sábado, 25 de julho de 2009
A fina linha vermelha
GP2 - Ronda 7, Hungria (Corrida 1)
No caso do piloto português, quer ele quer a equipa sabiam que seria difícil chegar aos lugares pontuáveis devido às especificicdades do traçado húngaro, onde as ultrapassagens são muito difíceis de concretizar. Todavia, o piloto portuense esteve a um pequeno passo de o atingir, quando partiu do 14º posto e aproveitou a confusão que aconteceu na segunda curva do circuito e que colocou fora de combate o austroarabe Andreas Zuber, o mexicano Sergio Perez e os brasileiros Diego Nunes e Luiz Razia. Parente, que já era nono, teve que evitar alguns dos carros in extremis e perdeu duas posições.
“Neste circuito é muito complicado para ultrapassar, mas com a boa decisão da equipa em realizar cedo a minha paragem nas boxes e com a ultrapassagem que efectuei a Dani Clos, consegui subir ao nono posto. Fiquei na traseira do Davide Rigon e dei o máximo para tentar suplantá-lo. No entanto, ele não cometeu qualquer erro e terminei a uma posição de conquistar um ponto e de garantir a pole-position para amanhã”, concluiu.
Na frente da corrida, a batalha pela vitória esteve bastante animada de inicio, com Lucas di Grassi a liderar a primeira fase da corrida, seguido de perto por Javier Villa e Nico Hulkenberg. Mas com as paragens nas boxes, o jovem alemão conseguiu primeiro passar Villa e, depois o piloto brasileiro da Racing Engeneering, aquando da paragem deste. Embora saindo das boxes ainda na frente, os pneus frios e a proximidade de Hulkenberg levaram o alemão a passar com relativa facilidade para o comando antes da curva 2. Após isso, o piloto alemão não foi incomodado até ao final, onde venceu pela terceira vez consecutiva e consolidou a liderança, agora com 57 pontos, mais quinze que Romain Grosjean.
Formula 1 - Ronda 10, Hungaroring (Qualificação)
"Ele estava muito agitado pois tinha um corte na cabeça, mas estava a falar muito, o que denotava nervosismo, e por isso acharam por bem levá-lo para o hospital para mais exames. Ele já se queria levantar, e por isso, deram-lhe um calmante ", referiu o piloto da Brawn GP. Felipe Massa está no hospital e já foi confirmado que não vai correr amanhã.
Walter Cronkite e o jornalismo do século XX (3ª parte)
A 16 de Julho de 1969, tudo estava a postos no Cabo Kennedy para conseguir o que é, provavelmente, a maior realização em tempo de paz no século XX: a chegada do Homem à Lua. Cumprindo o desejo de John F. Kennedy, que tinha declarado sete anos antes "We choose to go to the Moon till the end of this decade and do the other things, not beacuse they are easy, bu because they are hard", o governo norteamericano tinha gasto centenas de milhões de dólares para construir um poderoso foguete, com uma cápsula, onde colocou três astronautas, que iriam colocar os pés no solo de outro corpo celeste, nomeadamente no satélite do planeta Terra.
Seguido por mais de 500 milhões de pessoas no mundo Ocidental, isto era o auge de uma corrida espacial iniciada doze anos antes pela União Soviética, quando colocou em órbita o satélite "Sputnik". Com os americanos feridos no seu orgulho (quatro anos depois sofreriam outro desaire, quando Yuri Gagarin se tornou no primeiro homem no Espaço), apontaram para o maior dos objectivos até ao final da década. Nesse dia estava tudo pronto para que o foguete Saturno V pudesse impulsionar os astronautas Neil Armstrong, Edwin "Buzz" Aldrin e Michael Collins para fora da orbita da Terra e rondar a superficie da Lua.
A CBS, claro, montou um gigantesco esquema para acompanhar todos os detalhes da missão. E Walter Cronkite acompanhou, como enviado especial ao Cabo Canaveral, acompanhado por um especialista, outro astronauta, Walter Schirra. Observando o lançamento, esteve quase em permanência durante os quatro dias em que demoraram para chegar à Lua, e pilotar o módulo LEM "Eagle" até à Mar da Tranquilidade, o local da aterragem. Com poucos segundos de combustivel e a pericia de Armstrong e Aldrin, tudo correu bem, e ele pode dizer "Daqui Tranquilidade. A Águia aterrou". Nesse momento, Cronkite ficou visivelmente contente.
