sábado, 31 de janeiro de 2015

A foto do dia

Os carros e camiões já chegaram a Jerez e todos se preparam para o primeiro de quatro dias de testes no circuito andaluz. Ao deparar esta foto de Xavi Bonilla, publicado este sábado no sitio brasileiro Grande Prêmio, podemos ver o estado atual da Sauber: sem tempo para pintar os camiões, e desnudado (por agora) de patrocinios. 

Apesar de se saber que assinaram um contrato com a Hewlett-Packard, e de terem os patrocinios vindos de Felipe Nasr, como o Banco do Brasil, e os suecos, vindos de Marcus Ericsson, nenhum desses patrocinadores estão por agora nos camiões da equipa de Hinwill. De uma certa forma, a Sauber conseguiu o dinheiro que queria "in extremis", onde chegou até a parar o desenvolvimento do C34 para pagar o que devia aos fornecedores, priorizando aos outros parceiros, como por exemplo, à Ferrari.

De uma certa forma, este é o estado atual da Formula 1. Se empobrecem a "classe média" na categoria máxima do automobilismo em favor de uma visão darwiniana do automobilismo, onde todos morrem até sobrar um, então a categoria caminha alegremente para uma destruição a médio prazo. Isto, se o Grupo de Estratégia tenha decidido ser inflexível e aposte em soluções utópicas, mas dos quais os fãs adoram ouvir, como o aumentar da potência (e do barulho...) para os mil cavalos. Que provavelmente fará aumentar os custos de construção e manutenção dos motores. 

Até quando as equipas estão dispostas a pagar por isto? E quando é que o bom senso cairá por lá? Será que vai ser quando as pessoas verem o abismo e estarão dispostas a dar o passo em frente?

Apresentações 2015: Toro Rosso STR10

A Toro Rosso apresentou esta tarde as fotos do seu novo carro, o STR10, que terá este ano a dupla mais jovem da Formula 1: Max Verstappen (17 anos) e Carlos Sainz Jr, de vinte anos. Ambos filhos de antigos pilotos, embora no caso do filho de Carlos Sainz, a carreira do pai foi nos ralis. A apresentação foi em  Jerez, mas antes, em Mugello, o carro fez o seu "shakedown".

Franz Tost, o chefe da Toro Rosso, que em 2015 a décima temporada na Formula 1, afirmou que está feliz pelo carro desenhado por James Key "Estava convencido de que o carro é o melhor construído até o momento pela Toro Rosso", afirmou.

"James Key teve grande esforço com esse projeto e gastou muito tempo à procura de novas soluções. O carro é bastante limpo e acho que, se um carro é limpo e bonito, também é rápido. E, mais uma vez, temos junto conosco a Renault. Eles também fizeram um grande trabalho. Por isso, estou convencido de que temos um pacote competitivo", concluiu.
 

Com motor Renault - o mesmo que têm a Red Bull - a grande novidade do carro é a sua frente mais baixa, com uma ponta estreita, demonstrando um estrito seguimento das regras aerodinâmicas impostas pela FIA. Por outras palavras, é um carro conservador. E é interessante, quando se sabe que a Red Bull RB11, o carro que a "equipa A" deveria andar este ano, ainda nem sequer foi apresentado aos "crash-test" da FIA...

Amanhã, o carro fará os primeiros quilómetros em 2015, com Carlos Sainz Jr. ao volante.

Youtube Motorsport Comedy: Bullit narrado por Galvão Bueno


Este filme é prova de que no Brasil, a zoeira não têm limites. Afinal de contas, falamos da junção de dois mitos: Bullit e o narrador da Formula 1 para a Rede Globo, Galvão Bueno.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

IndyCar procura alternativas e o circo de horrores de Brasilia

Vinte e quatro horas após a noticia do cancelamento da Brasilia Indy 300, a IndyCar procura um "plano B" para preencher a vaga que abriu inesperadamente no calendário. E se alguns pensam que ela poderá ser encontrada ainda no Brasil, outros referem que a alternativa poderá ser num local onde acolhe... a Formula 1.

Segundo conta hoje a Racer americana, a organização da IndyCar está a falar com o pessoal do Circuit of the Americas (COTA) no sentido de saber da sua disponibilidade de acolher a ronda inicial da competição, marcado para o dia 8 de março.

"Quando soubemos das noticias vindas do Brasil, nós imediatamente começamos a falar com outras entidades para saber das vagas existentes", começou por dizer o presidente da IndyCar, Derrick Walker. "Estamos a trabalhar para termos respostas sobre o que vamos fazer e comunicar com nossas equipes e parceiros que o nosso objetivo é ter as nossas opções no lugar início da próxima semana. Se nada aparecer em concreto, nós prosseguiremos como planeado com a próxima corrida no calendário, em St. Pete.", concluiu.

Entretanto, em paragens brasileiras, começam a surgir a possível razão do cancelamento da corrida de Brasilia. O ministério Público do Distrito Federal investiga a possibilidade de fraude no contrato entre o Grupo Bandeirantes e a TerraCap, a entidade imobiliária que gere as obras no Distrito Federal. Segundo o próprio Ministério Público, cita vinte e três (!) motivos pelos quais o contrato era extraordinariamente lesivo aos cofres públicos. Dois meses antes, o Tribunal de Contas tinha revogado a licença de construção das obras do Autódromo Nelson Piquet, mas mesmo assim, as obras continuaram sem parar até à ordem de ontem.

Para piorar as coisas, o governo do Distrito Federal está falido. Administrado por Agnelo Queiroz até ao final do ano passado, deixou dividas superiores a 6,5 mil milhões de reais, que fez com que haja salários em atraso para funcionários públicos, enfermeiros e médicos da zona que alberga a capital do país. O novo governador, Rodrigo Rollemberg, está a auditar as contas e começou a ver os contratos assinados pelo governo anterior, incluindo este da corrida. E reparou que este contrato, para dizer o minimo, estava mal feito. Um "Circo de Horrores", como chama o Flávio Gomes

Basicamente, não era um contrato formal, mas algo chamado de "Termo de Compromisso" entre TerraCap e Rede Bandeirantes. Um contrato promessa, mas sem grande valor juridico, pois não houve testemunhas, não foi publicado em Diario do Governo... enfim, todas as burocracias e formalidades. Dai as suspeitas de corrupção, pela fragilidade do contrato.

