sábado, 21 de novembro de 2015

As fotos do dia

Esta tarde acabou mais um Mundial de Endurance. Nas areias barenitas, a Porsche cumpriu ao que vinha, quando regressou às lides em 2014: vencer o Mundial, com e Mans pelo meio. O modelo 919 cumpriu a sua obrigação e este ano, depois de andarem a experimentar os circuitos, as mecânicas, as rotinas e as "manhas", conseguiram superar a Audi e conquistar tudo ao que vinham. Primeiro em La Sarthe, com um "Formula 1" como Nico Hulkenberg ao volante (mas não esquecer também Earl Bamber e Nick Tandy), e depois no Mundial, com Mark Webber, Timo Bernhard e Brandan Hartley como a tripla que deu à casa de Weissach o título que faltava.

E assim encerra-se uma temporada de sonho para eles, e provavelmente assistimos ao passar da tocha da Audi para a Porsche. Fica tudo "em casa", se assim podemos dizer, pois ambas as marcas fazem parte do mesmo grupo, mas ver que após mais de década e meia de dominio, aparecer uma marca capaz de ameaçar e superar de forma constante, pode-se dizer que pela primeira vez poderemos estar a ssistir ao final de uma era e o inicio de outra, pois a Porsche tem um excelente carro à mão e uma excelente estrutura, montada para as corridas de Endurance, e pronta para abrir mais um capitulo de uma história com 45 anos e com modelos inesquéciveis como o 917, o 956 e o 962.

Agora com o título, a temporada de 2016 os verá como os primeiros favoritos ao título mundial. Contudo, terá mais três rivais à altura, que recolherão às suas casas e farão novos modelos para os contrariar este dominio que tem agora. É sabido que Toyota fará um novo modelo, a Nissan terá de fazer outro, mais convencional, para fazer esquecer o fracasso do GT1-R e a Audi irá espremer o R18 até ao seu limite, antes de pensar se construirá um sucessor ou pensará que é altura de ir para outros lados.

Uma coisa é certa: a Endurance voltou a ser um lugar bem sedutor, especialmente uma boa alternativa para a Formula 1. E eles sabem disso tão bem que decidiram colocar uma corrida no fim de semana de Le Mans... 

Conheçam Stephane Lefebvre, o próximo francês do WRC

A Citroen adora pilotos franceses? Isso é um facto. E nos últimos anos ajudou as carreiras de pilotos como Sebastien Loeb e Sebastien Ogier. E parece que estão a caminho de ajudar o terceiro piloto francês da sua longa história. Falamos de Stephane Lefebvre. Não é Sebastian, mas quase. Campeão este ano do WRC3, o piloto de 23 anos (nascido a 16 de março de 1992), teve a oportunidade de experimentar um WRC em cinco ralis, conseguindo como melhor resultado um oitavo lugar no Rali de Gales a última prova da temporada.

Estes resultados, aliados com o campeonato mundial junior que venceu em 2014, fazem com que Yves Matton provavelmente o olhe como uma forte possibilidade para ser o ponta de lança da marca a partir de 2017, quando regressarem ao Mundial WRC. “A ideia com Lefebvre é ver a sua evolução ano após ano”, disse o diretor francês, mas a imprensa fala que da forma como a Citroën está a gerir a sua carreira, tudo indicia que vai dar todas as oportunidades que o francês evolua.

E ele já teve várias experiências ao longo da sua carreira já longa. E diz-se "longa" porque ele começou aos quatro anos, com mini-motos. Aos doze competia no karting e lá ficou até perto da maioridade, quando passou para os ralis, fazendo a sua primeira temporada completa em 2010, num Renault Twingo R2, altura em que começou a ter experiência... de montanha. É que Lefebvre é da zona norte, perto da Bélgica, onde não há montanhas. “Sim, sou um pouco diferente, Vivo no norte, o Ogier vem do sul, o Loeb vem da Alsácia. Nesta região do país não existem muitas montanhas, vivemos numa planície, tal como na Bélgica, só no meu primeiro ano de ralis descobri o que era conduzir nas montanhas”, comentou.

Mas ao longo desta sua curta carreira, já experimentou um pouco de tudo para ficar com uma ideia do que gosta: “Gosto, por exemplo, de pilotar sem aderência, participei no Rali de Janner [na Austria]. É um rali lindíssimo, desfrutei bastante desse evento”. 

E fala das diferenças entre o WRC e o Europeu de Ralis, peloi menos os deste ano. “Eles são muito diferentes. As rondas do WRC são muito difíceis, ralis longos, mais difíceis que o Campeonato da Europa, que é basicamente muito semelhante ao Campeonato de França, um pouco mais extenso, mas não tão difícil, claro que visitamos diferentes países. O Campeonato do Mundo é um desafio muito maior. Um enorme desafio", começou por contar. 

"Não temos ainda experiência suficiente no WRC. O nosso objetivo para 2015 era continuar a progredir de rali para rali, passo a passo sempre a pensar no futuro. Esta época tive um bom programa de 12 rondas do WRC, todos os ralis do calendário. Apenas seis destas provas já tinha realizado antes: Alemanha, França, Portugal, de um modo diferente, Polónia, também de um modo diferente e França que já realizei, mas que este ano os troços foram completamente novos. Começamos do zero até porque fomos de WRC”.

Neste tempo, Lefebvre andou em três tipos diferentes de carros, o RRC, o WRC e o R5. E as suas impressões são bastante curiosas: “Os WRCs são uma experiência totalmente nova quando comparados com os RCC, que são igualmente um grande passo em relação aos R5. Os RRC são mais caros que os R5, mas um WRC é um carro com mais apoio fruto da enorme asa traseira, o restritor mais pequeno e isso nota-se muito na potência do motor, os amortecedores são diferentes. Já o R5 não é o mesmo estilo de carro. Temos uma caixa de cinco velocidades, os amortecedores são mais simples, tudo é muito diferente. Eu penso que fazer ralis num RRC foi uma boa forma de abordar a passagem para o WRC” revelou.

