sábado, 29 de outubro de 2022

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Após meio século de ausência, a Ferrari regressa oficialmente ao Mundial de Endurance e às 24 horas de Le Mans. A apresentação foi em Monza, o palco do Ferrari Finali Mondiali. Batizado de 499P, foi apresentado com as cores que correu da última vez em 1973, com o 312PB e com gente como Arturo Merzário, Jacky Ickx ou José Carlos Pace. E claro, o objetivo é levar a marca para as vitórias, algo que não acontece desde... 1965.

"Com o 499P vão ver-nos regressar para competir pela vitória absoluta no WEC", disse o Presidente Executivo da Ferrari, John Elkann, na apresentação do bólido. "Quando decidimos comprometer-nos com este projecto, embarcámos num caminho de inovação e desenvolvimento, fiel à nossa tradição que vê as pistas como os terrenos ideais para ultrapassar os limites das soluções tecnológicas de ponta; soluções que, a seu tempo, serão transferidas para os nossos automóveis de estrada. Entramos neste desafio com humildade, mas conscientes de uma história que nos levou a mais de 20 títulos mundiais de resistência e nove vitórias à geral nas 24 Horas de Le Mans".

"O 499P é um sonho tornado realidade", disse o director de corrida da Ferrari, Antonello Coletta, cujo departamento Attivita Sportive GT liderou o desenvolvimento do veículo. "Hoje é um momento importante para todas as pessoas que trabalharam tão arduamente neste projecto nos últimos dois anos. Queríamos prestar homenagem à nossa história, com muitas referências, tanto grandes como pequenas, a um passado feito de sucessos e títulos. Fazemo-lo no entanto, olhando para o futuro, criando um manifesto do nosso compromisso com o campeonato mundial de resistência", concluiu.~

A Ferrari chega à Endurance com uma concorrência bem dura na classe: Peugeot, Toyota, Porsche, Cadillac, Glickenhaus. Em 2023, no ano do centenário das 24 Horas de Le Mans, e de um campeonato que terá oito provas, nunca algo se tornou tão apetecível. E nunca houve tantos concorrentes. 

Agora resta saber o que eles farão neste regresso. O peso de querer ganhar, enorme na Formula 1, não afrouxará noutras marcas, porque a marca de Maranello sempre foi símbolo de excelência e prestigio. E também queremos saber quem serão os pilotos para esta nova aventura. 

Formula 1 2022 - Ronda 20, Cidade do México (Qualificação)


Depois de tudo decidido em Austin, há pouco tempo para respirar e eles atravessaram a fronteira para sul, indo para o lugar mais alto do campeonato: a Cidade do México e os seus 2245 metros de altitude, local onde os Turbos, apesar das diferenças ficarem mais esbatidas em termos de potência, ainda se sentem. Neste final de semana mexicano, nos 60 anos do primeiro GP local, os naturais tinham um grande motivo para encher as bancadas, que é o de apoiar "Checo", esperando algo inédito: um local a ganhar em Magdalena Mixuca, algo que não conseguiram. Apenas um pódio... e no ano passado, com Sergio Pérez no terceiro posto.

Outro fator que tinha de ser levado em conta era o tempo. Havia a chance de haver chuva na hora da qualificação, mas o tempo parecia estar contrário a isso.

Foi com isso que a qualificação começou, pouco depois da hora do jantar na Europa - fuso horário de sete horas dá nisso... - e claro, o Foro Sol, as bancadas do estádio de basebol que foi convertido no local onde os carros passam, sacrificando a Peraltada, estavam bem cheias. Os Haas foram os primeiros a saírem da pista, seguidos da Williams, e Lance Stroll, que iria ter uma penalização de três lugares por causa do acidente da corrida anterior. 

E claro, quando Checo saiu para a pista, as bancadas entravam em delírio. Marcou 1.20,408, e ficou provisoriamente no topo da tabela de tempos. Pouco dpeois, foi o seu companheiro de equipa que marcou 1.19,222, pouco depois de Charles Leclerc ter ficado com o melhor tempo, 283 centésimos mais lento do tempo do neerlandês.


Na parte final, os Haas estavam em perigo. Mick Schumacher chegou e marcar o terceiro melhor tempo, mas ele tinha passado os limites da pista e o tempo foi anulado. Resultado final? O alemão foi o primeiro dos eliminados, fazendo companhia aos Aston Martin de Sebastian Vettel e Lance Stroll e os Williams de Alex Alon e Nicholas Latifi. Ah! Mick e Seb, os alemães, e amigos chegados, conseguiram o mesmo tempo! Mas é mais uma curiosidade, porque não passaram. 

Alguns minutos depois, começava a Q2, e Lewis Hamilton andava a marcar o melhor tempo, 1.18,552, seguido por Max Verstappen, 382 centésimos de diferença a favor do britânico. Atrás, Checo passa por dificuldades, apenas marcava o 12º tempo, insuficiente para ir à parte final. Os locais ficaram agitados e quando ele regressou à pista, as bancadas gritaram o seu nome. Resultado? Terceiro posto, a 63 centésimos do primeiro. 

Foi o suficiente para ficar para correr na parte final, mas quem não teve essa chance foram o McLaren de Daniel Ricciardo, o Alfa Romeo de Zhou, os Alpha Tauri de Yuki Tsunoda e Pierre Gasly, e o Haas de Kevin Magnussen.

E finalmente, chegamos à Q3. 


As coisas começam bem, com Checo a fazer 1.18,153, para contentamento dos locais. Os Ferrari ficaram atrás, com Sainz Jr na frente de Leclerc, mas não andavam muito longe. Mas Max melhora, marcando 1.17,947 e ficando no topo da tabela de tempos. Russell e Hamilton ficam com o segundo e terceiro melhor tempo, mostrando que ali, os Flechas de Prata estão melhores que o normal nesta temporada. Mas imediatamente a seguir, o tempo do britânico era apagado por ter andado fora de pista. 

