Certamente que o 72 poderia ter tido um destino diferente se o conceito do modelo 76 tivesse resultado. Mas o concento era demasiado complexo - tinha quatro pedais, um deles para accionar um complexo sistema semiautomático de caixa de velocidades - e duas asas traseiras, ele fracassou após cinco corridas em 1974. Com Colin Chapman sem ideias por algum tempo, a Lotus arrastou-se e em 1975, mesmo com os esforços de Peterson, o 72 era um carro ultrapassado, mesmo com uma suspensão traseira redesenhada, uma nova entrada de ar. Tinha sido superado pelas máquinas, não só da Ferrari ou da McLaren, mas também da Brabham, Tyrrell, e até Hesketh ou Shadow.
Chapman, com isso em mente, tinha de inventar algo revolucionário o mais depressa possível. Já tinha uma ideias, mas precisava de tempo para aplicá-las. Para Ronnie Peterson, frustrado com o que acontecera na temporada, gostaria de voltar para um carro vencedor, ou iria pensar que estaria a desperdiçar os seus melhores anos num carro que não ia a lado algum, mesmo que tenha dado todas as suas vitórias até então?
Algum tempo antes, fora apresentado o 77, o sucessor do 72, para correr logo em 1976. Mas o olho de "expert" iria dizer que aquele chassis era pouco mais do que um 72 modernizado, e isso parecia instalar mais a dúvida que a certeza na mente de Peterson, que iria encarar a nova temporada sem muita crença de que voltaria às vitórias. E as tensões com Chapman aumentavam...
Independentemente das intrigas e das dúvidas, há meio século, um dos chassis mais vitoriosos da história da Formula 1 cruzava a meta pela última vez. Merecia uma melhor despedida, mas a genialidade de Colin Chapman também tinha as suas sombras.
quinta-feira, 30 de outubro de 2025
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Rumor do Dia: Tsunoda considera ir para a IndyCar?
WRC: Evans afirma que o "sangue-frio" é importante na luta pelo título
“Vou ser honesto — não estava confiante que era possível,” admite Evans, no final do rali. “O sábado não foi positivo para nós, e durante todo o fim de semana o Kalle e o Séb [Sebastien Ogier] foram claramente mais rápidos. Não esperava superá-los na Super Sunday, mas sabia que tinha de estar, pelo menos, perto. No fim, é positivo recuperar pontos; pode ser importante.”, continuou.
Evans decidiu adotar uma postura metódica para superar um dia de sábado que foi frustrante para ele, e para isso, decidiu ajustar o estilo de condução e as afinações do carro para reentrar no ritmo. “Foi tudo uma mistura,” explicou Evans. “Ajustei um pouco o meu estilo de condução, e também fizemos algumas alterações ao carro durante a noite — foi um passo positivo para mim. Hoje [domingo] tudo funcionou melhor.”
Com a atual situação do campeonato, e a pouco mais de uma semana do rali do Japão, Evans afirmou que não pretende pensar muito nisso. "É melhor assim. Se ficarmos demasiado stressados com o campeonato, perdemos o foco no trabalho. Por isso, concentro-me na tarefa em mãos.
"Depende muito do tempo no Japão,” nota Evans. “Já vimos que, quando chove, todas as folhas caem e a estrada fica quase limpa. Teremos de esperar para perceber como as coisas vão acontecer — não sei ainda se a posição na estrada será vantagem ou desvantagem.”
Youtube Automotive Adventure: De Luanda a Maputo numa suca... num automóvel (X)
Os nossos dois aventureiros, depois de terem atravessado a Namibia e o Botswana, chegaram por fim à África do Sul, mais concretamente, chegaram a Joanesburgo. Se agora não tem mais os problemas do carro a cair de podre em Angola e começaram a desfrutar da paisagem, chegados à África do Sul, estão prestes a entrar em Joanesburgo, cuja reputação é das piores do mundo.
quarta-feira, 29 de outubro de 2025
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Depois de Michael Schumacher ter ganho o título de pilotos, ainda tinha de ajudar a equipa para outra tarefa: dar à Benetton o inédito título de Construtores. A Williams, apesar de ter tido metade dos pontos do alemão, tinha dois pilotos suficientemente rápidos para tirar o campeonato das mãos do alemão, da equipa liderada por Flávio Briatore.
