sábado, 20 de março de 2021

Youtube Formula One Vídeo: A competição interna na Red Bull

A uma semana do começo do Mundial, Sergio Perez e Max Verstappen estão já a começar a preparar-se para o duelo interno que muitos prevêm ser muito equilibrado dentro da Red Bull. Pelo menos, em relação aos anos anteriores.

Assim sendo, a Red Bull fez este video sobre como andam as coisas em Milton Keynes, a sede da marca de energéticos. E pelos vistos, os pilotos estão bem preparados...    

WRC: Matton acha que haverá novo construtor num futuro próximo


Yves Matton admite que o WRC possa receber um noo construtor no futuro, com a nova categoria Rally1. Estes novos carros, híbridos, com o mesmo motor 1.6 turbo, mas com mais um motor elétrico, que pode oferecer até mais 160 cv de potência, irão aparecer a partir da próxima temporada, mas sem grandes modificações em termos de aspecto. 

Numa entrevista publicada esta semana na Autosport britânica, Matton deixou claro que os novos regulamentos podem seduzir mais marcas, mas isso não sucederá em 2022: “Os regulamentos do Rally1 foram escritos com vista a tornar os novos regulamentos tão acessíveis quanto possível”, começou por dizer. “Este é um dos pilares fundamentais do desenvolvimento: sustentabilidade, segurança, acessibilidade. Pode haver mais um fabricante antes do fim do próximo ciclo de homologação, mas não será em 2022”, concluiu.

Em termos de marcas, com a Ford e a Toyota já a desenvolverem o carro, espera-se ainda que a Hyundai confirme a sua presença na nova categoria e desenvolva a sua versão do i20 Rally1.

sexta-feira, 19 de março de 2021

Noticias: Alonso acha que o Alpine ainda não está na frente


Fernando Alonso
está de regresso na Formula 1, e na terceira passagem pela Renault, que este ano decidiu ser Alpine, afirma que o novo carro, o A521, ainda tem dificuldades para alcançar a terceira fase da qualificação.

Numa entrevista ao jornalista Antonio Lobato, ele confessou que o Alpine é “um pouco lento. O teste correu bem mas o carro é um pouco lento e será difícil chegar à terceira fase da qualificação”.

Ainda precisamos de trabalhar, ainda precisamos de compreender um pouco mais sobre o carro, ainda precisamos de encontrar os ganhos que vemos na fábrica ser desbloqueados na pista. Mas pouco a pouco, estou feliz e vou desfrutar das primeiras corridas. Estou feliz por estar de volta ao paddock e por regressar à Fórmula 1 em geral. Espero que seja um bom ano para todos, com um calendário de 23 corridas muito ambicioso. Espero que haja corridas interessantes e que os espectadores sejam permitidos nas bancadas dentro de alguns meses”, afirmou.

GP Memória - Malásia 2006


Depois da corrida do Bahrein, a Formula 1 não teve muito tempo para respirar: uma semana depois, ele estava em terras malaias, mais concretamente em Sepang, para o GP da Malásia. A Renault chegava com a moral em alta, depois de Fernando Alonso ter conseguido bater Michael Schumacher num duelo bem duro, mas leal entre ambos os pilotos. A Ferrari tinha de reagir, se não queria ver fugir a sua rival para mais um título que não queria deixar escapar.

A qualificação foi calma, pelo menos na primeira parte porque na segunda, o motor de Ralf Schumacher explodia, obrigando-o o a mudá-lo e a ter uma penalização de dez lugares. A mesma coisa acontecia com Felipe Massa, que trocara de motor ainda antes da sessão de qualificação, e David Coulthard, Michael Schumacher e Rubens Barrichello, depois de más performances após a sessão de sábado.

No final, o poleman foi, de modo surpreendente, o Renault de Giancarlo Fisichella, supeando Jenson Button. Nico Rosberg era um surpreendente terceiro classificado no seu Williams-Cosworth, na frente do Ferrari de Schumacher - antes da penalização, cujo lugar foi preenchido por Mark Webber, seu companheiro de equipa - enquanto Juan Pablo Montoya era quinto, na frente do seu conpanheiro de equipa, Kimi Raikkonen. Fernando Alonso apenas tinha conseguido o setimo melhor tempo, na frente de Christian Klien, no seu Red Bull, e a fechar o "top ten" estava o Toyota da Jarno Trulli e o Sauber BMW de Jacques Villeneuve.


Na partida, Fisichella saiu bem, seguido por Button e Alonso, que aproveitou a luta entre os Williams para os passar na primeira curva. Atrás, Raikkonen e Klien bateram e o finlandês acabou por desistir, com o austríaco a passar pelas boxes para ver os danos sofridos no seu carro. As coisas andaram assim até à volta 15, quando o italiano foi às boxes reabastecer, deixando o comando para Alonso, já que Button também fez a mesma coisa. Alonso aproveitou e puxou pelo seu ritmo, para quando fosse a sua vez de reabastecer, mantivesse o primeiro posto. Mas quando isso aconteceu, foi na volta 26 e no regresso, ficou em terceiro, atrás de Fisichella e Button.
 
Com estratégias diferentes, Fisichella e Button pararam uma segunda vez quase um atrás do outro, acabando por regressar à pista atrás de Alonso. Aliás, o britânico da Honda demorou um pouco mais e regressou atrás de Montoya, em quarto. Massa era quinto, depois de Schumacher ter parado nas boxes, e quando voltou à pista, carregou sobre o brasileiro, mas este não se mexeu. Já o espanhol manteve o seu ritmo até perto do final, quando parou e cedeu o comando para o italiano, que o manteve até à meta, cruzando-a como vencedor, numa dobradinha invertida para a Renault.


