sábado, 25 de fevereiro de 2017

A foto do dia

Este senhor é uma lenda do automobilismo. No entanto, poucos o recordam. Tony Brooks foi um dos melhores pilotos da década de 50 e ainda está vivo. Tanto que completa hoje o seu 85º aniversário. Aqui, na foto que ilustra, tirada por Bernard Cahier, Brooks conversa com outra lenda do automobilismo britânico, Stirling Moss, durante o fim de semana do GP do Mónaco de 1958. E ambos ainda estão vivos.

A carreira de Brooks está associada à da primeira equipa britânica de sucesso: a Vanwall. Nascido a 25 de fevereiro de 1932, no Chesire inglês, Brooks decidiu ser dentista, profissão do seu pai, mas sempre gostou de desporto e de competição. Vinha de familia: um dos seus primos, Norman Brooks, foi nadador competitivo e participou de Jogos Olímpicos.

Brooks teve uma carreira pequena, seis temporadas na Formula 1, mas calhou no auge da equipa feita por Tony Vanderwell. Ao lado de Moss, conseguiu quatro das suas seis vitórias, e cinco dos seus dez pódios na sua carreira. E foi o primeiro britânico a vencer num carro britânico, muito antes da BRM, da Cooper e depois, de toda a quantidade de equipas que surgiram nas décadas seguintes.

Em 1959, com o fim das atividades da Vanwall - Vanderwell nunca recuperou da morte de Stuart Lewis-Evans, em Marrocos - vai para a Ferrari e deu à Scuderia as últimas vitórias com o carro com motor à frente, acabando a temporada no segundo lugar, à frente de Moss e batido apenas por um imbatível Jack Brabham.

Contudo, depois da Ferrari, Brooks não conseguiu muito mais: passagens por Cooper e BRM fizeram com que no final de 1961, aos 29 anos, decidisse abandonar o automobilismo. Tinha sobrevivido a alguns acidentes graves, e viu muitos dos seus amigos morrerem, vitimas de acidentes. Hoje em dia, vive a sua vida, aparecendo muito nos eventos de clássicos, quer na Grã-Bretanha, quer Europa fora.

A(s) foto(s) do dia

O João Carlos Costa colocou esta imagem no Twitter, do novo carro da Haas, um dia antes da sua apresentação oficial. Com um cinzento mais escuro, pode-se ver o nariz "mamilo", asas laterais nos flancos, a tal barbatana dorsal e uma traseira interessante.

O carro era tripulado para o tal dia de filmagens por Romain Grosjean, e pode ter deixado toda a gente curiosa. Vamos lá ver o que vai ser revelado amanhã, depois da hora do almoço.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

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Hoje foi em dose dupla: Ferrari e McLaren. Durante muitos anos, até 2008, eram duas das três equipas que dominaram o campeonato - sendo a terceira a Williams. São as duas equipas mais antigas do pelotão, e a Ferrari é a única que está desde a temporada inaugural da Formula 1. 

Hoje em dia, ambas querem recuperar o prestigio perdido. A McLaren não vence desde 2012, e a Ferrari desde 2015, e ambos gastam muito dinheiro para ver se conseguem bater a Mercedes e a Red Bull. A McLaren recuperou o "papaya orange", rompendo com o passado e com o homem que os guiou aos sucessos desde 1980, Ron Dennis. Os motores Honda foram refeitos, e esperam apanhar os Mercedes, mas não vai ser fácil.

Especialmente na Scuderia. Maurizio Arrivabene está a percorrer areis movediças, e precisam de uma excelente temporada, caso contrário, espera a porta de saída e um novo recomeço. A mesma coisa tem Sergio Marchionne, que tem de justificar os gastos para os acionistas, sob pena de nem a venda dos supercarros de estrada o salvar a sua cabeça. Não é tanto o "ganhar ou ganhar", é mais dar algo aos "tiffosi" que lhes diga que podem acreditar neles. Sofreram muito quando estiveram 21 anos sem vitórias no campeonato de pilotos, e agora chegamos à 11ª temporada sem alcançar o sucesso. É muito, e eles sabem isso.

Já no caso da McLaren, de uma certa forma é outro "ano zero", pelo menos em termos de gestão. Resta saber se, com Zak Brown, as coisas melhorem. Recuperaram parte do passado, mas eles também tem de vender carros de estrada para equilibrar as finanças, e isso também não é fácil.

Em suma: para ambas as equipas, este vai ser um ano desafiante. Resta saber como acabará.

