sábado, 8 de abril de 2023
Youtube Motorsport Vídeo: A recuperação de North Wilkesboro
Noticias: Formula 1 quer passar Suzuka para março
Segundo o rascunho do calendário que está a ser elaborado, a Formula 1 começaria com os testes de pré-temporada no Bahrein, para ter a Formula 1 em Jeddah a 3 de março, para a seguir, com o Ramadão já a decorrer, a Formula 1 percorrer a Austrália, a China... e o Japão, algures no final de março.
Até seria uma boa alternativa, dado que em outubro, o centro da ilha de Honshu, onde se situa o circuito de Suzuka, costuma estar dentro da temporada de tufões na região, e em alguns anos, a Formula 1 e outros desportos foram prejudicados com esse mau tempo. Bahrein seria atirado ou para abril, ou para mais para o final do campeonato, porque de abril a novembro, as temperaturas locais seriam insuportáveis para as pessoas que para lá deslocariam.
Por agora são planos, mas a ideia de ter a Formula 1 mais cedo em paragens nipónicas até seria algo bem recebido.
sexta-feira, 7 de abril de 2023
A imagem do dia
Jim Clark disse isso ao seu fiel mecânico, "Beaky" Sims, antes de largar no seu Lotus 48 para a corrida de Formula 2 em Hockenheim. Alguns minutos depois, o piloto escocês perderia o controle do seu carro, embateu nas árvores e morreu. Minutos depois, os altifalantes anunciariam o desfecho perante uma multidão atónita, que assistiu em choque às bandeiras serem baixadas à meia-haste.
Choque maior aconteceria quando as noticias chegaram a Brands Hatch, onde decorria uma proba de Endurance, a BOAC 500, onde Clark deveria ter corrido no novo Ford P68, que deveria ter sido o carro sucessor do GT40, que vencia em Le Mans. Muitos não tinham entendido a razão porque ele não estava ali, ainda por cima, era das poucas ocasiões onde iria ver o escocês sem ser num Lotus. Todos ficaram silenciosos quando ouviram a noticia.
Já falei sobre isso há uns dias. O tempo estava horrível - chuva e frio - e eles lutaram ao longo do fim de semana com os sistemas de combustível, que congelavam por causa da temperatura. Ainda por cima, uma semana antes, o escocês tinha desistido na corrida de Montjuich, por causa de um toque na suspensão do seu carro.
A morte de Clark interrompe o inicio vencedor da temporada do escocês. Tinha triunfado no GP da Africa do Sul, com um Lotus 49 em alta - contando com as duas últimas corridas da temporada de 1967, era a sua terceira vitória consecutiva - e na Tasman Series, a temporada na Austrália e Nova Zelândia, tinha ganho pela terceira vez, e os seus desempenhos foram consistentes. Com a temporada a começar na Europa apenas em maio, parecia que ele teria tudo para alcançar o terceiro título mundial. O título mundial que Graham Hill alcançou, no final da temporada, mais do que mostrar que o britânico conseguiu unir a equipa depois de um choque tremendo, também deu força a um Colin Chapman que, em choque - não estava ali, tirava férias nos Alpes Suíços - considerou abandonar, pois perdera mais do que um grande piloto, um bom amigo.
Depois do que sucedera, a vida continuou, mas Chris Amon, que o conhecia bem e em 1968 era piloto da Ferrari, disse o que todos pensavam sobre o sucedido:
“Acho que ninguém passou a andar mais devagar depois da morte de Jimmy, mas todos pensávamos que se poderia acontecer com ele, poderia acontecer a qualquer um. Muitos de nós achávamos que éramos inatingíveis, e isso acabou ali…”
O que ninguém sabia era que a Formula 1 tinha acabado de inaugurar uma temporada infernal. E por algum tempo, todos temiam os dias 7.