A seu lado no pódio, estavam Alonso e Button, com Juan Pablo Montoya em quarto, na frente dos dois Ferrari, e a fechar os pontos ficaram o BMW Sauber de Jacques Villeneuve e o Toyota de Ralf Schumacher.   

Noticias: Formula 1 em Portimão sem público


A Formula 1 não irá ter espectadores quando a 2 de maio correr o GP de Portugal em Portimão. Havia uma chance séria de haver um número limitado, reforçado na entrevista divulgada esta quinta-feira a João Paulo Rebelo, o secretário de Estado do Desporto, na edição de ontem do jornal "A Bola", mas o governo acabou com essa hipótese poucas horas depois, após uma série de perguntas feitas sobre esse assunto pelo jornal "Expresso". Isso também significa que não haverá espectadores no GP de Portugal de Moto GP, previsto para o dia 18 de abril, e também não haverá para o campeonato nacional de futebol, cuja última jornada está marcada para a terceira semana de maio.

Apesar de esta semana ter surgido noticias de que a lotação no Autódromo Internacional do Algarve seria limitada a dez por cento da capacidade do recinto na prova de motos, aumentando um pouco mais na de automóveis, que todos os bilhetes seriam digitais e teriam os dados do espectador e o resultado do teste obrigatório à covid-19 para ser mostrado nas bilheteiras, o governo decidiu cortar com essas hipóteses para não comprometer o plano de desconfinamento que começou esta semana, com a abertura de bibliotecas e livrarias, bom como a venda de produtos essenciais "ao postigo" em cafés. 

Este plano de desconfinamento progressivo irá acontecer ao longo de dois meses, esperando que os números de contaminados se mantenham baixos durante esse tempo, caso contrário, ele será suspenso até que os números voltem a números ditos "aceitáveis".

Contudo, nada se sabe ainda sobre se irá haver algum plano de permanência ou não de espectadores para o rali de Portugal, que acontecerá, em principio, dentro de dois meses, entre os dias 23 e 25 de maio. A prova acontecerá mais tarde que as suas provas acima referidas, mas se o governo não irá permitir espectadores em eventos desportivos até praticamente o fim de semana da prova, ainda restam dúvidas sobre uma permanência limitada ou não.

quinta-feira, 18 de março de 2021

Noticias: Marko elogia desempenho de Tsunoda


Parece que se estão a criar expectativas muito altas para o japonês Yuki Tsunoda, que aos vinte anos será piloto da Alpha Tauri e se estreará na Formula 1 nesta temporada. E apesar dos bons tempos nos testes coletivos, e da fácil adaptação ao carro - apesar de alguma "batota", parece que ele já começa a convencer alguém que não é fácil de conquistar: Helmut Marko.

O veterano austríaco andou esta semana numa entrevista à RTL alemã a elogiar o piloto japonês, afirmando que o seu desempenho é impressionante. 

O Yuki Tsunoda tem 20 anos, e só esteve neste carro durante um dia e meio, mas ele ofereceu-nos um desempenho sensacional”, começou por dizer Marko. “Claro que não se pode fazer isso [sem um carro bom]. Mas acho que AlphaTauri estará perto do meio do pelotão, que está muito equilibrado. Está lá a Renault [agora Alpine], a Ferrari e também a Aston Martin. Penso que a McLaren está um pouco à frente deste grupo. Esperamos que exista ali uma dura batalha. Dependendo da pista, uma ou outra, estará na frente. Mas mais uma vez, Tsunoda foi sensacional”, concluiu.

Resta agora esperar pelo final do mês para saber até que ponto ele corresponderá as expectativas, mas para alguém que há menos de quatro anos estava na Formula 4 japonesa, é certo que há muitos olhos em cima dele.

Youtube Motoring Video: As máquinas extremas do Fifth Gear

Em 2013, o Fifth Gear, um rival do Top Gear, mas mais tradicional da maneira como fazia testes, decidiu experimentar algumas máquinas extremas na pista de Cadwell Park. Carros como o Ariel Atom, Caterham Seven ou o Morgan Three Wheeler, e o apresentador é Tiff Needell, um ex-piloto que também fez apresentações no Top Gear, antes da sua reformulação, em 2002. 

E no teste, Needell convidou Sabine Schmitz para experimentar algumas dessas máquinas extremas, e como podem ver, eles andaram a divertir-se. Que inveja!

Youtube Onboard Video: Uma volta no novo circuito de Jeddah

Foi hoje divulgado o desenho do circuito de Jeddah, a pista que vai receber a 5 de dezembro o primeiro Grande Prémio da Arábia Saudita de Formula 1. A pista terá como cenário o Mar Vermelho e será edificada a cerca de doze quilómetros a norte do centro da cidade, uma as maiores do país, a partir das ruas existentes na zona marginal da cidade. E claro, foi desenhado pela firma de Hermann Tilke, que desenhou a vasta maioria dos circuitos atuais da Formula 1.

Ao todo, a pista terá 6175 metros de comprimento - a segunda maior da Formula 1, ficando apenas atrás de Spa-Francochamps - e terá 21 curvas, com três zonas de DRS e médias de 250 quilómetros por hora, segundo dizem os seus promotores. A corrida será noturna, a par do Bahrein e Abu Dhabi.