Claro, a Rede Baneirantes poderá sair enormemente prejudicada, pois segundo o contrato, em caso de cancelamento, teria de arcar com uma multa de 80 milhões de reais, cerca de 26 milhões de euros. É muito dinheiro, mesmo para uma rede de televisão.

A corrida poderá ter sido cancelada, mas o assunto não acaba aqui. Aliás, poderá ter começado um novo capitulo.  

A foto do dia

A apresentação da Ferrari nesta sexta-feira revelou um pormenor inesperado: o simbolo da Alfa Romeo nos flancos do SF15-T. E com essa imagem presente, recordo aqui as ligações entre as marcas de Maranello e Varese ao longo do século passado. E lembrei como a história de uma marca não passa sem o outro.

Pouco depois da I Guerra Mundial, a Alfa Romeo decidiu, como todas as marcas italianas de então (Fiat e Lancia), apostar no automobilismo. E entre os seus pilotos apareceu um jovem de Modena de seu nome Enzo Ferrari, onde entre outras corridas, venceu a Coppa Acerbo, em Pescara, em 1924. Cinco anos mais tarde, Ferrari construiu a sua Scuderia, como uma entidade autónoma, onde geria os Alfa Romeo de corrida.

Contudo, em 1938, Ferrari e a marca de Varese começaram a distanciar-se devido às politicas de competição da marca, apesar de terem pilotos de calibre como Tazio Nuvolari ou Luigi Fagioli. Nessa altura, a marca pediu à Ferrari para que não construísse carros sob o seu nome durante cinco anos. Sorte das sortes, coincidiu com o período da II Guerra Mundial.

Com o final do conflito, Ferrari começou a construir carros com o seu nome, e tornou-se no maior rival da Alfa Romeo, que tinha o Tipo 159, o melhor carro desses tempos, e a equipa dominou o campeonato de Formula 1 no seu primeiro cano, com Giuseppe "Nino" Farina e o argentino Juan Manuel Fangio, enquanto que Ferrari tinha Alberto Ascari e o "seu" argentino, Froilan Gonzalez.

A luta foi dura ao longo de 1950 e 1951, com a equipa de Maranello a aproximar-se da de Varese. Até a um dia de julho, em Silverstone, onde Gonzalez conseguiu vencê-los e dar a Enzo Ferrari a sua primeira vitória. O Commendatore afirmou depois que "parecia que tinha matado a minha mãe". Mesmo assim, no final daquele ano, a Alfa Romeo venceu o campeonato, graças a Fangio, para depois abandonar a Formula 1 até 1979.

A Alfa Romeo durante muitos anos pertenceu à IRI, o Instituto de Reconstrução Industrial. Prosperou nos anos 60 e 70, mas depois, projetos falhados como a AlfaSud, as várias greves e agitações laborais, a perda de qualidade dos seus carros e no desporto, o regresso à Formula 1 foi um rotundo fracasso, graças aos motores feitos por Carlo Chiti... um antigo engenheiro da Scuderia. Em 1986, a IRI decide colocar a marca à venda e é o Grupo Fiat que a compra, e em breve, junta todas as marcas italianas debaixo do mesmo guarda-chuva: Alfa Romeo, Maserati, Ferrari, Lancia. E claro, a Ferrari.

Portanto, se algum dia quiserem saber porque é que a Alfa Romeo não voltará à Formula 1, eis uma boa razão. O Grupo Fiat não quer colocar duas marcas do mesmo grupo à briga uns com os outros. Seria suicida. Seria melhor ter as duas marcas juntas, mesmo que em tempos idos, foram as maiores rivais que o automobilismo conheceu.

Apresentações 2015 - Ferrari SF15-T

Uma hora depois da apresentação do carro da Sauber, a Ferrari apresentou em direto de Maranello o seu novo carro, o Ferrari SF15-T, o carro que Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen irão guiar na temporada de 2015. O SF15-T, projetado por James Allison, cumpriu com as novas regras, nomeadamente no desenho do nariz, que recebeu um declive mais suave e mais prolongado. As asas e os flancos receberam um novo desenho.

Sobre o chassis, o projetista britânico falou que as expectativas só serão dissipadas quando Kimi Raikkonen fora para a pista e experimentá-lo, nos testes de Jerez. "Nós só vamos saber isso com certeza absoluta apenas quando Kimi for para a pista, mas eu acredito realmente que a SF15-T vai se ajustar ao Kimi, tanto com relação ao acerto quanto no que diz respeito às frenagens, especialmente na parte traseira", começou por explicar.

Quanto às expectativas, Allison afirmou que não as tenham muito elevadas: "Ninguém nunca disse que a Formula 1 era fácil. Vai ser um enorme desafio para todos nós, especialmente com relação a vitórias, mas acho que demos passos importantes no que diz respeito ao carro deste ano e espero que isso se traduza em um avanço significativo", concluiu.

Maurizio Arrivabene, o novo diretor desportivo da marca, que substituiu Marco Mattiacci à frente de Scuderia, afirmou que o novo carro, apesar de ser "muito sexy", espera que seja um bólido vencedor. "Enzo Ferrari disse há muito tempo que o melhor carro é o carro vencedor", começou por afirmar.

"No ano passado, tivemos um carro feio e que não era também vencedor. Mas eu gosto do carro deste ano em termos de estética. Eu não sei nada sobre o desempenho, mas a SF15-T é realmente muito sexy", continuou.

"Ninguém tem a magia de mudar as coisas quando o que precisa ser mudado é imutável. O carro está pronto. E está pronto desde dezembro do ano passado, para ser honesto. Nós apenas fizemos algumas modificações. Com isso, eu não posso dizer que vamos vencer o campeonato, mas com certeza estamos empenhados em ganhar pelo menos duas corridas", concluiu.