A parte final colocou primeiro Checo Pérez em pista, para tentar a sua chance para a pole, e apesar de melhorar, continua em terceiro. Max também fez a sua parte, e marca melhor: 1.17,775, 34 centésimos melhor que a sua volta anterior, e confirma a pole-position na qualificação mexicana. 

Quando a bandeira de xadrez foi mostrada, Max estava na frente dos Mercedes, Russell na frente de Hamilton, e Checo em quarto. Os Ferrari não ficaram com a terceira fila, Leclerc na frente de Sainz Jr, porque Bottas ficou com o sexto melhor tempo, e Norris, no seu McLaren, fica na frente dos Alpine de Alonso e Ocon.


E agora, é ver como será amanhã. Max persegue recordes, Checo quer algo inédito para deixar os fãs em delírio, e a concorrência queria ter o seu dia de sorte. Veremos como será.  

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Formula 1: Red Bull violou regras do limite orçamental e é multada


A FIA declarou esta sexta-feira que a Red Bull violou o teto orçamental de 2021, e por isso, irá pagar uma multa de sete milhões de dólares e perderá 10 por cento de tempo disponível no desenvolvimento aerodinâmico do monolugar de 2023. Isso resulta do Acordo de Aceitação de Violação entre as duas partes - ABA, Accepted Breach Agreement, na sigla inglesa. 

A multa está excluída do limite fiscal de 2022, e a penalização de tempo será válida para os próximos 12 meses. 

No comunicado da FIA, pode-se ler que a Red Bull “agiu de forma cooperativa ao longo do processo de revisão e procurou fornecer informações e provas adicionais quando solicitadas atempadamente, que este é o primeiro ano da aplicação integral do Regulamento Financeiro e que não há nenhuma acusação ou prova de que a RBR tenha procurado em qualquer altura agir de má-fé, desonestamente ou de forma fraudulenta, nem escondeu intencionalmente qualquer informação da Administração do Limite Orçamental”.

Para além disso, a FIA explicou que áreas como o catering, contribuições para a segurança social e um erro administrativo no cálculo dos custos da Red Bull Powertrains, num total de 13 pontos, terão de ser ajustados para manter o orçamento da equipa de Milton Keynes dentro do limite orçamental.

A violação do teto orçamental foi na ordem dos 1,6 por cento em relação ao limite, mas poderia ter sido de menos de 0,4 por cento se tivesse apresentado corretamente um crédito fiscal, que a equipa aplicou. 

A multa acontece porque a Red Bull foi a única equipa a ultrapassar o limite orçamental de 145 milhões de dólares em 5,6 milhões, ou seja, gastou 150,6 milhões. Contudo, depois da Red Bull ter esclarecido sobre alguns itens gastos excessivos com o órgão dirigente, esse excesso desceu para 1,8 milhões de dólares, ou seja, gastou 146,8 milhões. 

Em termos de regulamentos financeiros, tornou-se numa "pequena violação" – abaixo dos 7,25 milhões de dólares - e o ABA significa que a equipa reconheceu as infrações e aceita as devidas sanções financeiras e desportivas.

Noticias: Retirada penalização a Alonso


A penalização de 30 segundos que Fernando Alonso sofreu no final do GP dos Estados Unidos, por causa do espelho que voou no seu Alpine, foi retirada depois do apelo feito pela marca francesa. Assim sendo, o espanhol volta a ter o sétimo lugar que tinha alcançado no final da prova americana.

O protesto tinha sido apresentado pela Haas F1, alegando que o monolugar de Alonso tinha estado em pista de pista sem os índices de segurança adequados, depois deste ter perdido um espelho retrovisor em sequência do acidente sofrido com o Aston Martin de Lance Stroll. Contudo, a equipa francesa contra-argumentou, afirmando que o protesto da Haas F1 tinha entrado depois da hora. 

Assim sendo, uma segunda audiência teve lugar na quinta-feira à noite, durante a qual ficou estabelecido que a Haas poderia ter apresentado um protesto em tempo útil ou dentro do prazo legal de 30 minutos. E por causa disso, os comissários desportivos decidiram anular a penalização. 

A Alpine lançou um comunicado nas redes sociais onde “agradece aos comissários da FIA por se terem reunido e chegado a uma conclusão positiva sobre o assunto envolvendo o carro nº 14 do Grande Prémio dos Estados Unidos do fim-de-semana passado”.

Com isso, Alonso mantêm-se no nono posto, agora com 71 pontos.

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

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Ontem falei sobre o desfecho de Jerez e como aquilo foi o corolário de uma temporada bem disputada entre uma Ferrari do qual Michael Schumacher carregou às costas e o levou quase a um título que não ganhavam desde 1979, e uma Williams que era a melhor equipa do pelotão, mas que naquele ano tinha tudo pavimentado para que o canadiano pudesse ganhar, mas teve uma concorrência mais encarniçada que esperavam. 

Quando pesquisava para escrever os eventos que falei anteriormente, não sabia que a escolha de Jerez para palco final do campeonato tinha sido a pedido da Renault, que não queria fechar a sua participação na Formula 1 - onde se encontrava desde 1989 -  num palco japonês, casa de um dos seus ribais, a Honda, apesar desta não lá estar desde 1992, mas tinha preparadores através da Mugen. 

Mas outra coisa que não sabia, e é sobre isso que falo hoje, é que depois da colisão na corrida, Michael Schumacher tentou reparar a asneira, falando com o canadiano. E quem conta essa história é o Adam Cooper, na Autosport britânica.  