O pessoal não comemorou muito quando Schumacher alcançou o título em Ti-Aida, porque na semana seguinte, iam para Suzuka, correr non GP do Japão. E ainda por cima, como em 1994, a Formula 1 ia encarar mais um Grande Prémio... á chuva! Pelo menos no dia da corrida. Mas isso não impediu que Michael Schumacher ganhasse nova corrida, na frente de um regressado Mika Hakkinen, que tinha ficado ausente por causa da sua operação ao apêndice, e de Johnny Herbert, noutro Benetton. E sem Williams a pontuar, com ambos vitimas de despistes, essa discussão também acabou a uma corrida do final da temporada.
Mas o grande herói dessa corrida foi um que não chegou aos pontos, mas deu espectáculo. Aliás, se formos ver, a parte final dessa temporada de 1995 para Jean Alesi, é mais de um piloto que merecia ter ganho mais de uma corrida, se o carro colaborasse, e se fosse mais rápido que a concorrência. No caso japonês, Alesi teve um excelente final de semana. Com o carro cada vez melhor, e depois de ter conseguido um pódio em Nurburgring - uma corrida que deveria ter ganho, se acabasse cinco voltas antes - em Suzuka, andou muito bem nos treinos, conseguindo o segundo melhor tempo, passado apenas por Michael Schumacher.
E foi aqui que começou um espetáculo chamado Jean Alesi.
Largando de segundo na grelha, ele manteve a posição, mas imediatamente a seguir, os comissários afirmaram que ele teria mexido o carro na grelha antes de tempo e obrigaram a passar pelas boxes para tomar uma penalização de dez segundos (já agora, Gerhard Berger, seu companheiro de equipa, também apanhou). Regressou à pista em décimo e na volta seguinte, decidiu calçar pneus "slick", mas até lá, o seu estilo de condução era o equivalente a alguém estar possesso. Um dos pilotos que passou fora Johnny Herbert, e mesmo com os excessos a acabarem com ele na relva, continuou, para depois ir às boxes na volta sete e colocar pneus para pisto seco, embora ainda estivesse húmido.
Na frente, Schumacher mantinha a liderança, depois de Mika Hakkinen ter liderado por uma volta. Apesar do alemão aparentemente ter tudo controlado, começava a ser ameaçado, não por Hill ou Coulthard... mas por Alesi. Mais rápido que o alemão, a diferença tinha diminuído bastante ao ponto de na volta 25, já estar a ver, ao longe, a traseira do Benetton. Mas ali, o azar interveio, quando o seu diferencial cedeu e ele teve de parar de vez. Mais uma desilusão para o francês, mas até ali, tinha dado um espetáculo memorável para os que tinham ido a pista e os que viam a corrida pela televisão.
"Estava a divertir-me muito, mas não seria novamente o meu dia. O veio de transmissão partiu-se e todo o óleo vazou do diferencial.", contou Alesi, muitos anos depois.
Acho que diz muito, não só da rapidez do piloto, mas máquinas que guiou e do facto de ter estado no lugar certo, mas na altura errada.
Youtube Automotive Video: O design idiota dos carros do século XXI
WRC: Ogier afirma que a luta pelo título está em aberto
Sebastien Ogier decidiu lutar por um nono título mundial em 2025 - apesar de não ter participado em três ralis - e a uma semana do Rali do Japão, ele afirmou que a luta pelo título é algo em aberto com Kalle Rovanpera e Elfyn Evans. Mesmo tendo desistido no rali da Europa Central, a primeira da temporada, ele afirma que a distância é tão pouca que os ralis do Japão e da Arábia Saudita serão decisivos no campeonato.
terça-feira, 28 de outubro de 2025
A imagem do dia
Hoje em dia, faz a sua vida entre Londres e as suas fazendas de café nos arredores de São Paulo, logo, aparece cada vez menos no paddock. Mas quando aparece, parece ter a estamina de um homem de 75 anos do que a sua idade real...