Quanto aos pilotos, Sebastian Vettel, que chegou à Scuderia após seis temporadas na Red Bull, mostrou cautela sobre o novo, mas ao mesmo tempos se mostra animado pelo novo desafio na Ferrari. "Para mim é uma mudança, uma nova expriência. O carro está lindo. É um trabalho em conjunto e sempre animador todo ano quando você faz o primeiro pit-stop é fantástico. Não posso esperar para ir à pista", começou por afirmar o tetracampeão alemão.

"Obviamente que mudar de equipa existem muitas diferenças. Não tanto por causa da posição de piloto, em si, porque podemos pedir as coisas como gostamos, mas por fatores como o volante, desenho e estratégia. As pessoas falam das mesmas coisas só que noutro idioma. Acredito que tenho bastante tempo até o início da temporada para nos acertar", concluiu.

Sobre a parceria com Kimi Räikkönen, o piloto alemão, amigo pessoal do finlandês, foi elogioso. Disse não esperar problemas e que Räikkönen é sincero, além de ser veloz. "Não espero problemas. Vai ser difícil vencer dele na pista, porque é um piloto muito rápido. Fora da pista nós nos damos muito bem, geralmente não tem muitas palavras trocadas, mas ele é muito direto, e isso é algo que eu admiro e não acontece tanto na Formula 1", elogiou.

A Ferrari vai estar nos testes de pré-temporada que começarão este domingo em Jerez, com Kimi Raikkonen ao volante.

Apresentações 2015: Sauber C34

Em Hinwill, a Sauber mostrou por fim o seu modelo C34. Pintado de azul e amarelo, as cores do seu grande patrocinador, o Banco do Brasil (graças a Felipe Nasr), o novo modelo espera ser bem melhor do que o carro anterior, que se revelou um verdadeiro desastre e fez com que a equipa não pontuasse pela primeira vez desde a sua temporada de estreia, em 1993.

Para Monisha Kalternborn, a responsável da marca, o desejo é deixar a temporada de 2014 para trás. “2014 foi um mau ano, mas isso já passou e agora estamos focados no que aí vem. Aprendemos muito e estamos confiantes para a nova época. Temos que melhorar e lutar por lugares nos pontos. Os nossos novos pilotos são uma lufada de ar fresco, são talentosos e estão altamente motivados. Estou confiante” disse Kaltenborn, que permanece na liderança de uma equipa que vai para a sua 23ª época na F1 sendo a quarta mais antiga do plantel. Será o sueco Marcus Ericsson o piloto encarregue do primeiro dia de testes em Jerez, que começam no domingo", comentou.

Felipe Nasr, o brasileiro que fará a sua temporada de estreia na Formula 1, diz que está a preparar-se para os desafios que aí vêm. Na minha temporada de estreia, há muito a aprender, especialmente por eu não ter andado em alguns circuitos ainda. Em geral, estou pronto para encarar este desafio”, começou por afirmar. 

No meu papel de reserva e piloto de testes da Williams no ano passado, eu estive envolvido em todos os finais de semana de corrida. Além disso, tive a chance de guiar o carro algumas vezes, então acho que tenho um certo entendimento de como é a Formula 1. Agora estou a dar o passo seguinte, que é ser piloto titular, e estou ansioso para trazer minha experiência de 2014 e ajudar a Sauber a voltar aos pontos”, concluiu.

O carro vai começar a andar este domingo em Jerez, com o sueco Ericsson ao volante.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

A foto do dia

Hoje, Jody Scheckter cumpre 65 anos de vida. Acho engraçado saber que ele tenha nascido precisamente onze dias depois de Gilles Villeneuve, seu companheiro de equipa na Ferrari em 1979 e 1980, e notoriamente um dos seus melhores amigos no automobilismo. Mas a foto que escolhi hoje (tirada por Robert Murphy) faz recuar ao inicio da sua carreira e à fama que tinha então. E o que fez mudar isso.

Scheckter, de origem judaica, era filho de um revendedor da Renault em East London, na África do Sul. Chegou à Grã-Bretanha em 1971 e rapidamente ganhou a alcunha de "Baby Bear" devido ao facto de ter pé pesado e não ser lá muito delicado em termos de condução... a sua velocidade foi vista pela McLaren, que o contratou no final de 1972 para o seu terceiro carro. Cedo mostrou que podia acompanhar os pilotos da frente, mas não conseguia levar o carro até ao fim.

Aquela temporada de 1973 mostrou um Scheckter selvagem, mas tornou-se marcante para a memória do jovem sul-africano. A marca tinha-lhe dado um contrato para correr no terceiro carro da marca, no ano em que iriam lançar o M23, o carro mais bem sucedido até então. Não correu com ele em Kyalami, mas deu nas vistas, andando no terceiro posto até perto do final, onde teve problemas mecânicos e abandonou.

A sua segunda oportunidade foi em Paul Ricard, no GP de França, onde conseguiu ficar na primeira fila, ao lado de Ronnie Peterson e de Jackie Stewart. E durante muito tempo, liderou a corrida, acossado por Emerson Fittipaldi, que sempre o tentou passar, sem sucesso. Até que na volta 41, o brasileiro tentou passá-lo numa manobra arriscada, do qual Scheckter só teve tempo para fechar a porta.

Apesar de ter sido ele a arriscar, Fittipaldi não hesitou em afirmar que Scheckter era um perigo. E na corrida seguinte, em Silverstone, ao arrancar outra vez das primeiras posições e causar a carambola que eliminou onze carros da prova, parecia que o campeão do mundo tinha razão.

