sábado, 7 de janeiro de 2012

Dakar 2012 - Dia 6

Depois de um dia de neutralização devido às más condições do tempo nos Andes, na fronteira entre a Argentina e o Chile, o Dakar prosseguiu hoje com uma classificativa que começava e acabava na cidade de Copiapó, famosa nas bocas do mundo por ter sido o local onde em 2009, 33 mineiros chilenos foram resgatados com vida depois de estarem enterrados durante 69 dias.

A classificativa foi particularmente dura para os automóveis, dos quais poucos chegaram ao fim no tempo limite imposto pela organização. E os Hummer, que são capazes do melhor e do pior, levaram desta vez a melhor, com o qatari Nasser Al-Attiyah a ser o mais veloz, batendo o seu companheiro de equipa, Robby Gordon, por sete minutos e meio. Stephane Peterhansel foi o terceiro classificado, a sete minutos e 53 segundos de Al-Attiyah, mas conseguiu ampliar a sua vantagem em sete minutos sobre o polaco Kryzstof Holowczyk, que o foi o quarto classificado nesta tirada.

Nani Roma foi o quinto no seu Mini, seguido do Toyota de Giniel de Villiers e de Ricardo Leal dos Santos, fazendo uma boa etapa e recuperando mais algumas posições na geral. Carlos Sousa, no seu Great Wall, ficou em nono na etapa a quase 40 minutos do vencedor e perdeu o sétimo posto a favor de Al-Attiyah, mas conseguiu manter o andamento, apesar dos problemas de refrigeração do motor so seu carro, que o obrigaram a parar por duas vezes na etapa.

"A primeira parte da etapa era bastante rápida e tentámos dar o máximo para não descolar dos pilotos da frente. Na ligação/neutralização tivemos de dar os nossos pneus ao [Krzysztof] Holowczyc, que tinha furado e a partir daí viemos com cuidados redobrados. Nas dunas, onde nos sentimos bastante à vontade, conseguimos ganhar alguma vantagem para os nossos adversários diretos e ultrapassámos mesmo o MINI do Novitskiy", referiu Ricardo Leal dos Santos à chegada ao final do setor seletivo.

Já no lado de Carlos Sousa, o semblante é de resignação face aos problemas de refrigeração que o carro já começa a mostrar. "Face às características desta etapa e à incrível velocidade de ponta dos Hummer, já sabia que ia ser muito difícil segurar hoje o Nasser. De qualquer forma, também não tive um dia isento de percalços, já que além de um furo lento na primeira parte da especial, voltamos a ter que diminuir drasticamente o ritmo nos 70 quilómetros finais, porque o carro voltou a aquecer demasiado, chegando mesmo a ultrapassar os 117 graus", lamentou o piloto do carro chinês à chegada a Copiapó.

Nas motos, Marc Coma voltou a mostrar a sua grande competitividade ao vencer a tirada de hoje em redor de Copiapo, numa etapa renhida em termos de tempo, com as diferenças entre os primeiros a cifrarem-se, muitas vezes, em margens abaixo dos cinco minutos. Assim, Coma bateu o KTM de Cyril Despres por dois minutos e três segundos, embora o piloto francês ainda tenha uma vantagem de sete minutos e 48 segundos sobre Coma na classificação geral.

Um dos motards que andou bastante bem hoje foi o português Paulo Gonçalves, que levou a sua Husqvarna ao terceiro tempo do dia, ficando a apenas dois minutos e 49 segundos do piloto espanhol. Mais importante para o motard da Husqvarna será o facto de ter conseguido subir à quarta posição da geral, logo atrás de Helder Rodrigues. Isto porque o piloto da casa, Francisco "Chaleco" Lopez perdeu mais de meia hora na tirada de hoje e viu não só Hélder Rodrigues ficar mais isolado na terceira posição como Paulo Gonçalves passar para a sua frente, no quarto lugar.

No final, explicou o que foi o seu dia: "Foi uma etapa muito difícil com areia e grandes dunas! O meu resultado é bastante importante para fechar a primeira parte do rali. O objetivo é atacar a segunda metade do rali com a mesma determinação e prudência".

Em relação a Hélder Rodrigues, que também esteve em boa forma com a sua Yamaha, o piloto luso terminou a etapa no quarto lugar, a três minutos e 46 segundos. Com isso, está agora a 49 minutos e 39 segundos de Despres, no terceiro posto. Ruben Faria, companheiro de equipa de Cyril Despres, terminou com o oitavo tempo, a oito minutos e 48 segundos do vencedor, e ocupando agora o 15º posto da geral.

Amanhã, máquinas e  pilotos gozarão um dia de descanso na localidade de Copiapó.

Noticias: FIA cancela contrato com North One

Quando faltam menos de duas semanas para o começo do Mundial, em Monte Carlo, o mais recente espinho que a FIA tem em mãos são os direitos televisivos. A história explica-se em poucas linhas: com a prisão de Vladimir Antonov, principal financiador da North One Sport (NOS), no final de novembro, surgiram duvidas sobre a capacidade de financiamento dessa organização, que dependia de outra entidade, a Comission Sports Iniciative (CSI), que entrou em falência, e em consequência, de fazer o trabalho que tem feito ao longo dos anos com a divulgação do WRC. 

Nos últimos dias surgiu a possibilidade de um investidor vindo do Qatar poder ajudar a NOS a desbloquear a situação causada pela falência da entidade-mãe, a CSI, mas aparentemente essas negociações não chegaram a bom porto. O anuncio foi feito no final desta quinta-feira, numa altura em que tinha surgido outra alternativa no horizonte, sob a forma da Eurosport.

O canal pan-europeu, que já feito a cobertura do WRC no inicio da década e se dedicava nos últimos dois anos à cobertura do Intercontinental Rally Challenge (IRC), com bons resultados, fez uma oferta à FIA, colocando sob condição de que só trabalharia após a FIA rescindisse contrato com a North One. Aparentemente, a FIA esperou pelo final das negociações com os qataris para tomar uma decisão. E esta foi anunciada esta manhã: o contrato foi rescindido, e nos próximos dias, a Eurosport tomará conta do lugar.

Claro, o trabalho da North One colocou 15 empregos a tempo inteiro em risco, e não se sabe se irão ser absorvidos nas outras atividades da própria empresa, que tem mais 25 trabalhadores empregados. Será que a Eurosport os irá absorver? Isso se verá nos próximos dias. Mas que a FIA esta no processo de desatar um grande nó para desatar em termos de ralis, está.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

5ª Coluna: Rubens Barrichello, o eterno teimoso

Nesta minha primeira "Sexta Coluna" de 2012, apesar de haver um Rali Dakar - interrompido hoje por causa da chuva e da neve - e de se falar sobre o iminente Rali de Monte Carlo e das indefinições à volta da inscrição da Mini no Mundial WRC deste ano, é de outra indefinição que quero falar nesta semana, e tem a ver com o quase quarentão Rubens Barrichello, e que deseja fazer em 2012 a sua vigésima temporada consecutiva na Formula 1.