Depois da corrida, e das perucas amarelas - por causa do cabelo oxigenado do canadiano - descobriu-se que a Ferrari tinha feito centenas de bonés com os dizeres "Michael Schumacher, campeão do mundo de 1997", que depois do que aconteceu, foram objeto de... embaraço. Cooper conta que ficou com dois, um deles dado a Jock Clear, engenheiro de Jacques Villeneuve

Quando chegaram ao hotel Montecastillo, a Williams começou a fazer uma festa improvisada com o campeonato. E algum tempo depois, a Ferrari também chegou, e ambas as equipas decidiram por festejar juntas. Um pouco estranho, mas na verdade, naquele mundo pequeno, conheciam-se uns aos outros, e depois do final da temporada, era tempo de descontrair. 

Depois de alguns outras festas, a noite ia já longa quando a "entourage" de Villeneuve encontrou, numa rotunda... com a "entrourage" de Schumacher. E ambos regressaram ao hotel, para prolongar a festa. E foi aí que o alemão... tentou fazer as pajes com o seu adversário.

Recentemente, ao falar com o próprio Cooper sobre os eventos de 1997, o canadiano disse que recorda como se fosse ontem:

"Foi estranho, mas existia uma razão para isso. Não se falava do acidente, era apenas se divertir e ser barman, servindo bebidas para todos. Foi divertido, ele tocou junto, ele era um bom ator E tenho certeza que uma parte dele também se divertiu, porque ele gostava de ter uma boa [farra] noite fora."

"Pessoalmente no momento eu pensei que era ótimo, porque esse é o tipo de coisa que eu teria feito. OK, você me venceu. Foi assim com Damon no ano anterior. Naquele momento eu não vi o que vinha logo depois."

No final da festa, os últimos resistentes eram Schumacher e Villeneuve. E a conversa tinha sido captada por um vídeo, que acabou num tabloide alemão, numa altura em que, fora daquele mundo, existia a tempestade pelos eventos na corrida. E claro, queriam a cabeça do alemão. O vídeo foi depois usado como "desculpa" para afirmar que apesar do incidente, no final, eram todos amigos e não deveria haver uma penalização tão severa. Claro, o canadiano sentiu-se usado e não gostou muito.

"Ele usava [a câmara de vídeo] para tirar fotos, para se ilibar", disse Villeneuve. "A história era, 'Isso mostra que eu não fiz nada de mau durante aquela corrida, porque olha, nós somos amigos.' Isso é o que me deixou chateado, e eu não esperava."

Claro, não deu em nada. A FIA desclassificou-o, mas manteve os pontos. E teve uma suspensão de correr... mas suspensa. Um quarto de século depois, o canadiano afirma ainda ter memórias vivas desses dias de campeão.

"Honestamente, essa é a coisa mais estranha, a memória não envelhece", diz ele. "Não há tempo na memória. Se você se lembra, pode ser ontem, não há lapso. Pode ter sido há dois ou três dias. Eu sei que não foi ontem, porque não estou de ressaca hoje. Mas é sobre isso…"

Já agora, para finalizar, as fotos são de dois dos mais distintos fotógrafos de automobilismo. O do canadiano no pódio é do italiano Ercole Colombo, e o do alemão cercado por jornalistas é do seu compatriota Rainer Schegelmilch.

Youtube Formula 1 Vídeo: Porquê a Formula 1 falhou na América


Em 2023, pela primeira vez desde 1982, teremos três corridas americanas no calendário. Miami, Austin - palco do GP americano - e Las Vegas serão palcos da Formula 1, e em duas delas, serão circuitos urbanos desenhados nas ruas dessas cidades. 

A Formula 1 é agora recebida em braços abertos pelos adeptos, graças a programas como "Drive to Survive", que passa na Netflix, a rede de streaming por excelência. Mas há 40 anos, como recordei em cima, a Formula 1 corria em Detroit, Long Beach e Las Vegas, todos circuitos urbanos, e quase impostos por Bernie Ecclestone, que teve uma obsessão de fazer a Formula 1 um desporto americano. E falhou redondamente.

E o melhor exemplo, se quiserem, foi o de Dallas, onde correr em julho... e o asfalto derreteu! Também houve Phoenix em junho, em 1989, onde o asfalto não derreteu... mas houve poucos a acabar aquela corrida. 

Então, agora que tudo está a correr pelo melhor, o Josh Revell está a fazer uma pergunta: porque é que agora deu certo, mas não há 40 anos? Afinal de contas, é o objetivo deste vídeo: explicar os fracassos passados. 

Noticias: Alfa Romeo segue para outros palcos


A Alfa Romeo deixa a Formula 1 no final de 2023 e seguirá para outras categorias. Carlos Tavares, o presidente do Grupo Stellantis, confirmou que no final da próxima temporada, a marca do Quatrifoglio deixará de patrocinar a Sauber e rumará para outras paragens, num novo projeto. Qual, ainda não se sabe.

"É preciso olhar as coisas de forma objectiva", disse o executivo português ao diário desportivo francês L'Equipe: "A parceria que tivemos com a Sauber foi um acordo de qualidade que foi muito bem negociado pelo meu antecessor. Utilizamo-lo muito bem durante o período de recuperação da marca Alfa Romeo no mercado. Hoje, a marca é muito rentável e em pleno renascimento. As condições estão a mudar e não temos qualquer desejo de colocar na Formula 1 a enormidade de recursos que será investida por alguns dos nossos competidores”, continuou.

Ele considerou que o trabalho da recuperação da marca está feito e agora, é altura de seguir para outros lados, embora não queira dizer qual será o próximo projeto, apesar das especulações acerca de futuras presenças na IndyCar e no WEC, onde já esteve no passado.

"Usámos mais a Formula 1 com esta parceria com a Sauber do que nos usaram. Desse ponto de vista, tudo o que aconteceu é racional. O trabalho está feito. Vamos voltar a outra disciplina que ainda não foi decidida. Jean-Philippe Imparato, o chefe da Alfa Romeo, vai apresentar-me as suas opções. Mas uma coisa é certa – a marca estará presente no automobilismo depois de 2023, quando terminar o nosso acordo com a Sauber. Dada a história da marca, é inevitável", concluiu.