Mas mais emocionado ficou quando Armstrong deu aquele primeiro passo na Lua. Tão emocionado que... perdeu a famosa frase. Só a ouviu pela metade, o "Um pequeno passo para o Homem..." Depois é que lhe disseram o resto: "...um grande salto para a Humanidade".
(continua)
GP Memória - Austria 1999
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Sobre Jaime Alguersuari, no jornal Público
O piloto mais novo de sempre senta-se hoje ao volante de um monolugar de F1. Os especialistas dizem que ele está tecnicamente preparado. Falta saber se psicologicamente aguenta a pressão. O pai do jovem catalão destaca ao P2 que o filho vive uma situação inédita: chega à F1 com zero quilómetros de testes. A aposta em Alguersuari é também um sinal do nosso tempo, em que os pilotos chegam cada vez mais cedo ao topo.
Jaime Alguersuari começa hoje a maior aventura da sua vida. O piloto espanhol vai sentar-se pela primeira vez a sério num carro de Fórmula 1, durante os treinos livres do Grande Prémio da Hungria, que se realiza depois de amanhã, nos arredores de Budapeste. Se não houver nenhum azar de última hora, entrará no domingo para a história da Fórmula 1, ao tornar-se o mais jovem piloto de sempre a participar numa corrida. Terá 19 anos, quatro meses e três dias (nasceu em Barcelona a 23 de Março de 1990).
GP2 - Ronda 7, Hungria (Qualificação)
"A equipe mudou um pouco o carro da última corrida para cá e ganhamos performance. Dava até para ser mais rápido, mas está ótimo - logicamente! Largar na pole position é fantástico", afirmou Di Grassi à imprensa. Quanto à hipótese de repetir a vitória alcançada no ano passado, o piloto da Racing Engeneering é cauteloso: "Estamos bem, mas treino é treino, corrida é corrida. Sei que estamos fazendo um bom trabalho aqui, mas a GP2 é muito competitiva. Estamos animados, mas vamos ficar contentes mesmo só se estivermos em primeiro depois da bandeirada. Até lá, tem que levar muito a sério se quiser vencer", concluiu.
No caso do piloto português da Ocean, depois de ter efectuado um bom tempo na sessão da manhã, ao ser quinto classificado, o transito e os problemas de motor prejudicaram um pouco na sua busca por um melhor tempo, especialmente na sua última volta rápida, onde um piloto mais lentou estragou a sua tentativa, ficando a 932 centésimos de Lucas di Grassi.
“Esta foi uma qualificação muito complicada. O carro perdeu alguma eficácia com a subida da temperatura do asfalto, mas pior que isso foi o tráfego e a bandeira vermelha logo no início da sessão. Dei sempre o meu máximo, mas na volta em que estava a ser mais rápido apanhei um piloto na última curva, o que me impediu de melhorar a minha marca”, afirmou o piloto do Porto, em declarações captadas pelo seu blog oficial.
Quanto à corrida, Parente tem consciência das suas dificuldades em obter pontos amanhã à tarde: “Não será fácil obter uma boa classificação em Hungaroring, dado que aqui é preponderante ter uma boa posição na grelha de partida. No entanto, espera-se que amanhã esteja mais fresco, o que nos permitirá replicar o bom andamento que evidenciámos nos treinos-livres. Se isto se verificar, poderemos, com a ajuda de uma boa táctica de corrida, alcançar os pontos”, salientou.
Noticias: Barrichello admite parar em 2010
"É algo que está na minha cabeça, mesmo que seja só cinco por cento, mas o próximo ano ainda está muito longe para decidir alguma coisa", acrescentou o piloto brasileiro da Brawn GP.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
5ª Coluna: Triunfos e Tragédias do Automobilismo
Noticias: Massa acha um erro lançar Alguersauri na Formula 1
"Para mim, ele é demasiado jovem. Quando cheguei à Fórmula 1 tinha apenas 20 anos e para mim também foi demasiado cedo. Eu era demasiado inexperiente para explicar aquilo que queria do carro por isso cometi alguns erros. É verdade que tive um carro muito difícil de pilotar, mas de qualquer forma não foi fácil para mim", afirmou Massa à imprensa no Hungaroring, onde já prepara o GP da Hungria, que decorrerá este fim de semana.