Num outro pais do mundo, com uma cultura desportiva mais evoluída da do Brasil, os feitos de Barrichello seriam respeitados e apreciados por todos, desde o comum dos mortais até aos comentadores automobilísticos. Num outro país qualquer, um piloto com 326 Grandes Prémios e onze vitórias no currículo seria aplaudido e agraciado pelos seus feitos e pela sua longevidade. E pelo fato de ainda ser apreciado dentro do circulo estritamente fechado da Formula 1, como o é agora, e do qual muitos pilotos o tem em elevada estima e tem apelado para que permaneça por mais tempo.

Contudo... Rubens Barrichello nasceu num pais que tem pouca educação neste aspecto e o tupiniquim comum foi ensinado por uma rede global a aplaudir os vencedores e a assobiar o segundo classificado, passando vezes sem conta a frase que "o segundo é o primeiro dos últimos". Daí que ele seja considerado uma "tartaruga", o digam que é lento e desejam que ele abandone já a competição.

Mas também Rubens tem uma característica, que é uma típica faca de dois gumes: a teimosia. Foi a teimosia de querer ser campeão do mundo que o manteve na Formula 1 por todos estes anos. Foi essa "teimosia" que o fez ser um elemento precioso em qualquer equipa que passasse, excepto na Ferrari, onde viveu o auge da "era Schumacher", como um ator secundário, do qual podia depois aproveitar os restos, no final da época. Primeiro, ao querer não defraudar as expectativas de um Brasil inteiro, orfão de Ayrton Senna, que desejava uma campeão do mundo a qualquer preço, do qual hoje sabemos que não tem essa capacidade. Depois, ao querer provar a si mesmo que tinha o material do qual é feito os campeões, mas que na realidade era um piloto "médio mais" do qual a famosa expressão "1B" lhe foi cunhada pelo próprio e agora não sai lá mais, como uma tatuagem indesejável de um amor que entretanto já acabou.

E é essa teimosia de querer ficar o mais possível na Formula 1, devido à sua sabedoria acumulada e o fato de algumas marcas quererem agora pilotos experientes, como Michael Schumacher (Mercedes) e Pedro de la Rosa (Hispania) é o que faz mover em 2012, dezanove anos depois de ter participado no seu primeiro Grande Prémio na Africa do Sul. Numa Williams que necessita de dinheiro, depois de ver ir embora, um por um, os patrocinadores, e estar dependente dos petrodólares de Pastor Maldonado, o seu lugar de repente tornou-se no mais cobiçado da Formula 1. Bruno Senna o quer, Adrian Sutil o quer, e o conjunto promete ser de reação, pois terão motores Renault e a postura será de "tudo ou nada" nos lados de Grove, para provar que não terão o mesmo destino que a Tyrrell. 

E se a teimosia de Barrichello levar a melhor mais uma vez em 2012, isso significará que Bruno Senna, o sobrinho do tricampeão, ficaria de fora. E muitos no Brasil não lhe perdoariam mais esse gesto, pois ainda acreditam que Bruno tem a mesma fibra do tio, o que na realidade, ainda que ele seja um bom piloto, não é excepcional.

Num pais onde para ser alguém tem de ganhar, e mais nada, mais um episódio desses será imperdoável na psique brasileira. Aliás, o brasileiro comum nunca perdoará Rubens Barrichello especialmente depois do GP da Austria de 2002, onde foi forçado a abdicar da vitória a favor de Michael Schumacher. Essa abdicação é considerada uma traição, um "baixar de calças perante o inimigo" do qual nunca o perdoarão por isso. Perfeririam que Barrichello tivesse tido um gesto "à la Didier Pironi", em Imola 1982, onde ignorou as ordens e venceu à frente de Gilles Villeneuve. Teriam perferido até que Barrichello parasse, saísse do seu carro e ter dito que abandonaria nesse dia a Ferrari. Como não fez nada disso e perferiu bancar de "empregado do mês", nunca o perdoarão. 

Tenho aquela sensação que Barrichello, mesmo quando estiver retirado e idoso, ainda será cobrado pelo que sucedeu em Zeltweg, tal como aconteceu a Barbosa, guarda-redes de seleção brasileira de 1950, a tal do "maracanazo", que perdeu perante o Uruguai por 2-1. Se o goleiro foi barrado de visitar a concentração da seleção brasileira em 2002 a pretexto de "dar azar", o que será que farão a Rubens? E quando ele morrer, daqui a muitos anos? Tenho a sensação que haverá alguém que cuspirá na sua campa...

As indefinições na Mini e... Armindo num carro oficial?

A situação da Mini no WRC pode estar "pela hora da morte" e os rumores sobre isso voam, a cada dia que passa. A mais recente tem a ver com o seu estatuto dentro da FIA, após esta se ter deslocado à sede da BMW, em Munique, para saber sobre a continuidade da ajuda desta marca no projeto da Prodrive, dpois de ter dito que iria concentrar-se totalmente na sua entrada no DTM.

Agora, segundo a Autosport britânica, a FIA e a Prodrive estão a negociar o seu estatuto no campeonato de 2012, dado que a marca efetuou a sua inscrição fora de época. Uma proposta inicial feita pela Prodrive esbarrou numa contra-proposta feita pela FIA, do qual ainda se aguarda resposta.

Entretanto, a mesma Autosport britânica avança que David Richards não excluiu Chris Meeke da equação e que pensa em alinhar, não com dois carros oficiais, mas sim com três, com o terceiro a servir como "aluguer" à melhor oferta. O segundo carro oficial não alinharia em todas as corridas, como acontece agora no Rali de Monte Carlo, cujo lugar vai ser ocupado pelo francês Pierre Campana, mas fala-se também que no Rali de Portugal, a disputar no final de março, esse lugar seria ocupado por... Armindo Araujo, que teria um material melhor à aquele que costuma alinhar na MotorSport Itália.

Por enquanto é tudo rumor, mas as coisas para os lados da Prodrive continuam nebulosas. E falta menos de 15 dias para o Rali de Monte Carlo...

ÚLTIMA HORA: A Autosport portuguesa afirma que a FIA aceitou a inscrição da Mini 'à condição', em que obriga a marca de David Richards a participar em pelo menos sete provas, cinco na Europa e dois fora dela, com restrições no numero de testes. E caso a Prodrive não aceite as condições, a FIA tem a liberdade de excluir equipas M2 que usem o carro Mini John Cooper Works WRC, como a tem neste momento a Motorsport Itália de Armindo Araujo. E esta alteração das regras está sujeita à aprovação de Ford e Citroen.