Ao contrário das duas passagens anteriores na Formula 1 - 1950 a 1951; 1979 a 1985 - a Alfa Romeo esteve mais como patrocinadora, com os chassis a serem feitos pela Sauber e os motores a serem montados pela Ferrari. Na sua atual estadia, que começou em 2019, o seu melhor resultado foi um quarto lugar com Kimi Raikkonen ao volante, no GP do Brasil de 2019, bem como uma volta mais rápida no GP do Japão de 2022, com o chinês Zhou Guanyu.

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

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Custa a crer que hoje passam 25 anos sobre este momento. Aliás, aquele final de semana foi absolutamente incrível, e o que me dá pena é que tudo aquilo poderia ter acontecido... no nosso país. 

É que as sementes deste desfecho aconteceram quando a FIA - dizendo melhor, Bernie Ecclestone - decidiu que, apesar das obras de remodelação, a Formula 1 não iria mais ao autódromo do Estoril. Há quem diga que foi por causa do governo português ter tentado ser mais esperto que o anãozinho, mas francamente, é mais conversa que outra coisa. Assim sendo, sem Formula 1 em Portugal, havia uma baga e foi preenchida com uma corrida 550 km mais a sul, em Jerez de la Frontera. E que seria a última corrida do ano, como (quase) tinha sido três anos antes, quando tentou preencher o lugar que tinha sido reservado para o GP da Argentina.

E como em 1994, esta corrida iria ser o "Grande Pémio da Europa". 

Com Michael Schumacher na frente de Jacques Villeneuve por um ponto (78 contra 77), bastaba ficar na frente dele para ser campeão. Ainda por cima, na segunda temporada da Ferrari, seria excelente para a Scuderia, por causa da aposta que tinham feito no alemão. Ele já tinha gente como Rory Bryne e Ross Brawn, para além de Jean Todt, que lá estava desde 1993. E se por algum acaso, Schumacher acabasse por não pontuar, não bastava ao canadiano chegar ao fim nos pontos: tinha de ser quarto para ser realmente campeão.

E para carregar mais tensão - e espanto- a qualificação ficou marcada pelo facto de três pilotos terem ficado com o mesmo tempo: Schumacher, Villeneuve e o outro Williams de Heinz-Harald Frenzten! E Damon Hill, quarto na grelha com o seu Arrows-Yamaha, ficou a meros quatro milésimos da pole. Que poderia ter sido sua se não tivesse o Minardi de Ukyo Katayama a atrapalhar a sua bolta mais rápida, porque se despistou e o britânico teve de levantar o seu pé. 

Com um empate a três, o critério foi o de saber quem tinha sido o primeiro. Fora Jacques, logo, a pole era dele. 

Mas na partida, o melhor tinha sido Schumacher, que fora para o primeiro lugar e lá ficou. O circuito era relativamente estreito, e passar não era fácil. Um carro era bom nas retas, apesar do outro se aproximar nas curvas. Apesar de uma boa paragem para reabastecimento, o Williams sabia que tinha de o passar na manha. E claro, o canadiano estudava-o, para saber quando e onde é que o iria atacar, porque pressionar só por pressão o alemão não bastaria, porque era um mestre nestas coisas. 

E na volta, 48, quando ficou a menos de um segundo de Schumacher, ele tentou a sua sorte no final da curva Dry Sac. Apareceu pela direita, travou tarde, e o alemão virou tudo para colidir com o seu carro, tentando, talvez, algo parecido com o que tinha feito em 1994: se danificasse o carro do canadiano, e este desistisse, seria campeão, mesmo que ele também desistia. Afinal de contas, tinha chegado a Jerez como o líder do campeonato. 

Mas aparentemente, o truque não resultou, desta vez. O Williams era resistente, a manobra tinha estado à vista de todos, e as memórias de Adelaide ainda estavam frescas. E claro, reforçou ainda mais a reputação de "Dick Vigarista". Schumacher desistiu, Villeneuve seguiu, apesar dos danos no seu carro, e tentou levar o seu Williams até ao fim, era o que queria.

Na última volta, cedeu a vitória aos McLaren de Mika Hakkinen e David Coulthard - mal pensávamos que eles iriam começar ali uma era de domínio... - e na meta, por fim, o canadiano tinha aquilo que muitos gostariam de ter visto ao seu pai, Gilles, num Ferrari (irónico, hein?). E a FIA não esqueceu da manobra de Schumacher e decidiu que ele iria ter uma punição exemplar. E foi dura: desclassificação do mundial - embora pudesse ficar com os pontos, as bitórias, as poles e as boltas mais rápidas - e as reações na imprensa foram implacáveis.

Os comentadores não ficaram atrás. Martin Brundle, então na BBC e a começar a sua carreira como comentador, ao lado de Murray Walker, disse, depois da colisão, e lembrando que tinham sido companheiros de equipa na Benetton, cinco anos antes: "Isso não funcionou Michael. Você acertou a parte errada dele, meu amigo". 

Alan Jones, campeão do mundo de 1980, ex-piloto da Williams, e comentador no Channel 9 local, não foi meigo: “Sem dúvida na [sua] mente que Schumacher deliberadamente dirigiu para o lado dele para tirá-lo, à la Damon Hill em Adelaide”, disse.

Jacques Laffite, outro ex-piloto e então comentador na TF1 francesa, foi mais implacável: chamou-o de "idiota" em direto. 

E foi assim que, há um quarto de século, acabou o campeonato do mundo. 