Apresentações 2017: Ferrari SF70H

Algumas horas antes do McLaren MCL32, a Ferrari mostrou ao mundo o seu chassis de 2017, o SF70-H, batizado em honra dos 70 anos da fundação da marca. Em Maranello, com todo o executivo da Ferrari presente, o carro foi mostrado ao mundo numa transmissão em direto pela Internet.

Com as alterações regulamentares, o carro é bem diferente do de 2016, mas a Scuderia foi um pouco mais longe, colocando não só a barbatana dorsal, como também um pequeno apêndice traseiro antes da asa traseira. E para além disso, nos flancos laterais, há um desenho diferente da concorrência, afirmando eles que desenhado 'em harmonia com a estrutura dianteira do monolugar".

Em relação ao motor, apesar de não ter mudado muita coisa, houve componentes que foam revistos, no sentido de melhorar a sua eficiência, uma vez que têm como diretor técnico Mattia Binotto, que é responsável pelos motores da marca.

São várias as diferenças entre este projeto e as Ferrari dos últimos anos. O bico alongado e a asa em forma de flecha são consequência do regulamento, assim como a barbatana e os elementos na região da entrada de ar dos sidepods, que também tem um desenho incomum para ficar em harmonia com a dianteira", disse Binotto.

"Também redesenhamos a entrada de ar do motor. O layout da suspensão também foi atualizado, mas segue sendo push-rod na frente e pull rod na traseira. As porcas foram redesenhadas para facilitar o trabalho dos mecânicos na troca de pneus. Por fim, como consequência do esperado aumento de ritmo desse ano, os sistemas de direção hidráulica e freios foram reforçados”, concluiu.

Para Maurizio Arrivabene, o novo carro transmite-lhe um sentimento de orgulho pelo facto de toda a gente se ter dedicado a desenvolvê-lo desde o projeto até ao produto final.

"É sempre emocionante ver uma nova Ferrari. Para mim é algo especial, pois estou muito envolvido na Fórmula 1", começou por dizer. "Olhando para o carro, acho que o esforço, dedicação e paixão que se uniram para fazer isso acontecer. É o resultado do esforço da equipe e estou muito, muito orgulhoso", concluiu.

Já Kimi Raikkonen evitar criar altas expectativas para saber como é que o seu carro vai comportar na pista, e como é que estarão em relação à concorrência, por causa dos resultados decepcionantes que tiveram no ano passado, e também por causa das mudanças regulamentares em termos de chassis e aerodinâmica.

Uma vez que pegarmos os carros novos e formos à pista, obviamente teremos muitas regras diferentes, então temos que esperar para ver. Não faz sentido especular com uma mudança tão grande, então espero que estejamos onde merecemos”, afirmou o finlandês, campeão do mundo em 2007.

"Há coisas positivas com certeza, como a forma que nosso trabalho vem sendo feito recentemente. Todos trabalhamos juntos, mesmo que os resultados não sejam sempre o que queremos. Mas eu vejo muitas coisas boas do time e, claro, em 2017 espero estar onde gostaríamos. Claro que seria muito mais divertido para todos nós", concluiu.

Sergio Marchionne, presidente da Ferrari, adotou um discurso prudente, afirmando que quer acreditar que estes carros são mais velozes do que em 2016. “Caso um funcionário me diga que nosso carro é quatro segundos mais veloz em relação ao do ano interior, eu não tenho opção a não ser acreditar nele”, comentou.

O carro foi logo depois para a pista de Fiorano, no sentido de fazer o seu primeiro "shakedown", para depois ir a Barcelona, para os primeiros testes da temporada.

Apresentações 2017: o McLaren MCL32

Ron Dennis é, definitivamente, historia. E em Woking, tudo mudou: a nomenclatura e as cores. Mas o motor é o mesmo, o chassis não pode ser muito radical e espera-se que com Fernando Alonso e Stoffel Vandoorne, o McLaren MCL32, eles possam dar o salto competitivo que necessitam há muito.

No meio do laranja e negro, que muitos começaram a comparar com chassis de equipas desaparecidas como a Arrows, Spyker e até Marussia, o carro mostra a sua barbatana dorsal e algumas coisas nos sidepods laterais, ao mesmo nível do Ferrari, apresentado algumas horas antes em Fiorano. Contudo, em Woking, há esperanças que este carro possa dar o salto competitivo que procuram há muito tempo.

