O "paddock" canadiano fervilhava de especulações e decisões. Na Arrows, o italiano Siedfried Stohr decidiu colocar um ponto final na sua carreira, ainda a batalhar os efeitos do seu acidente na partida do GP da Belgica, onde atropelara o mecânico da sua equipa. No seu lugar, a equipa contratou... Jacques Villeneuve, irmão de Gilles.
As duas sessões de qualificação decorreram em clima seco, onde apesar de Laffite ter dominado, a "pole-position" acabou nas mãos do Brabham de Nelson Piquet, com o Williams de Alan Jones a seu lado. Na segunda fila estava o segundo Williams de Carlos Reutemann, seguido pelo Renault de Alain Prost. O Lotus de Nigel Mansell era quinto, seguido pelo segundo Brabham do mexicano Hector Rebaque. Elio de Angelis, no segundo Brabham, era o sétimo, e René Arnoux era o oitavo. O "top ten" fechava com o McLaren de John Watson e o Ligier de Jacques Laffite.
O dia de corrida começou com chuva miudinha, mas à medida que a hora da largada se aproiximava, as condições meteorológicas agravavam-se, alagando a pista e tornando a condução mais difícil. Após quase hora e meia de atraso, os organizadores decidiram não esperar mais e dar a largada, mesmo com a chuva a cair. Quando apareceu a luz verde, Piquet teve uma má largada e foi superado pelos Williams. Reutemann queria aproveitar, mas Jones estava mais rápido do que ele e o superou numa manobra tão ousada que o argentino teve de levantar o pé, ocasião aproveitada por Piquet e Prost para o ultrapassar. Atrás, Arnoux estava entalado entre os Ferrari de Pironi e Villeneuve e acaba por tocar na traseira do carro numero 28, fazendo-o despistar.
Entretanto, Gilles Villeneuve luta com o Lotus de Nigel Mansell pelo terceiro lugar e no gancho do Casino, um toque entre os dois faz com que a asa dianteira do Ferrari ficasse danificada. É aí que começa a dar espectáculo, pois o seu o bico da frente desfaz-se aos poucos, bloqueando-lhe a visão. Ele tenta removê-lo por todos os meios possíveis, mas enquanto faz isso, no meio da chuva, a multidão entra em delírio! Os comissários, bem pelo contrário, não estão felizes e querem penalizar Villeneuve com a bandeira preta, mas quando isso estava para acontecer, a parte da frente consegue sair dali e podia continuar a sua corrida. Mais uma exibição para atiçar o mito…
Na volta 45, Prost, que tinha caído para quarto, começava a ser ameaçado pelo Lotus de Mansell, e este decide passar pelo francês. contudo, a manobra foi mal calculada e os dois tocam-se. Mansell abandona logo, enquanto que Prost aguenta ainda mais três voltas, até ser vítima de acidente. E para o jovem francês, era o fim da sua candidatura ao título…
No final, a bandeira de xadrez é mostrada na volta 63, sete menos do que as 70 previstas, devido ao fato de se ter alcançado o limite das duas horas. Laffite corta a meta totalmente feliz: para além de ganhar, a sua candidatura ao título estava relançada, e tinha de apenas repetir a façanha dali a quinze dias, no parque de estacionamento do Ceasar’s Palace, em Las Vegas. John Watson era segundo, no seu McLaren, e Gilles Villeneuve ficava com o lugar mais baixo do pódio, mas com mais uma exibição para os anais da história do automobilismo. Nos restantes lugares pontuáveis ficavam o Alfa Romeo de Bruno Giacomelli, o Brabham de Nelson Piquet e o Lotus de Elio de Angelis.