Formula 1: Audi confirma Sauber


A Audi confirmou esta quarta-feira que comprou a estrutura acionista da Sauber e entrará na Formula 1 em 2026 com a equipa suíça. O anúncio era esperado, especialmente depois de a marca alemã ter feito o seu anúncio no final de agosto de que iria entrar na categoria máxima do automobilismo, agora são conhecidos os detalhes. A unidade motriz será criada no Audi’s Motorsport Competence Center em Neuburg an der Donau, na Alemanha, enquanto a Sauber irá desenvolver e fabricar o chassis nas suas instalações de Hinwil, na Suíça. E para além disso, a marca será também responsável pelo planeamento e execução das operações de corrida.

Não é nada de novo: na década passada, a Audi Sport já utilizou o túnel de vento do Grupo Sauber em Hinwil, durante a era de Le Mans e durante o desenvolvimento do Classe 1 para o DTM.

Estamos encantados por termos um parceiro tão experiente e competente para o nosso ambicioso projeto de Fórmula 1”, afirmou Oliver Hoffmann, Membro do Conselho para o Desenvolvimento Técnico da Audi AG. “Já conhecemos o Grupo Sauber com as suas instalações de última geração e equipa experiente de colaborações anteriores e estamos convencidos de que juntos formaremos uma equipa forte”, continuou.

Para Finn Rausing, o presidente do conselho de administração e maior acionista da Sauber, admitiu que a marca alemã é o melhor parceiro para o projeto da sua estrutura.

A Audi é o melhor parceiro do Grupo Sauber”, afirmou no anúncio oficial. “É evidente que ambas as empresas partilham os mesmos valores e a mesma visão. Estamos ansiosos por alcançar os nossos objetivos comuns com uma parceria forte e bem-sucedida”, concluiu.

Já Frédéric Vasseur, o CEO & chefe de equipa da Sauber Motorsport sublinha: "A parceria entre a Audi AG e a Sauber Motorsport é um passo fundamental para a nossa equipa à medida que continuamos a progredir para a frente da grelha. Tornar-se a equipa oficial da Audi não é apenas uma honra e uma grande responsabilidade: é a melhor opção para o futuro e estamos plenamente confiantes de que podemos ajudar a Audi a alcançar os objetivos que definiram para a sua jornada na Fórmula 1."

Stefano Domenicalli, o CEO da Fórmula 1, salientou que “é uma ótima notícia saber que a Audi será parceria da Sauber na sua entrada na Fórmula 1 em 2026. A combinação desses dois nomes é uma perspetiva muito empolgante para o nosso desporto. Essa decisão salienta o forte ímpeto da Fórmula 1 e a crença na nossa estratégia de continuar a crescer e melhorar o desporto enquanto cumprimos nossos planos de sustentabilidade que visam alcançar em 2030 a neutralidade carbónica com combustíveis avançados e sustentáveis ​​em carros até 2026. Estamos ansiosos para ver o progresso da equipa nos próximos anos e o carro na grelha para a primeira corrida”.

Noticias: Ricciardo rejeita Haas


O australiano Daniel Ricciardo disse que não estaria presente como piloto titular em 2023 na Formula 1, e apesar da oferta da Haas F1 de correr para eles na próxima temporada, o australiano decidiu descartá-la, afirmado que pretende correr em 2024 para uma equipa que lhe dê garantias de pódios e discutir vitórias. Numa entrevista ao canal Viaplay, explicou a razão:

Para ser honesto, não”, começou por dizer. “O próximo ano vai ser diferente, mas vou estar apenas a preparar-me para estar de regresso à frente da grelha e lutar por vitórias, o que eu sei que posso fazer”, concluiu.

Piloto da McLaren, onde conseguiu uma vitória do GP de Itália de 2021, esta temporada está a ser bem abaixo das expectativas, onde tem apenas 29 pontos e como melhor resultado um quinto posto no GP de Singapura.  

terça-feira, 25 de outubro de 2022

Noticias: Fim de semana mexicano será misto


A Fórmula 1 chega ao Autódromo Hermanos Rodriguez e o fim de semana promete ter sol, calor... e chuva. Pelo menos no sábado. Porque na sexta e no domingo, o tempo estará mais aliviado, sem chuva prevista, e com temperaturas amenas, na casa dos 27 a 29 graus.

Se na sexta-feira não deverá haver problemas, no sábado, as coisas poderão ser um pouco diferentes. A temperatura será de 24 graus e prevê-se trovoada e chuva, com esta a subir até aos 50 por cento pelas 16 horas, ou seja, pouco depois da sessão de treinos. Saber se afetará a qualificação e a sua programação, é algo do qual precisa de se ver. 

Quanto a domingo, o céu estará limpo, a temperatura será de 25 graus, e apesar de existir uma pequena chance de chuva pelas 15 horas, não se acredita que tal acontecerá.  

Youtube Motorsport Vídeo: Electrikhana

Já tínhamos algumas saudades do Ken Block e dos seus vídeos. Andou muitos anos a fazer vídeos das suas "Ghynkhanas" com os seus Ford, mas recentemente, os Audi. E ele já tem um Quattro clássico, e com ele fez um chassis especial e foi demonstrá-lo com este vídeo.

Com um detalhe: o carro é elétrico! A demonstração acontece em Las Vegas e agora estamos a assistir o resultado final.

Youtube Formula 1 Vídeo: As melhores comunicações de Austin

A Formula 1 fez a sua aparição em Austin, local de maior concentração de fãs da modalidade no calendário - 400 mil ao longo os três dias de Grande Prémio - e a corrida, claro, não desiludiu. E o pessoal da Formula 1 fez o vídeo dos melhores onboards desse final de semana. 

O que é que irá ser o Mundial de 2023 de ralis?


O calendário do Mundial de 2023 do WRC poderá ser todo revolvido. Primeiro, por se alargar em termos de mundo, ou seja, sair da Europa. E o segundo poderá ser uma grande novidade, o de um rali no cento da Europa, entre Alemanha, Áustria e República Checa, uma ideia da ADAC alemã e do qual os outros dois países deram luz verde para a sua viabilidade. 