E questionado sobre Sebastien Ogier, ele afirma que apesar de o admirar e desejar chegar onde chegou, diz que aprende mais com o seu navegador, o veterano Stephane Prevot. “Neste momento ele está a léguas, mas o meu objetivo é o mesmo que o dele, ir o mais longe possível na carreira. Só falo com Sébastien uma ou duas vezes por ano. Não passo muito tempo com ele. Para mim uma grande ajuda na minha carreira é o meu copiloto Stéphane Prevot. O Stéphane tem muito mais experiência que eu. Ele já está neste campeonato há bastante tempo, ele é bom e não comete erros. Sim, eu considero o Stéphane muito importante para mim”.

Em jeito de conclusão, parece que a França, depois de Loeb e Ogier, poderá ter encontrado o seu sucessor em termos de ralis, uma indicação de que no hexágono, haverão mais pilotos capazes de pegar no testemunho e quase perpetuar o seu domínio...

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A foto do dia

No dia em que passaria mais um aniversário sobre o seu nascimento, lembra-se sempre da pessoa e do piloto. E pensa-se sempre no que poderia ter sido.

É o que pensamos normalmente do que morrem mais cedo: conseguiram brilhar mais intensamente no pouco tempo que tiveram.

Maldonado e os tempos agitados do seu país

Toda a gente sabe que Pastor Maldonado chegou à Formula 1 com uma grande carteira, é mais do que óbvio. E que ele não tem provado muito que merece esse lugar, exceptuando aquela inesperada vitória em Barcelona, em 2012. Quer na Williams, quer na Lotus-Renault, sabe-se que a sua patrocinadora, a estatal venezuelana PDVSA, poderá ter injetado uma média de 50 milhões de dólares por ano desde que chegou à categoria máxima do automobilismo, em 2011, e em 2016, irá entrar para a sua sexta temporada.

Contudo, se de vez em quando se fala dele, não se pode deixar de falar sobre a situação do seu país. É certo que a Formula 1 não fala ou comenta politica, mas Bernie Ecclestone adora a politica de ir a sitios de reputação duvidosa, só pelo cheiro do dinheiro. Contudo, por estes dias, mesmo que ninguém diga em público, comentou-se sobre Maldonado no paddock de Interlagos. Dizendo melhor, comentou-se sobre a segurança desse patrocínio e do país de onde ele vêm... Primeiro que tudo, a Venezuela vai a votos a 6 de dezembro, para escolher um novo parlamento, e a oposição anti-chavista parece liderar as sondagens, apesar das ameaças do seu presidente de que não irá reconhecer os resultados em caso de derrota, e já ameaçou que irá meter tropas na rua para impor o seu poder.

Eis a situação politica e económica naquelas bandas para tentar entender porque é que o lugar de Maldonado pode estar (mais uma vez) em perigo. Na semana passada, dois sobrinhos de Nicolas Maduro foram presos no Haiti pela DEA americana, pois levavam consigo um carregamento de 800 quilos de cocaína. Ambos foram imediatamente levados para Nova Iorque, onde aguardam julgamento por tráfico de droga. Este incidente só veio aumentar os rumores de que a Venezuela tornou-se num narco-estado, onde não sendo produtor de cocaína (o grande produtor è a Colômbia), este usa o país como passagem até aos Estados Unidos. E tudo isso com a conivência (e provavelmente o envolvimento) do governo chavista.

Para piorar as coisas, o país encaminha para o clube dos estados falhados: há anos que sofre de uma escassez de alimentos devido a problemas de abastecimento, vive com uma inflação estratosférica (números não oficiais indicam que esta poderá rondar os... 800 por cento) e um PIB que só este ano irá contrair cerca de dez por cento, acumulando com outros sete por cento de contração que teve em 2014. E acumulado com isso tudo, os elevados índices de violência (é o terceiro país mais violento da América Latina, apenas superado por Honduras e El Salvador), e a agitação politica entre o poder e a oposição, que recentemente condenou um dos seus líderes, Leopoldo Lopez, a 13 anos de prisão, num processo que todos consideraram politico. Tanto que o procurador que o acusou, exilou-se recentemente em Espanha, afirmando que o governo "plantou provas" para o condenar.

E tudo isto acontece numa altura em que o preço do petróleo está em níveis muito baixos, um terço do que valia em julho de 2014. Esta quarta-feira, o barril de Brent baixou dos 40 dólares em Nova Iorque e não há sinais de um aumento significativo do preço do barril nos próximos tempos. Os principais países produtores não dão sinal de diminuir a produção, que está num máximo histórico, numa espécie de guerra económica para saber quem se arruinará primeiro. Se Arábia Saudita e Qatar tem bolsos bem fundos, por aquilo que acumularam ao longo destes anos, já a Venezuela ou Angola, por exemplo, andaram a gastar em infraestruturas ou até a "comprar regimes", dando petróleo a preços mais baratos em troca do seu silêncio quando eles se envolviam em esquemas duvidosos.

Com tudo isto em cima da mesa, muitos apontam este exemplo como mais um de que a Formula 1 é sedenta de dinheiro, aceitando tudo que venha de sitios duvidosos, principalmente dos governos que enriqueceram com a alta do petróleo, para não falar dos regimes de "homem forte", daqueles que Bernie Ecclestone adora. Mas se muitos não entendem a razão porque uma petrolifera continue a injetar dinheiro, apesar das dificuldades, outros entendem que a presença de um piloto como ele só pode ser entendido como a politica de um país que se quer mostrar ao mundo E enquanto o regime quiser, Maldonado se manterá. Resta saber por quanto tempo mais este regime se manterá...   