Noticias: Generalitat Valencia quer rever o contrato com Ecclestone

A chegada do novo governo em Espanha e o fato dos governos autónomos em terras castelhanas terem de cortar fortemente nas despesas devido àss suas elevadas dívidas fez com que ontem à noite, o vice-presidente da Generalitat Valenciana, José Ciscar, ter afirmado que pediu uma audência a Bernie Ecclestone no sentido de baixar a taxa que tem andado a pagar para manter a formula 1 no circuito urbano de Valencia, em nome do controlo das despesas.

"Os grandes eventos estão em revisão total e absoluta. Esses eventos não são tão viáveis da mesma forma que eram até aqui porque as circunstâncias obrigam-nos a conferir prioridades", referiu Císcar, citado pelo jornal Marca. O responsável entende que eventos como a Fórmula 1 trazem grandes benefícios em termos de visibilidade mediática e retorno económico, mas explica que devido ao momento atual "tudo está sujeito a revisão".

Enunciando o seu desejo de manter o contrato com Bernie Ecclestone para a manutenção da prova, Císcar entende que é possível reavaliar esse acordo: "Temos que analisar, ponderar e pensar também na importância que a Fórmula 1 tem para esta comunidade. Entre o tudo e o nada podem existir fórmulas alternativas", referiu.

Veremos se Ecclestone está para aí virado. Normalmente, ele não está interessado em renegociar contratos, perferindo a postura de "tudo ou nada". E muito provavelmente, poderemos já ter visto o último Grande Prémio naquelas bandas...

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Última Hora: Sexta etapa do Dakar anulada

A organização do Rali Dakar acaba de anunciar que a sexta etapa da prova, que ligaria as localidades de Fiambalá, na Argentina e Copiapó, no Chile, foi anulada devido às intensas chuvas que estão a cair na região andina. Segundo a organização, a abundante chuva, aliada à neve que ainda existe nas partes mais altas da montanha e as dificeis condições do terreno, fez-se com que se encerrasse o Paso de San Francisco, ponto de passagem entre o Chile e a Argentina, fazendo com que os carros, motos e camiões não possam chegar a tempo a Copiapó, pois as alternativas se encontram demasiado longe.

Uma das alternativas que se estuda neste momento é o regresso da caravana a San Juan, para poderem passar mais a sul do inicialmente previsto, onde o tempo está mais clemente. Caso isso aconteça, o Dakar voltará à ação no sábado, uma volta que começa e acaba em Copiapó, antes do dia de descanso, previsto para domingo.

Dakar 2012 - Dia 5

A quinta etapa do Rali Dakar, que ligou as localidades argentinas de Chilecito e Fiambalá, no total de 246 quilómetros, 177 dos quais em etapa especial, foi disputada debaixo de chuva forte, que fez estragos no percurso, ao pontos de encurtar a etapa em cerca de 80 quilómetros. Mas por outro lado, fez baixar as temperaturas, que andavam muito altas nos últimos dias. 

Esta foi uma etapa onde os Mini foram os melhores e onde, primando pela regularidade, o polaco Kryzstof Holowczyk conseguiu arrebatar o primeiro tempo na especial de hoje, ficando na frente do Hummer de Robby Gordon por pouco mais de um minuto. Este voltou a mostrar que o Hummer consegue ser bastante competitivo quando tudo corre bem, mas por outro lado, o qatari Nasser Al-Attiyah, vencedor do Dakar de 2011, não terá muitas razões de satisfação com a fiabilidade do seu automóvel na especial de hoje.

Attyah, que estava a circular entre os mais rápidos, acabou por ver um dos tubos do sistema de refrigeração romper-se, perdendo mais de 23 minutos no processo de reparação e a cair na classificação geral. Na terceira posição do troço ficou Stéphane Peterhansel, com o francês da Mini a ficar a três minutos e 52 segundos do vencedor, logo na frente dos Mini de Nani Roma, Leonid Novitskiy e Ricardo Leal dos Santos, perfazendo assim o total de cinco Mini entre os seis primeiros. 

"Viemos ao ataque, mas um ataque moderado. A etapa correu bem, mas o facto de o nosso carro transportar mais 150 quilos que os outros, repercutiu-se nalgumas zonas, particularmente nas subidas. Podia ter feito melhor, mas agora a minha meta aponta para terminar a prova no Top 10. Vai demorar alguns dias, mas estou certo de que lá vamos chegar", referiu Ricardo Leal dos Santos à chegada ao final do setor seletivo. 

Carlos Sousa voltou a rubricar uma boa prestação com o seu Great Wall e terminou a etapa em sétimo, atrás de Leal dos Santos. "Já tinha feito esta etapa em 2010 e na altura foi tudo muito mais complicado. Felizmente, não apanhámos tanto calor hoje como nos últimos dias e mesmo a passagem pelas dunas acabou por revelar-se tranquila, mesmo se também decidi rodar com algumas cautelas - às vezes até demais -, para não deixar aquecer muito o carro, até em face dos problemas já experimentados pelo Zhou Young nos primeiros dias", revelou o piloto português à chegada a Fiambalá. 

Na classificação geral, Peterhansel mantém o comando, com quatro minutos e 18 segundos de vantagem sobre Holowczyk e dez minutos e 39 segundos sobre Nani Roma, que é terceiro. Robby Gordon é quarto no seu Hummer, a 13 minutos e 32 segundos, logo à frente do Toyota de Giniel de Villiers e o Mini de Leonid Novistkiy. Com o azar de Al-Attiyah, Carlos Sousa subiu agora para o sétimo posto, a 40 minutos e 55 segundos da liderança. Já Ricardo Leal dos Santos, no seu Mini com mais uma boa prestação nesta etapa, deu mais um salto na geral e agora está na 20ª posição. 

Nas motos, a etapa de hoje ficou marcada por nova vitória de Cyril Després sobre Marc Coma, e dessa forma o piloto francês aumentou a sua liderança do Dakar em mais um minuto e 41 segndos, passando a deter agora uma margem de nove minutos e 51 segundos sobre o "motard" espanhol. Esta foi uma etapa onde o francês beneficiou do facto de partir atrás de Marc Coma o que contribuiu para que o voltasse a vencer. Esta luta entre Després e Coma está a cavar um enorme fosso para todos os outros concorrentes, com os pilotos mais perto em termos de classificação geral a terem um dia abaixo das suas possibilidades. 

Hélder Rodrigues, por exemplo, mantém o terceiro lugar da geral, mas foi apenas 14º na tirada de hoje, perdendo 21 minutos e oito segundos para Després. Na geral, está agora a 47 minutos e seis segundos de Després. No quarto posto permanece Francisco "Chaleco" Lopez, que recuperou sensivelmente dois minutos ao piloto luso. Paulo Gonçalves foi décimo na etapa e subiu ao quinto posto da geral. O melhor motard luso foi hoje Rúben Faria, que acabou na sétima posição, depois de ter andado toda a etapa a lutar pelo terceiro posto. Nada mau para quem tem uma entorse no polegar da mão direita... com isto, subiu quase uma dezena de posições na classificação geral. 