Endurance: Buemi acredita que Portimão será complicado
“Tenho boas memórias de Portimão da nossa vitória há dois anos, por isso, é bom voltar lá novamente. Teremos um grande desafio dos outros fabricantes Hypercar, tenho a certeza. Sebring é uma pista especial, por isso não tenho a certeza se ainda temos uma imagem clara de onde todos estão em termos de desempenho; Portimão vai dar-nos uma indicação muito mais clara. O nosso carro parece forte e vimos em Sebring que a equipa está no topo da sua forma, por isso estou confiante. Não vai ser fácil, mas vamos tentar manter-nos na frente", começou por comentar em declarações ao site sportscar365.com.
“Espero que as equipas como a Peugeot e a Ferrari sejam potencialmente mais fortes”, disse ele quando questionado sobre como os rivais da Toyota podem responder na posta portuguesa. “Só porque eles têm testado bastante em Portimão. Também é verdade que a Ferrari testou em Sebring. É uma pista muito suave, então de alguma forma eu espero que [a Peugeot] seja, em comparação, muito melhor porque eles sofreram com os solavancos [em Sebring]. Para a Cadillac e uma equipa como a Porsche… a Porsche testou [na Europa], mas a Cadillac não.", continuou.
“Farei o meu melhor para tentar vencer a corrida e recuperar alguns pontos com o carro nº 7. O mais importante é a confiabilidade e garantir que o carro seja forte do começo ao fim.”
Para esta pista, o BoP (Balance of Performance), a Toyota tem uma redução de peso de 19 quilos, enquanto a Ferrari estará 17 quilos mais leve.
“Tivemos aquele BoP especial para Sebring e um fixo para Portimão, Spa e Le Mans. Acho que pode ser um pouco diferente [de Sebring], então teremos que esperar. Se conseguirmos sair de Portimão fortes, estarei bastante confiante de que também seremos fortes em Spa e Le Mans. Talvez com esse ajuste, as coisas sejam um pouco diferentes. Eu não sei, veremos.”, concluiu.
Noticias: Aston Martin acredita que poderá ter chances em Monte Carlo
"Acho que há algumas pistas onde a combinação deste piloto com este carro ainda pode ser mais mágica, Mónaco, Barcelona... Temos deficiências em retas muito longas, não é segredo. Vimo-lo e temos de trabalhar muito nisso", começou por afirmar Mike Krack, o chefe de equipa da Aston Martin.
"Em pistas onde isso não conta tanto é onde podemos ter mais confiança, mas ser rápido nestas corridas não é tudo. É preciso ser rápido, finalizar, não cometer erros e depois ver qual é o resultado." concluiu o alemão.
A Formula 1 regressa a 2 de maio com o GP de Emilia-Romagna, em Imola.
quinta-feira, 6 de abril de 2023
A imagem do dia
Conheço gente que esteve lá nesse dia, no circuito, a apanhar chuva e se calhar, a aplaudir as maluquices que aconteciam na Curva do Sol. Ver até gente como Michael Schumacher despistar-se, vítima da armadilha da pista molhada, isso foi das coisas mais loucas que já tinha visto. Era daqueles dias que são raros, mas acontecem.
Mas isto era pior do que aconteceu no domingo passado, por exemplo. Porque aqui chovia. E a chuva, que era intermitente, tornava as coisas ainda mais perigosas que eram.
E isso foi mais que óbvio quando na volta 53, primeiro quando Mark Webber perde o controlo do seu Jaguar na Subida das Boxes, depois, quando Fernando Alonso bateu nos destroços do carro do australiano, acabando com o seu chassis destruído e a coxear, porque tinha-se magoado na perna no acidente. E foi por isso que a corrida foi interrompida de forma definitiva. Isso e o facto de já terem passado os 75 por cento da corrida, suficiente para os pilotos recolherem a totalidade dos pontos.