Esse rali iria chamar-se "Rali da Europa Central", aconteceria em outubro e poderia substituir o rali da Catalunha.

O calendário deveria ter sido apresentado esta semana, mas houve um adiamento por causa do promotor estar a negociar a ideia de ter 14 probas no campeonato, mais um que atualmente. Os construtores acham que é puxar demasiado em termos de logistica, já que em 2023, eles regressarão a México e Chile, deixando provavelmente de fora a Nova Zelândia. Para o calendário deverá entrar também uma ronda em terra na Arábia Saudita, mas há testes a validar, pelo que poderá não ser já em 2023.

Outra ausência no calendário é o Reino Unido, que tentou em 2021 e 2022 meter uma prova na Irlanda do Norte, mas até agora, diversos motivos, que passam desde a pandemia a problemas financeiros da RAC em organizar o rali fazem que não entre no calendário, pelo menos nos próximos tempos.

Quanto ao resto, os que ficam são Monte Carlo, Suécia, Croácia, Portugal, Sardenha, Safari (Quénia), Estónia, Finlândia e Japão.  

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Noticias: Alonso penalizado em 30 segundos... mas a Alpine recorre


O espelho que voou no meio da corrida teve consequências: por causa do protesto da Haas, verificaram-se os carros da Alpine e da Red Bull por causa dos prejuízos que sofreram durante a corrida e concluiu-se que o carro de Fernando Alonso, que terminou em sétimo lugar, foi penalixado em meio minuto, acabando na 15ª posição, ficando fora dos pontos. Os maiores beneficiados foram Sebastian Vettel, que ficou com o sétimo lugar, e os Alpha Tauri de Yuki Tsunoda e Pierre Gasly, que foram nono e décimo. 

Contudo, a Alpine recorreu da penalização por causa do protesto da Haas, argumentando que esta protestou o após o prazo.

A equipa Alpine está desapontada ao receber a penalização pós-corrida para o carro 14 do GP dos Estados Unidos de hoje, o que infelizmente significa que Fernando fica fora da zona de pontuação. A equipa agiu de forma justa e considerou que o carro permaneceu estruturalmente seguro após o incidente de Fernando com Lance Stroll, na volta 22 da corrida, com o retrovisor direito se desprendendo do chassis como resultado de danos causados por Stroll”, começou por afirmar, em comunicado.

A FIA tem o direito de sinalizar a bandeira preta e laranja a um carro durante a corrida se o considerar inseguro e, nesta ocasião, avaliou o carro e decidiu não colocar a bandeira. Além disso, após a corrida, o técnico da FIA considerou que o carro estava de acordo com os regulamentos”, prosseguiu.

A equipa também acredita que devido ao protesto ter sido apresentado 24 minutos após o prazo especificado, ele não deveria ter sido aceite e, portanto, a penalização deve ser considerada inválida. Como resultado deste ponto, a equipa protestou contra a admissibilidade do protesto original da Haas”, concluiu o comunicado.

WRC: Tanak sai da Hyundai no final da temporada


O estónio Ott Tanak anunciou este domingo que terminará a sua ligação à Hyundai no final da temporada. Num comunicado oficial nas redes sociais, o piloto, campeão do mundo em 2019, fez um anúncio lacónico sobre a situação, dpeois de ter terminado em quarto lugar neste rali da Catalunha.

O anúncio acontece como o culminar de uma relação tensa entre ele e a Hyundai, que os acusa de favoritismo em relação ao belga Thierry Neuville, especialmente desde a saída de Andrea Adamo, o antigo diretor desportivo que o trouxe para a marca coreana. Quanto ao lugar onde poderá correr, o candidato óbvio é a M-Sport, já que a Toyota Gazoo Racing, através de Jari-Matti Latvala, já afirmou que não pretende mudar de alinhamento para 2023 com os seus pilotos. 

Depois de três temporadas com a qual conseguiu cinco triunfos - três dos quais em 2022 - o piloto de 35 anos fará o seu último rali ao serviço da Hyundai no Japão, a meio de novembro. Nesta temporada, é o segundo classificado, com 187 pontos.

domingo, 23 de outubro de 2022

Formula 1 2022 - Ronda 19, Austin (Corrida)


E chegamos ao Texas, o lugar onde tudo é grande. Mas de toda aquela vastidão, a corrida calha na parte estranha do estado que é a cidade de Austin. De uma certa forma, poderiam ser dois mundos em colisão, mas no final, é algo do qual se dão bem, porque ambos estão ali por algo que tem em comum: o amor pela Formula 1.  

Num fim de semana marcado pela quantidade de espectadores no local - mais de 440 mil espectadores ao longo dos três dias em Austin, um recorde - as discussões ainda tinham a ver com a Red Bull, por causa do teto orçamental, que o violou, e do qual as restantes equipas, depois de terem pedido inicialmente uma punição exemplar, acabaram por ficar mais calmas nesse sentido. Se calhar essa moderação tem a ver com eles mesmos, se calharem na sua altura...

Mas claro, outra razão tinha a ver com a morte de Dietrich Mateschitz, na noite de sábado. A Red Bull tinha mais um motivo para querer triunfar em Austin, não só para encerrar a história do título de construtores - que não é deles há quase uma década - como também para honrar a memória de alguém que moldou o desporto por mais de 30 anos, e que mostrou que havia bida para além dos patrocínios do tabaco - como existia a Marlboro e a Camel, por exemplo. 

O tempo estava encoberto, mas não iria chover. Quanto a estratégias, pensava-se em duas paragens, e se calhar todos os compósitos "slick" poderiam ser usados, com as primeiras paragens a acontecerem entre as voltas 15 e 17, se começarem em médios. Quem iria partir das boxes era Esteban Ocon, que tinha mudado alguns componentes e a sua má posição inicial na grelha faria com que compensasse partir fora dela. E a Mercedes ainda teve de trocar de travões de disco na última hora. 