No caso de Fernando Alonso, mais do que falar do novo carro, falou também dos novos regulamentos e do que poderá trazer para a pista. "Espero mudanças em termos de até que ponto será excitante guiar estes carros", começou por dizer durante a apresentação do MCL32. "Todas estas dificuldades que temos na Formula 1 moderna nos últimos quatro ou cinco anos com o motor turbo, diminuiu um pouco o espírito de corrida. Estávamos economizando sempre qualquer coisa: bateria, pneus ou combustível, e não por uma única volta."

"Definitivamente espero que estes novos regulamentos tragam de volta um pouco do espírito de luta e de corrida e isso é algo que descobriremos nas primeiras provas", continuou.

E sobre o seu futuro na categoria - ele que se tornou no veterano da Formula 1, depois da retirada de Jenson Button - disse que depois do verão, irá pensar nisso.

Já o novato Stoffel Vandoorne, que vai por fim fazer a sua primeira temporada completa na Formula 1, depois de ter feito uma corrida no Bahrein, em substituição do piloto espanhol, disse que por fim, chegou o seu momento de se mostrar ao mundo e ver do que é capaz com um carro de Formula 1.

Fazer parte da McLaren como piloto titular é um momento muito emocionante para mim. Há quatro anos que faço parte da equipa – primeiro como piloto jovem, depois como piloto de reserva e finalmente chego aqui”, começou por dizer o piloto belga de 25 anos.

Sobre se ele está preparado para estar ao nível de Alonso, Vandoorne respondeu: “Sem dúvida que vou tentar mas acho que, como equipa, o foco é fazer a McLaren voltar ao topo. As duas últimas épocas foram um pouco difíceis para nós, foram para fazer progressos. Acho que o foco é trabalharmos juntos como equipa e assegurarmos que voltamos às vitórias”.

Sobre o redesenhado motor da Honda, Yusuke Hasegawa, o responsável do departamento de motores do construtor japonês, espera que tenha sido importante, restando saber até onde é que chegou, em relação à concorrência.

Acho que de momento não. Não sei quanto é que a Mercedes ganhou com o seu motor de 2017. Claro que pretendemos alcançar a unidade motriz de topo, que é a da Mercedes neste momento. Mas não sabemos quanta potência é que eles têm agora”, começou por dizer. “Sinto que não estamos muito longe de onde eles estavam no fim da época passada mas acho que iremos alcançá-los no início da temporada”, continuou.

Espero mesmo que consigamos anular a distância para eles mas não sei os números exactos até estarmos em pista. No entanto fizemos alguns progressos e espero que consigamos reduzir alguma distância”, concluiu.

A partir de segunda-feira, iremos ver até que ponto é que o MCL32 se vai posicionar em relação à concorrência. 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

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Os Mercedes deram um ontem "aperitivo" do que vinha aí, e não desiludiram. O chassis W08 pode ser até agora o carro mais elegante do pelotão, e provavelmente, o carro mais veloz do campeonato. Isto porque se ouvem alguns rumores de que eles trabalharam bem nos motores, e a ser verdadeiro, poderão ter dado um pulo tão grande que as outras equipas que têm os seus motores - Williams e Force India - os poderão acompanhar. Mas até agora, e sem os testes, é tudo especulação.

O mais interessante foi aquilo que tinham na sua traseira, ainda antes das rodas traseiras. Pelo que me explicaram, é uma espécie de instrumento para evitar a turbulência de ar na traseira, que acontece sempre que o carro anda, e poderá ser uma alternativa interessante à barbatana. Caso funcione - e eles andaram também com uma barbatana no carro - podem ter feito um dois em um: ganha-se na estética e consegue-se vantagem na aerodinâmica.

Vamos a ver. Amanhã é dia de lançamento duplo: Ferrari e McLaren. Vai ser um dia bem longo...  

Apresentações 2017: o Mercedes W08

Elegante. É provavelmente a primeira palavra que se pode dizer sobre o novo Mercedes W08, o carro que Lewis Hamilton e Valtteri Bottas irão guiar em 2017, que foi apresentado no inicio desta tarde em Silverstone. Não tem uma barbatana pronunciada, como tem outras equipas - à excepção da Williams - mas o carro mostra uma "aleta dorsal", sem perder a linha.

Depois de um "shakedown" de amanhã, no circuito inglês, o W08 mostrou-se ao mundo, e parece que não há grandes mudanças: para além das que se esperavam devido aos novos regulamentos, parece que não há nada de relevante num bólido que venceu tudo desde 2014, três vezes com Lewis Hamilton, uma com Nico Rosberg, no final do ano passado, e logo a seguir decidiu pendurar o capacete.