Mas o momento em que muda Jody Scheckter para sempre acontecerá na última corrida do ano, quando ele já têm no seu chassis o numero 0 (apropriado...) e a fama continuava. Na corrida anterior, em Mosport, tinha causado uma colisão com o Tyrrell de Francois Cevért, que causou a interrupção da corrida e a infame entrada do Pace Car, que deu uma enorme confusão. Apesar de todas as advertências, isso foi o suficiente para que Ken Tyrrell o quisesse para a sua equipa em 1974, já que Jackie Stewart iria retirar-se. Ele iria correr ao lado de Francois Cevért, que não tinha esquecido o que tinha acontecido na corrida anterior, e - conta-se - quando viu o McLaren, decidiu acelerar mais do que devia.

Uma coisa é certa: Scheckter foi o primeiro carro a chegar ao local do acidente fatal. Foi o primeiro a ver a Formula 1 no seu pior. E deve ter sido uma imagem que o marcou para o resto da sua carreira e da sua vida. Ele fala que aquela visão o fez dosear a sua agressividade, e que apenas queria ser campeão do mundo, para poder ir embora. Quando o fez, em 1979, cumpriu o ano que faltava na Scuderia antes de ir embora de vez, aos 30 anos de idade. Poucos se tinham retirado tão cedo como ele, e a razão era válida: conseguira o que queria, e não fazia mais nada por ali.

Youtube Racing Presentation: A apresentação da NASCAR na NBC Sports

Não sou ultra-fã da NASCAR, mas esta apresentação da NBC Sports com o ator Nick Offerman, o infame Ron Swanson da comédia "Parks and Recreation", está muito bem feito, diga-se.

Esta vi no sitio do Flávio Gomes.

Ultima Hora: Prova de abertura da IndyCar foi cancelada

A Brasilia Indy 300, que seria a prova de abertura da IndyCar em 2015, foi cancelada esta noite pela entidade que cuida do circuito. O anuncio foi feito unilateralmente pela TerraCap, a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal.

"A Band informa que a TerraCap, a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal, que contratou a emissora para realizar a etapa brasileira da formula Indy, cancelou unilateralmente a prova marcada para o dia 8 de março. O cancelamento da "Brasilia Indy 300" foi informado à direção da emissora na tarde desta quinta-feira (29). A Band, promotora do evento, informará nos próximos dias como será feita a devolução do pagamento desses ingressos. A emissora lamenta a atitude precipitada e vai seguir investindo no esporte e de grandes eventos", concluiu.

A noticia do cancelamento era já esperada, depois das complicações relativas às obras de renovação do Autódromo Nelson Piquet, inaugurado 40 anos antes. Estas começaram apenas no inicio de novembro, muito em cima do ato para a realização da prova, marcada para o dia 8 de março. Para além disso, existem suspeitas de sobrefaturamento nas obras e os rumores correm sobre a possibilidade do Ministério Público se envolver nisto. 

E o mais estranho é que hoje, tinha surgido a noticia de que a prova tinha encontrado... o seu patrocinador!

Agora resta saber o que poderá acontecer no futuro. E muitos estão pessimistas, pois fala-se da completa destruição do autódromo para erguer outros equipamentos, por exemplo. Veremos o que isto dará. Mas a ideia de uma corrida por aquelas bandas tão cedo não acontecerá. Alternativas, precisam-se, caso contrário, a hipótse da emissora Bandeirantes poderá ser processada pela IndyCar é bem real, por quebra de contrato.

Será isto? (II)



A Mercedes andou o dia todo a meter videos (como se fosse um espião...) do "shakedown" do W06 em Silverstone, numa altura em que as coisas ameaçavam uma tempestade de neve por lá. E pelos vistos, poderá ser uma continuidade do carro campeão de 2014, embora com linhas mais "limpas"...

Não se sabe quem andou com o carro, mas parece ser elegante.

Será isto?

Deixando a Formula 1 de lado, esta tarde, a Nissan começa a revelar aos poucos o que poderá ser o seu carro de Endurance, cuja apresentação acontecerá este domingo.

Não se vê grande coisa, e não se sabe onde é que esta foto foi tirada. Mas pelos vistos, parece que se confirma que o carro será vermelho e não terá o motor atrás, como têm Audi, Porsche e Toyota. E falta muita coisa sobre, por exemplo, quem são os pilotos.

Aos poucos, ficamos com uma ideia do que virá por aí. Resta saber se será capaz de andar ao lado dos outros nesta categoria. 

Apresentaçoes 2015: McLaren MP4-30

A McLaren mostrou hoje o seu carro... e francamente, decepcionou. Falo pelas cores, claro. Depois de expectativas sobre o que iriam usar, após o final da parceria de vinte anos com a Mercedes, sobre se iriam usar o vermelho e branco da Marlboro, se iriam regressar às origens, com o "Papaya Orange", no final, mantiveram-se com o cinzento com uma faixa vermelha, semelhante a, por exemplo, o modelo de 2005. Quanto às cores, a explicação é simples: Ron Dennis adora o cinzento.

Apesar do filme de apresentação eles falarem muito da parceria anterior da Honda - entre 1988 e 1992, com quatro campeonatos de pilotos e construtores - as expectativas são altas, e o seu potencial pareceu ser o suficiente para atrair de novo Fernando Alonso, que parece querer regressar para resolver algo que ficou pendente em 2007, que é o título mundial.

"Estamos preparados para aprender com o carro, mas é claro, dá para ver que dentro McLaren-Honda existe um comprometimento total quando estamos a começar esta nova parceria", começa por dizer Alonso nesta apresentação oficial. "Estamos todos focados no desafio que temos pela frente, e eu me sinto extremamente honrado de fazer parte de uma relação que tem partilhado muita história. O meu objetivo é ajudar a escrever um novo capítulo na história da McLaren-Honda. Entendemos o esforço e trabalho que a equipa está a tomar para que a McLaren-Honda volte para o seu devido lugar, que é na parte da frente da grelha, e toda a nossa energia está focada nesse objetivo", concluiu.

Quanto ao carro, é convencional. O nariz é baixo, sem apêndices aerodinâmicos "estranhos", e a entradas de ar, bem como os radiadores, alinham nessa convencionalidade. Talvez seja aquilo que Eric Bouller anda a falar, de que se pensou mais em arranjar um carro mais eficaz em termos aerodinâmicos.