Mas então, e a confusão na meta? Simplesmente, um erro na temporização. A corrida fora parada na bolta 55, na altura em que Giancarlo Fisichella, piloto da Jordan-Ford, tinha começado a volta 56, passado a meta, a caminho do S de Senna. Só que não tinham visto. E uns metros antes, tinha passado o McLaren de Kimi Raikkonen. Só que pararam na volta 55, altura em que Kimi ainda liderava. Fisichella - que ironicamente, tinha fumo a sair do motor quando parou nas boxes! - ficou convencido que não tinha passado a tempo. Só que tinha conseguido. Jordan contestou o resultado, porque havia imagens da ultrapassagem da linha de meta por parte do italiano, como de ele ter passado o piloto da McLaren antes disso tudo.
Resultado final: duas semanas mais tarde, em Imola, ambos os pilotos trocaram os troféus. Para a Jordan, foi o seu quarto e último triunfo da sua carreira, e para "Fisico", a sua primeira. Foram, sem dúvida, experiências de uma tarde inesquecível.
Youtube Formula 1 Vídeo: Uma apreciação deste GP da Austrália
Há uma semana, o Josh Revell recordou-nos o que foi o GP da Austrália de 2002, considerado um dos mais loucos da história do automobilismo - e preparem-se, logo, logo, eu falarei do GP do Brasil de 2003! - e que deu a Mark Webber o seu primeiro grande momento alto da sua carreira. Ele que, na altura, guiava um Minardi (lembram-se?) e acabou na quinta posição.
Pois bem, nem ele, nem nenhum de nós poderia adivinhar que o GP da Austrália deste ano seria o "shitshow" que acabou por ser. E como eu por vezes fico um pouco parco em palavras, passo a minha para alguém que sabe expressar em vídeo. Acho que irão gostar.
Endurance: Isotta-Fraschini testará na semana que vêm
Tudo isto numa altura que foi revelada a presença do venezuelano Pastor Maldonado nas instalações da marca, em Milão, aparentemente para se inteirar do projeto da Isotta, embora a marca diga que ainda não pensa em pilotos.
O Hypercar será corrido pela Vector Sport, que tem num carro na classe LMP2, e no ano passado, com a tripla Sebastien Bourdais, Nico Muller e Ryan Cullen, foram terceiros classificados nas Seis Horas de Monza.
O Hypercar Tipo 6 LMH Competizione está a ser construído pela Michelotto Engeneering e terá um motor V8 biturbo de três litros, construído pela HWA, antiga parceira da Mercedes para o DTM, enquanto o sistema híbrido completo para o carro é fornecido pela Williams Advanced Engineering, que está a ajudá-los na sua aerodinâmica, cedendo espaço no seu túnel de vento.
WRC: Sordo no Rali de Portugal
Naquela que será a primeira prova europeia em pisos de terra, o plantel da Hyundai em terras portuguesas será composto pelo belga Thierry Neuville, o finlandês Esapekka Lappi e Dani Sordo, sendo que também o irlandês Craig Breen marcará presença ao volante de um Hundai i20 N Rally2, carro no qual disputa o campeonato português de ralis.
Já agora, para o próximo Rali da Croácia, que acontecerá dentro de uma semana e será disputada em pisos de asfalto, o plantel da Hyundai será composto por Neuville, Lappi e Breen.
The End: Craig Breedlove (1937-2023)
quarta-feira, 5 de abril de 2023
A imagem do dia
Hollywood esqueceu o automobilismo por uns tempos largos - as más experiências em Le Mans, o filme produzido e protagonizado por Steve McQueen contribuíram para isso, e nem falo de "Driven", a pelicula que Silvestrer Stallone quis fazer nos anos 90, mas Bernie Ecclestone não o deixou - mas quando Ron Howard realizou "Rush", o filme sobe a rivalidade entre James Hunt e Niki Lauda, em 1976, a coisa conseguiu uma espécie de renascimento. Tanto que depois disso, apareceu "Ford x Ferrari", sobre as 24 Horas de Le Mans de 1966, realizado por James Mangold, e o franchise animado "Carros".