O tricampeão do mundo está animado por ver a sua nova máquina em pista: "Primeiro, é tão animador ver essa coisa ganhar vida. O pessoal está trabalhando nos túneis de vento, estamos juntando partes mais rápidas do protótipo”, começou por dizer.

Fiz o molde do assento no inverno, e então ver nestes últimos dias o carro a aparecer pronto... de alguma forma, eles juntaram tudo na perfeição — algumas coisas precisam ser trabalhadas, mas isso é normal", continuou.

Depois do "shakedown" do carro, o britânico confessou não saber muito sobre como é que o carro se vai comportar com as novas regras.

"Os limites do carro é que são o grande ponto de interrogação. Qual o limite do carro? Qual o limite dos pneus? O carro vai sair de frente, de traseira? Vai travar? Então é isso o que você precisa fazer, descobrir o quão rápido pode andar antes de, de fato, correr. É isso o que vamos fazer em Barcelona, lá iremos saber. Vamos descobrir se os pneus na classificação servem para uma, duas ou mais voltas. Vamos fazer simulações de corrida, às vezes duas num dia, com pit-stops — e já que os pneus são maiores e pesados, então o pessoal vai se esforçar mais", brincou.

Já Valtteri Bottas, o novo recruta da Mercedes, elogiou as linhas elegantes do novo carro e está ansioso em entrar nele, para poder experimentá-lo.

"É um grande dia para mim. Pilotar uma Mercedes pela primeira vez é muito especial para mim, já faz algum tempo que estou esperando por isso. Já estava me preparando com os engenheiros para esse teste, e também para a pré-temporada”, começou por dizer.

Eu gosto de como o carro é limpo, mas mantendo um grande número de detalhes. Na asa traseira, nas laterais, na frente... Todos os detalhes e o desenvolvimento que foi feito. O carro parece bom, mal vejo a hora de pilotar", continuou.

Em relação ao facto do carro não ter a dita "barbatana de tubarão", do qual apenas a Williams não seguiu a tendência, Bottas relativizou: “Isso [a barbatana] não é uma necessidade, pelo menos não agora. As equipes estão agora a lançar os carros, são várias abordagens, mas tenho certeza de que a equipa tomou uma boa direção”, comentou.

E em relação a regras de conveniência, isto é, hierarquia e ordens de equipa, Toto Wolff quer evitar polémicas como as que surgiram no ano passado entre Hamilton e Rosberg, especialmente depois do sucedido no GP da Áustria. “Queremos que continuem a evoluir em benefício da equipa, os pilotos e os espetadores. O conceito básico está em prática e talvez possamos alterar alguns detalhas mas não adotar regras complexas”, começou por afirmar.

Temos de ver como a época começa [sobre se o carro for ou não dominador em 2017]. Talvez seja completamente diferente em termos da dinâmica entre os pilotos e a dinâmica com as outras equipas. Mas o conceito básico vai manter-se o mesmo, sim”, acrescentou. 

Liberty Media versus Construtores

A aquisição da Formula 1 por parte da Liberty Média é um facto. Com os novos proprietários, os velhos representantes reformaram-se e abre-se uma nova era no automobilismo. Chase Carey e Ross Brawn irão lidar com os proprietários das equipas de Formula 1, e falarão de várias coisas, principalmente a distribuição dos dinheiros à equipas, que de uma certa forma, estão pouco equilibradas. Já contei vezes sem conta sobre o facto da Ferrari receber 100 milhões de dólares todas as temporadas, ainda antes de fazerem a primeira peça do seu carro. E todo esse dinheiro é por causa  de uma "clausula de antiguidade", e também é para calar a Ferrari, sempre que eles gritam que vão abandonar a Formula 1. E outras equipas com antiguidade tembém têm, como a McLaren e a Williams.

Aparentemente, as equipas - juntas num grupo chamado de "Grupo de Estratégia" - estão aparentemente felizes por acolherem os seus novos proprietários, mas na realidade, estão provavelmente a planear o contra-ataque, que pode acontecer na forma de uma organização semelhante à FOTA, quase uma década antes. A razão para isso: os pagamentos que a FOM dá às equipas, que consideram como "desiguais". Se a Liberty quer resolver essa situação, as equipas poderão resistir a essa hipótese.

Uma fonte não identificada disse na semana passada à Autosport britânica que as conversações estão a acontecer. "Estamos na disposição de participar em reuniões e discussões entre as equipas, mas os progressos podem necessariamente ser um tanto lento, e [algumas equipes do CCB, Champions Constructors Bonus] podem tentar proteger as posições de privilegio", começou por contar.

Contudo, acrescentou: "Temos de trabalhar juntos para o bem da Fórmula 1, ajudando o Grupo Fórmula 1".