"Existe uma fome real para demonstrar as nossas capacidades e o enorme talento que compartilhamos entre nós [McLaren e Honda], e eu estou totalmente comprometido com este progresso para alcançar ainda mais sucesso juntos", começa por dizer Ron Dennis. "O lançamento da McLaren-Honda MP4-30 marca o início de uma longa jornada. Já percorremos um longo caminho e, embora ainda haja muito trabalho a fazer antes que possamos repetir o nível de sucesso nós apreciamos juntos na nossa parceria anterior, há mais de 25 anos, já está claro que existe uma enorme sinergia e potencial em nossa parceria, e eu tenho certeza de que, juntos, nós vamos chegar a onde queremos ser: vencedora de Grandes Prémios e, eventualmente, Campeonatos Mundiais como McLaren-Honda", concluiu.

Já Eric Boullier, o diretor-desportivo da equipa, afirmou que as mudanças, apesar de grandes, espera que sirvam para preservar o ADN da equipa. "Mudamos a filosofia do carro, mas o DNA da McLaren continua aqui", começou por afirmar.

"Queremos assegurar que nossos pilotos possam dirigir até o limite do carro. O início da temporada é um período de grande mudança, mas queremos mudar para melhor. Para uma equipa com este património, poder olhar para os sucessos do passado é extremamente importante. Você pode estar certo que, em conjunto com a Honda, estamos totalmente focados em formar uma excelente parceria", ressalvou.

Apresentado o carro em Woking, a nova máquina está a ser colocada em camiões para estar pronto a testar em Jerez, a partir do dia 1 de fevereiro.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Noticias: Haas anuncia pilotos no final do verão

Gene Haas está a construir lentamente - mas provavelmente em passos seguros - o seu projeto de Formula 1. Este quarta-feira, ao falar com alguns jornalistas em Charlotte, afirmou que já têm 150 pessoas a trabalhar no projeto - espalhados entre Estados Unidos, Grã-Bretanha e Itália - e espera ter escolhidos os seus pilotos para o final do verão, com a prioridade a serem os pilotos de testes da Ferrari, bem como os americanos.

"A escolha dos pilotos acontecerá no final deste verão", disse Haas em declarações captadas pela Autoweek americana. "Vamos precisar de olhar em volta, ver quem está disponível. Não poderia haver uma nova safra de jovens condutores. As grandes equipes querem pilotos na casa dos seus 20 anos", concluiu.

Isso significa que Haas poderá querer pilotos como Alexander Rossi, que esteve na Marussia em 2014, ou Jean-Eric Vergne, ex-piloto da Toro Rosso e este ano será piloto de desenvolvimento da Ferrari em 2015, tal como o mexicano Esteban Gutierrez.

Como a Haas vai ter motores Ferrari e uma estreita colaboração com a equipa italiana, provavelmente os pilotos escolhidos poderão ser alguém que terá conhecimento das coisas na marca de Maranello.

Youtube Formula 1 Teaser: Faltam dois dias para o novo McLaren...

A dois dias da apresentação do carro novo, a McLaren lançou esta noite este video engraçado em que lembra o mitico filme "Regresso ao Futuro", com Fernando Alonso e Jenson Button. E onde até se fazem piadas sobre pilotos passados...

A situação da Force India (II)

Falei à tarde sobre a situação da Force India, onde eles afirmavam que não iriam estar nos testes da Formula 1 em Jerez - pois o chassis não estaria pronto a tempo - mas novos dados, sobretudo uma matéria da brasileira Grande Prêmio, que saiu no final desta tarde, parece que colocam as coisas num panorama ainda mais negro do que se esperava. É que a equipa de Vijay Mallya poderá estar em colapso financeiro, com a hipótese de venda, para evitar a saída de cena e reduzir o pelotão da Formula 1 a 16 carros.

Segundo o site, que têm como base o sitio alemão F1 Insider, a equipa falhou o pagamento aos fornecedores, "e se não entrar dinheiro nas contas da empresa nas próximas duas semanas, acredita-se que mesmo as participações nas duas primeiras provas da temporada, Austrália e Malásia, estarão em perigo". Esta situação já foi comunicada ao Grupo de Estratégia, e o sitio fala que a equipa poderá já estar à venda.

Isto tudo acontece numa altura em que os dois proprietários da equipa, Vijay Mallya e Roy Subrata Sahara, estão em maus lençóis. O primeiro, no processo de falência da Kingfisher Air, e o segundo no processo de fraude fiscal do grupo com o mesmo nome, que colocou o seu proprietário na prisão desde março do ano passado. As autoridades exigem que Sahara pague cerca de 1600 milhões de euros, e segundo os média indianos, a sua família procurou refugio na Macedónia, onde adquiriram a nacionalidade local.

Para piorar as coisas, segundo conta o Joe Saward no seu sitio, Sahara poderá aproveitar a ocasião para vender a sua parte de 40 por cento na equipa e aproveitar para resolver as suas coisas com a justiça local. Já da parte de Mallya, ele é procurado pelos credores para pagar a sua parte no caso da Kingfisher Air, falida desde meados de 2012 e que se arrasta pelos tribunais. Logo, a disponibilidade de Mallya viajar pelo estrangeiro este ano não deverá ser muita, e isso numa altura critica como esta, não calha muito bem.

É óbvio que não são boas noticias, mas não são uma surpresa total. Tenho ouvido conversas de salários em atraso a mecânicos e engenheiros, E a história da Sauber, contada aqui na semana passada, é apenas mais uma da atual situação da Formula 1, onde tirando as equipas do Grupo de Estratégia, todas estão à beira da falência devido aos altos custos de manter uma equipa. Quando se fala em valores a rondar os 120 milhões de euros, ou que a Mercedes e a Red Bull poderão ter gasto mil milhões de euros cada um, nos últimos quatro anos, faz-nos pensar no rumo a que isto está a levar.

Veremos como serão as coisas nas próximas semanas.

Será isto?