E agora, teremos um filme sobre Enzo Ferrari, realizado por Michael Mann, que poderá estrear este ano e do qual existe uma grande expectativa sobre ele. Mas há outro a ser desenvolvido por estes dias, e não se fala muito ultimamente, até que hoje andei a ler o habitual blog do Joe Saward. Ele falou que a Carlin recebeu uma encomenda para construir chassis de Formula 1, mas não é para tentar a sua sorte como equipa de Formula 1, como andam a tentar a Andretti ou o Craig Pollock e a sua Formula Equal, que poderá ser financiada pela Arábia Saudita. Não, a história é outra. Eles estão a construir chassis para uma encomenda de Hollywood, vindo da Apple TV+, o tal filme que Brad Pitt está a produzir - e se calhar, protagonizar - e do qual Lewis Hamilton quer também ajudar como produtor. E o realizador será Joseph Kosinski, o mesmo de "Top Gun: Maverick".
Na parte que interessa para este texto, o Joe escreve:
"Há uma nota no livro verde que diz “Carlin construindo carros”, mas não é sobre 2026, mas sim que Carlin tem um acordo para produzir algumas cópias de [chassis] F1 para o filme de Brad Pitt. Tenho pesquisado como isso poderia ser usado e está claro que as equipas não vão deixá-los participar de corridas, mas que podemos vê-los ocasionalmente no fim da grelha, mas eles serão levados embora quando a verdadeira ação começar. Eles sem dúvida serão usados para muitos outros propósitos nas boxes, e assim por diante."
Ou seja, se for isso que acontecerá, então penso que é uma espécie de "Grand Prix", século XXI. Claro que a Liberty Media acolheria de braços abertos uma produção desse tipo, especialmente se Hamilton se envolver da maneira como espera ser envolvido, e claro, o acesso ao paddock será o melhor possível. As equipas de verdade andarão desconfiadas dessa aventura - afinal, há um produto a ser defendido - e gostariam que, por exemplo, ele fosse bem falado. Ainda por cima, este é um tempo onde descobriram que já tem o veículo que queriam para impulsionar a sua popularidade. O documentário "Drive to Survive" anda a levar hordas de espectadores aos circuitos - o GP da Austrália acolheu quase 450 mil espectadores no fim de semana passado, um recorde - e a popularidade da competição nos Estados Unidos chegou a níveis de sonho, e o regresso a Las Vegas irá impulsionar ainda mais: três corridas americanas é algo que não acontece desde 1982! - logo, a Formula 1 tornou-se num produto apetecível, irresistível até.
Mas claro, tudo depende de, por exemplo, ter um bom argumento. Porque para um bom espetáculo e um argumento fraco, então, comparado com o "Drive to Survive", seria uma redundância. Para quê fazer uma má ficção, quando se tem a realidade? Há quase 30 anos, Silverster Stallone tentou, e Bernie indicou-lhe a porta de saída. Há que saber defender o que têm em mãos.
No final, desejo um "Grand Prix", e tudo indica que poderemos tê-lo, mas uma parte de mim teme um "Driven".
Youtube Formula 1 Podcast: Uma conversa com Jackie Stewart
Passam agora 50 anos sobre o tricampeonato de Jackie Stewart. O mítico piloto escocês, um dos melhores do seu tempo, falou para o podcast da Formula 1 onde falou sobre a sua careira, sobre a sua fome de vitórias, e a sua atitude e os seus pensamentos na temporada de 1973: primeiro, quando decidiu - e comunicou - a Ken Tyrrell que iria embora da Formula 1 no final da temporada, e o que essa decisão afetou a sua luta pelo título.
E claro, falou também de alguns momentos dessa temporada, especialmente a sua 27ª e última vitória na Formula 1, no Nurburgring, onde triunfou com mérito.
Noticias: Alonso começa a acreditar no tricampeonato
“Esse é o objetivo [o tricampeonato], mas penso que agora temos de manter os nossos pés no chão. O objetivo para a equipa é apenas ter uma boa temporada. Eles estavam com dificuldades em 2022, por isso penso que esta época de 2023 é apenas para melhorar, conhecer melhor o carro e iniciar um novo projeto”, disse Alonso, nessa entrevista a esse canal do Youtube. “Acredito que é possível e é por isso que continuo a correr, obviamente. Sei que o desafio é grande – sei que precisamos de superar algumas dificuldades e temos excelentes equipas que estão agora no topo. Mas eu corro todos os dias e treino todos os dias pensando que o terceiro título é possível”, continuou.