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Noticias: Formula E vai ao México a 12 de março

Era uma noticia do qual se falava há uns tempos, mas esta tarde, a organização da Formula E confirmou esta tarde que correrá no Audódromo Hermanos Rodriguez no próximo dia 12 de março. Na realidade, a competição correrá numa versão da pista mexicana, que aproveita uma oval e uma parte do estádio de beisebol que tinha sido convertido. Mas há coisas boas: eles vão aproveitar a Peraltada, apesar de haver uma chicane a meio.

"Estamos muito satisfeitos por trazer a Fórmula E à Cidade do México", começou por dizer Alejandro Agag. "Esta é uma das grandes cidades do mundo, com uma rica herança e paixão por automobilismo. Estou confiante de que os fãs irão criar uma atmosfera incrível e tornar a corrida da Cidade do México uma das mais memoráveis da temporada", concluiu.

Miguel Angel Mancera, o "alcaide" da Cidade do México, acrescentou: "Receber eventos como a Fórmula E está a ajudar a tornar a Cidade do México numa das 'capitais desportivas' do mundo. Após o sucesso da Fórmula 1, a adição da corrida de Fórmula E mostra que a pista de Hermanos Rodriguez é o lugar perfeito para todos os tipos de eventos de corrida e é uma parte fundamental do trabalho que o governo da Cidade do México se comprometeu a melhorar nossas atrações turísticas", comentou.

Já Salvador Duran afirmou: "A Fórmula E é um grande campeonato que produz fantásticas corridas entre os pilotos de primeira linha e estou certo que os fãs mexicanos irão adorar as corridas. O som dos carros será totalmente novo para eles, mas eu sei que uma vez que eles verão a qualidade da competição, eles se tornarão fãs".

A corrida, que vai ser a quinta do calendário deste ano, entre Buenos Aires e Long Beach, venderá bilhetes a partir dos 19 euros.

Sebastien Loeb: o final de uma era

A lealdade a determinada marca é algo raro por estes dias. Em tempos distantes, os pilotos eram muitas vezes mecânicos ou funcionários da marca, que lhes providenciava após o final da sua carreira automobilística - caso chegassem vivos até lá - um cargo dentro da sua estrutura que lhes providenciava o seu sustento até a reforma. Um bom exemplo foi Rudolf Caracciola, que foi sempre funcionário da Mercedes, e Juan Manuel Fangio, que após a sua reforma se tornou no representante da marca no seu país.

Hoje em dia só vias algo parecido com Sebastien Löeb. O piloto francês de 41 anos sempre correu por uma marca: a Citroen. Foram eles que providenciaram, logo em meados da década de 90, a sua chance de correr pela marca logo num Saxo kit-car no campeonato francês de ralis, que o venceu em 1999, e os acompanhou quando a marca começou a apostar a sério no WRC, no ano 2000, com o Xsara kit-car, que dpeois evoluiu para o C4 e o DS3 WRC, vencendo 78 ralis e conseguindo nove títulos mundiais com a marca do "double chevron". E em 2014, passou para o WTCC, onde correu com eles no Mundial, ajudando a marca a conseguir os dois títulos mundiais de Construtores com o modelo C-Elysée.

Pois bem, tudo tem um fim: com a noticia da marca de se retirar do WTCC para se concentrar no WRC em 2017 - apesar de tudo, vão fazer um ano sabático nos ralis em 2016 - Loeb decidiu cortar laços com o seu empregador, depois de quase 20 anos de bons serviços. "É o final de um capítulo para mim", começou por referir o piloto alsaciano. "À parte dos recordes e das vitórias, nós partilhámos algumas experiências inesquecíveis. É difícil acreditar que a maioria dos elementos desta fabulosa equipa já aqui estavam há 15 anos. Não andarei muito longe porque quero levar o Grupo PSA a este novo desafio (do Dakar)", concluiu.

De facto, Sebastien Löeb ainda tem um último desafio para fazer com a marca francesa, pois vai fazer parte da equipa oficial que andará com o modelo 2008 DKR no Rali Dakar, este janeiro, ao lado de Nasser Al-Attiyah e Carlos Sainz. Depois disso, apesar de ter afirmado que não andará longe da marca, a sua temporada será certamente feita debaixo de outra marca, ou então poderá se envolver com a sua equipa, que este ano tinha carros da Citroen no WTCC. Contudo, não se sabe muito bem quais serão os seus planos para a próxima temporada.

Noticias: Citroen vai fazer ano sabático nos ralis

A Citroen decidiu apostar no WRC em detrimento do WTCC, mas fará um ano sabático nos ralis em 2016, anunciou hoje a marca francesa em comunicado oficial. A marca afirmou que continuará no Mundial de Turismos próxima temporada com o modelo C-Elysée e com o argentino José Maria "Pechito" Lopez e o francês Yvan Muller, mas abandonará a competição no final da próxima temporada. 

Com oito títulos mundiais e um recorde de 94 vitórias, a Citroën, certamente, teve um sucesso inigualável no WRC”, começou por afirmar Linda Jackson, a diretora-executiva da marca. “O rali é uma modalidade fascinante, que testa a performance, a fiabilidade e a solidez dos carros e pilotos em configurações magníficas. A categoria está a ter um reavivamento com um aumento da cobertura televisiva e o regresso da China ao calendário de 2016”, listou.