O diretor-geral da Formula 1, Ross Brawn, está confiante de que o layout de alta velocidade irá proporcionar muitas oportunidades de ultrapassagem.

É sempre muito emocionante divulgar os detalhes de um novo circuito e o Circuito de Rua Jeddah não é excepção”, começou por dizer. “Temos trabalhado de perto com a equipa de Tilke e com o promotor para assegurar que temos uma pista que proporciona corridas emocionantes para os nossos fãs que e desafia todos os pilotos.”, concluiu.

Assim sendo, eis o video com a simulação de uma volta na nova pista saudita.

GP Memória: Malásia 2001


Duas semanas depois do arranque da temporada em Melbourne, máquinas e pilotos deslocavam-se a Sepang, palco do GP de Malásia, a segunda prova do campeonato. Michael Schumacher poderá ter tudo o melhor arranque do campeonato possível, mas com McLaren e Williams à espreita, não poderiam respirar fundo porque a temporada era longa e um tropeção seria o suficiente para tudo regressar à estaca zero.

Ainda por cima, em caso de nova vitória, Schumacher poderia ser o primeiro piloto a vencer seis corridas seguidas, algo que não acontecia desde Alberto Ascari, em 1952, também num Ferrari.

Mas as conversas daquele final de semana eram mais sombrias. A morte do comissário na corrida anterior, em Melbourne, atingido pelos destroços do BAR de Jacques Villeneuve, ainda era assunto, e os comissários malaios decidiram reforçar as proteções nos postos de comissários espalhados pela pista, e recuar os postos nas curvas 5 e 6 em dois metros, para evitar as rodas que separam dos carros em caso de colisão. Charlie Whitting viu as modificações e deu o selo de aprovação da FIA.

Feitas as modificações, máquinas e pilotos foram para o fim de semana competitivo determinados a tirarem o melhor de si e das suas máquinas. No final, o melhor foram os Ferrari, que monopolizaram a grelha de partida, com Michael Schumacher a levar a melhor sobre Rubens Barrichello. Ralf Schumacher era o terceiro, na frente do McLaren de Mika Hakkinen, enquanto na terceira fila estavam o Jordan de Jarno Trulli e o carro de Juan Pablo Montoya, no segundo Williams-BMW. Jacques Villeneuve era o sétimo, mo seu BAR-Honda, na frente do segundo McLaren de David Coulthard, e a fechar o "top ten" estavam o segundo Jordan de Heinz-Harald Frentezen e o segundo BAR-Honda de Olivier Panis.

A qualificação ficou marcada pela desclassificação do Arrows de Enrique Bernoldi, que tinha irregularidades na sua asa da frente e no seu fundo plano. Por causa disso, ele partia da última posição.


O tempo estava quente no dia da corrida e havia previsões de chuva. Minutos antes da prova, o carro de Schumacher tinha uma fuga de óleo e teve de correr para ir buscar o bólido de reserva. E na volta de formação, o Jordan de Frentzen teve um problema de ignição por causa de erros informáticos no seu mapa de motor. Mas a gota que fez transbordar o copo foi quando o carro de Fisichella ficou mal colocado na grelha de partida e isso foi o suficiente para os comissários abortarem o procedimento da largada, fazendo com que tudo voltasse à estaca zero. 

Poucos minutos depois, os carros voltaram a fazer a sua volta de aquecimento, mas no meio isto tudo, Montoya trocou de carro porque teve um problema de motor. Quando por fim as luzes se apagaram, Schumacher foi-se embora do resto do pelotão, seguido por Trulli e Ralf, que aproveitaram a má partida de Barrichello para o ultrapassar. Mas na primeira curva, Ralf e Barrichello tocam-se e o alemão da Williams acabou por ir para o fundo do pelotão. Mais atrás, Kimi Raikkonen era a primeira desistência com a quebra na transmissão do seu Sauber. 


Com os Ferrari na frente - Barrichello passou Trulli no final da primeira volta - na terceira... os céus malaios abateram-se sobre eles, ao mesmo tempo que o BAR de Panis tinha um problema de óleo e deitava um rastro na pista. Quando os Ferrari passaram por cima, disfraçados com a água que já caía, ambos se despistaram e foram para a gravilha. Quem aproveitou a ocasião foi Trulli, que subiu para o primeiro posto. Na volta seguinte, Montoya, Villeneuve, Bernoldi e o outro Sauber de Nick Heidfeld entraram em "acquaplanning" e retiraram-se, obrigando a entrada do Safety Car e os pilotos irem às boxes colocar pneus de chuva. Mas o primeiro a chegar foi Barrichello e com um dos pneus a não apaecer na altura certa e a remover a gravilha das entradas de ar laterais, perderam tempo a trocá-la, enquanto Schumacher aguardava pela sua vez de trocar de pneus. No final, ambos sairam das boxes na décima e 11ª posição.

Quando a corrida recomeçou, na volta onze, já tinha parado de chover, mas a pista ainda se encontrava molhada. Coulthard liderava o pelotão, mas todos andavam juntos, logo, os Ferrari ainda tinham chances de recuperar o tempo perdido. Já começava a haver uma linha seca, que os pilotos aproveitaram. O escocês foi-se embora, enquanto Schumacher começou a livrar-se dos obstáculos que estavam na sua frente, como Frentzen, Trulli e o próprio Barrichello. No final da 15ª volta, era segundo e aumentava o ritmo para apanhar o escocês, que lutava com um carro subvirador.

