sábado, 24 de fevereiro de 2007

O piloto do dia: Stefan Bellof

Hoje falo de um talento que se foi embora cedo demais. Caso ele vivesse mais tempo, provavelmente teria sido o primeiro alemão a ser campeão do Mundo. Chamava-se Stefan Bellof.


Nasceu em Giessen, na então Alemanha Ocidental, a 20 de Novembro de 1957, Começou a sua carreira nos Karts, em 1973, e correu até 1980, altura em que foi campeão alemão da modalidade. No ano seguinte, segue para a Formula 3, onde ganha três corridas e chama a atenção de um homem: Willy Mauer. Mauer era dono de uma equipa de Formula 2, bem como corria em Sport-Protótipos, com um Porsche. Vendo talento no seu jovem pupilo, decidiu ser o seu "manager", bem como um lugar na sua equipa de Formula 2, a partir da época de 1982.
Nesse ano, ganha as duas primeiras provas da época, mas os motores BMW não rendem tanto quanto os motores Mugen, e Bellof consegue apenas mais um segundo lugar no circuito italiano de Enna Pergusa e um terceiro lugar em Hockenheim, terminando o campeonato na quarta posição. Em 1983 faz uma segunda época na Formula 2, mas concentra-se nos Sport-Protótipos, ao volante de um Porsche oficial. E é aí que consegue dar nas vistas: ganha os 1000 Km de Silverstone, Kyalami e Fuji, no Japão, terminando o campeonato na quarta posição.

Em 1984, dá o salto para a Formula 1, ao volante de um Tyrell. Logo nas primeiras corridas, ele impressiona: sexto na Belgica, quinto em San Marino, no Monaco, obtém o seu maior desempenho até à data: um terceiro lugar com o seu carro aspirado, com menos 150 cavalos do que os turbo, só sendo superado pelo McLaren da Alain Prost e pelo Toleman de... Ayrton Senna.

Infelizmente, esses pontos seriam retirados, quando a então FISA descobre que os Tyrell tinham lastros ilegais, desclassificando-os e retirando os pontos que tinham obtido até então. Então, ele concentra-se unica e exclusivamente nos Sport-Protótipos, onde acabará por ser Campeão do Mundo da categoria, ao volante de um Porsche.

No ano seguinte, continua na Tyrrell, onde tem um desempenho brilhante no Estoril, onde consegue o seu primeiro ponto legal. Segue-se mais um quarto lugar em Detroit, num carro que continua a ser o unico aspirado num mundo de Turbos. Mas a meio da época, Ken Tyrrell consegue um acordo com a Renault para lhe providenciar motores Turbo, e ele ainda corre um GP com esses motores, na Holanda, onde desiste. E esse seria o seu último GP.

Em paralelo com a Formula 1, continuava a correr em Sport-Protótipos, sempre ao volante de um Porsche. Ainda em 1983, ele tinha esatabelecido o "record" oficial do velho Nurburgring, com os seus 22 km de extensão, perigoso e cheio de curvas. Os seus 6 minutos, 11.13 segundos de qualificação e os 6 minutos, 25.91 segundos de corrida são até aos nosso dias o record oficial do "Nordschliffe".

A 1 de Setembro de 1985, no circuito belga de Spa-Francochamps, disputa-se mais uma prova a contar para o Mundial de Sport-Protótipos: os 1000 Km de Spa. Bellof tinha partido mal, no 22º posto da grelha, mas tinha feito uma recuperação incrivel até ao segundo lugar. Na sua frente, ia Jacky Ickx, o lendário piloto belga, vencedor por cinco vezes das 24 Horas de Le Mans. Quando ambos os carros estavam na zona de Eau Rouge, em descida para a zona do Radillon, uma das mais desafiantes curvas existentes no mundo dos circuitos, Bellof tenta uma manobra arriscada para o ultrapassar, mas ambos os carros tocam-se. O carro de Ickx roda e bate de traseira nos "rails", ao passo que o Porsche de Bellof choca frontalmente com o muro de proteção e incendia-se. Bellof é levado ao centro cirúrgico do circuito, mas não resiste aos ferimentos e morre uma hora após o acidente. Tinha 27 anos.

O acidente choca o meio automobilistico em geral e o alemão em particular, pois acontece 15 dias depois da morte de outro piloto alemão Manfred Wilkelhock, no circuito canadiano de Mosport. Estes acidentes fazem com que a Porsche acelere o desenvolvimento do seu modelo 962. Nessa mesma altura circulavam-se rumores de que Bellof tinha assinado um contrato de dois anos com a Ferrari, algo que nunca foi devidamente confirmado.