Em 2017 surgirá uma nova geração de carros, que têm o propósito de serem muito atrativos, vai coincidir com o nosso renovado envolvimento. Tudo estará, portanto, no lugar para escrevermos mais um novo capítulo na nossa história. Dada à grande herança da marca, esse desafio tinha de ser ambicioso. Nós, entretanto, seremos modestos em nossa abordagem, gradualmente intensificando nossos objetivos rumo ao topo”, concluiu.

Yves Matton, o chefe da Citroen, continuou a explicar a decisão da marca, afirmando que o foco é nos ralis, especialmente com o novo regulamento, que fará com que os carros sejam mais agressivos em termos visuais e sejam mais potentes na estrada. “Nós nunca escondemos o nosso interesse no regulamento de 2017 do WRC e o todos estamos extremamente motivados por este novo desafio”, começou por dizer. “Nós gostamos da liberdade concedida para fazermos carros mais espetaculares, mas também da possibilidade de reutilizarmos o trabalho de desenvolvimento feito no motor do Citroën C-Elysée do WTCC”, continuou.

Com o objetivo de gerirmos nossos recursos de uma maneira eficiente, nós decidimos focar todos os nossos esforços no design e no desenvolvimento no nosso novo carro do WRC. É por isso que a Citroën não vai competir na competição em 2016 como uma equipa de fábrica”, justificou.

E isso vai alterar as coisas por lá. O norueguês Mads Ostberg foi dispensado da marca para a temporada de 2016, enquanto que Kris Meeke está a ser negociado para ver se continua na marca, embora com uma participação mais reduzida, ajudando a marca no desenvolvimento do novo carro para 2017.

"Mads quer um programa completo no Mundial de ralis para a próxima temporada e nós não vamos ser capazes de lhe oferecer isso”, começou por afirmar uma fonte da marca francesa à Autosport britânica. A mesma fonte confirmou ainda o potencial interesse de realizar parte do programa do mundial com um DS3 WRC mas essa é uma situação que ainda não está definida: "Nada está decidido em todo caso é muito cedo para falar sobre isso”, acrescentou. 

Isso pode significar que o piloto norueguês poderá ir para a Ford, mas caso aconteça, e equipa de Malcom Wilson iria ter de dispensar um dos seus pilotos, o estónio Ott Tanak e o galês Elfyn Evans. Mas outra chance em cima da mesa seria o de montar uma estrutura privada, como fez no inicio da sua carreira, quando correu pela Adapta, onde em 2012 venceu o seu primeiro rali, em Portugal.

No final, este ano sabático irá significar que o WRC será mais forte do que nunca em 2017, pois haverão cinco marcas na estrada, onde para além da Citroen, ainda haverão Volkswagen, Toyota, Hyundai e Ford, este através da M-Sport, e todos terão máquinas adaptadas para a ocasião.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

A nova cara de Kyalami

Kyalami é um nome que ecoa nas mentes dos "petrolheads", pois o circuiuto situado nos arredores de Joanesburgo foi palco do GP da África do Sul entre 1966 e 1985, regressando em 1992 e 1993, mais lento e totalmente renovado, pois a parte de cima tinha sido vendida a um consórcio imobiliário. Pelo meio, em 1988, o circuito tinha sido profundamente remodelado, transformando-se numa pista de média velocidade.

Após a falência do promotor e a agitação social existente então, pouco ou nada se ouviu falar do circuito, exceptuando quando recebem uma ronda da falida A1GP, em 2009, e soube-se em 2014 que estava de novo à venda, em leilão. Ali, o grande vencedor foi Toby Venter, que é o representante da Porsche na África do Sul, por cerca de 35 milhões de euros. Desde então, pouco ou nada se sabia das ideias sobre a pista... até que o Humberto Corradi referiu hoje sobre ela no seu blog

E os planos são bem ambiciosos! A pista está em obras desde junho deste ano (daí estas fotos) e a ideia é transformar o seu envolvente num complexo imobiliário, com hotel, centro comercial e um museu a contar a história da pista, que já tem mais de 50 anos e foi um dos centros do automobilismo sul-africano. E está neste momento em fase de acabamentos.

Venter apresenta este projeto como um braço da Porsche naquele país, e é provável que ele deva ter a ideia de levar para ali uma ronda do Mundial de Endurance, já que nos anos 60 e 70 as Nove Horas de Kyalami faziam parte desse calendário. e uma ronda do Mundial em Africa não seria mau de todo. Não vai haver muitas modificações na pista em si - um prolongamento da reta da meta até Crowthorne e um "upgrade" da pista para o Grau 1 da FIA, para poder acolher todos os seus eventos - mas as obras estão a todo o vapor para estarem prontas em 2016 e acolher provas a partir de 2017. 

E a Formula 1? Venter não revela se há planos nesse sentido, mas como a Porsche não anda por lá, é provável que a sua ambição passe mais pelos eventos onde a marca esteja envolvida.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

TAG Heuer transfere-se da McLaren para a Red Bull

Já era sabido há algum tempo que a McLaren estava a perder os seus patrocinadores históricos. Desde 2014 que marcas como Hugo Boss e Johnny Walker foram embora para representar outras equipas. Agora, nesta terça-feira, soube-se que outra patrocinadora histórica, a marca de relógios TAG Heuer, também se vai embora da equipa de Woking, transferindo-se para a Red Bull.

Fizemos um acordo com a Red Bull Racing na Formula 1 para a próxima temporada. É uma equipa jovem, dinâmica e perfeitamente consistente com a estratégia da TAG Heuer”, comentou Jean-Claude Biver, o diretor-executivo da marca, ao jornal suiço "L'Hebdo" durante um evento de lançamento de um dos modelos em Nova York.