Demorou apenas uma volta e meia para apanhar o piloto da McLaren e no inicio da volta 16, ele já comandava o Grande Prémio. Barrichello veio depois, e ambos começaram a afastar-se do resto do pelotão. Mas a pista começava a secar rapidamente e os primeiros pilotos, como Hakkinen e Ralf, iam ás boxes para colocar pneus secos. Barrichello fez isso na volta 21, Coulthard na volta 25, mas nenhum dos dois incomodava Michael Schumacher.

Na volta 28, apareceu uma ligeira chuva, mas não a suficiente para afetar os pilotos e molhar a pista. Schumacher aproveitou a ocasião para fazer nova paragem, e quando saiu, tinha uma vantagem bem confortável e todos viam que, se não tivesse qualquer problema mecânico ou despiste, ele seria o vencedor. Pouco depois, a chuva deixou de cair e as coisas não se alteraram até à meta, com os Ferrari a fazer dobradinha e Schumacher a conseguir a sua sexta vitória seguida, igualando Ascari como o piloto da Ferrari com mais vitórias seguidas da pole-position.


Barrichello seguiu-o no pódio e a acompanhá-los estava Coulthard. Nos restantes lugares pontuáveis estavam o Jordan de Frentzen, o Williams de Ralf Schumacher e o segundo McLaren de Mika Hakkinen.  

quarta-feira, 17 de março de 2021

A imagem do dia

 


Nascida em Adenau e filha dos proprietários do restaurante "Pistenklause", o Nordschleife basicamente se tornou a sua vida. Estudou para a hotelaria, mas na realidade, o que gostaria era de guiar à volta do circuito o mais rapidamente possivel. Contudo, sendo garota, ser piloto seria visto como algo "contranatura", mas ela não se importou. Começou cedo a andar em carros, e para andar bem, nada como ter a melhor pista de ensaios do mundo no seu quintal. Tem "apenas" 20,8 quilómetros e para cima de 120 curvas, mas nada que a prática alcance a perfeição. E quando ela se tornou num dos melhores, começaram a conhecer o seu nome: Sabine Schimtz. E começaram a dar-lhe títulos como a de "rainha". Porque era um título merecido. 

Competiu e mostrou que tinha estofo de campeão. Venceu as 24 Horas de Nurburgring em 1996 e 97, foi campeã da VLN Series em 1998, e competiu até bem tarde - fora terceira nas 24 Horas de 2008, a bordo de um Porsche 997, e segunda na edição de 2014 - durante uns tempos decidiu pegar num BMW M3 e o converter num taxi, para mostrar às pessoas como é guiar naquele circuito no meio da floresta, e claro, pregar um susto de vez em quando. E com o tempo, as pessoas viam que tinha jeito para guiar e para comunicar. 

As coisas andaram assim até ao dia em que ela conheceu Jeremy Clarkson, no inicio do século. Já era "das kaiserin von Nurburgring" (a raínha do Nurburgring), e o apresentador britânico decidiu apanhar boleia no seu taxi. A maneira como comunicava o seu entusiasmo interessou ao pessoal do Top Gear, e certo dia em 2003, depois de ele ter feito um tempo de 9:59 minutos a bordo de um Jaguar, desafiou-o afirmando que faria esse tempo... numa carrinha. Desafio aceite, foram buscar uma Ford Transit, tiraram todos os seus acessórios e ela deu o seu melhor, usando todo o seu conhecimento da pista para fazer cumprir o seu repto. Não conseguiu... por muito pouco. Mas foi melhor que ele nesse Jaguar, ao fazer 9:12 minutos, 47 segundos mais veloz.

Quando os três foram embora, o Top Gear lembrou-se dela para o novo alinhamento, com Rory Reid, Chris Harris, Chris Evans, Matt LeBlanc e Eddie Jordan. Foi uma confusão, mas Sabine foi das coisas mais interessantes naquela cacofonia que aconteceu no primeiro ano pós-Clarkson/Hammond/May. Sobreviveu ao primeiro corte nos apresentadores, e ficou até ao atual trio com Harris, Paddy McGuiness e Andrew Flintoff. Mas por esta altura, já sofria o cancro que a viria derrubar, do qual só revelou ao mundo no verão passado, em plena pandemia.

Hoje acordamos com a noticia do seu triste desfecho, apenas com 51 anos de idade. Ficou o sorriso de uma piloto carismática, que conhecia como ninguém um dos maiores templos do automobilismo. Ars lunga, vita brevis. 

Endurance: Albuquerque deseja vencer em Sebring


A poucos dias das 12 Horas de Sebring, Filipe Albuquerque deseja a vitória. Triunfador na primeira corrida do ano nas Américas, as 24 Horas de Daytona, o piloto de Coimbra está focado em conseguir algo que tem escapado nos últimos anos. Mas agora que é piloto da Wayne Taylor Racing, certamente a melhor na IMSA, e depois dos testes particuçares realizados na pista do estado da Florida, Albuquerque está optimista e até desejoso de entrar em pista. 

"É sempre uma corrida muito exigente e desafiante. O asfalto, com muitos buracos, coloca à prova as capacidades dos pilotos e das máquinas. Sabemos que temos um bom carro e a prova disso foi a vitória em Daytona. Mas não podemos dar nada como certo. Temos de fazer o nosso trabalho bem feito pois são 12 horas e tudo pode acontecer", começou por dizer.