A partida começou com Max na frente, mas o espanhol teve o azar de ser tocado por trás pelo carro de George Russell e acabou com um pião, deixando-o no final do pelotão. Quem beneficiou com isso foi Lance Stroll, que acabou em terceiro, no final da primeira volta. O espanhol acabou nas boxes, acabando por desistir por causa de um radiador furado. Os comissários viram rapidamente as imagens e decidiram penalizar Russell pelo incidente com cinco segundos. 

Nas voltas seguintes, Pérez - que tinha a asa danificada - e Russell passaram Stroll, que tinha atrás de si... Seb, que aguentava um Leclerc que estava em cavalgada desde o lugar do qual eles colocaram por causa da penalização de sábado.  Na frente, Max já se afastava dos Mercedes. 

Na volta 11 aconteceram as primeiras paragens. Bottas, Tsunoda e Ricciardo foram os primeiros, seguido por Gasly, na volta seguinte. Na pista, Leclerc passou Vettel e era sexto, ao mesmo tempo que Hamilton trocava para duros e regressava atrás de ambos. Na volta 14, foi a altura de Max, dando a liderança ao seu companheiro de equipa. Pérez acabou por ir trocar para duros na volta 15, caindo para quinto. 


Na volta 19, Bottas despistou-se e acabou na gravilha, causando a entrada do Safety Car, numa altura em que Leclerc ainda não tinha parado nas boxes. O monegasco aproveitou para parar e colocar por médios, a mesma coisa fez Seb, que também não tinha parado. Três voltas depois, a corrida recomeçou com Max na liderança, mas atrás, Alonso e Stroll bateram forte e causaram nova entrada do Safety Car. O Aston Martin do canadiano ficou destruído e o Alpine do espanhol... continuava, apesar de chegar a ter duas rodas fora do asfalto! 

No regresso, na volta 26, tudo na mesma: Max na frente de Lewis, e Pérez estava na frente de Leclerc. Mick Schumacher estava nos pontos, no décimo posto. Os olhos estavam postos em Leclerc e Pérez que lutavam pelo quarto posto. O monegasco conseguiu passá-lo na volta 30, numa travagem relativamente arriscada, e logo a seguir, foi atrás de Hamilton.

As coisas pareciam ir calmas até à volta 35, quando, entre os da frente, Hamilton foi às boxes trocar de pneus. Meteu duros, esperando ir até ao fim - faltavam 20 voltas nesta altura - mas quando Max Verstappen foi às boxes, o pessoal da Red Bull cometeu um erro e o neerlandês perdeu 11 segundos, suficiente para colocar Hamilton... na frente! E logo no preciso momento em que Russell e Pérez lutavam pelo primeiro lugar. 

Verstappen partiu ao ataque e foi atrás de Leclerc. Ele resistiu o mais que pode, mas conseguiu passar o piloto da Ferrari. Na frente, na volta 40... estava Vettel, no seu Aston Martin! Max era terceiro, e perseguia Hamilton para ficar com o segundo posto, porque sabia que o alemão iria ter de ir às boxes e fazer a sua troca. Era agora um duelo a quatro, mesmo depois de Hamilton ter passado Vettel na volta 41, uma volta antes do alemão ir às boxes... e fazer uma paragem catastrófica, perdendo 16 segundos e caindo para fora dos pontos.

Max continuava a apanhar Hamilton, e na volta 50, ele já estava na sua traseira. Chegou-se à travagem, e apesar das trocas e dos duelos curva a curva, foi limpa e favorável ao piloto da Red Bull. A liderança regressava aos energéticos. 


Na parte final, o neerlandês afastou-se de Hamilton até ter quase cinco segundos quando cruzou na meta, com a bandeira a ser agitada por Tim Cook, o CEO da Apple. Atrás, a excitação estava na luta pelo oitavo posto, quando Sebastian Vettel conseguiu apanhar e depois passar o dinamarquês da Haas, num duelo que fez levantar as bancadas. O resultado foi o possível, depois da catástrofe das boxes.

A Formula 1 acabou em Austin, agora arrumam as malas para rumar para o outro lado da fronteira, porque semana que vêm, correrão no Autódromo Hermanos Rodriguez.

WRC 2022 - Rali da Catalunha (Final)


Sebastien Ogier acabou por levar a melhor, alcançando a sua primeira vitória na era híbrida do WRC, e também se tornou na sexta vitória diferente nesta temporada. O piloto francês acabou com 16,4 segundos sobre Thierry Neuville, no seu Hyundai, e 34,5 sobre Kalle Rovanpera, noutro Toyota, que bateu por cerca de 10 segundos o quarto classificado, o Hyundai de Ott Tanak.

Com o dia de hoje com apenas quatro especiais - passagens duplas por Pratdip e Riudecanyes - o dia começou com Dani Sordo a triunfar, ganhando com 0,3 segundos na frente de Thierry Neuville, e Kalle Rovanpera em terceiro, a 0,4. O belga reagiu, triunfando em Riudecanyes, com 3,4 segundos de vantagem sobre Ogier e 4,3 sobe Sordo. Kalle Rovanpera e Elfyn Evans sofreram furos e perderam tempo: o finlandês, 13,2 e o galês, 21,2.

 Ogier foi mais cauteloso e justificou o porquê:

"Soube antes do início [da especial] que Elfyn e Craig tiveram problemas. Acho que havia um lugar complicado perto do final e eu estava planeando evitá-lo de qualquer maneira porque não corro riscos. Há como um pequeno buraco e, se você entrar, o impacto é muito forte para os pneus.", disse.