Algo que foi confirmado horas depois pela marca de Woking: “A parceria da McLaren com a TAG Heuer foi uma das mais bem-sucedidas e duradouras da história do automobilismo. Nos últimos 30 anos, durante todo este tempo as duas partes alcançaram enorme sucesso juntas. Na pista, a equipa venceu corridas e títulos com ícones e heróis como Alain Prost, Ayrton Senna, Mika Häkkinen e Lewis Hamilton. Fora da pista, a associação da TAG Heuer com a equipe se transformou em relógios que representaram alta tecnologia, precisão e velocidade, três das grandes marcas da McLaren. É com gratidão que nós anunciamos o fim dos nossos 30 anos de parceria, satisfeitos que ambas as partes fizeram um grande trabalho".

A nossa relação com a empresa proprietária da TAG Heuer, a LVMH, continua via nosso novo patrocinador com a Chandon, anunciado no mês passado”, concluiu.

Apesar de afirmar que a Chandon é um patrocinador com o mesmo peso do que os anteriores, o seu lugar de destaque é bem inferior ao que tinham todos estes, não tendo o mesmo peso.

E sobre este patrocinador em particular, não entra só a marca, mas sim as pessoas que a representam. É que a TAG (Techniques D'Avant Garde) pretence a um acionista histórico, o franco-árabe Mansour Ojjeh. Desde que Ron Dennis ficou com a equipa McLaren, em 1981, que teve de recorrer aos serviços de Ojjeh - atualmente com 63 anos - para conseguir fortalecer a equipa e elevá-la de novo ao estrelato a meio da década de 80. Ele detinha dez por cento da equipa e foi ele que financiou o motor Turbo que eles tiveram entre 1983 e 1987, com a assistência da Porsche, que lhes deu três títulos de pilotos (um com Niki Lauda, dois com Alain Prost) e dois títulos de Construtores.

Apesar de ele já não ser o sócio maioritário da "holding", há cerca de dois anos que se fala de divergências entre Dennis e Ojjeh, algumas falando sobre a estrutura acionista, enquanto que outras falam da vontade dele de se reformar, pois sofreu um duplo transplante pulmonar em 2012. É uma guerra "surda" e parece que não tem solução à vista. Isto, para aliar aos problemas com o motor Honda e os resultados desta temporada - a pior classificação de sempre nos Construtores - faz com que Dennis viva um inferno profissional e deseje que se resolva o mais rapidamente possível. 

Veremos se as coisas no ano que vêm comecem a ser resolvidas, pois sabe-se há tempos que essas modificações podem nem chegar a tempo da próxima temporada...

Youtube Motorsport Film: A Aposta


É uma publicidade, é certo, mas tem o seu quê de curta-metragem. E tem um pouco de tudo: Mónaco, um Delhaye francês, uma aposta e uma viagem de Itália até Mónaco em 24 horas. Tem atores conhecidos: Jude Law e Giancarlo Giannini. E pelo meio, temos o Jenson Button como piloto de helicópteros e Mika Hakkinen como um pedestre em Monte Carlo, a ajudar a empurrar o Delhaye até à meta.

O filme é uma publicidade ao Johnny Walker Blue Label, e vale a pena... apesar de detestar whisky.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Formula 1 em Cartoons - Brasil (Riko)

O italiano Fredericco Ricciardi (Riko) fez um cartoon sobre a luta dentro dos Mercedes após o campeonato mundial de Lewis Hamilton. E parece que a Mercedes quer dar uma chance a Nico, e é isso que se fala por ali, enquanto que Sebastian Vettel observa o seu vicecampeonato a ir embora...

É isso que o mecânico diz: "Desculpa Lewis, mas por agora, vamos 'bombear' um pouco mais o Nico!..."

A vitima colateral de um negocio em falência

A noticia de um suicídio é certamente uma perda irreparável. Pensamos que as pessoas simplesmente não suportam as pressões do dia-a-dia, entre outras coisas. Mas quando se associa isso a um super-carro, vale a pena investigar mais fundo, e o que se descobre nesta história vai além de um produto de um nicho que está sobrepovoado. E também a história do colapso de um grupo que vai além de um carro, e de duas pessoas, pai e filho, que vieram à procura de uma vida melhor e dos gigantes com pés de barro. É a história da Caparo, que é muito mais do que um carro parecido com um Formula 1.

No passado dia 8 de novembro, Angad Paul, de 45 anos (no canto inferior direito nesta foto), foi encontrado morto na frente do apartamento onde vivia. Aparentemente tinha pulado do seu apartamento, no oitavo andar. Para além de ser o diretor da Caparo plc, e de ser o filho de Swraj Paul, de 84 anos, o fundador do conglomerado, também tinha sido produtor cinematográfico, tendo financiado filmes como "Snatch" e "Um Mal Nunca Vêm Só" (Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes na versão brasileira), todos realizados por Guy Richie. 

O desaparecimento de Paul acontece numa altura em que o grupo Caparo está com sérios problemas. Fundada em 1968 por Swraj Paul, a Caparo era inicialmente um grupo especializado em acabamentos para aço, especialmente no capitulo do "design". Ou seja, não era só estruturas para prédios mas também instrumentos de precisão ou arames, e também trabalhava na área da distribuição. Swraj Paul saiu de cena em 1996 para ser barão (Lord Paul) e ocupar o seu lugar na Câmara dos Lordes, e o seu filho Angad tornou-se o seu sucessor. Lord Paul tem uma fortuna estimada em dois mil milhões de libras, que recentemente tem usado não só para apoiar caridades, como também financiar o Partido Trabalhista em várias campanhas eleitorais.