"Nunca venci esta corrida e claro que gostava de o conseguir. Seria mais um marco importante na minha carreira. Estamos todos na equipa muito focados e preparados. Analisámos e trabalhámos os dados recolhidos no teste. Por isso, não há nada a temer mas simplesmente fazer o trabalho bem", concluiu.

A corrida terá lugar no próximo Sábado, dia 20 de Março, com arranque previsto para as 14h10, hora portuguesa, e ele fará equipa com os americanos Ricky Taylor e Alexander Rossi.

Youtube Formula 1 Video: Será a Aston Martin uma força do futuro?

O Josh Revell está de volta com mais um video, e a pergunta que ele lança é bem pertinente: será que a Aston Martin tem a capacidade de ser uma força para o futuro? A ideia não é descabida, sabendo que a equipa sabe gastar o dinheiro - vide o que fizeram como Force India e Racing Point - e com os novos regulamentos, mais o teto orçamental, se acertarem no chassis, poderá ser que a equipa se torne numa força a ter em conta, ao lado de Red Bull e Mercedes - com Ferrari e McLaren à espeita, não podemos esquecer que o meio do pelotão está muito competitivo.

Ainda por cima, o Josh acredita até que a Aston Martin poderá ser um equivalente à Mercedes em 2013, nas vésperas do novo regulamento, que era uma força do meio do pelotão, com vitórias esparsas, para se tornar na força dominante que todos nós conhecemos. Aliás, isto pode ser até um plano de longo prazo para a tornar na força dominadora da Formula 1. 

Enfim, vejam o video e depois digam se ele têm razão ou não. 

Youtube Formula 1 Video: Os 30 anos do tri de Senna

Em 2021 passar-se-ão 30 anos sobre o tricampeonato de Ayrton Senna, pela McLaren, um título que começou depois de um arranque incrivel, com quatro vitórias nas quatro primeiras corridas do ano, antes da recuperação da Williams, com Nigel Mansell, que acabou com um duelo em Suzuka onde o "brutânico" fez mais uma das suas, despistando-se no inicio da volta onze.

Então, hoje surgiu este video, feito pelo Antti Kalhola, e tem como base a musica "All The Man I Need", da Whitney Houston. E de uma certa forma, nem ficou mal de todo esta versão de musica, feita como se fosse um videoclip. Espero que gostem.

WRC: Lappi pode voltar no Rali de Portugal?


Esapekka Lappi poderá voltar ao Mundial no Rali de Portugal. O finlandês de 30 anos, que ficou sem volante numa equipa oficial no final da temporada passada, depois de ter corrido pela M-Sport, poderá regressar ao WRC em maio, por alturas do Rali de Portugal, após a sua passagem pelo Rali Ártico, ao volante de um Volkswagen Polo R5 da Movisport. A ideia é de cumprir uma sequência de oito provas nesta temporada do WRC, um mínimo de seis provas na Europa e pelo menos uma fora dela, e também lembrar às equipas de fábrica que ainda podem contar com ele.

"Penso que se pode dizer que esta foi uma missão cumprida. Fui ao Rali do Ártico para lembrar às pessoas que ainda aqui estou e que quero ver o meu nome na lista de pilotos, bem como o de Andreas, para a próxima época. Penso que pusemos o pé na porta quanto a isso”, começou por dizer.

Este resultado [décimo lugar no Rali Ártico] confirma que ainda lá estou. Eu queria ver e sentir que – é bom mostrar-lhes que não somos lentos. Janne [co-condutor Janne Ferm] disse que não me via a conduzir tão relaxado há anos. Foi ótimo. Daqui para a frente não sei o que está para vir. Estamos a falar [com as equipas], mas é tudo o que há para dizer neste momento. Há apenas ideias, nada mais. Este resultado definitivamente não vai prejudicar nada, mas não sei o que virá a seguir”, continuou.

Penso que as pessoas sabem que sou rápido em provas rápidas, por isso talvez devesse olhar para algo diferente, algum evento, como Portugal”, concluiu.

Antes disso, o Mundial WRC prossegue entre os dias 23 e 25 de abril em terras croatas.

terça-feira, 16 de março de 2021

Até que ponto a caixa de ar da Alpine poderá ser importante?


Quem viu os ensaios coletivos da Formula 1 na semana que passou, reparou no facto do chassis da Alpine ter uma entrada de ar maior que o costume, um facto do qual, quem reparou, comparou-o ao Ligier JS5 de 1976, o "bule de chá azul", ainda por cima no ano em que eles voltam a usar essa mesma cor que representa a França. Mas aparentemente, há uma boa razão para usar esta maneira tão estranha da entrada de ar do - neste caso - Alpine A521. Tem a ver com o reposicionamento dos radiadores e o hardware usado para os ligar, que o fez aumentar de tamanho, indo na direção contrária do resto do pelotão, que anda a encolher e envolver a carroceria em volta das suas unidades de força.

A ideia tem a ver com os novos regulamentos que ditam as modificações no assoalho, nos dutos dos travões traseiros e na parte inferior das travas do difusor. A solução francesa relegou-nos para as da era antes da era híbrida, criando uma seção frontal mais recortada e uma cápsula lateral de cintura mais alta ao longo de toda a extensão. Essa é a explicação mais... simplista.

O diretor executivo da Alpine, Marcin Budkowski, disse que ficou "um pouco surpreso com a quantidade de comentários sobre o carro", mas explicou que a escolha pelo design se deu por conta da aerodinâmica.