Com 41 anos, sabe que o pragmatismo é o que lhe interessa, e sabe do potencial que tem em mãos, mas também sabe que é corrida a corrida, e tem de ser consistente para ter uma chance - pequena, mas têm. E tem de esperar pelas evoluções do AMR23 para saber se a diferença para a Red Bull poderá ser diminuída ou não, e também se consegue este ano alcançar a sua primeira vitória em uma década, para poder pensar em vôos mais altos.
terça-feira, 4 de abril de 2023
Youtube Formula 1 Video: As comunicações de rádio de Melbourne
A Formula 1 em Melbourne foi agitada, ainda mais agitada que o costume, logo este vídeo onde foram captados os melhores momentos do GP australiano, é apenas uma pálida amostra do que se aconteceu ao longo do fim de semana.
O regresso de Fernando Alonso
Contudo, quem assistiu ao seu regresso, em 2021, pela Alpine, era mais o contrário. O terceiro posto no GP do Qatar pode ter sido calorosamente comemorado, mas foi mais um oásis no deserto que algo consistente. Agora, em 2023, este inicio a temporada na Aston Martin tem mais essa consistência que muitos desejavam e parecia que não iriam ver mais, porque como é certo, não está mais para novo.
Em termos estatísticos, creio que em todos os regressos, Alonso apenas é batido por Niki Lauda, que ganhou um campeonato do mundo de pilotos em 1984, e ao longo das quatro temporadas que fez na McLaren, ganhou 11 corridas, conseguiu 15 pódios e oito voltas mais rápidas. Michael Schumacher, que reentrou pela Mercedes em 2010 - e cheguei a ler na altura artigos em que se temia pela carreira de Nico Rosberg! - apenas conseguiu um pódio e uma volta mais rápida, e Nigel Mansell, que aos 42 anos, triunfou no GP da Austrália de 1994, apesar de haver cartazes dos seus conterrâneos afirmando que "é altura de dar as chaves ao David Coulthard", porque acreditava-se naquele tempo que, com aqueles Williams, qualquer um com a Super-Licença arriscava a ser campeão...
Claro, não posso deixar de pensar que o piloto espanhol poderá ter tido um pouco de sorte. Com a retirada de Sebastian Vettel da equipa, no final do ano passado, e o facto de ele ter aceite quase de imediato o convite de Lawrence Stroll para correr no lugar dele, nada indicava que a Aston Martin tivesse o ganho de performance que acabou por ter nesta temporada. Aliás, há quem tivesse dito de forma abafada que teria feito uma passagem "de cavalo para burro" com a sua saída da Alpine. Afinal, do que vemos, não só vulgarizou facilmente Lance Stroll - apesar de ele ter o seu melhor começo de temporada de sempre, é um "peso pluma" - mas neste momento, a equipa de Silverstone é a segunda no campeonato de Construtores, atrás apenas da - aparentemente inalcançável - Red Bull.
É por isso que ainda falta "aquilo" do qual poderemos afirmar que tentará um terceiro título mundial: um triunfo. Tem consistência e velocidade, é certo. Mas ainda não está num carro vencedor. Quanto muito, andará a par dos Mercedes, candidatos ao segundo lugar. Considerando o que era aquele carro em 2022, já é muito bom.
segunda-feira, 3 de abril de 2023
A imagem do dia
A corrida até poderia nem ter tido história... se não fossem os problemas que Senna teve antes de largar. Trocando de carro, efetuou uma corrida de recuperação... até ser desclassificado.