O jornal espanhol "Marca" colocou esta imagem na sua edição de ontem, onde se fala que este poderá ser o modelo MP4-30, que será apresentado no dia 30 de janeiro. Ali, fala-se que, primeiro que tudo, andará com uma pintura provisoria até ao inicio da temporada, ou seja, nós o veremos de preto antes que decidam que cor ele deve ter.

O bólido, desenhado de raíz por Peter Prodromou, antigo braço-direito de Adrian Newey, já teve o seu motor ligado no inicio da semana, e pela imagem, demonstra ter um bico abaixado, semelhante ao que tinha a Red Bull com o seu modelo RB10. Terá um "S-Duct" debaixo do nariz, para fazer circular o ar, mas o principal é que eles afirmam ter conseguido muita carga aerodinâmica em relação ao modelo anterior, o MP4-29. Segundo Eric Boullier, o diretor-desportivo da marca, o carro vai ser mais eficiente.

Resta saber a parte do motor Honda, do qual ainda existem pontos de interrogação. Mas somente em Jerez é que veremos alguma coisa.


A situação da Force India

Sabia-se que a apresentação da semana passada da Force India era apenas das novas cores, pois o chassis só aparecerá nos testes de Barcelona, a partir de 19 de fevereiro, mas o que não se sabia eram que eles não iriam aparecer nos ensaios de Jerez, que começam este domingo. Numa mensagem publicada na sua página do Twitter, a Force India explicou que “as oportunidades de aprendizagem seriam limitadas, por isso o foco é agora Barcelona”.

Horas antes, porém, Andrew Green, o diretor técnico da equipa, explica o que se passou entre ambas as temporadas e as expectativas que este novo chassis está a ser criada dentro da equipa de Sergio Perez e Nico Hulkenberg. E que o potencial deste carro só será mostrado em todo o seu esplendor a partir do GP de Espanha, em maio.

A mudança de túnel de vento, para trabalharmos nas instalações de Colónia, permitiram-nos encontrar novas soluções e achamos melhor investir o nosso tempo no desenvolvimento do carro por mais três semanas, do que apressar a entrada em pista com soluções menos competitivas. O verdadeiro VJM08 só será visto no GP de Espanha, em maio, terá uma suspensão hidráulica e soluções muito interessantes. Este é um ano importante para nós, pois chegou a hora de confirmarmos a nossa progressão e entrarmos na luta com as equipas grandes”, comentou.

Entretanto, soube-se também pelos lados da Force India que o lugar de terceiro piloto está em leilão. O preço? Cinco milhões de euros. O problema é que isso é muito, e está a afastar muito potencial piloto, mesmo com a possibilidade de aparecer em sete sessões de treinos livres ao longo da temporada. Pelo que se fala, foi isso que fez decidir o campeão da GP2, Joylon Palmer, a ser o terceiro piloto da Lotus, por exemplo.

E numa altura em que a Force India precisa de dinheiro para ter uma temporada sem problemas - há rumores de salários em atraso aos funcionários - estas noticias parecem não ser assim tão boas para aqueles lados. Mas poderiam estar pior, como por exemplo, a Sauber.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Youtube Racing Crash: Dois mil cavalos sem controle num Lamborghini


Poder sem controle é uma inutilidade. Ter um carro potente como um Lamborghini Gallardo pode ter as suas dificuldades em termos de controle, se não o modificarem. Mas um V10 com dois turbocompressores, elevando a potência para... dois mil cavalos (sim, leram bem, 2000cv, o dobro de um Formula 1 turbo nos anos 80), como seria?

Bom, neste caso em concreto, um carro sem controle. Num teste em linha reta, o carro perdeu o controle (pelo barulho, devia ter a ver com a caixa de velocidades) e acabou num lago ao lado dessa reta. Em vez de chegar aos 400 km/hora, acabou todo molhado e o condutor ferido no orgulho. 


Bom, lá vai ele de volta à oficina para ver o que correu mal... esta vi no site Ainanas.

O preço a pagar para ver a Formula 1

Isto é interessante, pois veio no site F1 Fanatic (e descoberto originalmente pelo João Pedro Quesado, do Potenza Blog) e explica-se em poucas linhas. O pessoal do site pediu a fãs de 47 países para lhe dizerem quanto é que gastavam para poderem ver a Formula 1 nos países onde já saiu do ar em sinal aberto e já está a correr em sinal fechado. 

Nesses 47 países, um pouco por todo o mundo, os números são discrepantes - como seria de esperar - e as coisas variam, desde países como a Itália e a Grã-Bretanha, onde os canais públicos só colocam no ar metade das corridas, até a países - como aqui em Portugal - onde temos de pagar para ver a Formula 1 por inteiro, em serviços que por vezes deixam muito a desejar e só podemos ver que estão ali para ganhar, não só para pagar à FOM, como também para ganhar a sua margem de lucro.

Mas ao contrário do que muitos pensam, não é na Grã-Bretanha que se paga muito, apesar do aumento de preços, das 352 libras para as 562 pagas por ano em 2015. E se quiserem HD (Alta Definição), o preço sobe para 751 libras, pouco mais de 800 euros.

Mas há sitios onde ter a Formula 1 em casa não dói no bolso dos telespectadores. Na Holanda, paga-se 150 euros por ano, apesar de em 2015, terem um piloto nacional na elite. E não falamos de um país com baixo custo de vida, como na Roménia, onde se paga apenas 78 euros por ano...

Em contraste, há os careiros. A Sky Sport neozelandesa cobra o equivalente a mil dólares locais por ano (pouco mais de 900 euros) para toda uma temporada. Os fãs dos antipodas lá se esforçam para pagar, mas não ficaria admirado que existam reclamações. Na Estónia, graças à ViaSat Baltic, eles pagam 911,52 euros por ano para poderem ver todas as corridas da Formula 1. É caro, para um pais que provavelmente terá metade do custo de vida da vizinha Finlândia, por exemplo. 