"Foi uma escolha técnica. Notamos que diminuir os sidepods tiveram um resultado positivo, o que não é uma novidade. Embalamos novamente e realocamos algumas das coisas grandes do carro para trás da entrada de ar. Sim, o formato acaba sendo muito protuberante, mas funciona para nós", começou por explicar. 

"O centro de gravidade acaba sendo um pouco comprometido, mas geralmente performance aerodinâmica se sobrepõe à peso e centro de gravidade".

Budkowski disse ainda que eles ficaram intrigados pelas soluções apresentadas pelos rivais.

"Assim como todos no paddock, ficamos olhando as fotos dos outros carros, os engenheiros na fábrica também olharam fotos para ver se há boas ideias nos modelos. Há coisas interessantes em todos [os chassis]. A área que mudou mais foi o assoalho. A traseira do carro e, obviamente as áreas complexas, como asa dianteira, bargeboards, são nossos pontos em foco", concluiu.


É verdade que nas fotos, o carro ficou diferente dos outros, mas é o que se costuma dizer: a beleza ou fealdade dos chassis mede-se em termos de resultados. Se vencer, todos o imitarão. Mas não deixa de ser estranha ver aquele "inchaço" por trás da entrada de ar, apesar da explicação dada por aqui. Resta saber o que acontecerá a partir do final do mês, nas areias do Bahrein.

Youtube Motorsport Testing: Os primeiros ensaios do T.50

O carro projetado por Gordon Murray já está a andar nos seus primeiros ensaios práticos no aeródromo de Dunsford, na Grã-Bretanha - o mesmo sítio onde se fazem os testes do programa Top Gear - e o video desses ensaios foi agora mostrado no site deles, para ver que o supercarro perece ter se portado bem nestes ensaios com os RPM's limitados, para ver se portava bem ou não.

Daquilo que se vê pelo video, parece que todos ficaram felizes com o que se passou.

segunda-feira, 15 de março de 2021

A imagem do da


A Arrows foi uma equipa que correu por 382 Grandes Prémios entre 1978 e 2002, Conquistou nove pódios e entrou na história da Formula 1 por ser a equipa com mais corridas disputadas... sem vencer. Mas há precisamente 40 anos, em Long Beach, conseguiu um dos seus pontos altos quando viu o seu piloto, o italiano Riccardo Patrese, alcançar a sua primeira - e acabou por ser a única - pole position da marca. 

No final de 1980, a marca tinha feito o chassis A3, depois de uma temporada onde deram um passo maior que a perna. Conseguiram onze pontos e um pódio, um segundo lugar por parte de Patrese... em Long Beach, apenas batido pelo Brabham de Nelson Piquet. Para a nova temporada, o carro era o mesmo, mas em termos e pilotos, havia alterações: saía Jochen Mass e aparecia o italiano Siegfried Stohr. Parecia ser um chassis fiável, dada a limitação de recursos que tinham. Não poderiam ter dinheiro para fazer soluções ousadas, e amealhar era melhor do que desperdiçar. 

Contudo, eles sabiam que o carro era bom, tão bom como os carros da Williams ou Brabham. Tinha sido desenhado por Tony Southgate e David Wass, dois dos dissidentes da Shadow que ajudaram a fundar a equipa (O W e o S da Arrows) e confiavam nas habilidades do jovem Patrese. Mas naqueles dias, havia outras preocupações: a Formula 1 estava em ponto de cisão, entre a FISA e a FOCA, com calendários paralelos e corridas piratas. Mas por esta altura, as duas partes reconciliaram-se e o começo do campeonato foi marcado para Long Beach, na soalheira Califórnia.

Esperava-se que Brabham e Williams continuassem o duelo do ano anterior, com Alan Jones a correr com o numero um, e Nelson Piquet a ser o maior rival. E claro, outros poderiam espreitar por algo mais: Renault, Ligier ou Ferrari, dois deles com motores Turbo. E a Lotus, que apresentava um chassis revolucionário, foi algo o qual ambas as partes desavindas estavam de acordo: era ilegal e tinha de ser banido.

Foi uma qualificação... inesperada. O Arrows A3 tornou-se altamente competitivo e Patrese andou entre os melhores ao longo da qualificação de sexta e sábado. A cada vez que Alan Jones fazia um tempo que o colocava em cima, Patrese reagia, melhorando, e tudo acabou com... nove milimetros de diferença, a favor do piloto italiano. Foi uma festa nas boxes, tinham entrado na curta história da equipa, e claro, o jovem piloto tinha mostrado estofo de campeão.

A corrida foi outra história. Patrese aguentou 25 voltas as investidas de Jones e do seu companheiro de equipa, o argentino Carlos Reutemann, até que o motor começou a funcionar mal, e foi passado pelos Williams, que depois afastaram rumo a uma dobradinha, com o australiano na frente do argentino, e Nelson Piquet a ficar com o lugar mais baixo do pódio. Para os que defendem os "underdogs", a tristeza era evidente, mas tinham mostrado o ponto: o carro poderia ser competitivo em certos lugares.   

E foi o que aconteceu: no final dessa temporada, Patrese conseguiria dois pódios, um total de dez pontos e o oitavo lugar no Mundial de Construtores, os mesmos que a Alfa Romeo e a Tyrrell, que ao contrário de Patrese, pontuaram naquela corrida de Long Beach: Mário Andretti no quarto posto, na frente do carro guiado por Eddie Cheever. Contudo, naquele fim de semana de há 40 anos, a Arrows parecia estar no topo do mundo. 