"Mas mesmo para mim, e posso dizer que foi demasiado cedo no meu caso, fiz todo o Inverno de testes, por isso tive muitos testes na Formula 1. Ele nunca pilotou um carro de Fórmula 1, apenas o pilotou numa recta ou o que quer que seja. Para mim, está errado. Não é bom para ele. Penso que poderá queimar-se muito depressa", acrescentou.
"Talvez ele tenha um talento incrível e faça muito melhor do que toda a gente pensa, mas penso que não é bom para ele. Estou surpreendido que uma equipa coloque uma pessoa assim no carro. Para mim, está errado", concluiu o piloto brasileiro, vice-campeão do Mundo em 2008.
Noticias: Alain Prost quer ser dirigente da FIA
"Ari Vatanen é um bom candidato, mas o Jean é um óptimo candidato. A desvantagem do Jean é que alguns Construtores não vêem com bons olhos a sua candidatura, mas a verdade é que para além do desporto há ainda os clubes, a segurança, a mobilidade, o ambiente, portanto uma enorme quantidade de trabalho.", começou por referir.
"Penso que poderão surgir novos candidatos, mas excluo por completo a hipótese de estar entre eles. Especialmente com o Jean como candidato, pois nunca me candidataria contra ele. Contudo, se há algo que poderia justificar-se seria um papel ligado à área da F1 e restante desporto, mas temos de esperar para ver como tudo evolui nos próximos meses. Pode acontecer ficar ao lado de Jean todt, mas isso é uma questão que não fica decidida num dia.", concluiu o tetra-campeão do mundo.
Alain Prost encontra-se fora do "paddock" da Formula 1 desde o final de 2001, altura em que a sua equipa de Formula 1 se extinguiu sem honra nem glória, tendo decdicado nos últimos tempo a correr nas corridas de gelo do Troféu Andros, ao volante de um Toyota Auris, bem como acompanhar a carreira do seu filho Nicolas Prost, actualmente um dos pilotos da A1GP França.
Um tributo a Jackie Stewart, o Escocês Voador
Ao contrário do normal, este video não é do prodigio finlandês Antti Kalhola. É de um hungaro que responde pelo "nick de MasterCsizi, mas é um pouco mais velho do que Antti. tem 21 anos. E no video tem uma frase do Jackie, que se definia a si prório da seguinte forma "Nunca pensei em mim próprio como o melhor para ganhar. Aliás, sempre pensei que todos os outros eram melhores do que eu, que iriam bater-me". Modesto, humilde ou disléxico, Jackie Stewart tem assegurado o seu lugar no Olimpo do Automobilismo.
GP Memória - Grã-Bretanha 1984
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Walter Cronkite, amante de automóveis
Falecido na passada sexta-feira aos 92 anos, Walter Cronkite foi um dos jornalistas mais icónicos do século XX. Ao longo dos próximos dias irei mostrar a sua presença nos momentos que definiram boa parte da segunda metade do século XX na América e no mundo.
Mas antes de ser o "pivot" da CBS Evening News, Cronkite era um simples jornalista da CBS, de onde estava desde 1950. Fez diversos programas para o canal de TV, e uma delas é particularmente interessante, que descobri esta noite no Saloma do Blog: uma reportagem sobre o automobilismo, emitida no inicio de 1962. Lá tem imagens de Lime Rock e do GP do Mónaco de 1961, corrida ganha por Stirling Moss. Ironicamente, quase 50 anos depois, Moss é um dos poucos sobreviventes desse tempo, a par de Jack Brabham.
Mas se julga que fez esta reportagem por obrigação profissional, está errado. Cronkite era um entusiasta de automóveis e nos anos 50 visitava frequentemente o "paddock" das 500 Milhas de Indianápolis. E mais: foi um distinto piloto, especialmente em corridas de Endurance. Correu em Lime Rock e Watkins Glen, e a sua coroa de glória foi quando guiou nas 12 Horas de Sebring em 1959, ao voltante de um Lancia Appia Zagato, onde foi quinto classificado na sua classe.
