terça-feira, 16 de março de 2021

Até que ponto a caixa de ar da Alpine poderá ser importante?


Quem viu os ensaios coletivos da Formula 1 na semana que passou, reparou no facto do chassis da Alpine ter uma entrada de ar maior que o costume, um facto do qual, quem reparou, comparou-o ao Ligier JS5 de 1976, o "bule de chá azul", ainda por cima no ano em que eles voltam a usar essa mesma cor que representa a França. Mas aparentemente, há uma boa razão para usar esta maneira tão estranha da entrada de ar do - neste caso - Alpine A521. Tem a ver com o reposicionamento dos radiadores e o hardware usado para os ligar, que o fez aumentar de tamanho, indo na direção contrária do resto do pelotão, que anda a encolher e envolver a carroceria em volta das suas unidades de força.

A ideia tem a ver com os novos regulamentos que ditam as modificações no assoalho, nos dutos dos travões traseiros e na parte inferior das travas do difusor. A solução francesa relegou-nos para as da era antes da era híbrida, criando uma seção frontal mais recortada e uma cápsula lateral de cintura mais alta ao longo de toda a extensão. Essa é a explicação mais... simplista.

O diretor executivo da Alpine, Marcin Budkowski, disse que ficou "um pouco surpreso com a quantidade de comentários sobre o carro", mas explicou que a escolha pelo design se deu por conta da aerodinâmica.

"Foi uma escolha técnica. Notamos que diminuir os sidepods tiveram um resultado positivo, o que não é uma novidade. Embalamos novamente e realocamos algumas das coisas grandes do carro para trás da entrada de ar. Sim, o formato acaba sendo muito protuberante, mas funciona para nós", começou por explicar. 

"O centro de gravidade acaba sendo um pouco comprometido, mas geralmente performance aerodinâmica se sobrepõe à peso e centro de gravidade".

Budkowski disse ainda que eles ficaram intrigados pelas soluções apresentadas pelos rivais.

"Assim como todos no paddock, ficamos olhando as fotos dos outros carros, os engenheiros na fábrica também olharam fotos para ver se há boas ideias nos modelos. Há coisas interessantes em todos [os chassis]. A área que mudou mais foi o assoalho. A traseira do carro e, obviamente as áreas complexas, como asa dianteira, bargeboards, são nossos pontos em foco", concluiu.


É verdade que nas fotos, o carro ficou diferente dos outros, mas é o que se costuma dizer: a beleza ou fealdade dos chassis mede-se em termos de resultados. Se vencer, todos o imitarão. Mas não deixa de ser estranha ver aquele "inchaço" por trás da entrada de ar, apesar da explicação dada por aqui. Resta saber o que acontecerá a partir do final do mês, nas areias do Bahrein.

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