Amanhã, máquinas e pilotos sairão da Argentina e entrarão em terras chilenas, numa etapa que ligará Fiambalá e Copiapó, num total de 394 quilómetros, 153 dos quais em classificativa especial cronometrada.

A luta de Barrichello por um lugar ao sol, contada pelo jornal i

Os últimos dias tem sido pródigos em noticias sobre o segundo lugar na equipa Williams. É certo que a equipa de Sir Frank Williams se pode dar ao luxo de poder escolher o seu segundo piloto, depois de confirmar o venezuelano Pastor Maldonado, por 28 milhões de razões vindos da estatal petrolífera venezuelana, mas a luta por esse lugar está a ser vista como uma luta entre brasileiros. E uma luta de gerações, acredite-se, entre Rubens Barrichello e Bruno Senna. Algumas fontes garantem que Bruno já está no lugar, outros dizem que a equipa deseja experiência para desenvolver o FW34, logo, Rubens Barrichello é o homem escolhido para o lugar, numa era em que pilotos mais velhos do que ele, como Michael Schumacher - 43 anos feitos anteontem - e Pedro de la Rosa, que fará 41 anos no próximo mês, tem lugar na elite do automobilismo mundial.

A matéria publicada hoje no jornal português i fala sobre Barrichello, o decano da Formula 1, que sonha com a vigésima temporada consecutiva, mesmo que haja muitos brasileiros que o querem ver por trás das costas e comemorariam rijamente caso ele não conseguisse lugar na temporada que aí vêm. Por duas razões: porque querem ver Bruno Senna na Formula 1, julgando que ele é feito da mesma massa que o tio, e porque só lhes interessa ver brasileiro vencendo. Barrichello é demasiado "numero dois", o número mais insuportável em terras tupiniquins.
BARRICHELLO AINDA SONHA COM UM LUGAR AO SOL

Por Cátia Bruno, publicado em 5 Jan 2012 - 03:10 | Actualizado há 12 horas 23 minutos 

Rubens viveu na sombra de outros e tornou-se o piloto mais experiente da F1. Em 2012, o eterno segundo quer continuar. Será que deve? 

1994, ano da morte de Ayrton Senna. Mas o Brasil não teve só razões para chorar nesse ano. Em 94, outro brasileiro deu nas vistas na F1 por razões bem melhores. No Grande Prémio da Bélgica, em Agosto, um jovem chamado Rubens Barrichello, de apenas 22 anos e 97 dias, partia à frente, tornando-se o piloto mais novo de sempre a conseguir uma pole position na altura. Era o prenúncio de um possível grande piloto a crescer. 

Mas tal não veio exactamente a concretizar-se. Não é que Rubinho (nome carinhoso com que a família o trata) seja mau piloto, longe disso. É que, talvez por azar, inexperiência, falta de brilhantismo ou um somatório de tudo isto, Barrichello parece estar condenado a ser o eterno segundo. Bom, talvez não em termos de experiência. Nisso, Rubens é o recordista número 1: é o piloto que participou no maior número de Grandes Prémios em toda a história da F1 (são 326 ao todo) e aquele que esteve presente no maior número de épocas (19). E o número pode continuar a crescer, tendo em conta que há a possibilidade de Rubens se manter na F1 em 2012. Mas será isso uma boa ideia? 

A Williams, equipa do piloto na época passada, ainda tem um lugar disponível. E a vontade de Rubens continuar não é segredo nenhum. “Eu continuo a achar que sou competitivo e que mereço estar aqui”, declarou o piloto na última corrida, em Interlagos. “Vinte anos [na F1], com 40 anos de idade. Quero estar aqui e estou a dar tudo por tudo para que isso aconteça.” A situação na Williams parece ajudar à permanência do brasileiro, com a mudança completa da equipa técnica – é sabido que as relações entre Barrichello e o director de engenharia Patrick Head não eram as melhores e a vasta experiência de Rubens é uma mais-valia, em termos técnicos, para a equipa. Mas por outro lado, a prestação de Rubens nesta última época não foi propriamente brilhante, tendo apenas conseguido dois pontos. Certo é que o colega de equipa Pastor Maldonado já está confirmado na Williams para 2012, e o brasileiro não. E há mais candidatos ao lugar, como Sutil, Senna ou Alguersuari. É altura de Barrichello bater em retirada e dar lugar aos mais jovens, dizem alguns. 

Acabe ou não a carreira do brasileiro, certo é que já há muito para contar. Que ele tem experiência, ninguém duvida, mas alguns recordes menos lisonjeiros ajudam a confirmar que Rubens esteve sempre quase lá – faltou foi o quase. É o piloto de toda a F1 que acabou mais vezes em 3.º lugar (28 vezes), é o segundo piloto com mais pontos de carreira sem nunca ter ganho um campeonato e é o segundo piloto que fez o maior número de corridas até conseguir ganhar (foram 123 provas até ganhar o GP da Alemanha, em 2000). Podemos sempre alegar que Barrichello teve o azar de competir na mesma equipa de Michael Schumacher no auge da sua forma (de 2000 a 20005). Ficará para sempre na história o incidente do GP da Áustria de 2002: Barrichello liderava quando a Ferrari lhe ordenou que deixasse Schumacher passar à frente, para conseguir mais pontos. O alemão ainda deu o troféu a Rubens no pódio, mas de nada valeu. Barrichello teve de se contentar em viver sempre na sombra de Schumacher (e a história repetiu-se em 2009 com Button). 

Não estou a fazer isto pelo dinheiro”, diz Barrichello como argumento final. “Estou a fazer isto porque gosto mesmo.” Mas um dia terá de acabar. Será agora?

Rumor do Dia: Carlos Sainz pode fazer dois ralis o Polo WRC

Carlos Sainz pode fazer 50 anos este ano, e parece que os seus dias de glória já estão para trás, mas parece que a Volkswagen ainda poderá ter uma prenda na manga: dois ralis do WRC com o novo Volkswagen Polo R.

Segundo a imprensa espanhola, a marca de Wolfsburgo, que deu a Sainz a primeira oportunidade de guiar o carro, em finais de outubro do ano passado, ficou impressionado com a quantidade e qualidade das suas informações, bem como a sua velocidade, que aparentemente ainda não a perdeu.

Kris Niessen, o diretor de equipa, já disse que eventualmente irá dar a chance de Sainz brilhar no final da época, no Rali da Alemanha e ao lado de Sebastien Ogier, e provavelmente a ter como navegador Luis Moya, que o acompanhou nos tempos da Toyota e Subaru, nos anos 80 e 90, quando venceu os dois mundiais.

Veremos se estes rumores tem um fundo de verdade...  