Com Angad, a Caparo expandiu-se para a India, os Estados Unidos e a Europa, empregando mais de 1700 trabalhadores, mas tem vindo a sofrer nos últimos anos com o alto preço da energia, o alto preço da libra e a concorrência dos produtos vindos da China, mais baratos do que o costume. O resultado é que tem vindo a acumular prejuízos e no passado dia 19 de outubro, o grupo foi colocado sob administração judicial.

O que o carro tem a ver com isso? Basicamente a Caparo Vehicle Technologies é mais uma subsidiária, e fez o projeto T1, basicamente um supercarro com aspirações a ser um Formula 1 de estrada. Fundada em 2006 como Freestream, é o projeto de Graham Halstead e Ben-Scott Geddes, dois engenheiros que tinham trabalhado na McLaren, com assistência de... Gordon Murray. É um carro que pesa "apenas"... 470 quilos, com um motor V8 de 3.5 litros e chassis feito em fibra de carbono. É um monolugar coberto, com as rodas cobertas e um aileron traseiro, quase a lembrar os carros de Can-Am da segunda metade da década de 70, quando reaproveitaram antigos carros de Formula 5000. A velocidade máxima é de 330 km/hora, e vai dos 0 aos 100 em 2,5 segundos.

Apresentado em 2006 no Mónaco, perante o Principe Alberto... e Murray Walker, teve problemas durante os ensaios para a imprensa. Jason Plato, piloto do BTCC e um dos apresentadores do Fifth Gear, sofreu queimaduras em 2007 quando descobriu que o carro que testava tinha um defeito no sistema de óleo, que derramou sobre o motor e fez pegar fogo ao carro. Também houve problemas quando Jeremy Clarkson testou o carro, especialmente quando descobriu que o carro tinha dificuldades em passar por lombas de estrada, devido à sua escassa distância ao solo. Para piorar as coisas, um painel soltou-se quando fazia uma corrida na pista de testes, embora sem consequências de maior.

No final, o carro foi um dos mais velozes na pista, mas Calrkson descreveu a experiência como "assustadora".

A Caparo disse depois que planeava fazer 25 carros por ano, vendidos a 235 mil libras cada um, mas até 2012, segundo os números existentes, apenas 16 carros foram vendidos, o que demonstra que este nicho de mercado era realmente inalcançável para a marca... e não há planos para mais modelos para serem produzidos. Modelos mais... terrestres. Mas provavelmente com a falência da empresa, a raridade de tal carro poderá ser ainda mais elevado. E se calhar, mais cobiçado.

O mistério do Porsche de James Dean pode ter os dias contados

Há algumas semanas, quando passaram os 60 anos sobre o acidente mortal de James Dean, falei sobre o Porsche que ele estava quando teve o seu acidente mortal, e como este ano, após 55 anos sobre o misterioso desaparecimento do carro, poderia ter aparecido uma pista sólida sobre a possível localização do carro. Pois bem, este domingo apareceu mais um dado sobre esse mistério e a sua possivel resolução, e envolve um nome conhecido: o preparador George Barris, que construiu carros como o Batmobile original e o carro da série de TV "The Munsters".

Barris, que morreu no passado dia 5, aos 89 anos, foi dono dos destroços do Porsche entre 1956 e 1960, e expunha-os em exposições montadas um pouco pelo país, para alertar sobre os perigos na estrada. Mas nesse ano, quando o carro regressava de uma exposição na Florida, o carro simplesmente desapareceu. Há quem diga que foi a policia que, cansada dos acidentes e da aura de "carro maldito" que ele já tinha, pegou nele e pura e simplesmente o desfez numa sucateira, algures na California. 

Mas um homem afirma o contrário, e baseia-se nisso... numa sessão de hipnose.

Shawn Riley tem 47 anos e é do estado de Washington. Um dia, foi ao psiquiatra para saber a razão de uma cicatriz que tinha no seu dedo. Isso tornou-se numa sessão de hipnose regressiva que revelou algo fantástico. algo que aconteceu em 1974, e envolveu... o próprio Barris. Segundo conta, o pai de Riley, um carpinteiro, tinha sido contratado para fazer um trabalho, que consistia em esconder um carro por trás de uma parede. Riley, então com seis anos, poderá ter-se cortado nos destroços do próprio carro.

A ser verdade, isto levaria a algo mais nebuloso, a que Barris poderia ter escondido o carro de propósito para ficar com o dinheiro do seguro. Algo que o seu advogado, Ed Lozzi, não confirmou... nem desmentiu numa declaração que fez poucos dias antes de Barris morrer.

É que o preparador, apesar de ser um dos mais míticos na sua área, não era flor que se cheire. Na década passada decidiu modificar um DeLorean para ficar parecido com um dos usados no "Regresso ao Futuro", tempos depois de restaurar um, que foi exposto no Petersen Auto Museum em Los Angeles. Contudo, ele começou a gabar-se que tinha sido ele a fazer os carros para o filme e a Universal decidiu processá-lo em 2007 por apropriação indevida. Para piorar as coisas, ele também gabava que tinha trabalhado no desenho do carro ao lado de John DeLorean, o que também não era verdade.

Contudo, caso seja encontrado, outro problema aparecerá de imediato: quem é realmente o dono dos restos do Porsche? Barris ficou com o chassis, mas sem o motor, que tinha sido retirado pelo anterior dono, William F. Eschrich, um médico de Los Angeles, que também ficou com os documentos do carro. E de acordo com os registos feitos nessa altura, a propriedade era vista pelo numero do motor e não do chassis. Lee Raskin, advogado, autor de um livro sobre Dean e o carro, e também um forte critico de Barris, afirma que o carro pretence aos descendentes de Eschrich, apesar de ele ter vendido o chassis ao preparador.