O brasileiro tinha feito a pole-position com mais de meio segundo de vantagem sobre Prost, e parecia ser o favorito, porque corria em casa. Contudo, na volta de aquecimento, o mecanismo seletor da caixa de velocidades avariou e ele abanou as mãos, assinalando que tinha problemas. A partida foi abortada, dando tempo para ele saltar para o seu carro de reserva. Só que não era permitido. E demorou tempo para ser avisado (essas coisas já aconteciam antes, não é um problema de agora).
Claro, o tempo foi mais que suficiente para Senna empreender uma corrida de recuperação, ficando com o segundo lugar na volta 20, passando Piquet e aproveitando uma paragem do Gerhard Berger nas boxes. Ele parou sete voltas depois, para... deixar o motor ir abaixo, regressando em sexto. E estava a caminho de ser segundo quando na volta 31, a bandeira preta foi mostrada a ele, obrigando a parar nas boxes.
Depois dessa recuperação épica, a corrida perdeu muito do seu interesse, acabando com Prost a ganhar, sobre um Berger que se tentou aproximar-se, mas de uma certa forma, era porque o francês estava descontraído. Ele estava satisfeito com aquilo que tinha em mãos, e sabia que iria dominar a concorrência. Mas também, se estivesse a assistir à corrida do seu companheiro de equipa, teria saído do Rio com a ideia que ele iria ser o seu rival mais duro para o campeonato. E aquela corrida tinha demonstrado isso.
Para finalizar, dos 26 carros que partiram, apenas nove terminaram. E desses, oito eram turbos. O aspirado sobrevivente, o Ligier de Stefan Johansson, terminou em nono e último lugar, a três voltas do vencedor. Os turbo começavam aqui o seu último ano, mas ainda mandavam no pelotão da Formula 1.
Youtube Automobile Vídeo: Os gringos descobriram a cena brasileira
O pessoal do Donut Media parece que saiu da casca e foi viajar para fora dos Estados Unidos, para descobrir que há um mundo para além do seu país. E depois de terem ido à Tierra del Fuego para darem a conhecer uma fábrica onde se fabrica combustíveis sintéticos, fizeram uma paragem de 72 horas no Brasil para conhecer a cultura "underground" de São Paulo.
E aparentemente, ficaram boquiabertos. Ainda bem!
No Nobres do Grid deste mês...
As coisas estavam tão calmas que Chapman sequer estava presente na pista alemã. Tinha tirado férias nos Alpes suíços, porque, de uma certa maneira, a equipa funcionava como um relógio. E a corrida era algo menor, comparado com a Formula 1, que só retomaria um mês depois, no circuito de Jarama, em Espanha.
A lista de inscritos era bem interessante. Para além de Clark e Hill, estavam os Matra de Jean-Pierre Beltoise e Henri Pescarolo, o Ferrari de Chris Amon, dois Brabham inscritos por um jovem chamado Frank Williams, para Derek Bell e Piers Courage, e uma série de privados, incluindo um futuro construtor, o francês Guy Ligier, e um futuro presidente da FIA, Max Mosley, que corria num Brabham inscrito pela London Racing Team. A corrida seria uma combinação de duas mangas, com 20 voltas cada um, e o vencedor seria encontrado na soma dessas duas mangas.
domingo, 2 de abril de 2023
Formula 1 2023 - Ronda 3, Austrália (Corrida)
O dia amanheceu - há muito - em Melbourne e os espectadores - mais de 130 mil só neste domingo, mais de 430 mil ao longo do final de semana - acorriam em massa, para uma das corridas mais populares do calendário, na esperança de... se calhar, assistir a algo de invulgar.
Antes dos carros alinharem na gelha, existiam novidades: Sérgio Pérez e Valtteri Bottas decidiram que iriam sair das boxes na altura da partida, porque queriam ter a liberdade de mexer nos seus carros até ao último momento, e as suas posições na grelha, bem lá no fundo, assim decidiram.