Noticias: Sebastien Buemi é piloto de reserva da Red Bull

A Red Bull confimrou esta manhã que o piloto suiço Sebastien Buemi, dispensado da Toro Rosso no final da época passada, será terceiro piloto da Red Bull em 2012, ao lado de Sebastian Vettel e de Mark Webber, e que testará o carro em alguns treinos livres ao longo da temporada que irá começar. 

"É bom permanecer na órbita da Red Bull e ter uma oportunidade com uma equipa vencedora. Preferia correr, mas trabalhar com a Red Bull Racing no desenvolvimento do monolugar é igualmente bom.", referiu o piloto suiço.

Buemi, de 23 anos, esteve nas últimas três temporadas na Toro Rosso, sem no entretanto deslumbrar muito. Na última temporada, teve 15 pontos, e o seu melhor resultado foram dois oitavos lugares na Austrália e Hungria. O fato de não ter tido desempenhos que deslumbrassem quer Helmut Marko, quer Franz Tost fez com que ficasse de fora da equipa nesta temporada de 2012, substituido por Jean-Eric Vergne.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Shorty Awards 2012

Eu acompanho isto desde há algum tempo, mais concretamente há três anos. Os Shorty Awards são um prémio feito pela John S. and James L. Knight Foundation, criado em 2008 e que já vai na sua quarta edição. E a ideia é a de premiar o que de melhor existe no Twitter e na "twitterlândia". 

As categorias são imensas, e a coisa boa dos "Shortys" é que podemos criar a tua própria categoria, e foi o que fiz hoje, quando soube da noticia de que já tinham aberto as votações. Estas durarão até ao final do mês e claro, os melhores vencerão um troféu, e nada mais.

Claro, para votarem, basta primeiro ter uma conta no Twitter, depois vão ao site e escolherem o vosso favorito e explicaram o porquê. Simples e fácil, para além de ser de graça! E podemos votar em quem quiser, quando quiser e em quantas categorias quiser. Até se pode criar a sua categoria pessoal, claro.

Para finalizar: votem em mim... LOL!  

Dakar 2012 - Dia 4

O dia 4 do Rali Dakar de 2012 levou máquinas e pilotos de San Juan a Chilecito, ainda em paragens argentinas, numa especial de 426 quilómetros, 326 dos quais em especial cronometrada. E nos automóveis, o melhor do dia foi Stephane Peterhansel, que a bordo do seu Mini, conseguiu bater o argentino Orlando Terranova por cinco minutos e 19 segundos, e assim aproveitou para voltar a assumir a liderança. 

Contudo, à chegada a Chilecito, Peterhansel parecia desejar o contrário: "Procurámos não correr riscos para não sermos surpreendidos e mantivemos um andamento constante do início ao fim. O MINI All4 Racing teve um excelente desempenho. Esta estratégia deu os seus frutos, no entanto em termos táticos preferia não ter vencido pois isso obriga-me a sair na frente amanhã, mas pelos vistos os meus adversários cometeram demasiados erros. Apesar de tudo estamos satisfeitos por regressar ao comando da prova, pese embora tenhamos consciência que há muito Dakar pela frente", afirmou. 

De facto, a etapa foi marcada pelas cautelas e atrasos de alguns concorrentes, como os Hummer de Nasser Al-Attiyah, que ficou atascado a 40 quilómetros da final da especial, e de Robby Gordon, que o foi assistir. Giniel de Villiers foi terceiro, no seu Toyota Overdrive, seguido dos Minis de Nani Roma e Krzysztof Holowczyc, com este a chegar a dez minutos e 51 segundos do vencedor, perdendo assim a liderança.

Em grande destaque esteve Carlos Sousa, que conseguiu levar o seu Great Wall Haval ao sexto posto da etapa, e subiu ao oitavo posto da classificação geral, a mais de meia hora de Peterhansel... e a um segundo de Nasser Al-Attiyah, que está à sua frente. "Foi uma etapa bastante exigente e particularmente dura na sua fase inicial, onde preferi jogar pelo seguro para evitar furar, algo que tem sido recorrente nos dois últimos dias. Após alcançarmos um topo a quase 3.500m de altitude, fomos aumentando gradualmente o ritmo e acabámos por fazer aquela que é, para já, a nossa melhor etapa neste Dakar, após os pequenos contratempos sofridos nos últimos dias", resumiu o piloto português. 

Já nas motos, Marc Coma foi o melhor ao longo do dia de hoje, batendo Cyril Despres por dois minutos e dois segundos e conseguiu aproximar-se mais um pouco da primeira posição da geral, ocupada pelo piloto francês da KTM. Quanto aos motards portugueses, Hélder Rodrigues, no seu Yamaha, terminou esta classificativa na quarta posição, a nove minutos e um segundo do líder, e atrás do holandês Frans Verhoeven, na sua Sherco, embora não muito longe deste. 

Em muito bom plano também esteve Paulo Gonçalves, que na sua Husqvarna adotou um ritmo forte na segunda metade da especial e terminou na quinta posição, a onze minutos e 18 segundos de Coma, e à frente do chilemno Francisco 'Chaleco' Lopez. Ruben Faria, ainda com dores resultantes da sua queda no dia de ontem, não cortou a linha de meta até ao momento, tendo passado no CP6 a perder mais de 23 minutos, esperando-se ainda a chegada de Pedro Bianchi Prata

Na geral, Despres mantém o comando, com oito munutos e dez segundos de avanço sobre Coma, ao passo que Heldér Rodrigues já ascendeu ao terceiro lugar da prova, a 26 minutos e 48 segundos, tendo tirado partido das dificuldades sentidas hoje por David Casteu e, também, por Francisco 'Chaleco' Lopez, com o chileno a perder mais algum tempo e a cair para o quarto lugar na geral, a 29 minutos e 50 segundos, enquanto que Casteu está a 30 minutos e 37 segundos do líder. Paulo Gonçalves surge na sexta posição, a 35 miniutos e 16 segundos, logo na frente do holandês Frans Verhoeven. 

Entretanto, em Córdoba, os médicos afirmam que Sebastien Coué, o motard que foi socorrido na segunda feira devido a hipertermia, já saiu do coma e começa a falar com os médicos e a imprensa sobre o que aconteceu, do qual não tem qualquer memoria. "Não me lembro de nada", disse aos médicos, quando acordou do coma. "Não sabemos quanto tempo esteve ao sol, mas sabemos que na zona de Nihuil a temperatura deve ter atingido um máximo de 50 graus e é certo que o piloto esteve muito tempo ao sol, pois foram as altíssimas temperaturas que o colocaram no estado em que ficou. Está a recuperar, e ficou preocupado com a sua mãe.", revelou o médico que o assiste neste momento. 

Amanhã, o Dakar continua, na última etapa em terras argentinas, de Chilecito a Fiambala, no total de 246 quilómetros, 177 dos quais em secção especial cronometrada.