O homem que foi "manager" de Jochen Rindt, que depois foi o dono da Brabham de 1972 a 1987, e depois, da Formula 1, até vender à Liberty Media, em 2017, de uma certa maneira, revolucionou a Formula 1, especialmente porque viu o poder da televisão, o meio mais poderoso da altura, algures nos anos 70. Depois desta ter dado um pulo tecnológico, com a introdução da TV a cores, e da transmissão por via satélite, faltava algo que fizesse o espectador agarrar-se ao sofá, mesmo estando a milhares de quilómetros de distancia. Unificar juma transmissão ao longo de 14, 16 ou 17 cadeias de televisão diferentes, e nem todas com câmaras suficientemente modernas para transmitir ao vivo e a cores - e até em países onde sequer havia um serviço de televisão, como a África do Sul, que só teve em 1976 - foi um trabalho de paciência e labor intensivo.
Bernie conseguiu o que queria, e depois exigiu o suficiente para poder distribuir pelas equipas. Quando em 1978 quis ser o presidente da FOCA, a associação de equipas de Formula 1, prometendo que iria distribuir um milhão de dólares por cada equipa, sabia do que estava a falar porque tinha jeito para isso. Ele falava pelos outros, numa altura em que quem mandava nas pistas eram os seus donos, não os pilotos ou os construtores. E sequer a FISA, que - por coincidência - viu chegar um francês, Jean-Marie Balestre, que também queria que a palavra da FISA fosse lei. Com duas personagens fortes, a rota de colisão entre ambos foi inevitável, em 1980-81, quando a Formula 1 esteve muito perto da cisão (mais sobre isso daqui a uns dias).
A sua maior ambição era a América. Tentou muitas vezes, mas fracassou quase sempre. De uma certa forma, o facto de ter vendido à Liberty deve ter sido uma forma de pensar que, com eles, iria conseguir aquilo que sempre sonhou, mas não conseguiu à sua maneira. Não sei o que terá dito quando viu o que acabaram por fazer (Drive to Survive, redes sociais, "F1"), mas o que posso afirmar é que, sabendo da sua idade e das suas limitações, eles fariam um trabalho melhor que ele. Afinal de contas, falamos de alguém que disse, certo dia, o que preferia trabalhar com o espectador de 70 anos com um Rolex no pulso...
Apesar de por vezes ter tido alguns incidentes - a história dos direitos televisivos, o mais grave dos quais levou-o a tribunal, em 2014, o "Acordo dos Cem Anos" com a FIA, em 2002, onde praticamente ele ficou com tudo, em troca de pagamentos superiores a dez milhões de dólares por cerca de uma década - , da sua relação algo estranha com a imprensa - o que mais admiro nele é o seu humor negro. Afinal de contas, quando foi agredido na rua, em Londres, no final de 2010, teve o suficiente bom humor e a perspicácia para, uns dias depois, pedir à Hublot que fizesse este anuncio publicitário (sim isto é real, não é nenhuma piada!)
Noticias: Rovanpera testou em Jerez num Formula 2
Semanas depois de ter anunciado que iria trocar as classificativas para as pistas, Kalle Rovanpera testou em Jerez num Formula 2, em preparação para a temporada de Super Formula japonesa para 2026. Preparado pela Hitech TGR, para a ocasião, o carro apresentava uma decoração especial, com as cores da Toyota Gazoo Racing, parceira da equipa Hitech.
Agora, Rovanpera prepara-se para o rali do Japão, a penúltima prova do mundial, que acontece entre os dias 6 e 9 de novembro, onde ainda luta por um título mundial, que a conquistar´será o terceiro, depois dos títulos de 2022 e 2023.