O seu entusiasmo por desporto era mais do que evidente, não só no automobilismo: foi o "pivot" da CBS quando este transmitou dos Jogos Olimpicos de Inverno de 1960, que decorreram na estância americana de Squaw Valley, na Califórnia. Pouco depois, abandonou a carreira competitiva no automobilismo para ser o "pivot" da CBS Evening News, cargo que ocupou até 1981.
Mais uma razão para eu admirar este homem...
A luta pelo poder na FIA, vista pelo Autosport português
Como já era esperado, Jean Todt anunciou a semana passada a sua candidatura á presidência da FIA. Um anuncio que foi feito 24 horas depois de Max Mosley ter confirmado aos clubes que não iria tentar ser reeleito, depois de 18 anos à frente dos destinos da Federação e de ter, no mesmo documento, aconselhado o voto no seu laiado francês.
Já na semana passada tinhamos dado conta deste acordo, bem como o facto de Todt estar em plena campamnha eleitoral, pois passou alguns dias em Africa, em contacto com um bom numero de clubes locais, na tentativa de angariar apoios. em contrapartida, Ari Vatanen ainda não saiu da Europa, depois de ter iniciado a sua campanha há dez dias, mas tem nos homens dos maior clube do mundo - o American Automobile Association - os seus principais aliados e promotores. Daí que parte do trabalho de sapa já esteja feito do lado do finlandês, enquanto que a estrutura da FIA está a trabalhar activamente para eleger todt no lugar de Mosley.
Uma situação que desagrada ao antigo campeão do mundo de ralies, que ficou espantado com a forma como Mosley deu o seu apoio público a Todt: "Eu represento a mudança de que a FIA necessita. O jean todt, em contrapartida, representa a velha guarda e não é correcto o Max tentar impor um novo lider, nem usar o poder da Federação para apoiar uma campanha. A FIA não é um reino, é uma República em que os líderes são eleitos democraticamente."
Se Vatanen ficou surpreendido com a atitude de Mosley, alguns dos seus principais apoiantes - mais experientes a lidar com o inglês e com Todt - já esperavam que as coisas se passassem desta forma e fizeram questão de avisar o nórdico para se preparar para uma campanha muito pouco digna, onde a compra de votos dos clubes mais pequenos vai ser a arma do seu opositor, como foi de Mosley face á moção de confiança que teve de enfrentar no ano passado.
Mas ainda não é certo que Todt e Vatanen sejam os dois unicos candidatos à presidência da FIA, pois há quem pretenda que Michel Boeri [presidente da Federação do Mónaco] se candidate, e Mohamed Bin Sulayem [vice-presidente da FIA e presidente da Federação dos Emirados Arabes Unidos, para além de ser ex-piloto] também tem aspirações ao cargo, mesmo se com menos 15 anos que Todt, pode também aspirar a ser o seu sucessor, pois é também dos principais apoiantes de Mosley e está a ser sondado para fazer parte da equipa do francês.
Já outros potenciais candidatos - Tomczyk, Chandhok - vieram a público garantir não estarem interessados no cargo de presidente da FIA, mas sem terem ainda escolhido o candidato a apoiar. Mas já se percebeu que a base de apoio de Vatanen é superior à facção que se opôs a Mosley no ano passado, enquanto Todt não vai conseguir fazer o pleno junto de quem esteve do lado do inglês.
No paddock da Formula 1, a candidatura de Vatanen foi muito bem recebida, mas a possibilidade de Todt ser eleito está a deixar todos muito preocupados. O francês não deixou saudades nem amigos no "paddock", nem sequer na Ferrari, onde se teme que pretenda utilizar o seu cargo para causar dano a Montezemolo, pois a separação entre os dois homens que lideraram a Ferrari durante 13 anos foi tudo menos amistosa.
Luis Vasconcelos
Noticias: Bernard Arnaut ambiciona pódio em Misano
"Não conheço praticamente nenhuma das pistas deste Campeonato, por isso os treinos livres são importantes para ter o primeiro contacto e recolher informação necessária. Conto, nas duas horas disponíveis de treinos conseguir equilibrar o carro o melhor possível, para lutar durante a qualificação por uma boa posição na grelha. Neste campeonato, todos os pilotos têm um andamento muito semelhante, pelo que a posição na grelha é fundamental para fazer a diferença no resultado final da corrida", explicou o piloto.