Noticias: Sims escala o Kilimanjaro em honra de Henry Surtees

Li isto ontem no Twitter e hoje a noticia aparece no site brasileiro Total Race: o britânico Alexander Sims irá escalar o Monte Kilimanjaro, o mais alto de África, nos próximos dias. A ideia é de arranjar fundos para a Fundação Henry Surtees, fundada pelo seu pai em 2010 e que cuida de pessoas com lesões cerebrais. 

Decidi levantar dinheiro para a fundação porque, tendo sido companheiro de Henry na F-Renault, ele está no meu coração. A fundação ajuda pessoas afetadas por lesões celebrais a tocarem suas vidas”, disse o piloto, que correu na GP3 em 2011 pela Status GP, onde foi companheiro de equipa do português Antonio Felix da Costa

A escalada vai ser financiada pela Virgin Money Giving e durará nove dias, e todas as doações serão revertidas para a fundação. Quanto a Henry Surtees, a sua história é conhecida: filho do lendário John Surtees, nasceu em 1991 e morreu a 18 de julho de 2009 no circuito de Brands Hatch numa prova de formula 2, depois de ter levado na cabeça com o pneu de Jack Clarke.

Os rumores e confirmações da Mini

O inicio do ano trouxe agitação em termos de noticias nos lados do WRC, e especialmente na Mini. Em dois dias seguidos, apareceram fortes rumores vindos da Alemanha de que a Prodrive e a BMW iriam seguir rumos diferentes após o Rali de Monte Carlo. O fato de ter deixado passar o prazo de inscrição junto da FIA como equipa M1, reservada às equipas de fábrica, e o fato da BMW ter investido os seus recursos no regresso ao DTM, fez crescer os receios nesse sentido.

Aliado a isso estava também o fato da Prodrive não ter arranjado um "main sponsor" durante este inverno - apesar de algumas noticias apontarem para negociações com a Red Bull - fez com que se pensasse crescentemente de que o projeto poderia ficar por aqui. Mas esta manhã, esses rumores foram oficialmente desmentidos com o anuncio de que a Mini iria correr na temporada de 2012, como sempre se esperava, com o espanhol Dani Sordo como primeiro piloto. 

Segundo apurou a Autosport britânica junto de fonte ligada á Prodrive, o grande problema não é tanto financeiro, mas sim do alegado menor retorno do que o esperado. "Temos o acordo para a Mini se registar como M1 no próximo Mundial. Nós percebemos as preocupações em torno do promotor do campeonato, em particular as implicações que isso tem na cobertura do desporto na Alemanha", comentou essa fonte.

Agora resta saber se a Mini reduzirá as suas operações para um só carro - o que implicaria que Chris Meeke "andaria a pé", ou o segundo carro seria alugado à melhor oferta, rali a rali, como agora fez o francês Pierre Campana no Rali de Monte Carlo. Uma coisa é certa: a Mini estará nas classificativas do WRC, com Sordo a garantir pelos menos dez das treze provas do Mundial em 2012.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Dakar 2012 - Dia 3

A etapa três do Rali Dakar de 2012, entre San Rafael de la Pampa e San Juan, em paragens argentinas, foi mais uma em que os Mini deram um ar da sua graça, com o vencedor a ser o espanhol Nani Roma, que bateu o polaco Krzysztof Holowczyc e o Hummer do qatari Nasser Al-Attiyah, que perdeu um minuto e 29 segundos para o vencedor. Quatro segundos atrás ficou o Toyota de Giniel de Villiers, que também demonstra a competitividade do seu carro. Robby Gordon foi o quinto, seguido do local Orlando Terranova e do Mini de Stephane Peterhansel, que perdeu seis minutos e 23 segundos para o vencedor da etapa.

Quanto aos portugueses, Carlos Sousa acabou na 11ª posição no seu Great Wall, enquanto que Ricardo Leal dos Santos, que chegou a andar bem na etapa, acabou com o carro num lago.

Na geral, o polaco Holowczyc lidera com 54 segundos de vantagem sobre Robby Gordon, com De Villiers no terceiro posto, a um minuto e 40 segundos, dez segundos na frente de Nani Roma. Peterhansel é o quinto, a dois minutos e 41 segundos, na frente de Nasser Al-Attiyah, a mais e seis minutos. Carlos Sousa está na nona posição, a 21 minutos da liderança.

Nas motos, o dia foi de duelo entre Cyril Després e Marc Coma, os lideres e principais favoritos à vitória na geral. Até meio desta etapa, eles lutavam entre si com poucos segundos de diferença um do outro, mas um erro de navegaçao do espanhol levou-o a perder mais de dez minutos para o seu rival. Assim, Despres venceu esta especial com oito minutos e 37 segundos de avanço sobre o holandês Frans Verhoeven, no seu Sherco, enquanto que Paulo Gonçalves, no seu Husqvarna, brilhou e foi o melhor dos portugueses, acabando no terceiro posto desta especial, a apenas dois segundos de Verhoeven. 

Hélder Rodrigues, no seu Yamaha, foi quarto classificado, chegando ao fim com um tempo dez minutos e três segundos mais lento do que Despres. Ruben Faria, companheiro de equipa de Despres e que chegou a constar entre os três mais rápidos na primeira parte da prova, acabou por cortar a meta apenas com o 17º tempo, perdendo mais de 23 minutos para o vencedor da tirada. Outro dos pilotos da frente que perdeu tempo foi o chileno Francisco 'Chaleco' Lopez, devido a um erro navigacional ao longo da especial. 

Em termos de classificação geral, Despres é agora o líder, com dez minutos e doze segundos de avanço sobre Marc Coma, enquanto que o francês David Casteu, no seu Yamaha, está na terceira posição, a 17 minutos e 16 segundos. "Chaleco" Lopez é o quarto, a 17 minutos e 37 segundo, ao passo que Hélder Rodrigues é o melhor português, na quinta posição da geral, a 19 minutos e 49 segundos, na frente de outro francês, Alain Duclos e de Paulo Gonçalves, este a 26 minutos. Ruben Faria é atualmente o 15º da geral, a 34 minutos e 50 segundos de Després.

A etapa de hoje foi de azar para o americano Quinn Cody, que desistiu depois de sofrer uma queda na qual fraturou a clavícula tendo sido ajudado por Juan Pedrero. Mais grave foi o que sucedeu ao francês Sebastien Coue, que foi ontem encontrado na berma da estrada, desmaiado e com sinais de hipertermia - mais de 40 graus no corpo. Internado no Hospital Teodoro J. Schestakow, de Mendoza, Coue está em estado critico: “Não sabemos quanto tempo esteve exposto ao sol. Neste momento, está nos cuidados intensivos”, afirmou Armando Duarverne, o diretor do hospital. 

O Dakar continua amanhã, com uma etapa entre San Juan e Chichelito, ainda em paragens argentinas, no total de 750 quilómtros, 326 dos quais em secção especial cronometrada.