Os alemães tinham que esperar mais seis anos para ver um piloto com potencial ganhador: Michael Schumacher. Numa incrivel coincidência, a estreia do piloto alemão seria no mesmo circuito em que Bellof morreu. Schumacher disse, anos depois, que Bellof era um dos seus herois de adolescência.

Anos mais tarde, o jornalista inglês Nigel Roebruck, um dos melhores especialistas mundiais de automobilismo, afirmou acerca de Bellof:



“Se Bellof iria vencer Grandes Prêmios? Não tenho dúvida nenhuma. Aliás, acredito que ele seria o primeiro campeão do mundo alemão. Não há como questionar que ele tinha habilidade para isso e, embora a Ferrari nunca tenha confirmado, não restam muitas dúvidas que ele seria o parceiro de Michele Alboreto na equipe em 1986. Sua morte foi uma perda horrível para o esporte e ainda maior para aqueles que o conheciam."

Olhem quem está de volta!


Pois é... não se sabia nada de Alvaro Parente, depois do seu brilharete no ano passado na World Racing Series by Renault, onde alcançou o quinto lugar final, ganhando quatro corridas. Esta quinta-feira soube-se que a A1 Team Portugal estava de volta para a corrida de Durban, na Africa do Sul. E Parente, que não corria há alguns meses, conseguiu um optimo oitavo tempo na grelha de partida deste GP, à frente de nomes consagrados como Narain Kartikayean, da India, o brasileiro Bruno Junqueira, o italiano Enrico Toccatello ou o checo Tomas Enge.


Vamos a ver como ele se irá comportas nas duas provas de Domingo. Se arrancar um brilharete, seria mais uma prove de que ele é, de facto, um grande corredor, que tem legitimas aspirações a ser um grande piloto, até na Formula 1, e que se arrisca a passar ao lado de uma grande carreira.


Veremos.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

GP Memória - Monaco 1982

Quando máquinas e pilotos chegam ao Mónaco, a Formula 1 ainda lambia as feridas da perda de Gilles Villeneuve, morto 15 dias antes, em Zolder. Ainda por cima, o canadiano tinha sido o vencedor da corrida monegasca no ano anterior, e assim, a perda foi ainda mais sentida no pelotão da Formula 1. Assim sendo, o seu companheiro Didier Pironi era o unico Ferrari em pista, enquanto que a Scuideria procurava um substituto. De resto, o espanhol Emilio de Villota estava de volta num March inscrito pela equipa Onyx.

No Mónaco houve também confusão em relação a uma das fornecedoras de pneus, a britânica Avon, que tinha anunciado que iria retirar-se da competição, com efeito imediato. Nessa altura havia quatro (!) fornecedores de pneus, e as restantes três - Michelin, Goodyear e Pirelli - tiveram de fornecer às três equipas que sobravam, a March, Theodore e Ensign. A primeira ficou com os Avon que sobraram, enquanto que a Theodore assinou um contrato com a Goodyear, enquanto que a Ensign, por enquanto, ficava com Avons nesta corrida.

Trinta e um carros estavam inscritos na corrida monegasaca, mas apenas 20 iriam alinhar na corrida, fazendo com que um terço das equipas iriam assistir a tudo da bancada. Na pré-qualificação, os March de De Villota e de Raul Boesel, o Osella de Riccardo Paletti, o Fittipaldi de Chico Serra e o Toleman de Teo Fabi não tinham conseguido passar para a segunda fase.

No final das duas sessões de qualificação, o melhor foi o Renault de René Arnoux, que tinha feito a "pole-position" pela segunda vez consecutiva, com Riccardo Patrese a seu lado, no Brabham-Cosworth. Bruno Giacomelli era o terceiro, com o seu Alfa Romeo, seguido pelo segundo Renault de Alain Prost. Didier Pironi foi o quinto, seguido pelo Williams de Keke Rosberg. Andrea De Cesaris, no segundo Alfa Romeo, era o sétimo, seguido do segundo Williams de Derek Daly. A fechar o "top ten" ficaram o Tyrrell de Michele Alboreto e o McLaren de John Watson.

Seis pilotos ficaram de fora desta corrida: o Arrows de Mauro Baldi, o Theodore de Jan Lammers, o March de Jochen Mass, o Toleman de Derek Warwick, o Osella de Jean-Pierre Jarier e o Ensign de Roberto Guerrero.

A corrida começou com céu nublado e alguma ameaça de chuva. No momento da partida, Arnoux manteve a pole-position, seguido por Giacomelli, Patrese, Prost e Pironi e De Cesaris, que tinha conseguido passar Rosberg e Alboreto. Prost passou Patrese na volta seguinte e aproveitou os problemas de eixo de Giacomelli, que iria abandonar na quarta volta, fazendo com que o francês subisse para a segunda posição. As coisas mantiveram-se assim até à volta 15, quando Arnoux perde o controlo do seu Renault e o motor cala-se de vez. Assim, Prost herda o primeiro lugar.

