Alfândega de Sua Majestade, em português] e autorizou uma acusação contra Bernard Ecclestone por fraude devido à falsa representação em relação à sua falha em declarar ao HMRC a existência de ativos mantidos no estrangeiro num valor superior a 400 milhões de libras.", começou por afirmar.

O Crown Prosecution Service lembra a todos os interessados ​​que os processos criminais contra este réu estão agora ativos e que eles têm direito a um julgamento justo. É extremamente importante que não haja relatos, comentários ou compartilhamento de informações on-line que possam prejudicar de alguma forma esses procedimentos.”, concluiu o comunicado oficial.

De acordo com Simon York, diretor do Serviço de Investigação de Fraudes do HMRC, a acusação contra Ecclestone “está a seguir uma investigação criminal complexa e mundial”.

A acusação criminal refere-se a obrigações fiscais projetadas decorrentes de mais de 400 milhões de libras em ativos offshore que foram ocultados do HMRC”, disse York.

O HMRC está do lado dos contribuintes honestos e tomaremos medidas duras sempre que suspeitarmos de fraude fiscal. A nossa mensagem é clara – ninguém está fora do nosso alcance. Lembramos às pessoas que se abstenham de comentários ou compartilhamento de informações que possam prejudicar os procedimentos de alguma forma. Isso agora é uma questão para os tribunais e não comentaremos mais”, concluiu.

Não é a primeira vez que Ecclestone se meteu em sarilhos devido a problemas fiscais ou de corrupção. Entre 2012 e 2014, ele foi submetido a um julgamento de suborno na Alemanha, que terminou quando ele pagou um acordo de 60 milhões de libras para encerrá-lo sem admitir culpa. O caso em questão aconteceu quando pagou ao banqueiro Gerhard Gribowsky 44 milhões de libras para ficar com os direitos televisivos da Formula 1 quando o grupo Kirch faliu, em 2002. Ecclestone admitiu o suborno, mas que tinha feito isso por ter sido chantageado por Gribowsky, afirmando que iria revelar dados fiscais que ele tinha alegadamente escondido das autoridades. 

domingo, 10 de julho de 2022

O video do dia

Podia meter aqui umas imagens, mas acho que o video é melhor explicado, mais impactante. Para quem não viu a transmissão, explico: este é o Aston Martin da classe GTE-Am guiado pelo português Henrique Chaves, que voou depois de uma falha nos travões quando chegou a segunda chicane, a Variante della Roggia. 

Claro, o que piorou as coisas - e deu este voo espetacular - foram as "salsichas" que foram colocadas nas beiras da pista para evitar que existam excessos. Mas Monza é uma pista muito veloz e quando alguém exagera, passar nessas bermas a alta velocidade era um convite a um voo involuntário e perigoso. E quando se viu uma das portas do Aston Martin a ser arrancado no impacto, antes do chassis voar para o outro lado da pista, ficamos a pensar que certas coisas, em vez de melhorarem, só pioram.

Felizmente para o Henrique Chaves, tudo correu bem. Mas não a primeira vez que carros voaram em Monza por causa dessas bermas. Tem de arranjar outra maneira, porque esses carros não foram feitos para voar, e ninguém quer ver os pilotos se magoarem por algo que é evitável. 

Afinal de contas, semana passada houve um piloto que voou numa prova de Formula 2 em Silverstone, e se não fosse o Halo, tinha perdido a cabeça.

Formula 1 2022 - Ronda 11, Red Bull Ring (Corrida)


Na Áustria - aliás, nos montes austríacos - a Red Bull fará de tudo para ser o rei na pista. E os neerlandeses, vestidos de laranja, também ajudam ao colorido da paisagem. Perante a enorme estátua taurina na pista, tudo indicava que o fim de semana de Max iria ser mais uma de "Super Max", vulgarizando a concorrência, especialmente a Ferrari, que bem de um triunfo em terras britânicas, com... "o piloto errado" - leia-se, Carlos Sainz Jr. 

Mas como Charles Leclerc foi segundo na corrida sprint da véspera, poderia ser que a hierarquia, agora resposta, poderia ter alguma chance de contestar a temporada do neerlandês. 