"Tenho sempre procurado conseguir um lugar entre os cinco primeiros, mas penso já estar mais adaptado ao Campeonato e ao carro. Assim não me parece desmedido ambicionar em pódio. Espero que tudo corra bem, que a sorte esteja também do meu lado e que consiga pôr em prática os meus objectivos", concluiu.
Correndo pela equipa Co2 Motorsports, Bernardo Arnaut ocupa agora o oitavo lugar do Campeonato de Formula Renault 2.0 Itália, com 98 pontos. O seu melhor resultado nesta temporada foram três quintos lugares e tirando uma desqualificação na segunda corrida da Hungria, tem terminado sempre as corridas em lugares pontuáveis.
Walter Cronkite e o jornalismo do século XX (2ª parte)
"Cheguei ao topo da montanha!"
Poucos dias se passaram, e a América ainda digeria a ofensiva do Tet, no Vietnam, quando a 4 de Abril, recebe outro choque: Martin Luther king, o homem que liderava o Movimento pelos Direitos Civis, tinha sido morto a tiro num hotel na cidade de Memphis, no Tenessee. O atentado ocorrera à tarde, e já tinha sido feito uma emissão especial dirigida por um jovem Dan Rather (que sucedeu 15 anos depois a Cronkite na CBS Evening News) logo, houve mais do que tempo para fazer directos da cidade, e recolher elementos sobre as ondas de choque que estavam a acontecer na América nesse dia, cujas tensões raciais latejavam, ainda por cima, em ano de eleições presidenciais, onde a América, envolvida até à medula pelo atoleiro que era a Guerra do Vietnam, também combatia nas ruas contra este envolvimento numa guerra injusta (recorde-se, em 1968, o recrutamento era obrigatório nos Estados Unidos).
No final daquele dia, Walter Cronkite, no seu CBS Evening News, resumia os acontecimentos desse dia. De maneira sóbria, mas decidida, e sobre o impacto que aquilo iria ter na sociedade americana. Entre as peças que se encontram neste vídeo, está uma declaração do então presidente Lyndon Baines Johnson, e uma parte do seu famoso ultimo discurso, onde afirmou que "tinha chegado ao topo da montanha". Palavras proféticas... Naquele ano tempestuoso de 1968, este era mais um episódio turbulento. Outros iriam surgir, infelizmente...
“E agora, rumo, a Chicago!”
O ano de 1968 já tinha chegado a meio, e o mundo andava em sobressalto. O Vietname era um atoleiro, Martin Luther King fora assassinado mês e meio antes, e a campanha presidencial desse ano estava ao rubro, não tanto como o que se passa hoje. A campanha, apesar de ter todos os moldes que tem hoje, o momento decisivo não era em Março, mas sim em Junho, com as Primárias na California. E como depois da renuncia de Lyndon Johnson, era uma corrida aberta entre democratas, enquanto que no campo republicano, depois do fracasso que foi o extremista Barry Goldwalter, escolhiam um candidato mais consensual, o ex-vice presidente Richard Nixon, que fora derrotado por John F. Kennedy oito anos antes.
No caso democrata, três nomes sobressaíam: o vice-presidente de Johnson, Eugene McCarthy, o senador do Minessota, Humbert Humpfrey e o Senador por Nova Iorque Robert Fitzgerald Kennedy (RFK). Fizera campanha prometendo que assim que fosse persidente, iria trazer os soldados para casa. Anti-guerra, mais liberal que o seu irmão, também tinha experiência governativa, como Secretário da Justiça, onde ficou mesmo depois da morte do seu irmão. Afastou-se do Governo para se candidatar a Senador por nova Iorque, onde ganhou. E em Março de 1968, desafiando Johnson, anunciou a sua presidência.
A luta era renhida, e RFK perdeu alguns estados para Humpfrey, e tudo se jogava naquela solarenga tarde de Junho. E outro candidato estava na liça, e o natural favorito: o então vice-presidente, Eugene McCarthy. Antes da eleição, McCarthy estava na frente, mas uma vitória decisiva, numa contagem onde era "winner takes all", mesmo com um voto a mais, para Kennedy, significava que estava numa posição de força para a Convenção Democrata, em Chicago, marcada para Agosto. E nessa altura, as Convenções eram para valer, e não o "show-off" que estamos habituados a ver, pois nessa noite, Johnson dera ordens expressas a McCarthy e Humprey para que se juntassem, no sentido de derrotar RFK na corrida presidencial.