Youtube Automotive Adventure: De Luanda a Maputo numa suca... num automóvel (IX)
segunda-feira, 27 de outubro de 2025
Meteo: Interlagos poderá ser chuvoso
Claro, ainda falta muito, e as perspectivas meteorológicas poderão mudar ao longo dos próximos dias, mas a ideia de um final de semana chuvoso numa altura decisiva do campeonato é algo que poderá apimentar o final de semana paulista.
WRC: Solberg fala com todos
Oliver Solberg é o nome do momento. Campeão do WRC2, e vencedor do Rali da Estónia, na única vez que correu num Rally1 nesta temporada, o sueco, filho de Petter Solberg, o piloto de 23 anos está a ser considerado como um nome do futuro, especialmente depois de Kalle Rovanpera ter anunciado que iria tentar a sua sorte nas pistas a partir de 2026.
Com as portas abertas na Toyota, Solberg disse no site rallyjournal.com que espera ter uma oportunidade para fazer uma temporada completa na categoria principal. Ele prioriza a Toyota, mas ele está disposto a falar com as restantes equipas.
“Vamos ver o que acontece” começou por dizer Solberg. “Espero ter uma oportunidade, onde quer que seja, para o próximo ano, com um programa completo. Esse é o sonho. Espero ficar com a Toyota, mas estou a negociar com toda a gente — tentamos manter contacto e manter todas as portas abertas para ver o que é possível”.
O piloto sueco comentou ainda a decisão de Rovanperä de tentar a via da Fórmula 1, reconhecendo a ambição do finlandês e a lógica de avançar enquanto a idade ainda permite perseguir essa oportunidade.
“Ele tem só 25 anos. Se pode tentar, por que não? Pode voltar aos ralis mais tarde. Mas na Fórmula 1, daqui a dez anos, já não pode tentar. Eu nunca faria algo assim. Gosto de ralis, é divertido e estás sempre a enfrentar coisas novas. Experimentei fazer corridas em circuito algumas vezes, e detesto: é sempre a mesma coisa, volta após volta.”
Youtube Automotive Video: Brasil, o novo mercado dos carros elétricos... para a China
A China, por estes dias, é o lugar onde se fazem mais carros elétricos. E há tantos que o país precisa de exportar, porque é assim que está moldada a sua economia. Contudo, com as tarifas nos Estados Unidos, a China tem de arranjar novos marcados para poder colocar os seus carros - é a opção mais fácil, já que construir novas fábricas demora muito mais tempo.
E os novos mercados são... o Sudeste Asiático, e a América do Sul, especialmente o Brasil, que viu em 2024 a venda de mais de cem mil automóveis elétricos vindos da China. Parece ser pouco significante, pelo facto da economia ser enorme, mas são mais cem mil automóveis em relação a 2023. E as pessoas, nas ruas de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, começam a notar cada vez mais elétricos nas ruas das suas cidades.
E é isso que fala este video, da CNBC.
Youtube Automotive Adventure: De Luanda a Maputo numa suca... num automóvel (VIII)
Noticias: Norris não se importou com as vaias
“Isso é o desporto, às vezes. Não sei porquê [dos assobios], mas estava a rir-me. Acho que até torna tudo mais divertido para mim. Claro que preferia que me aplaudissem, mas concentro-me em fazer o meu trabalho. Aconteceu o mesmo em Monza e noutros lugares.”
Sobre a ideia de que a McLaren o favoreceu este ano em detrimento de Oscar Piastri, que era o líder até esta corrida, ele refere que eram decisões de corrida, recordando até episódios como o do Grande Prémio de Itália, onde Piastri perdeu pontos ao cumprir uma ordem de equipa depois de uma paragem lenta de Norris:
“Se quiserem pensar isso, têm todo o direito. Podem pensar o que quiserem. Da nossa parte, como equipa, tentamos sempre agir de forma justa. Foi o que dissemos naquela altura. Foi o mesmo há dois anos, em Budapeste. Eu podia ter ganho a corrida e não o fiz. Deixei o Oscar passar porque ele merecia ganhar. Em Monza, foi uma decisão incorreta da equipa ao parar primeiro o Oscar. Se querem falar dos três pontos, podem fazê-lo, mas cada um é livre de pensar o que quiser. O Oscar mereceu ganhar em Budapeste no ano passado e eu merecia estar à frente em Monza. Simples.”
