Talvez deva ser o piloto com uma das carreiras mais estranhas que teve, antes de chegar à Formula 1. Foi músico, e não um qualquer, pois tocou para os ABBA! E esses conhecimentos, com como a amizade com um dos músicos, fizeram com que quando chegasse à Formula 1, se tornasse ainda mais famoso dos pilotos do fundo do pelotão!
Karl Edward Tommy Borgudd nasceu em Kalmar, no sul da Suécia, a 25 de Novembro de 1946 (tem agora 60 anos). Cedo se interessou pela música, e em meados dos anos 60, tocava em bandas de acid-jazz como baterista. Actuou em grupos como Solar Plexus, Made in Sweden ou o Hootenanny Singers, onde conhece Bjorn Uleavus, futuro integrante dos ABBA. Quando eles foram formados, Uleavus convida Borgudd para ser o baterista do grupo nas suas sessões de gravação dos seus discos, que marcaram os anos 70.
Mas antes disso, em 1968, começa a correr num Formula Ford, na sua Suécia natal, e em 1972, começa a encarar as corridas a sério. Correndo primeiro nos Turismos suecos, ganha o campeonato local em 1973. Em 1975, muda-se para a Formula 3, onde corre quer no campeonato local, quer no campeonato europeu. Em 1979, torna-se no campeão sueco da categoria, a bordo de um Ralt-Toyota. Na Formula 3 europeia, é terceiro no campeonato.
Em 1980, tenta ir para a Formula 2, mas não consegue. Sendo assim, corre de novo na Formula 3, onde é protagonista de um incidente esquisito: no GP do Mónaco da categoria, estava em terceiro, quando parte da carroçaria descolou-se, e acabou a corrida com uma das mãos de fora, a segurar o resto do carro!
Em 1981, finalmente, chega à Formula 1. Tinha 34 anos, o que é tarde para chegar a este patamar, mas mais vale tarde do que nunca… A ATS, equipa alemã, comandada por um senhor muito estranho chamado Gunther Schmidt, contratou-o para substituir o holandês Jan Lammers, a partir do GP de San Marino. Borgudd trouxe o logótipo dos ABBA, na esperança de atrair mais patrocínios para a equipa, mas tal não aconteceu. E já agora… o próprio patrocínio não trouxe dinheiro à equipa!
Borgudd não trouxe grandes resultados nos primeiros tempos. Não se qualificou nas quatro corridas depois de San Marino, mas no Grande Prémio de Inglaterra, partindo do 21º posto da grelha de partida, fez uma corrida agressiva e segura, terminando num surpreendente sexto lugar! Contudo, esse momento de glória durou pouco, pois não terminou mais corridas nesse ano, excepto o GP da Áustria, onde acabou em décimo.
As suas performances não passaram despercebidas a Ken Tyrrell, que o contratou para a época seguinte. A ideia de Tyrrell era de que ele e Michele Alboreto seriam uma excelente dupla para atrair investidores e andar pelos lugares da frente. Contudo, apesar de ter tido um sétimo lugar no Brasil, Borgudd foi despedido ao fim de três corridas.
A sua carreira na Formula 1: 15 Grandes Prémios, em duas épocas, um ponto.
Após a sua saída da Formula 1, Borgudd esteve parado durante três anos, até que participou no GP de Macau desse não. No ano seguinte, meteu-se num novo desafio: as corridas de camiões. Foi campeão Europeu em 1986 e 1987, nas Divisões 2 e 3 da competição. Faz ainda as 24 horas de Le Mans e ganha as 24 Horas de Snetterton, em 1989.
Nos anos 90, voltou para os carros, mais especialmente para o BTCC, guiando um Mazda Xedos 6. Sem resultados de relevo, passou para o NTCC, o campeonato nórdico, onde ganha em 1994. Nesse mesmo ano, volta ao Campeonato Europeu de Camiões, onde é vice-campeão nesse ano e ganha o título em 1995. No final de 1997, decide abandonar o automobilismo de vez, vivendo agora na cidade inglesa de Coventry, correndo ocasionalmente.