Bernie Ecclestone está novamente em sarilhos. A caminho dos 92 anos - que comemorará a 28 de outubro, caso lá chegue - o bilionário britânico, afastado da Formula 1 desde 2017 - mas não quer deixar de mandar as suas bocas, quando vê um microfone pela frente - agora tem um novo problema nas mãos. Ele, cuja fortuna anda pelos 2,5 mil milhões de libras, está a ser investigado pelo fico britânico por fraude, ao não divulgar cerca de 400 milhões de libras em investimentos estrangeiros, nomeadamente no Brasil, onde passa boa parte do ano por causa da sua terceira mulher, Fabiana Floisi.
O Crown Prosecution Service emitiu esta segunda-feira um comunicado confirmando que “autorizou a acusação de Bernard Charles Ecclestone de fraude por falsa representação, após uma investigação do HMRC”.
Andrew Penhale, o procurador-chefe da coroa britânica, afirmou no comunicado oficial: “O CPS [Serviços de Investigação da Coroa, em português] reviu um arquivo de evidências do HMRC [His Mejesty's Revenue and Customs, ou Serviços de Impostos e Alfândega de Sua Majestade, em português] e autorizou uma acusação contra Bernard Ecclestone por fraude devido à falsa representação em relação à sua falha em declarar ao HMRC a existência de ativos mantidos no estrangeiro num valor superior a 400 milhões de libras.", começou por afirmar.
“O Crown Prosecution Service lembra a todos os interessados que os processos criminais contra este réu estão agora ativos e que eles têm direito a um julgamento justo. É extremamente importante que não haja relatos, comentários ou compartilhamento de informações on-line que possam prejudicar de alguma forma esses procedimentos.”, concluiu o comunicado oficial.
De acordo com Simon York, diretor do Serviço de Investigação de Fraudes do HMRC, a acusação contra Ecclestone “está a seguir uma investigação criminal complexa e mundial”.
“A acusação criminal refere-se a obrigações fiscais projetadas decorrentes de mais de 400 milhões de libras em ativos offshore que foram ocultados do HMRC”, disse York.
“O HMRC está do lado dos contribuintes honestos e tomaremos medidas duras sempre que suspeitarmos de fraude fiscal. A nossa mensagem é clara – ninguém está fora do nosso alcance. Lembramos às pessoas que se abstenham de comentários ou compartilhamento de informações que possam prejudicar os procedimentos de alguma forma. Isso agora é uma questão para os tribunais e não comentaremos mais”, concluiu.
Não é a primeira vez que Ecclestone se meteu em sarilhos devido a problemas fiscais ou de corrupção. Entre 2012 e 2014, ele foi submetido a um julgamento de suborno na Alemanha, que terminou quando ele pagou um acordo de 60 milhões de libras para encerrá-lo sem admitir culpa. O caso em questão aconteceu quando pagou ao banqueiro Gerhard Gribowsky 44 milhões de libras para ficar com os direitos televisivos da Formula 1 quando o grupo Kirch faliu, em 2002. Ecclestone admitiu o suborno, mas que tinha feito isso por ter sido chantageado por Gribowsky, afirmando que iria revelar dados fiscais que ele tinha alegadamente escondido das autoridades.
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