O caso português é caro. A Sport TV cobra 636 euros por ano para ter a Formula 1 perdido algures entre os canais 4 e 5, quando a corrida não é transmitida nas madrugadas, que é o caso das provas asiáticas, onde ganha privilégios de primeiro canal.

Apesar de Ecclestone cobrar cada vez mais para que transmitam a Formula 1, há países que resistem ao sinal fechado. Alemanha, Austrália, Áustria, Brasil (mesmo com o Galvão Bueno...) e Suiça são alguns países onde ainda podemos ver em sinal aberto. Resta saber por quanto tempo mais...

Youtube Formula 1 Video: o som da Ferrari SF15-T

É só daqui a alguns dias, mas a Ferrari decidiu lançar um video com o som do seu carro, numa de criar expectativas nos seus fãs sobre o que vai ser os seus carros, que irão ser lançados no final da semana.

Não se ouve nada de especial, mas para algumas pessoas, estes vinte segundos poderão significar muito.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Noticias: Chassis da Ferrari vai se chamar de SF15-T

A poucos dias da apresentação do novo Ferrari, a Scuderia apresentou a sigla do seu carro para 2015. E o código é SF15-T. A sigla é de fácil explicação: as letras simbolizam a Ferrari (Scuderia Ferrari), e o 15-T representam o ano e o motor, que é um V6 Turbo.

A sigla pode não ser tão atraente assim, mas vai ser o carro que será apresentado na próxima sexta-feira em Maranello, com Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen ao volante, e que vai tentar diminuir a diferença para a concorrência.

A foto do dia (II)

Há 70 anos nascia uma pessoa que vale um filme de Hollywood. Falo de alguém que era filho de um fabricante de frigorificos, que fez fortuna nessa área, esteve no exército britânico e que certo dia, falhou o paraquedas ao saltar do seu avião. Que quando acabou a tropa, decidiu continuar a perseguir por adrenalina e a conselho do seu amigo e vizinho Derek Bell, resolveu que o automobilismo era um excelente substituto. Pegou no dinheiro do pai e comprou carros, andando pela Formula 3 e Formula 5000, até chegar à Formula 1 num March que tinha comprado, no mesmo dia em que James Hunt se estreava na categoria máxima do automobilismo.

Tudo corria normalmente até ao dia 29 de julho de 1973, numa localidade costeira da Holanda chamada Zandvoort.

A história é conhecida. O exemplo que deu contrastou com a crueldade da cena, que o mundo inteiro via nas televisões. Os equivocos da organização foram inversamente proporcionais à indignação que resultou, alguns afirmando exageradamente que eles tinham deixado morrer o piloto que estava debaixo daquele carro, capotado e a arder.

Quem conhece a história, sabem do que falo. O herói que tentou inutilmente salvar o outro piloto era David Purley, que faria hoje 70 anos de idade. O "mártir" era Roger Williamson, que era considerado uma das maiores esperanças do automobilismo britânico, três vezes vencedor do campeonato britânico de Formula 3.

Foi Zandvoort que todos passaram a conhecer David Purley. Foi agraciado com a George Medal pela sua atitude naquela tarde holandesa, e deixou a Formula 1 por uns tempos, para vencer o campeonato de Formula 5000 na Grã-Bretanha. Quatro anos mais tarde, decidiu voltar à categoria máxima do automobilismo, construindo o seu próprio chassis, o LEC. Pediu a ajuda a Mike Pilbeam, que tinha desenhado os derradeiros BRM, e com a ajuda de Mike Earle, que doze anos depois, ajudou a fundar a Onyx, fez alguns feitos antes de, num treino em Silverstone, aparecer de novo nas noticias. 

Pelas piores razões.

Purley tentava qualificar o seu LEC para um lugar na grelha, que mais parecia uma "dança nas cadeiras", pois nesse final de semana, estreavam-se, entre outros, o Renault Turbo de Jean-Pierre Jabouille e o terceiro McLaren oficial, oferecido a um jovem canadiano chamado Gilles Villeneuve. Purley bateu forte na curva Club, depois do seu acelerador ter ficado preso. Sofreu uma desaceleração de 179,6 G's, e várias fraturas nas costelas, fémur e tornozelos. Muitos temiam pela sua vida, mas recuperou. ainda correu na Formula Aurora, mas não mais na Formula 1.

Mas Purley nunca deixou de procurar por adrenalina. Voltou a um velho amor, a aviação (tirou o brevet aos 15 anos!), e tornou-se acrobata, sempre arriscando por mais e melhor. Até que um dia, a 2 de julho de 1985, exagerou com o seu avião e caiu ao mar, sem que nunca conseguissem recuperar o seu corpo. Mas hoje em dia, todos se lembram dele, da sua equipa, e daquela tarde de verão holandês. E quem sabe, um dia, o veremos num ecrã de cinema próximo de nós...

A foto do dia

Há 40 anos, no calor de Interlagos, um homem cansado mal consegue erguer a bandeira brasileira, para assinalar a sua vitória, a primeira da sua carreira, que já ia na sua quarta temporada. Momentos depois, erguia o troféu num esforço quase titânico, quase a lembrar Ayrton Senna anos depois,  em 1991, quando também venceu pela primeira vez por ali. Estava na Brabham desde meados do ano anterior, depois de passagens pela equipa de Frank Williams (o primeiro brasileiro que teve, antes de Nelson Piquet, os Senna, Rubens Barrichello, Antônio Pizzonia e agora, Felipe Massa) e pela Surtees, que saiu a meio do ano depois de se zangar com "Big John" por causa dos maus chassis que ele tinha e o caos organizativo daquela equipa.

Para quem quiser ver, escrevi hoje sobre esse dia no site Motordrome Brasil, e podemos ver que a vitória de Pace teve o seu quê de sorte: o Shadow de Jean-Pierre Jarier estava a caminhar imparável, rumo a uma vitória quase certa, que tinha lhe sido roubada quinze dias antes, quando o seu carro nem sequer saiu das boxes, após uma surpreendente "pole-position". Jarier tinha repetido a dose em Interlagos, e o facto de Carlos Reutemann,  seu companheiro de equipa, ter sido um "tampão", impedindo que os outros pudessem perseguir Jarier, também ajudou.