A cautela nesta especial compensou com o melhor tempo na segunda passagem por Pratdip, ganhando 1,7 segundos a Neuville e 1,9 a Tanak. E ele confirmou o dominio na Power Stage, triunfando com 0,6 segundos sobre o belga, 1,8 sobre Rovanpera e 2,5 sobre Tanak. No final, tudo confirmado para o piloto francês, que com este segundo pódio seguido, subiu para o sexto posto da geral, agora com 85 pontos.

Depois dos quatro primeiros, Dani sordo foi o quinto, a 1.16,5 segundos, deixando para trás Elfyn Evans, a 1.51,1. Sétimo foi Katsuta Takamoto, não muito longe do galês, a 2.19,1, com Adrien Formaux relativamente perto do piloto japonês, a 2.38,4. Craig Breen foi o nono, a 2.43,0 - na despedida do seu navegador, o irlandês Paul Nagle - e a fechar o "top ten", o carro de Pierre-Louis Loubet, a 3.25,1.

O Mundial de rali termina no Japão, entre os dias 10 e 13 de novembro.  

Formula 1 2022 - Ronda 19, Austin (Qualificação)


Depois de duas semanas na Ásia, a Formula 1 chega às Américas para três semanas seguidas de competição, num horário super-concorrido. A primeira paragem é em Austin, no Texas, num circuito onde centenas de milhares de pessoas recebem a competição de braços abertos, e onde os pilotos aproveitam bem aquele sol texano para serem... texanos. Daniel Ricciardo, por exemplo, trouxe um cavalo - com credencial e tudo! - para poder entrar e sair como os locais. Outro que anda por ali é Brad Pitt, que aparentemente, quer protagonizar um filme sobre Formula 1, ou se preferirem, algo que seja um "remake" de Grand Prix. Mas com Jerry Bruckheimer como produtor, algo me diz que será algo parecido com "Driven", o infame filme de Sylvester Stallone, sobre a CART...

Na Red Bull, apesar das comemorações algo estranhas no Japão - e esperando que no COTA, fossem melhores - as conversas eram sobre o teto salarial que eles tinham, alegadamente, rebentado. Com a FIA a propor um acordo com a marca, e entre pedidos de eles serem fortemente penalizados - os mais radicais queriam a retirada do título! - afinal de contas, o limite que eles quebraram pode ter sido na ordem dos 200 mil dólares. A ser verdade, são patacos no mundo da Formula 1.     

Contudo, cerca de uma hora antes da qualificação, as boxes ficam agitadas com uma sombria noticia vinda da Europa: na Áustria, depois de uma prolongada doença, morria Dietrich Mateschitz, o fundador e o homem que tornou a Red Bull naquilo que se tornou agora. Agitação nas boxes da Red Bull e da Alpha Tauri, pois os jornalistas queriam saber da reação de Christian Horner, por exemplo, que por estes dias estava aflito por causa da história de ter ultrapassado o teto salarial.

No final, Horner disse: "É muito, muito triste. Que grande homem. Há poucos deste tipo, o que ele alcançou e o que ele fez, para tantas pessoas, ao redor do mundo, em diferentes desportos, é inigualável."

Com essa sombra pairando sobre Austin, a qualificação americana começava. Depois dos primeiros tempos, para aquecer a pista, foram os Ferrari a marcar tempo, especialmente Sainz Jr, que colocava 1.35,795. Quase meio segundo mais veloz que Charles Leclerc. Depois melhorou, com 1.35,297. Na parte final, com o pelotão na pista em peso, não existiram grandes melhoramentos - Schumacher até fez um pião - e os eliminados foram os Haas de Kevin Magnussen e Mick Schumacher, o McLaren de Daniel Ricciardo, o Alpine de Esteban Ocon e o Williams de Nicholas Latifi.

Alguns minutos mais tarde, começava a Q2, com Alex Albon a ser o primeiro a ir para a pista. Depois apareceram mais alguns incluindo Pierre Gasly, que queimou a travagem e regressou às boxes. Os da frente marcaram cedo tempos, e Max deu um ar da sua graça, com 1.35,294, antes de Leclerc bater esse crono por 48 milésimas. 

Os pilotos aguardaram a parte final da qualificação para tentarem a sua sorte. Max saiu da pista com um jogo de pneus novo, mas voltou logo para as boxes, enquanto Tsunoda e Gasly, nos seus Alpha Tauri, marcaram tempos suficientes para entrarem na Q3, mas foram logo depois superados pelos Alfas-Sauber de Zhou e Bottas. No final, os eliminados foram o McLaren de Lando Norris, o Williams de Alex Albon, o Aston Martin de Sebastian Vettel, e os Alpha Tauri de Pierre Gasly e Yuki Tsunoda. 

Contudo, minutos depois, o tempo do piloto chinês é eliminado e ele cai para 14º, beneficiando Norris.  


Agora, os minutos finais, ou se preferirem, a Q3. 

Os primeiros minutos deram tempo para os Ferrari, com Leclerc a ganhar tempo a Max Verstappen por 420 centésimos, com o monegasco a conseguir 1.34,624. Entretanto, a temperatura estava baixando e o neerlandês da Red Bull achou por bem que era a hora de se lançar para um tempo marcante. Mas foi Leclerc que marcará 1.34,624, para logo a seguir, Sainz Jr. marcar 1.34, 356, e fazendo a pole-position.  O monegasco é P2, mas ele não o usufruirá, por causa de uma penalização que o atirou para P11. Assim, quem largará na primeira fila, a seu lado, será... Max Verstappen.

E foi assim que acabou a qualificação nos Estados Unidos, nas terras onde o sol se põe agora. O "smooth operator" está feliz da vida por ter conseguido a sua segunda pole-position da temporada, e espera que este seja o início de um excelente fim de semana para ele e para a Ferrari. 


Resta saber se ele conseguirá, ou então... a Red Bull voltará a ganhar.