Contudo, pode nem haver um grupo unido de Construtores. Outra fonte contactada pela Autosport britânica fala que poderão até haver dois grupos: um com os privilegiados do Grupo de Estratégia, outro com os construtores independentes. Por agora, é tudo prematuro, mas é sinal de que há movimentações no sentido de haver, por um lado, a proteção de privilégios dados no tempo de Bernie Ecclestone às equipas, por outro, pessoal como a Sauber e a Force India, que deseja ter uma maior igualdade, mas que perdem por causa das construtoras mais antigas e mais endinheiradas.  

Ora, quem conhece a história da FOTA (Formula One Teams Association), em 2008, sabia que eles lutaram para evitar que a FIA lhes mexesse no caso do limite de custos das equipas, um ponto muito sensível. Então, Max Mosley queria que as equipas limitassem os seus gastos a cerca de 50 milhões de dólares, e foi por isso que convidou quatro equipas para entrarem a partir de 2010. 

A FOTA e a FIA lutaram por isso ao ponto de, no fim de semana do GP da Grã-Bretanha de 2009, esta ter rompido com Mosley e anunciar que iria correr numa série paralela. A coisa resolveu-se alguns dias depois, com intervenção de Bernie Ecclestone, a saída de cena de Mosley, no lugar do atual presidente da FIA, Jean Todt.

Mas por esta altura, está quase a chegar ao fim mais um Acordo da Concórdia. E isso vem de um tempo em que havia outra associação de Construtores, a FOCA (Formula One Constructors Association). Formada em 1971, em 1978 elegeu como seu líder o patrão da Brabham, Bernie Ecclestone. Nessa altura surgiu o patrão da então FISA (Federation Internationale Sport Automobile) o francês Jean-Marie Balestre. E ambos colidiram forte e feio, a pretexto de um apêndice aerodinâmico, as "saias" que permitiam com que o carro cobrisse a distância entre o chassis e o solo. Balestre queria a sua abolição, Ecclestone não. E chegamos ao ponto de ter três "corridas-pirata", boicotes e ameaças de criação de uma competição paralela, em 1981.

Tudo se resolveu depois das equipas FOCA boicotarem o GP de San Marino de 1982, com a assinatura do primeiro Acordo da Concórdia, onde os lucros da televisão foram distribuídos entre as equipas e a FISA. E tudo correu bem até 2001, altura em que Ecclestone fez um acordo em que a FOM ficava com a parte da FIA por... cem anos, a troco de cerca de 110 milhões de dólares. 

Mas agora, as coisas são um pouco diferentes. Ecclestone está fora do caminho - embora nunca se sabe o que poderá congeminar - e o acordo atual vai até 2020. Mas em 2018 começa-se a negociar as partes para um novo prolongamento desse acordo, do qual as partes questão quererão tirar o melhor partido. 

E esse é o perigo: se a Liberty e as equipas não se acordarem, há o receio de uma "guerra civil", e a divisão da Formula 1 em dois. É certo que aqui não há a interferência da FIA no assunto - Todt tem um poder moderador, uma pequena percentagem nos lucros da FOM e pouco mais - mas se ele tomar partido por alguém, poderá significar sarilhos. Dieter Rencken, jornalista, escrevia na sua coluna da Autosport que a Formula 1 poderia estar alegremente a caminho do conflito por causa da posição conflitual do Grupo de Estratégia com a Liberty. E claro, daqui até lá, iremos ver as tensões entre ambas as partes. 

Provavelmente em 2018 veremos mais disto, mas da maneira como as coisas estão, isto vai acontecer, de forma inevitável. Resta saber como acabará.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

A(s) image(ns) do dia (II)











Entre a Renault e a Mercedes, a Force India decidiu mostrar o seu carro de 2017. O VJM10 parece usar algumas soluções do passado, mas aquela barbatana dorsal é um pouco estranha, provavelmente a mostrar que em Melbourne aparecerá outra coisa. Disso, o seu patrão Vijay Mallya prometeu.

Sergio Perez e Esteban Ocon parecem gostar do carro, e esperam que ele seja melhor daquilo que fez em 2016, quando acabaram no quarto posto do campeonato de Construtores, surpreendendo muita gente. É claro que as suas ambições são grandes: serem a melhor equipa independente, batendo por exemplo a Williams, mas a equipa de Silverstone falta-lhe algo que muitos outros tem, que é uma vitória.

Veremos como se comportará na pista. Amanhã é a vez da Mercedes mostrar o seu bólido.