A Citroen adora pilotos franceses? Isso é um facto. E nos últimos anos ajudou as carreiras de pilotos como Sebastien Loeb e Sebastien Ogier. E parece que estão a caminho de ajudar o terceiro piloto francês da sua longa história. Falamos de Stephane Lefebvre. Não é Sebastian, mas quase. Campeão este ano do WRC3, o piloto de 23 anos (nascido a 16 de março de 1992), teve a oportunidade de experimentar um WRC em cinco ralis, conseguindo como melhor resultado um oitavo lugar no Rali de Gales a última prova da temporada.
Estes resultados, aliados com o campeonato mundial junior que venceu em 2014, fazem com que Yves Matton provavelmente o olhe como uma forte possibilidade para ser o ponta de lança da marca a partir de 2017, quando regressarem ao Mundial WRC. “A ideia com Lefebvre é ver a sua evolução ano após ano”, disse o diretor francês, mas a imprensa fala que da forma como a Citroën está a gerir a sua carreira, tudo indicia que vai dar todas as oportunidades que o francês evolua.
E ele já teve várias experiências ao longo da sua carreira já longa. E diz-se "longa" porque ele começou aos quatro anos, com mini-motos. Aos doze competia no karting e lá ficou até perto da maioridade, quando passou para os ralis, fazendo a sua primeira temporada completa em 2010, num Renault Twingo R2, altura em que começou a ter experiência... de montanha. É que Lefebvre é da zona norte, perto da Bélgica, onde não há montanhas. “Sim, sou um pouco diferente, Vivo no norte, o Ogier vem do sul, o Loeb vem da Alsácia. Nesta região do país não existem muitas montanhas, vivemos numa planície, tal como na Bélgica, só no meu primeiro ano de ralis descobri o que era conduzir nas montanhas”, comentou.
Mas ao longo desta sua curta carreira, já experimentou um pouco de tudo para ficar com uma ideia do que gosta: “Gosto, por exemplo, de pilotar sem aderência, participei no Rali de Janner [na Austria]. É um rali lindíssimo, desfrutei bastante desse evento”.
E fala das diferenças entre o WRC e o Europeu de Ralis, peloi menos os deste ano. “Eles são muito diferentes. As rondas do WRC são muito difíceis, ralis longos, mais difíceis que o Campeonato da Europa, que é basicamente muito semelhante ao Campeonato de França, um pouco mais extenso, mas não tão difícil, claro que visitamos diferentes países. O Campeonato do Mundo é um desafio muito maior. Um enorme desafio", começou por contar.
"Não temos ainda experiência suficiente no WRC. O nosso objetivo para 2015 era continuar a progredir de rali para rali, passo a passo sempre a pensar no futuro. Esta época tive um bom programa de 12 rondas do WRC, todos os ralis do calendário. Apenas seis destas provas já tinha realizado antes: Alemanha, França, Portugal, de um modo diferente, Polónia, também de um modo diferente e França que já realizei, mas que este ano os troços foram completamente novos. Começamos do zero até porque fomos de WRC”.
Neste tempo, Lefebvre andou em três tipos diferentes de carros, o RRC, o WRC e o R5. E as suas impressões são bastante curiosas: “Os WRCs são uma experiência totalmente nova quando comparados com os RCC, que são igualmente um grande passo em relação aos R5. Os RRC são mais caros que os R5, mas um WRC é um carro com mais apoio fruto da enorme asa traseira, o restritor mais pequeno e isso nota-se muito na potência do motor, os amortecedores são diferentes. Já o R5 não é o mesmo estilo de carro. Temos uma caixa de cinco velocidades, os amortecedores são mais simples, tudo é muito diferente. Eu penso que fazer ralis num RRC foi uma boa forma de abordar a passagem para o WRC” revelou.
E questionado sobre Sebastien Ogier, ele afirma que apesar de o admirar e desejar chegar onde chegou, diz que aprende mais com o seu navegador, o veterano Stephane Prevot. “Neste momento ele está a léguas, mas o meu objetivo é o mesmo que o dele, ir o mais longe possível na carreira. Só falo com Sébastien uma ou duas vezes por ano. Não passo muito tempo com ele. Para mim uma grande ajuda na minha carreira é o meu copiloto Stéphane Prevot. O Stéphane tem muito mais experiência que eu. Ele já está neste campeonato há bastante tempo, ele é bom e não comete erros. Sim, eu considero o Stéphane muito importante para mim”.
Em jeito de conclusão, parece que a França, depois de Loeb e Ogier, poderá ter encontrado o seu sucessor em termos de ralis, uma indicação de que no hexágono, haverão mais pilotos capazes de pegar no testemunho e quase perpetuar o seu domínio...