E na noite em que RFK faz o discurso de vitória e diz "agora vamos para Chicago", parecia que ele tinha o impulso para conseguir um milagre, que era a nomeação democrata, contra Nixon. Mas o destino foi cruel: um desequilibrado de 21 anos de origem palestiniana, Shiran Shiran, aponta uma pistola à nuca de RFK e atinge-o mortalmente na cabeça. Resiste por um dia, mas morre na madrugada de terça-feira. O país estava mais uma vez em choque.
terça-feira, 21 de julho de 2009
Alguersuari já tem experiência de Formula 1...
Ao contrário da maioria, já vi Alguersuari dentro de um Formula 1. Onde e quando? Novembro do ano passado, aquando da inauguração do Autódromo de Portimão. O jovem piloto espanhol, recém-campeão da Formula 3 britânica, deu três voltas ao traçado português, tornando-se no primeiro a experimentar as sensações de conduzir naquele local a cheirar a novo. Ele gostou da experiência.
Agora veremos como vai ser a sério. Não creio que seja outro Vettel, mas espero também que não passe por vergonhas...
Noticias: Cosworth assegura competitividade dos seus motores
O piloto do dia - Mike Thackwell
Nascido a 30 de Março de 1961 em Auckland, na Nova Zelândia, Thackwell deu os seus primeiros passos aos 12 anos, no karting. Cinco anos mais tarde, em 1979, com 18 anos recém-completados, vai correr para a Formula 3 britânica e impressiona a tudo e todos, a bordo de um March 793 Toyota. Vence cinco provas e consegue mais três pódios, conseguindo 71 pontos e o terceiro lugar final, atrás do brasileiro Chico Serra e o italiano Andrea de Cesaris, futuros pilotos de Formula 1.
Assim sendo, passou para a Formula 2 em 1980, onde conseguiu um bom conjunto de resultados, terminando o campeonato na oitava posição, com 11 pontos. Contudo, mais do que os resultados, eram as suas prestações em pista que impressionavam os responsáveis das equipas de Formula 1. desde o inicio desse ano que lhe ofereciam oportunidades de guiar um dos seus carros. A Ensign lhe deu um lugar no seu carro, mas não aceitou. Em Agosto desse ano, a Arrows lhe deu a oportunidade de correr no GP da Holanda, para substituir o acidentado Jochen Mass. Thackwell fez o fim-de-semana qualificativo, mas falhou a entrada na grelha por muito pouco.
Contudo, as suas prestações atraíram a atenção de Ken Tyrrell, que lhe proporcionou um teste num dos seus carros. Após isso, deu-lhe um contrato para correr num terceiro carro nas duas últimas provas do ano, em Montreal e Watkins Glen. No GP do Canadá, esforçou-se e conseguiu o último lugar qualificativo, colocando de fora… o Ferrari de Jody Scheckter! Assim sendo, Thackwell, então com 19 anos e 182 dias, tinha batido um recorde com 18 anos, conseguido pelo mexicano Ricardo Rodriguez no GP de Itália de 1961, que tinha participado nessa corrida com 19 anos e 208 dias.
Contudo, a sua corrida foi de curta duração. Na primeira volta da corrida, houve confusão na frente, com Nelson Piquet e Alan Jones, então os contendores pelo título mundial daquele ano, e mais alguns carros ficaram pelo caminho, entre os quais, ele e o seu companheiro Derek Daly. A corrida foi interrompida, e Tyrrell não tinha peças suficientes para reparar ambos os carros, assim sendo, Ken Tyrrell priorizou Daly, fazendo com que não alinhasse na segunda largada.
Isso causa até aos dias de hoje alguma polémica: deve ser considerada como uma participação ou não. Alguns dizem que sim, e oficialmente, a participação de Thackwell em Montreal tem um DNF (did not finish) como resultado. Assim sendo, seria ele a deter o recorde. Mas há alguns que dizem que não, e assim sendo, o recorde pertenceria a Ricardo Rodriguez. Mas o consenso é que Thackwell alinhou na corrida canadiana e partiu.