A primeira partida começou com George Russell a fazer uma partida-canhão, passando Max Verstappen e Alonso, Hamilton e os Ferrari queriam aproveitar a má partida do piloto da Red Bull, mas na curva 4, Charles Leclerc acaba na gravilha, aparentemente tocado por alguém a seu lado. Depois, se viu que tinha sido o Aston Martin de Lance Stroll. Safety Car para tirar o Ferrari do lugar perigoso onde estava, e alguns tinham ido às boxes para colocar duros - boa parte do pelotão estava de médios, exceto Pierre Gasly, que tinha moles.
No regresso, a partir da volta 4, Russell tentou ir embora, pois Hamilton era segundo e tentava aguentar Max e Alonso, com os carros a andarem perto uns dos outros. Contudo, na volta 7, Alex Albon, que era sexto, despistava-se e batia forte nas barreiras de proteção. Nova entrada do Safety Car, e alguns foram às boxes, como Russell e Sainz Jr, para meter duros, mas pouco depois, a direção de corrida acabou por mostrar a bandeira vermelha, porque a gravilha se espalhou na pista de forma a prejudicar a corrida. Claro, para gente como Russell, as coisas não saíram bem, mas a culpa não era dele.
Meia hora depois da corrida, os carros reaparecem na pista, atrás do Safety Car, antes da relargada como partiram antes. Quase todos andavam de duros - Logan Sargent e Nyck De Vries, de médios, eram as exceções - a corrida arrancou com Hamilton a manter o primeiro posto, com Max a segui-lo. Contudo, volta e meia depois, o neerlandês passou Hamilton por fora, numa das xonas de DRS, e ficou com a liderança.
Com o regresso da corrida, começou-se a ver os ritmos de corrida. Checo subia paulatinamente de posições, para chegar aos pontos, e ver se conseguia subir o mais possível. Na frente, atrás de Max, Hamilton e Alonso guerreavam à distância, ganhando um décimo aqui e ali, sem que as posições se alterassem. Carlos Sainz Jr e Gasly estavam a seguir, mas estes também estavam juntos e não apanhavam aqueles que estavam na sua frente. Existia tensão, mas não emoção, pois todos tinham pneus duros e queriam chegar ao fim sem trocar.
Por alturas da volta 42, a diferença de Max para Hamilton era de 10 segundos, com um pelotão relativamente compactado, com todos a terem um ritmo semelhante. Os DRS funcionavam, mas as distâncias se mantinham, mas em contaste, isso era a parte interessante. Se calhar, ninguém queria piscar o olho, para não perder alguma eventual ultrapassagem. Isso só acontecia com Checo, que tinha passado Norris para ser oitavo.
E na volta 53, mais emoção... e confusão: Kevin Magnussen bateu no muro e daba cabo do seu Haas, com o pneu no meio da pista, na trajetória dos outros. Safety Car na pista, todos juntos e... quase ninguém parou nas boxes, porque parecia que colocar moles não compensava. Porque a seguir iriamos ter bandeira vermelha! Iria ser duas voltas de loucos. E se existiam dúvidas, agora tínhamos certezas: era a melhor corrida do ano. E se calhar... não "até agora".
Só que no arranque... ficou o caldo entornado. Sainz tocou em Alonso, este fez um pião e ficou para o fundo do pelotão, e atrás, os Alpine se eliminam um ao outro, com Ocon dando um toque em Gasly e acabando com a corrida de ambos. Carambola pura e dura, nova bandeira vermelha... e faltava uma volta para o fim. Já tinha ultrapassado as duas horas de corrida - se contarmos com as interrupções - e a emoção que parecia acontecer estava a esvaziar, como um balão.
Aliás, o final foi anti-climático: Sainz Jr foi penalizado em cinco segundos por ter sido dado como responsável pelo toque com Alonso, e que, indiretamente, causou a carambola e o caos no pelotão, e a FIA decidiu que os carros iriam cruzar a meta atrás do Safety Car. Exatamente a antítese daquilo que queriam evitar, quando colocaram a bandeira vermelha a poucas voltas do fim.
E quanto ao campeonato? Parece que acontecerá o título para os Red Bull, resta saber quando.