E para quê todo este alvoroço sobre a propriedade do carro? É que estão um milhão de dólares em jogo. É o que o diretor do Volo Auto Museum, em Illinois, está disposto a pagar para ter o carro em sua posse... se existir. E quer dar esse dinheiro aos seus donos. Se são Eschrich ou Barris, esse é o problema, e para se falar disto, é altamente provável que o carro que Dean teve até ao dia da sua precoce morte, aos 24 anos, ainda exista. E seria um dos achados do século automobilístico, caso apareça.

domingo, 15 de novembro de 2015

WRC 2015 - Rali de Gales (Final)

Sebastien Ogier controlou os acontecimentos até à meta e comemorou assim a sua 32ª vitória em ralis e o tricampeonato do mundo conquistado para a Volkswagen. Mas no País de Gales, ele não abriu o champanhe, pois a realidade do mundo apareceu e ensombrou a sua vitória. "Uma vitória é a melhor maneira de encerrar o ano mas não há razões para festejar. Tenho outras coisas no pensamento neste momento", afirmou. Sendo francês, os atentados de Paris, na sexta-feira à noite, afetaram os presentes no pódio, que ergueram uma bandeira francesa em homenagem aos mortos, e não abriram o champanhe.

Antes disso, quatro classificativas precisavam de ser cumpridas para dar por concluído o Rali de Gales, e por consequência, o campeonato do mundo de ralis. E sabia que a unica coisa que deveria controlar era a distância para Kris Meeke, tanto que nessas especiais que faltavam, todas foram ganhas por... Jari-Matti Latvala, que voltava à estrada em "Rally2" e ainda ganhou a Power Stage, conseguindo assim os três pontos referentes à vitória. Nesse campo, foi acompanhado por Anders Mikkelsen e Robert Kubica.

Quem ficou pelo caminho na manhã deste último dia foi Ott Tanak, que assim entregou de bandeja o quarto posto a Dani Sordo, que conseguiu assim ser o melhor dos Hyundai, mas teve Hayden Paddon muito perto de si, com ambos separados por 9,2 segundos. Mas ambos chegaram à meta com uma desvantagem de quase três minutos sobre Ogier

No terceiro posto ficou Anders Mikkelsen, que apesar do seu esforço, não conseguiu apanhar Meeke, que teve um bom final de época, enquanto que Elfyn Evans, a correr em casa, foi o melhor dos Ford no sexto posto, herdando o lugar que era de Tanak. Até ao fim do "top ten" ficaram os Citroen de Mads Ostberg e Stephane Lefebvre, e os Ford de Robert Kubica e Lorenzo Bertelli.

Com o ambiente mais sombrio do que o habitual, encerrava-se assim o Mundial WRC de 2015. Dentro de dois meses, em Monte Carlo, o Mundial volta à ação.

Formula 1 2015 - Ronda 18, Brasil (Corrida)

Já se sabe que quando nada está em jogo e temos um calendário para cumprir, espera-se que a corrida em si seja emocionante. E Interlagos tem tudo isso em mente, especialmente quando o tempo entra em cena, como já aconteceu muitas vezes no passado, para baralhar e voltar a dar. Como acontecera em Austin, havia a possibilidade de chuva no final de semana, mas nada indicava que tal acontecesse durante a corrida. Contudo, independentemente do acontecimento, o fim de semana já ficou marcado pelas zueiras causadas por mais um problema no motor de Fernando Alonso...

Debaixo de sol e um autódromo cheio, a corrida começou quando Carlos Sainz Jr ficou parado na pista durante a volta de aquecimento, com o Toro Rosso a não voltar mais à pista. E irónicamente, foi a única desistência deste Grande Prémio. Quando as luzes se apagaram, tudo normal: Nico Rosberg ficou na frente de Lewis Hamilton, enquanto que atrás, Fernando Alonso conseguiu passar os Manor e era 16º na grelha. A seguir, Daniel Ricciardo mudava os pneus porque queria tentar uma estratégia diferente devido ao facto de estar mais adiante na grelha, por causa do motor que trocou após a qualificação. 

As voltas seguintes não virtam grande coisa, a não ser a subida de Valtteri Bottas de sétimo para quinto, e também que a Mercedes iria fazer uma estratégia de três paragens. Rosberg passou nas boxes na volta 12 e Hamilton fez duas voltas depois. A partir da volta 20, Hamilton começou a andar perto de Rosberg, com os Mercedes a andar perto um do outro, provavelmente com o inglês a andar ao ataque do alemão, e este a provavelmente a ter problemas com os travões. Ao mesmo tempo, o meio do pelotão apanhava Pastor Maldonado, que chegou a andar na sexta posição com o mesmo jogo de pneus e andava a pagar o preço da sua degradação. Kimi Raikkonen também queria recuperar tempo, mas os Manors não deixavam.

Maldonado, por fim, parava na volta 26, ao mesmo tempo que Hamilton começava a queixar-se de provavelmente não conseguir apanhar Rosberg. O inglês decidiu afastar-se um pouco mais... e a partir daqui, as coisas ficaram mais aborecidas. Tão aborrecidas que começaram a mostrar imagens do filho de Felipe Massa a brincar nas boxes.

Mas na volta 33, um excelente momento, quando Max Verstappen conseguiu passar Sergio Perez no S de Senna... e por fora! Ele aproveitou e passou também Romain Grosjean e passou de décimo para oitavo. Mais um exemplo de que o filho de Jos será um dos grandes na próxima década da Formula 1...