Na prova seguinte, em Watkins Glen, Thackwell tentou a sua sorte, mas ficou de fora da corrida devido à pouca potência do seu motor Cosworth, que tinha menos 50 cavalos do que, por exemplo, os seus companheiros Daly e Jarier. Mas provou um pouco que tinha até velocidade para bater com os melhores, e um futuro brilhante pela frente. Volta para a Formula 2 em 1981, a bordo de um Ralt, e vence a primeira prova em Silverstone, foi segundo em Hockenheim, e todos afirmavam que ele seria o mais sério favorito ao título. Mas Thackwell sofre um sério acidente em Thruxton, que o coloca fora de combate durante alguns meses. Volta para conquistar algumas posições nos pontos, que o fazem classificar-se na sexta posição da geral.
Contudo, no final do ano, é dispensado da equipa, e com um “budget” limitado, vai correr pela Horag, em 1982, onde faz uma temporada difícil, e apenas consegue oito pontos e um pódio. Mas isso foi o suficiente para que Ron Tauranac, o patrão da equipa oficial da Ralt, lhe desse uma nova oportunidade em 1983, onde foi mais consistente e venceu uma corrida, terminando a temporada no segundo lugar, atrás do vencedor (e seu companheiro de equipa), Jonathan Palmer.
Em 1984, contudo, foi o seu melhor ano. Dominou completamente a temporada, chegando até a liderar em 70 por cento de todas as voltas percorridas nesse ano. Venceu em sete provas e o título de Formula 2 foi arrebatado com naturalidade. Iria ser o último campeão da Formula 2 sob esse nome, pois iria ser rebaptizada no ano seguinte como Formula 3000. Pelo meio, regressaria à Formula 1 em duas ocasiões: no Canadá (mais uma vez) pela RAM, para substituir o magoado Palmer, e na Alemanha, quando Stefan Bellof não podia guiar o “seu” Grande Prémio devido a um conflito de calendário com os Sport-Protótipos. No primeiro caso, Thackwell qualificou-se sem problemas, correndo até á volta 30, onde abandonou com problemas no Turbo. No GP alemão, numa Tyrrell que se via a braços com a polémica sobre o seu peso a menos e os chumbos no depósito de água, que lhe valeram a sua exclusão do campeonato, o neozelandês não se qualificou.
Contudo, estes iriam ser as suas últimas oportunidades na Formula 1. No final desse ano, ainda fez duas corridas pela Penske na CART, substituindo Rick Mears, que se tinha lesionado. Em 1985, sem oportunidades na Formula 1 a tempo inteiro, alinhou na Formula 3000, onde conquistou três vitórias e falhou por pouco o título, que foi para o alemão Christian Danner. No inicio de 1986, a RAM chamou-o de novo para que Thackwell pudesse fazer uns testes pela equipa, de modo a alinhar nessa temporada a tempo inteiro. Parecia que a sua oportunidade estava finalmente a chegar, mas a equipa retirou-se antes da temporada começar, deixando-o sem montada.
Assim, fez mais umas provas pela Formula 3000 em 1986, vencendo uma corrida, e virou-se para os Sport-Protótipos, correndo pela Jaguar e Sauber, tendo como melhor resultado uma vitória nos 1000 km de Nurburgring de 1986. Continuou a correr em 1987 nos Sport-Protótipos e na Formula 3000 até 1988, até que, com 27 anos, fartou-se do automobilismo de vez, cortando todos os contactos com o meio. Vive agora no sul de Inglaterra, onde após ter tido diversos empregos, gere agora uma loja de artigos de surf.
No final, deixo-vos uma frase tirada da sua biografia no site Formula One Rejects, e que pode servir de aviso aos jovens pilotos de futuro: “[Thackwell] provavelmente subiu demasiado depressa em tão pouco tempo, e foi sujeito às atribulações e desafios de uma competição tão dura como esta, numa altura em que não estava mentalmente preparado para isto. A sua carreira foi um puro desperdício de talento, mais muitas dos seus percalços foram responsabilidade sua.”
Fontes:
http://es.wikipedia.org/wiki/Mike_Thackwell