A capa do Autosport desta semana

Nestes primeiros dias do Ano Novo, a Autosport portuguesa decidou colocar Sebastian Vettel na capa e tentar fazer a antevisão do ano que começou agora mesmo. "2012, o Ano de Todas as Dúvidas" é o título escolhido. Ali, especula-se sobre "As Grandes esperanças e os duelos mais aguardados", como também se faz a "Antevisão dos principais campeonatos" e a revista fala sobre "As nossas apostas para 2012".

Mais acima, os factos. Especialmente sobre o primeiro dia do Dakar, onde se fala que "Dakar 2012 é um assunto entre Minis", esperando que os "portugueses podem surpreender", numa prova que tem os seus perigos, e do qual se paga o mais alto dos sacrificios: "Morte de motard ensombra o primeiro da da prova".

Williams: o que se pensa e especula

Mal começou o novo ano e todos querem saber quem ficará com o segundo lugar da Williams neste ano de 2012. É uma luta a três entre dois brasileiros e um alemão, do qual ainda pode sobrar para o venezuelano Pastor Maldonado, que apesar de ter uma confirmação oficial da parte da equipa, ainda pode ser que seja ejetado da equipa, apesar dos 28 milhões de dólares que garante ter levado para a equipa de Grove.

Neste momento, a especulação é rei e senhor. Muitos falam que Rubens Barrichello fica, outros falam que Bruno Senna ficou com o lugar, com o veterano a ser ejectado, outros até falam que dentro da Williams, inicialmente queriam o Sutil, mas este só queria um contrato de um ano para poder atacar o lugar de Felipe Massa na Ferrari, enfim, isto anda com tantos rumores desde que ontem à noite algum engraçadinho disse no Twitter que o Fidel Castro tinha morrido.

Eis alguns factos que podem ser considerados como certos: há uma luta a três pelo segundo lugar, e que há elementos dentro da equipa que favorecem um e outro, com Adrian Sutil já a ser descartado. Ao mesmo tempo, a equipa perdeu o patrocinio da americana AT&T, mas em compensação - segundo diz o Joe Saward - poderá receber o patrocinio do Qatar National Bank (QNB). Caso os qataris sejam confirmados - noto que não existe nenhuma confirmação oficial nem da saída da companhia de telefones americana, apesar da retirada do nome - pode ser que a equipa tenha dinheiro mais do que suficiente para até dispensar os 28 milhões de dólares que Maldonado tem, provenientes da PDVSA, a  petrolifera nacional venezuelana.

Caso aconteça esse cenário, será uma vitória para Adam Parr, cujos métodos tem vindo a ser contestados nos úlimos anos, e do qual o unico grande defensor é o próprio Frank Williams, já que as relações com o seu sócio minoritário, Christian "Toto" Wolff, estão congeladas. E pode ser que essa entrada de dinheiro pode ajudar a desenvolver o FW34 e o seu motor Renault, no regresso de uma parceria que escreveu nove temporadas gloriosas nos livros de Grove e da Formula 1.

Uma coisa é certa: Patrick Head reformou-se e a Williams sabe que se pode dar ao luxo de escolher o seu segundo piloto. As novidades virão nos próximos dias ou semanas.   

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Youtube Dakar: Hummer só pode ser ajudado por... outro Hummer


A etapa de ontem do Rali Dakar ficou marcado pelo atraso que o vencedor da última edição deste rali, Nasser Al -Attiyah, teve em relação ao resto do pelotão devido aos problemas que teve no seu monstruoso Hummer H3. E para sair do atasco em que estava, nada como chamar... o seu companheiro de equipa, Robby Gordon, pois só um Hummer pode rebocar outro Hummer!

Como já sabem agora, hoje o piloto qatari recupreou bastante desse atraso, vencendo a etapa e está agora na terceira posição da geral, não muito longe do Mini All4 de Stephane Peterhansel. Vamos a ver ao longo deste rali se este reboque foi uma excepção ou outra coisa mais...

Dakar 2012 - Dia 2

A segunda etapa do Rali Dakar, que levou os pilotos a irem de Santa Rosa de la Pampa a San Rafael, no total de 487 quilómetros, 295 dos quais em especial, ficou marcado pela recuperação de Nasser Al-Attiyah, que venceu a etapa no seu Hummer, e pela consolidação da liderança por parte de Stephane Peterhansel, que está com dois minutos e 28 segundos de vantagem sobre o segundo classificado, Robby Gordon, no seu Hummer. 

Partindo do 12º posto esta manhã, o piloto qatari, que corre este ano de Hummer, tirou partido dessa situação, e numa etapa muito rápida impôs o seu carro, recuperando assim preciosos minutos de modo a não perder tão cedo o comboio da frente. Robby Gordon foi terceiro, a dois minutos e 42 segundos do seu companheiro de equipa, sobrepondo-se aos Mini All4 Racing do polaco Krzysztof Holowczyc e do espanhol Nani Roma. O sul-africano Giniel de Villiers, no seu Toyota Overdrive foi sexto na etapa, enquanto Ricardo Leal dos Santos, no terceiro Mini All4, foi nono classificado. Carlos Sousa teve desta feita mais dificuldades, e levou o seu Great Wall à 11ª posição nesta etapa, estando agora na mesma posição na geral. 

Assim sendo, com Stéphane Peterhansel a ser o novo líder do Dakar nos autos, com dois minutos e 28 segundos de vantagem para o Hummer de Robby Gordon. O polaco Krzysztof Holowczyc caiu para terceiro, na frente do Toyota de Giniel de Villiers, a 3 minutos e 49 segundos do novo líder. Nani Roma é quinto, na frente de Nasser al Attiyah. O vencedor da etapa de ontem, o russo Leonid Novitskiy, no seu Mini, caiu para o oitavo posto, pois como foi o primeiro na estrada não tinha qualquer referência a seguir e perdeu muito tempo. Ricardo Leal dos Santos é agora o melhor nacional, já que é nono classificado, a 14 minutos e 14 segundos do seu colega de equipa, enquanto Carlos Sousa caiu para a 11ª posição da geral, a 17 minutos e sete segundos de Peterhansel. 

Já nas motos, o grande vencedor de hoje foi o espanhol Marc Coma, que conseguiu bater o seu grande adversário, o francês Cyril Després por um minuto e 18 segundos. O terceiro lugar ficou para o espanhol Joan Barreda, num Husqvarna, já a uns distantes dois minutos e 33 segundos do seu compatriota. O anterior líder da prova, o chileno "Chaleco" Lopez, acabou hoje na quarta posição, onze segundos atrás. 

