O Ano Novo ficou marcado pela intenção de Mohamed Bin Sulayem de ouvir - e provavelmente, apoiar - a entrada de novas equipas na Formula 1. Numa altura em que se fala do projeto da Andretti e da resistência das outras equipas de ter mais gente, porque significa que o "bolo" vindo da FOM seria mais espalhado, a ideia de alargar o pelotão, pela primeira em quase década e meia, é algo do qual deve ser lido, ouvido e refletido.
Numa altura em que a Audi irá entrar na Formula 1 em 2026, depois de ter adquirido a Sauber, e se fala da Porsche, por agora como fornecedora de motores, a Andretti é a marca que está a mexer-se no sentido de estar na grelha assim que puder, provavelmente nesse mesmo ano. Aliás, nesta quinta-feira, Michael Andretti anunciou uma parceria com a General Motors, através da Cadillac.
"Tenho orgulho em dizer que temos a GM e a Cadillac ao nosso lado enquanto buscamos esse objetivo. GM e a Andretti dividem um legado surgido do amor pelas corridas. Agora, temos a oportunidade de combinar nossas paixões pelo automobilismo e dedicação e inovação para construir uma equipe de Formula 1 verdadeiramente americana", afirmou o ex-piloto numa conferência de imprensa coletiva.
Entrar na Formula 1 não é fácil: precisa do acordo de todas as equipas e que haja o pagamento de uma taxa de 200 milhões de dólares, que seria devolvida nos anos seguintes. E fazer cair essa taxa precisa do acordo de todas essas 10 equipas, o que provavelmente não será fácil, porque as equipas tem os seus interesses e poderão usar isso como moeda de troca para conseguir algo a seu favor.
Mas a Andretti, pesar de ser séria, não é a única que pretende entrar na competição. O próprio Bin Sulayem fala que até nove equipas poderão estar interessados em entrar, e uma delas é falada há anos: a Panthera Team Asia. Desde 2019 que tenta montar um projeto sério para participar na competição, e que foi a primeira a falar disso à FIA, depois do anuncio do seu presidente. Em declarações ao Racingnews365.com, Benjamin Durand afirmou o seu interesse.
“Acolhemos a iniciativa da FIA, mas agora precisamos saber exatamente quais são os requisitos e como o processo se desenrolará, estamos prontos para expressar nosso interesse na Fórmula 1”, afirmou.
Contudo, o projeto da Panthera existe há algum tempo e poucos tem sido os esforços para montar uma estrutura dita "séria" para competir na categoria máxima do automobilismo. Logo, não se sabe se isto é ou não é sério para poder ser acolhido.
Numa altura em que já temos um teto orçamental, controlado pela FIA, esse controlo, que levará a um maior equilibro entre equipas num futuro mais ou menos próximo, poderá abrir a porta a novas equipas, alargando para 12 ou 13, dependendo que quantos projetos aparecerão, e que limite é que as equipas estão dispostas a impor, por causa do Acordo da Concórdia, que foi renovado em 2020.
Contudo, a FOM tem a palavra mais importante, que farão o possível para que o projeto não tenha falhas. E um bom exemplo foi a reação que tiveram após o anuncio da manifestação de interesse da Cadillac, onde tentaram colocar água na fervura.
"Há um grande interesse no projeto da Formula 1 neste momento, com uma série de conversas que não são tão visíveis como outras. Todos queremos garantir que o campeonato se mantém credível e estável e qualquer novo pedido de entrada será avaliado em critérios para cumprir esses objetivos por todas as partes interessadas relevantes. Qualquer novo pedido de participante requer o acordo tanto da F1 como da FIA", afirmou, no comunicado oficial.
A Formula 1 são 10 equipas, uma máquina bem oleada do qual irão querer ter tudo fechado a muitas chaves. E só deixarão entrar alguém se apresentarem todas as garantias, incluindo as que tiverem de ser inventadas neste momento. Ou seja, o caminho será bem longo e complexo.