Perspetivas para o futuro


A Formula 1 está em testes no Bahrein e depois de acabarem de dar as suas voltas no circuito de Shakir, estarão por lá para se prepararem para o dia 28, altura em que começa a nova temporada. Alguns pilotos e membros de equipa decidiram aproveitar para apanhar a vacina para a CoVid-19 - a nação do Golfo ofereceu as vacinas de graça para a FIA, no qual a entidade suprema do automobilismo declinou a oferta, mas não impede que outros façam de forma individual - mas uma das conversas mais interessantes destes dias tem a ver com os regulamentos futuros, o teto salarial e a possibilidade de a Liberty Media deixar cair os 200 milhões de caução para receber novas equipas de Formula 1.

Neste momento, há dez equipas no pelotão, mas ainda há a capacidade de mais duas ou três vagas. Contudo, com as equipas a gastarem pelo menos 150 milhões de euros para se manterem à tona de água, qualquer novo projeto teria de gastar mais do que isso para ter sucesso. E com os 200 milhões que a equipa gastaria no primeiro ano só de caução, quase ninguém arrisca essa parte. Mas agora que há teto orçamental, combinado entre as equipas, e com o novo dono da Formula 1, Stefano Domenicalli a dizer que, sem certas circunstâncias, essa caução pode ser dispensada - leia-se, uma construtora entrar para chassis e motor -  começa-se a pensar na ideia de novos projetos no horizonte. E melhor: em 2025 haverá novo tipo de motores, e isso em conjunto com outro tipo de chassis e pneus, por exemplo, com custos controlados, a ideia de um construtor novo poderá ser tentador, porque a Formula 1 estaria mais à mão que a Formula E e a Endurance, que neste momento têm imensos construtores e poderá haver uma frustração, se não vencerem "de caras", como eles gostam muito de fazer.  

Então, por estes dias de testes no Bahrein, o Joe Saward falou um pouco sobre essa chance, de que existe gente capaz de preencher as vagas existentes, que são duas. Não em 2022 e se calhar, nem em 2023, mas ele fala "que há pelo menos duas operações mega-orçamentárias (não-fabricantes) que querem-se envolver rapidamente. Não tenho certeza se eles querem pagar os 200 milhões que deveriam ser o dinheiro que eles têm que pagar para entrar, mas tenho dificuldade em ver como pagar para [que não] entrem no partido [porque a Formula 1] não é algum tipo de cartel que restringe a entrada - e a querida velha UE está bastante empenhada em acabar com os cartéis."

Quem seria essa gente? Boa pergunta, de difícil resposta.

Há a tal equipa baseada no Mónaco, com apoio da Campos Racing, há a Panthera Team Asia, mas na realidade, mesmo com o custo a cair bastante, não vai ser fácil montar uma equipa, apesar de, por exemplo, a Renault já ter dito que os seus motores estão disponíveis para quaisquer novas equipas que apareçam nos próximas duas ou três temporadas. E claro, todas as excentricidades que possam imaginar, uma delas a famigerada Rich Energy, do qual o seu fundador gaba-se de ter um parceiro milionário que irá comprar - ou construir - uma equipa nova e eles seriam os patrocinadores principais.

Mas temos de pensar a seguinte coisa: Formula 1 é um desporto de centenas de milhões de dólares. Não só para gastar, mas para ganhar, dada a exposição publicitaria de um desporto que atrai dezenas de milhões de espectadores a cada quinze dias, e a ir a cada fez mais lugares. no mundo. E mesmo que haja cortes nos custos, ainda é um desporto caro. Se em 2014, a Caterham gastava 60 milhões de dólares e penava no fundo do pelotão, é para ver que isso não era para qualquer um. E há alternativas mais baratas, como a Formula E e a Endurance, que por estes dias estão a assistir a uma espécie de "corrida aos armamentos" pela quantidade de equipas e construtores que alinharam nessas competições.

E ainda temos de ver outras coisas nesse campo. Sabem que de vez em quando se ouve rumores sobre vendas de esta e aquela equipa, e é mais fácil mudar de mãos do que construir algo de raiz - vide Williams e Racing Point nos últimos tempos - mas para a Liberty Media, é melhor, mais fácil, pegar nas doze vagas e fazer delas "franchisings", como se faz no futebol americano, hóquei no gelo, basebol ou basketball, por exemplo, e dando um determinado valor às equipas vindas das recitas da FOM, e os interessados, sejam construtores ou os ultramilionários, darem o resto, seria algo mais interessante. Claro, desde que haja o tal teto orçamental.

Enfim, as ideias flutuam no ar, mas nos tempos que correm, e com os novos regulamentos, tem de se ver qual será a altura ideal para uma coisa dessas. Esperar para ver, mas não acredito muito em coisas novas. Outras competições poderão ver isso mais rapidamente que na categoria máxima do automobilismo. Pelo menos é essa a minha convicção.   

Youtube Motoring Video: A evolução dos habitáculos dos automóveis

Já temos marcas de automóveis com mais de um século de história, isso é um facto. Mas neste video, o que a Ford fez é interessante: a evolução do habitáculo desde o modelo T até ao Mustang Mach-E, o primeiro carro elétrico de massas da maca americana. É um video feito pela Ford Europa, e claro, os modelos são aqueles do qual nos identificamos ao longo das nossas vidas. Acho que vale a pena ver. 

domingo, 14 de março de 2021

Youtube Motoring Conversation: A minha conversa no 16 Valvulas

De quando em quando sou convidado a dar as minhas opiniões sobre as coisas que gosto, especialmente o automobilismo. Este domingo, calhou a vez do Gonçalo Sousa Cabral, do sitio 16 Valvulas a me convidar para falar sobre Formula 1, os testes de pré-temporada e um pouco sobre o passado do automobilismo, a literatura e outras coisas mais.