A partir daqui, o francês controla os avanços de Patrese, que era segundo, com Pironi atrás. O francês da Ferrari teve depois um problema quando sofreu uma pancada com um piloto retardado, que lhe arrancou parte do seu nariz, mas que o permitiu continuar na pista, sem problemas. Rosberg era agora o quinto, sem poder alcançar De Cesaris, e as coisas mantinham-se assim até às voltas finais.

Contudo, quando faltam três voltas do fim, o boletim meteorológico entra em ação e decide baralhar e voltar a dar. Prost, o líder, despista-se na curva do Tabaco, no preciso momento em que começou a chover na pista. Patrese herdou o comando, mas mal se sabia que a partir de então, ninguém mais se conseguia manter na pista, pois se não rodava... ficava sem combustível! O italiano da Brabham perdeu tempo quando fez um pião no gancho do Loews, com a sua sorte foi não ter deixado morrer o seu motor Cosworth. Depois, foi a vez de Pironi ficar com o primeiro lugar, mas na entrada do túnel, ele fica sem gasolina! Imediatamente, os olhos voltam-se para De Cesaris, que o seguia atrás, mas este... ficara sem gasolina na descida do Mirabeau.

A liderança tinha trocado de mão tantas vezes nessas duas últimas voltas que ninguém, nem mesmo o director da corrida, sabia quem iria vencer! No final, acabou por ser Ricardo Patrese, que tinha por fim colocado o carro no devido lugar, que cruzou a meta e foi declarado o vencedor da corrida. Mas nem ele soube que tinha ganho! Quando fazia a sua volta de desaceleração, viu o Ferrari de Didier Pironi parado na pista e deu-lhe boleia, e foi o francês que lhe disse que tinha sido o vencedor da prova, com Pironi no segundo lugar. De Cesaris, mesmo parado no Mirabeau, tinha conseguido o terceiro posto, com os restantes sobreviventes a serem os Lotus de Nigel Mansell e de Elio de Angelis e o Williams de Derek Daly.

O homem mais sobrevalorizado do momento


Há pilotos com muito talento nas formulas inferiores, mas que fica pelo caminho devido a falta de apoios para continuar. Há quem tenha "pais ricos" ou bons padrinhos, e chegue à formula 1 com a maior das facilidades. Há quem tenha nome, e isso abre imensas portas. Neste ultimo caso está o homem que se fala hoje: Bruno Senna.


Senna é sobrinho de Ayrton, tem 23 anos e tem algum curriculo, pelo menos na formula 3 britânica, onde foi terceiro classificado no ano passado, com algumas vitórias. Tem talento, principalmente quando corre à chuva, tal como o tio.


Ora, este ano ele vai para a GP2, especialmente numa boa equipa, a Arden. Esse lugar foi dado a ele pelo seu "mentor"... Gerhard Berger, o patrão da Toro Rosso e melhor amigo do tio na Formula 1. Com padrinhos destes... Enfim, mas o que interessa é saber que Senna não está a ser grande coisa até agora. Esta semana, a GP2 andou em testes no circuito de Valencia, e Senna ficou em lugares modestos. Alás, ele nunca passou do 15º posto da tabela, em 22 carros...


O que isto quer dizer? Bom, não se podem tirar grandes clonclusões, mas digo isto; não é um fora de série, mas tem bons padrinhos, logo, está a ser sobrevalorizado, ou seja, ele tem 50 por cento de hipóteses em chegar à Formula 1, mesmo que ele não faça grande coisa na GP2. Se ele ganhar uma corrida ou outra, mas não ganhar o campeonato, então... a Formula 1 vai ser uma certeza para ele! E isso é o que eu temo...


Bom, mas não posso ser "bota abaixo", desejo-lhe toda a sorte do mundo. Não é?

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Depois de...


Depois de ter visto o Albarran a apresentar o Telejornal, afirmando que era a Manuela Moura Guedes...


Depois de ter visto a Maite Proenca a tentar falar portugues de Portugal...


Depois de ter visto o Anthimio de Azevedo a tentar explicar o terramoto da semana passada...


Depois de ter visto o "best of" das varias reportagens feitas por Luis Arriaga, esse grande reporter da RTP...


Depois de ter visto o Andre Sardet a cantar a musica " A Minha Sogra e um Boi"...


Digam la: este foi ou nao foi o melhor programa de sempre que os Gatos já fizeram?