Contudo, ainda antes da corrida, havia uma polémica. Surgiram queixas de assédio por parte de espectadores, especialmente os que não torciam por Max Verstappen. As mulheres, em particular, falavam que tinham sido assediadas e se identificassem como fãs de Lewis Hamilton, por exemplo, não os deixavam em paz. A Formula 1 notou as queixas e decidiu fazer um aviso sério à organização para que controlassem a multidão. É o preço do sucesso e da rivalidade...


Ainda voltando à corrida em si, antes da largada, soube-se que Valtteri Bottas iria largar das boxes no seu Alfa Romeo.

Na largada, Max largou bem enquanto Russell subiu para terceiro, passando Sainz Jr. Sergio Perez saiu fora na curva 4 e caiu para o fundo do pelotão, enquanto Russell tinha a asa frontal danificada. Um pouco mais atrás, Mick Schumacher conseguiu passar Lewis Hamilton para ser sétimo.


Nas voltas seguintes, Leclerc tentava não largar Max para tentar a liderança, enquanto na cabine dos comissários, decidiram que o toque entre Russell e Perez resultou em cinco segundos de penalização para o piloto da Mercedes. O mexicano ficou muito para trás e nunca mais recuperou, ao ponto de na volta 27, o mexicano acabou por abandonar.

Nessa altura, os pilotos da frente já tinham parado nas boxes para a sua primeira paragem, primeiro Max, depois os Ferrari. Quando foi a vez de Leclerc, na volta 27, ele colocou duros e regressou à pista atrás de Max Verstappen. Mas pouco depois, o monegasco conseguiu passar o piloto da Red Bull e estava na frente da corrida. Podia ser que o vencedor fosse diferente do normal... mas estávamos na volta 32.

E pelo meio, começavam as penalizações por causa dos limites da pista. Primeiro Gasly, depois Norris, levavam cinco segundos a mais no tempo final. Mas isso não impedia de vermos - o que parecia ser - um Mick Schumacher transformado. É que a essa altura era sétimo e estava na frente de Kevin Magnussen!

Na volta 36, Max foi às boxes uma segunda vez e colocou novo jogo de duros, regressando em terceiro ao mesmo tempo que, na pista, Fernando Alonso e Yuki Tsunoda se batalhavam por posição, e com o novato a apertar o veterano ao ponto do espanhol mostrar que "ia para primeiro". E entretanto, os comissários continuavam á caça dos que saiam da pista: agora era Sainz Jr. que era advertido por causa disso. E mais aconteceria nas voltas seguintes.

Na volta 50, Leclerc ia às boxes uma segunda vez, caindo para P3, mas com pneus mais novos que os do Max, poderia ser que o apanhasse mais rapidamente, numa altura em que apenas os cinco primeiros estavam na mesma volta do líder, a dois terços da corrida. Eis algo que já não acontecia há muito tempo. Ao mesmo tempo, Nicholas Latifi tornava-se no segundo piloto a abandonar a corrida. 


Havia um duelo entre os três primeiros pela liderança, mas na volta 57, o carro de Sainz começou a ter problemas de motor, abandonando a seguir. De uma certa forma, havia uma igualdade, pois agora era apenas um carro da Ferrari contra um da Red Bull, este que há muito não tinha na pista Sergio Perez. Mas neste momento, era Leclerc que levava a melhor sobre Max, e havia um Virtual Safety Car para que os comissários pudessem apagar as chamas no seu carro em paz.

No regresso, Leclerc ia para a frente no sentido de ganhar, mas nas voltas finais, parecia que o carro tinha problemas. Chegou a dizer que o este recusava mudanças na caixa de velocidades, especialmente as mais baixas, numa altura em que Max parecia se aproximar. Mas ele tinha tudo controlado, e foi assim até ao fim, triunfando na prova, mas com o piloto da Red Bull ão muito longe. Lewis Hamilton ficou com o lugar mais baixo do pódio. E mais atrás, gente como Mick Schmuacher voltava a pontuar, sendo sexto classificado, na frente de Kevin Magnussen, o oitavo.  

O campeonato ficou um pouco mais competitivo, é verdade. Mas chegamos apenas a meio, e ainda faltam duas corridas para a pausa de verão.