A quatro corridas do final - mais duas Sprint Races - ambos os pilotos estão separados por um ponto.
domingo, 26 de outubro de 2025
A imagem do dia
A Autosprint italiana contou nesta semana o caso, e entrevistou Pino Zaccaria. Quem? Um dos dois policias que abortou o plano de rapto do "Commendatore" em Modena, nesse dia 25 de outubro, um sábado. E não era um dia qualquer: dali a algumas horas, iria ser apresentado na pista de Fiorano o carro para 1976, com Lauda e Regazzoni presentes.
Zaccaria, agora reformado, conta os pormenores do que aconteceu nesse dia à revista italiana:
"Nessa manhã, Enzo Ferrari estava na barbearia de Massimo D'Elia, no Corso Canal Grande, a poucos passos do tribunal. Para o Comendador, era um ritual diário, um hábito agradável, fazer a barba ao seu barbeiro de confiança, que por acaso era também sogro de Franco Gozzi, um dos associados mais próximos de Drake. Ia lá todas as manhãs escoltado pelo seu motorista Dino Tagliazzucchi e pelo seu guarda-costas Valdemaro Valentini, um antigo colega da Polícia Estadual."
"Agimos imediatamente quando vimos que o carro de onde os dois indivíduos tinham saído alguns minutos antes estava a regressar a Corso Canal Grande. Ficou claro para nós que estavam prestes a entrar em ação."
"Abordámos os dois, empurrando-os em direção à entrada de um edifício para dificultar a sua fuga. Pedimos os seus documentos e os cartões de identidade que mostraram, que eram novinhos em folha, com os nomes de documentos emitidos em Milão quando os dois indivíduos tinham um forte sotaque romano."
"[De repente] um dos dois indivíduos tentou escapar. Eu persegui-o e houve uma luta violenta. Ele pontapeou-me algumas vezes, partindo-me as costelas, mas eu impedi-o. Eu era mais pequeno do que ele, mas consegui detê-lo e prendê-lo. Finalmente, um carro-patrulha, chamado por Valentini, interveio. Os dois suspeitos acabaram por ser algemados. Mas o jovem que eu tinha abordado, que mais tarde se descobriu ser um ex-pugilista amador, chegou à esquadra e atirou-se contra uma janela, ferindo-se. Esperava criar condições favoráveis para uma fuga subsequente do hospital onde poderia ser internado."
"Entretanto, os cúmplices no carro tinham desaparecido. Mais tarde, descobrimos que todos faziam parte de um grupo armado, formado por fugitivos [da prisão], que alegadamente apoiavam os dois criminosos detidos nessa manhã em Modena na tentativa de rapto de Enzo Ferrari. Tinham espingardas no carro. As nossas investigações revelaram posteriormente que o gangue era o grupo armado dos Marselheses, um dos clãs mais temíveis e criminosos daqueles anos, responsável por roubos sangrentos e uma infinidade de raptos."
Tudo isto sem o conhecimento de Ferrari, que estava a ter a sua rotina no centro de Modena. Horas depois, como planeado, iria apresentar o carro com Lauda, Regazzoni e toda a imprensa italiana e internacional.
Contudo, pouco tempo depois, a Questura informou o Drake do plano abortado, a segurança foi reforçada. Soube também quem tinham sido os agentes que impediram o plano, e quis encontrá-los no restaurante Cavallino, em Maranello. Para Zaccaria, o convite para almoçar tinha também outro: o de trabalhar para a Ferrari, cuidar do aparato de segurança.