E por essa altura, Rosberg e Hamilton foram às boxes, com uma volta de intervalo, com o alemão na frente e o inglês atrás de Raikkonen, mas rapidamente ficou com o segundo lugar. Tudo isto ao mesmo tempo que Pastor Maldonado tocou em Marcus Ericsson, causando a desistência do sueco... e claro, os comissários a investigar o acidente para ver que punição ele iria ter. No final, acrescentaram cinco segundos ao seu tempo final, numa altura em que estava no sétimo posto.

Com tudo estável na frente (mais para o chato...), os Mercedes já andavam com uma vantagem de nove segundos sobre Sebastian Vettel, numa altura em que os Mercedes poderiam ir para uma estratégia de três paragens de pneus. E isso aconteceu na volta 49, com ambos a entrarem depois de Sebastian Vettel ter ido às boxes pela segunda vez. E estes pneus teriam de aguentar 21 voltas... 

Com isto, Rosberg manteve-se na liderança, com Hamilton a segui-lo a pouco mais de segundo e meio. O alemão começou a responder com voltas mais rápidas, apesar do trânsito que tinha pela sua frente. E foi por essa altura que o tempo escureceu mais um pouco em São Paulo, pensando se haverá chuva para animar uma corrida aborrecida. Sebastian Vettel até perguntou sobre o tempo, mas da Ferrari veio logo a resposta: tempo seco até ao final.

E foi o que aconteceu: Nico Rosberg conseguiu levar a melhor pela segunda vez consecutiva e vencia o GP do Brasil, na frente de Lewis Hamilton. Sebastian Vettel ficou com o lugar mais baixo do pódio, na frente de Kimi Raikkonen, numa corrida muito pouco emocionante, e do qual os últimos pontos foram arrebatados por Max Verstappen, que conseguiu passar Pastor Maldonado a três voltas do fim.

No final, acabamos por ver uma das corridas mais aborrecidas do ano, talvez um espelho do final da temporada em que vivemos, onde nada está em jogo. Tudo previsivel, onde os pontos de interesse foram... zueiras. E a ultrapassagem de Max Verstappen. 

WRC 2015 - Rali de Gales (Dia 2)


O segundo dia do Rali de Gales mostrou que Sebastien Ogier afastou-se cada vez mais da concorrência, com o piloto francês a conseguir um avanço de 35,2 segundos sobre Kris Meeke, enquanto que Anders Mikkelsen é o terceiro classificado, a um minuto de distância. O dia também ficou marcado pelo acidente de Thierry Neuville, que capotou fortemente com o seu Hyundai.

Com nove especiais a serem corridos neste sábado, o dia começou com Sebastien Ogier a aumentar a sua vantagem perante a concorrência, especialmente Kris Meeke, mas não foi o vencedor, que esse ficou nas mãos de Thierry Neuville. O piloto da Hyundai começou por vencer as duas primeiras especiais do dia, tentando recuperar tempo perdido. Nessa mesma altura, Jari-Matti Latvala, que tinha voltado à estrada através do "Rally2", tinha tido problemas de transmissão insoluveis e acabou por desistir de vez.

Nas classificativas seguintes, Ogier controlava o avanço de Meeke, apesar de Anders Mikkelsen ter vencido na nona especial. Só na décima, a segunda passagem por Dyfi é que o francês apareceu na lista de vencedores, ganhando um avanço de 5,6 segundos sobre o britânico. Por esta altura, o piloto da Citroën admitia que estáva "contente com esta posição" e que pretendia "sobretudo evitar toques ou saídas de estrada".

Uma decisão sensata, porque por esta altura, outros iam para além dos limites. E foi o que aconteceu a Thierry Neuville na 11ª especial, em Dyfnant, quando o piloto da Hyundai capotou fortemente, sem consequências fisicas para o piloto e o seu navegador. Mas o carro ficou no meio da estrada e parou alguns pilotos, incluindo... Ogier. Resultado final, perdeu quase meio minuto e perdeu a liderança para Meeke. Contudo, a organização da prova corrigiu o tempo perdido e o devolveu ao piloto francês.

Até ao final, Ogier venceu a 12ª especial, enquanto que Tanak foi o triunfador na 13ª, altura, numa altura em que o piloto estónio consolidava o seu quarto posto, embora estivesse a dez segundos de Dani Sordo, o melhor dos Hyundai.

As 14ª e 15ª especiais - as segundas passagens por Dyfnant e Aberhinant - aconteceram de noite, e ali a Volkswagen foi a melhor, primeiro com Anders Mikkelsen, e depois por Sebastien Ogier. Ali, a Volkswagen alcançava a marca das 500 classificativas ganhas, e claro, Ogier demonstrava satisfação pelo seu dia. "Para nós foi um grande dia", começava por comentar Ogier no final da PEC15. "Houve condições muito duras e imensa água. As especiais noturnas até estavam razoáveis porque tanta água acabou por arrastar a lama dos troços", concluiu.

No final do dia, a diferença para Kris Meeke era já de 31 segundos, com Anders Mikkelsen ainda com capacidade de o apanhar, mas já estava a 56 segundos do comando. Ott Tanak, o quarto classificado e melhor dos Ford, tinha mais de minuto e meio de desvantagem sobre Mikkelsen e mais de dois minutos e meio sobre Ogier, e tinha o assédio de Dani Sordo e Hayden Paddon, respectivamente o quinto e sexto classificado nos seus Hyundai.

Elfyn Evans era o sétimo, não muito longe de Paddon - pouco mais de cinco segundos - mas já tinha um avanço de 50 segundos sobre Mads Ostberg, enquanto que a fechar o "top ten" estavam o francês Stephane Lefebvre e o polaco Robert Kubica.

O Rali de Gales termina amanhã.