Assim sendo, são 45 minutos de conversa que vale a pena ver. E claro, agradeço este convite. 

Youtube Motoring Ad: MG Rover, 1988

 A popularidade de Murray Walker era tal na Grã-Bretanha nos anos 80 e 90 do século passado que ele era de vez em quando convidado a fazer uns anúncios na TV. Um dos mais famosos foi o da Pizza Hut, com Damon Hill a seu lado, como o companheiro chato que narra as suas desgraças ao jantar. Como "... ele acabou em segundo, outra vez!"

Mas uns anos antes, em 1988, ele fez outra publicidade, para a MG, com Nigel Mansell e Eric Idle, um dos miticos Monty Python, onde o ator faz de vendedor manhoso e eles são os clientes, neste caso, do pequeno MG Metro. E um pormenor interessante: naquele ano, o "brutânico" tinha rapado o bigode!

Os candidatos ao lugar da FIA


2021 é o ano em que o cargo de presidente da FIA está vaga. Afinal de contas, Jean Todt chega agora ao final do segundo mandato e em termos de estatuto, não pode mais se candidatar a mais mandatos. Assim sendo, a eleição, que será no final do ano, poderá ter dois candidatos ao lugar, de acordo com aquilo que disse o Joe Saward nesta sexta-feira. E poderá ser como foi em 2009, quando Max Mosley se foi embora: um administrador contra um antigo piloto.

Segundo conta o jornalista britânico, Todt poderá ter dois candidatos: um protegido seu, o britânico Graham Stoker, um dos vice-presidentes da FIA, e Mohammed ben Sulayem, um ex-piloto de 59 anos, quinze vezes campeão de ralis do Médio Oriente, e o maior vencedor da região antes de ser superado por Nasser Al Attiyah. Ben Sulayem já pendurou o capacete em 2003 e tornou-se dirigente, primeiro sendo o presidente da Federação local de automobilismo (nasceu nos Emirados Árabes Unidos) e com o passar dos anos, subiu na hierarquia da FIA. E a sua ambição de ser presidente já tem anos. 

Ambos tem as suas ideias para o futuro da FIA. Se Stoker é mais da "velha escola" e Todt o apoia porque no final, quer ter alguém com as costas protegidas nos seus projetos, como a segurança rodoviária, já Sulayem é mais ambicioso, o seu projeto tem um alcance mais global, e há uma página na Net onde ele escreve sobre os seus propósitos (podem ler por aqui, está em seis línguas!). E entre os seus vice-presidentes está Robert Reid, que está encarregado da secção de automobilismo. E porque falo desse nome? É que há vinte anos, era o navegador de Richard Burns, quando ele foi campeão do mundo do WRC a bordo de um Subaru Impreza.

Algumas das ideias que se podem ler no manifesto de candidatura:

"Acreditamos que a FIA deve ser liderada pelos seus membros: não uma hierarquia de cima para baixo, mas sim de baixo para cima. Portanto, dedicaremos nosso tempo na formulação de políticas para garantir que sejam desenvolvidas da forma mais inclusiva e democrática. Faremos isso buscando o conselho de nossos membros por meio de um processo de consulta aberta." (sobre o modo de governação)

"A FIA deve seguir em frente com paixão e propósito, enfrentando os desafios e oportunidades que surgem todos os dias no desporto e na mobilidade. Devemos também valorizar nossa tradição e história, as bases que nos dão o direito de posicionar a FIA como líderes globais do pensamento." (sobre a maneira como se deve valorizar setores como o automobilismo e a mobilidade, entre outros)

"Nossa comunidade enfrenta grandes desafios que exigem pensamento novo e liderança proativa. Faremos isso juntos, integrando ainda mais a mobilidade e o desportop, fornecendo assim o portfólio de competição necessário e as plataformas de engajamento global para apoiar os membros e o público do futuro." (sobre o estilo de liderança)

São ideias interessantes, mas ainda estamos longe da altura das eleições - será no final do ano - e em muitos aspectos, a candidatura de Ben Sulayem é uma de "ousider", semelhante ao que aconteceu ao Ari Vatanen em 2009, que tentou ser o presidente da FIA contra Todt, que era apoiado por Max Mosley. E é isso que tem de ser tido em conta, quem elege o presidente são as federações, e nos tempos de Mosley e Todt, ambos deram muito poder às federações africanas e asiáticas, maiores em quantidade contra as federações europeias e americanas, mais qualitativas, mas em menor número. E como hoje em dia a FIA, por exemplo, não tem poder sobre a Formula 1 ou a Endurance, e Todt preferiu investir nas campanhas de segurança rodoviária e tentar fazer "lobby" para que fosse bem vista aos olhos da ONU, por exemplo, e também do COI, o Comité Olímpico Internacional, para ser uma das modalidades olímpicas num futuro próximo - fala-se que o automobilismo poderá ser modalidade de demonstração nos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris...

Ainda falta muito tempo, como já foi dito, mas é bom saber quem são as forças em disputa, embora haja rumores de mais gente como David Richards ou Alejandro Agag, sem grande fundamento. Daqui a uns tempos voltaremos a falar sobre isto, garantidamente.