Mas ele recusou o convite: "Recusei a oferta com pesar, embora fosse muito mais rentável do que aquilo que o Estado poderia oferecer. O engenheiro compreendeu e apreciou o meu gesto. Casei-me com a farda e nunca a traí."
E foi assim que se soube como estivemos perto de acontecer uma das histórias mais sensacionais da vida de Enzo Ferrari.
Formula 1 2025 - Ronda 20, Cidade do México (Corrida)
Depois de uma qualificação bem disputada, havia expectativas em relação à corrida mais alta da temporada - alta, no sentido de esta acontecer a mais de dois mil metros de altitude - na Cidade do México. A cinco corridas do final (mais duas corridas sprint), Oscar Piastri parecia estar aflito, depois de um mau final de semana em Austin, beneficiando Max Verstappen, que começa a aproximar-se perigosamente dos carros da McLaren.
Era verdade que Lando Norris tinha conseguido uma excelente pole-position. que lhe fava uma vantagem em relação ao resto, mas se Max Verstappen era apenas quinto, protegido pelos Ferrari, por exemplo, isso não queria dizer absolutamente nada porque a pista tem uma longa reta antes da primeira curva e se um dos pilotos largasse bem, poderia ser o suficiente para ganhar vantagem na travagem.
Antes da partida, boa parte dos pilotos escolheram os seus pneus. Boa parte partia de moles, com excepções: os Red Bull partiam com médios, tentando ficar o mais possível na pista. Alex Albon, que estava nas últimas filas por causa de uma má qualificação, partia de duros, para ficar o mais possível na pista. Franco Colapinto também saída de duros.
Norris conseguiu ficar melhor na partida, mantendo a liderança perante os Ferraris, mas Max conseguiu também uma boa partida, ficando ao lado dos três primeiros, discutindo a travagem para a primeira curva e a acabar na relva. Parecia que tinha perdido tempo, mas depois acabou por regressar à pista e acabou em quarto lugar no final da primeira volta. Atrás, Oscar Piastri perdeu tempo, caindo para nono, enquanto Liam Lawson sofrera um toque e acabou por substituir o nariz do seu Racing Bulls.
Entretanto, Bearman, com os médios mais novos, aproximava-se de Tsunoda e parecia que o terceiro lugar estava â vista. Na volta 30, Hamilton regressava aos pontos, depois de passar o Sauber de Gabriel Bortoelto. Duas voltas depois, Bearman conseguiu apanhar Tsunoda, sem que o japonês tivesse de trocar de pneus. Nesta altura, Leclerc também parou para trocar de pneus, dando o segundo lugar para Max, que tinha uma desvantagem de... 28 segundos sobre Norris. Que pouco depois, foi às boxes para colocar médios.
Na volta 36, discretamente, Fernando Alonso parava nas boxes para sair de vez da corrida. Terceira desistência deste GP do México.
Na frente, Max apanhava Leclerc para ver se chegava a segundo, e a diferença era de 3,3 segundos na volta 64. E era, de certa forma, aquilo que esperava para a parte final da corrida: Leclerc, com uns médios que degradavam melhor que os moles de Max, com Piastri a tentar apanhar Bearman para ser quarto e não perder muito tempo. Se o neerlandês não tinha problemas em chegar ao pé do Ferrari do monegasco, já Piastri não tinha essa facilidade para apanhar o piloto da Haas. Não com as poucas voltas que faltavam.
Ambos os pilotos estavam prestes a apanhar os seus perseguidos, quando na volta 69... Carlos Sainz Jr. parou na pista, atrás da barreira, e foi o suficiente para que accionassem o Safety Car Virtual, que aparentava ficar assim até à meta... mas ainda deram meia volta. Contudo, o espectáculo já estava estragado, e se Norris ganhava, Max só ficava com o lugar mais baixo do pódio. E com o quinto posto de Piastri... a diferença entre os dois primeiros era de um ponto, com Lando na frente.
A quatro corridas do fim, vai ser um final da temporada de ficar com os cabelos em pé.

