No final, o francês ficou sem motor a pouco menos de dez voltas do final. E "Môco" ainda teve forças para aguentar os ataques de Emerson Fittipaldi, que queria repetir a vitória de Buenos Aires para ser o lider destacado do campeonato e tentar o "tri". A diferença entre os dois ficou-se pelos 5,7 segundos. Cansado, saiu do carro e ergueu com dificuldade a bandeira brasileira, perante o delirio do público, que pela primeira vez, viu dois brasileiros no pódio. Só voltaria a celebrar dessa forma onze anos depois, noutro circuito, com uma nova geração de pilotos.

Lembro de ver as publicidades da época. das expectativas de verem Pace como o rival de fittipaldi e que ele poderia ser outro candidato a campeão. O carro de 1975, de facto, era bom, mas quando Bernie Ecclestone decidiu trocar pelos "flat-12" da Alfa Romeo, no ano seguinte, as coisas andaram para trás. poderia ter saído da equipa, como fez Carlos Reutemann, mas não o fez. A primeira grande recompensa aconteceu no inicio de 1977, quando é segundo classificado em Buenos Aires, atrás do surpreendente Wolf de Jody Scheckter

Só não teve tempo para mais. Bernie Ecclestone contou, tempos depois, que se não fosse Pace, não teria contratado Niki Lauda. Mas o gosto brasileiro na Brabham ficou, e ano e meio depois do seu desaparecimento, foi buscar o jovem Nelson Piquet, e ele cresceu ao ponto de conseguir dois títulos mundiais para ele. E lá ficou oito temporadas, até 1985, no mesmo em que a autarquia paulistana decidiu rebatizar o autódromo com o nome de Pace.

No final, só podemos dizer que teve tempo para saborear a vitória. Temos pena que não tenham sido mais vezes, pois não houve tempo para isso. 

Mas mesmo assim... que viva "Moco", viva!

Apresentações 2015: O Lotus E23


A Lotus colocou esta tarde as imagens do seu novo carro, o modelo E23, na sua página oficial no Twitter. Mantendo a dupla para esta temporada (para quem não sabe, é constituída por Pastor Maldonado e Romain Grosjean), o grande desafio é que a marca de Enstone terá motores Mercedes, em troca com os Renault que lá estavam no ano passado.

Depois de uma péssima temporada - onde conseguiram apenas dez pontos - a Lotus tenta agora inverter a tendência da mesma fora que fez a Williams em 2014, depois de uma péssima temporada no ano anterior. A grande novidade é o nariz, que depois de ter um mais ousado na temporada anterior, passou para um mais convencional para 2015.

Matthew Carter, o CEO da equipa de Enstone, afirmou que "Há um enorme impulso para terminar o carro [antes dos primeiros testes, em Jerez], mas estamos no caminho certo", começou por dizer à Autosport britânica.

"Assim como algumas outras equipes, nós iremos fazer alguns acabamentos em Jerez - mas até agora as coisas estão a correr bem. Os dados que estamos a receber do túnel de vento são animadores, e já temos atualizações para o nariz e a asa dianteira, que estão na calha para o início da temporada", concluiu.

Nick Chester, o diretor técnico da marca, afirmou que “efetuámos um grande progresso no túnel de vento em áreas como a montagem e o arrefecimento. Esperamos que o E23 tenham um desempenho muito melhor do que o seu antecessor. Em termos de suspensões, o desenho é específico para as regras atualizadas, por isso não tentámos evoluir um sistema originalmente tencionado para trabalhar de forma diferente”, contou.

O carro rodará em Jerez a 1 de fevereiro, e ainda não se sabe em que dias os pilotos trabalharão no novo carro.

domingo, 25 de janeiro de 2015

WRC 2015 - Rali de Monte Carlo (Final)

Como esperado, Sebastien Ogier chegou ao fim no primeiro lugar, levando consigo os outros dois carros da Volkswagen, numa vitória em toda a linha da marca alemã, pois Jari-Matti Latvala e Anders Mikkelsen ficaram com os restantes lugares do pódio. Sebastien Löeb chegou ao fim, no oitavo lugar, enquanto que Robert Kubica ficou sem travões na penúltima classificativa e acabou por bater e abandonar... depois de vencer quatro troços do Monte Carlo.

A vitória em Monte Carlo significa muito para mim, por ser tão perto de casa e por ser o primeiro rali da época. Foi um enorme desafio mas a satisfação é ainda maior quando assim é. As condições foram muito traiçoeiras este ano mas o rali teve a melhor atmosfera de um rali que eu já conheci e o apoio que recebi foi incrível”, disse Ogier, no final do rali.

Contudo, nem tudo foi perfeito, pois na Power stage, os Citroen foram melhores, com Kris Meeke a ser o primeiro, seguido por Sebastien Löeb. Jari-Matti Latvala ficou com o terceiro lugar. E Sebastien Löeb, mesmo que tenha acabado no oitavo lugar, confessou que se divertiu por aqui: OK, estou desapontado com o erro mas tive algum prazer, voltando a divertir-me num rali com uma grande atmosfera e foi bom chegar ao fim”. 

Questionado sobre se ele poderia repetir o feito durante a temporada, respondeu: “Não tenho planos por agora”.

A grande novidade neste terceiro dia foi na Hyundai, onde Dani Sordo e Thierry Neuville lutaram pelo quinto lugar, com o piloto belga a ser o melhor graças a uma melhor escolha dos pneus. Mas ambos ficaram atrás de Mads Ostberg, o quarto classificado no final deste rali e "o melhor dos outros".

Elfyn Evans foi o sétimo e o melhor dos Ford, na frente de Löeb, e a fechar o "top ten" ficaram o Ford de Martin Prokop e o Citroen de Kris Meeke.

O próximo rali será em terras suecas, de 12 a 15 de fevereiro.