quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

A imagem do dia


A foto encontrei no Facebook do F1 Lado B, fornecido pelo Leonardo Bandeira Verde. E trata-se de um teste, feito algures em 1984 ou 85 com o Ligier JS23. E mostra um piloto que, sendo bom nas Formulas de acesso, nunca teve uma chance de correr na categoria máxima do automobilismo, apesar de ter andando perto por algumas ocasiões. 

Para Michel Ferté, morto nesta quarta-feira aos 64 anos em Le Mans, depois de uma longa batalha contra uma doença, o seu grande momento nem foi a andar naquele Ligier de Formula 1, foi mais tarde, em Le Mans. Em 1991, como piloto oficial da Jaguar, acabou no segundo posto na edição deste ano, ao lado do americano Davy Jones e do brasileiro Raul Boesel, duas voltas atrás dos vencedores, o Mazda 787 da tripla Johnny Herbert, Wolker Weidler e Bertrand Gachot

Nascido em Falaise, no Calvados francês a 8 de dezembro de 1958, era três anos mais novo que o seu irmão Alain, foi campeão francês de Formula 3 em 1983, ao mesmo tempo que participava em algumas corridas de Formula 2 pela Martini. No ano a seguir, acabou em terceiro lugar, com uma pole-position e cinco pódios. Em 1985, foi para a Formula 3000, onde ao serviço da Marlboro France, e até ao final do ano seguinte, conseguiu oito pódios, duas pole-positions, duas voltas mais rápidas, 41 pontos no total e dois quintos lugares na competição. Mas não ganhou corridas. 

Apesar de ser um dos melhores pilotos da sua categoria, acabava por ver os outros a terem a sorte de ir para a Formula 1. Não deslumbrava, não era espetacular, não barria a concorrência, e também, não tinha a carteira suficientemente gorda para poder "comprar" um lugar. Mas mesmo que isso acontecesse, não fazia parte da sua natureza.

Assim sendo, não houve a Formula 1. E foi mais feliz na Endurance.  O seu grande momento foi em 1991, mas na realidade, a sua presença até 2003, correndo no Ferrari P333 SP e no Courage C50- Porsche, com o seu melhor resultado um nono posto na edição de 1999, ao lado do já veterano Henri Pescarolo e de Patrice Gay.

Um mês depois de Patrick Tambay, e duas semanas depois de Philippe Streiff, a França perde mais um dos seus pilotos que marcaram uma infância.     

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