Quanto aos portugueses, este foi uma etapa modesta. Hélder Rodrigues foi hoje o melhor português nas motos, ao obter a 12ª posição, imediatamente na frente do Husqvarna de Paulo Gonçalves. O piloto da Yamaha perdeu 11 minutos e um segundo para o vencedor da tirada, enquanto o homem da Husqvarna cedeu 12 minutos e meio. Já Ruben Faria esteve parado logo na fase inicial da etapa - suspeitou-se que para esperar por Cyril Després, embora esta seja uma informação que só o piloto poderá confirmar posteriormente - e perdeu 13 minutos e 36 segundos para Coma. 

Desta forma, após a etapa de hoje, Marc Coma é o novo líder da prova, agora com dois minutos e meio de avanço para "Chaleco" Lopez. Cyril Després passou agora para o terceiro lugar da geral, a dois minutos e 52 segundos do espanhol, com os portugueses fora do "top 10", já a mais de uma dúzia de minutos do líder. Quem teve problemas foi Pedro Bianchi Prata, que acabou na 57ª posição na tirada de hoje.

Máquinas e pilotos agora preparam-se agora para a terceira etapa do Dakar, que liga San Rafael a San Juan, em paragens argentinas, num total de 499 quilómetros, 209 dos quais em paragens cronometradas.

A quase zebra de Kyalami

(...) Contra eles estavam a fina-flor do automobilismo local. Inscritos estavam Dave Charlton e Luki Botha, bem como dois rodesianos, Sam Tingle e John Love, ambos veteranos com mais de 40 anos de idade.

 A corrida iria acontecer num novo autódromo, construído nos arredores de Joanesburgo, de seu nome Kyalami. Traduzido do zulu, significava "minha casa" e era de fato uma casa adequada para a Formula 1 e para o automobilismo local, apesar de já existir desde 1961 e de ter tido um evento de ensaio no ano anterior, vencido por Mike Spence. (...)

 (...) As coisas ficaram assim até à volta 59 quando Hulme começou a ter problemas nos seus travões, obrigando-o também a parar, no sentido de os reparar. O tempo perdido fez com que o líder fosse, sensacionalmente, o de um piloto local! Nas voltas seguintes, a veterania de Love fez com que pudesse andar de forma calma e consistente, mantendo-se as distâncias, e à medida que se aproximava do fim, mais parecia que o impossível iria acontecer, uma vitória surpresa de um piloto que não fazia qualquer temporada completa no Mundial de Formula 1, e ainda por cima, num carro que não era feito para esta competição. Contudo, não iria ser o dia dele. A sete voltas do fim, notou-se que o seu Cooper não teria o combustível suficiente para chegar ao fim, e teve de ir às boxes para reabastecer. Assim sendo, a liderança caiu nas mãos de outro piloto estreante nestas andanças, Pedro Rodriguez, e só teve de o levar até à bandeira de xadrez, dando a primeira vitória de sempre a um mexicano. (...) 

Há precisamente 45 anos, a Formula 1 chegava a um novo circuito na Africa do Sul. Em Kyalami, logo após o Ano Novo, o pelotão competia no quente verão austral e as surpresas foram muitas. Por pouco, um piloto local ia vencendo uma corrida e no final, o piloto que subiu ao lugar mais alto do pódio foi um estreante, que tinha ido para a Cooper... numa base provisória. Para Pedro Rodriguez, foi o passaporte para se manter permanentemente na Formula 1, mas para John Love, por pouco não alcançou algo inédito. Ainda por cima numa máquina desenhada inicialmente para a Tasman Series... 

 Tudo isso e muito mais podem ler hoje no Portal F1.com

domingo, 1 de janeiro de 2012

Dakar 2012 - dia 1

E depois do Ano Novo, começou em Mar del Plata a edição do Rali Dakar de 2012. Que desta vez percorrerá o Chile e o Peru, terminando na capital, Lima, daqui a duas semanas. Hoje, neste dia de Ano Novo, motards e pilotos iam de Mar del Plata até Santa Rosa de la Pampa, no total de 763 quilómetros, 57 dos quais em percurso especial, uma espécie de introdução aos desafios deste longo "rally-raid".

Nos carros, os Mini da X-Raid dominaram a etapa, com o russo Leonid Novitsky a levar a melhor sobre o polaco Krzysztof Holowczyc por uns meros cinco segundos. No terceiro lugar ficou Stephane Peterhansel, visto por muitos como o favorito à vitória nesta prova, que ficou a nove segundos do tempo vencedor. Atrás dos Mini ficou o Toyota de Giniel de Villiers, a 15 segundos de Novitsky, enquanto que Robbie Gordon, depois de ter feito a sua habitual partida na rampa de Mar del Plata, acabou esta etapa no quinto posto, a bordo do seu Hummer laranja e a 49 segundos do melhor tempo.

O português Carlos Sousa, no seu Great Wall Haval - e com a sua equipa a ser vista com uma grande curiosidade no pelotão do Dakar - acabou a etapa na sexta posição, a 52 segundos do líder. Outro português, Ricardo Leal dos Santos, e a bordo de outro Mini da X-Raid, acabou a etapa na décima posição, a dois minutos e 13 segundos. O espanhol Nani Roma teve uma etapa agitada, acabando apenas com o 13º tempo, a dois minutos e 20 segundos, enquanto que Nasser Al-Attiyah perdeu ainda mais tempo, quase dez minutos, com o seu Hummer H3, terminando a etapa num modesto 38º lugar. Um dos pilotos que já desistiu neste Dakar é o sul-africano Alfie Cox, cujo seu carro, o Volvo XC60, foi vítima de um incêndio, do qual ambos sairam ilesos, mas o seu carro ficou totalmente destruido.

Antes dos carros, apareceram as motos, com o chileno Francisco "Chaleco" Lopez, na sua moto Aprilia, a ser o melhor, 14 segundos na frente de Marc Coma. O terceiro classificado foi o argentino Javier Pizzolito, que ficou a 27 segundos de Chaleco Lopez. Quanto aos portugueses, Ruben Faria foi o melhor, no oitavo posto, perdendo um minuto e 18 segundos para o piloto chileno. Na 16ª posição ficou Helder Rodrigues, a um minuto e 57 segundos, e que sofreu um pouco na partida: 

"A moto não pegou no parque fechado e tive de a trazer à mão até à partida. Depois desligámos a parte elétrica do road book. Agora só quando chegar ao final da etapa é que vamos tentar perceber o que é que está mal. Tentei concentrar-me e perder o menos tempo possível."

Uma posição mais atrás ficou outro português, Paulo Gonçalves, que este ano tripula uma moto Husqvarna. 

Entretanto, o Rali Dakar já ficou marcado por um acidente mortal. O "motard" argentino Jorge Martinez Boero sofreu um gave acidente do qual resultou graves ferimentos no seu torax. Transportado para o hospital de Mar del Plata, acabou por morrer, apesar dos esforços dos médicos. Tinha 38 anos.

O Rali Dakar continua amanhã, com os pilotos a irem de Santa Rosa de la Pampa a San Rafael, no total de 487 quilómetros, 295 dos quais em especial.